SALMOS – CXIX – (TAV) – EM BUSCA DE LUZ
Comentarios desactivados en SALMOS – CXIX – (TAV) – EM BUSCA DE LUZnoviembre 11, 2023 by Bortolato
Salmo 119:169 a 176
Caminhando errante, parecendo não ter rumo certo, ansiando por ter uma lâmpada, ou um farolete, ou ao menos uma lamparina a querosene, para ter uma ideia de onde pisar ao dar as passadas… precisamos saber para onde estamos indo, e como chegaremos lá…
Há pessoas que não se preocupam com isto. Dizem: – “bobagem! Siga em frente! Não esquente a cabeça com isso! Vá no escuro mesmo! No final, vai dar tudo certo! Mergulhe de cabeça!”
Mas oh, que insensatez!
Você andaria em um lugar que sabe ser em um terreno irregular, perto de um charco de areias movediças um lado, e tendo um abismo de outro, em uma noite sem luar, sem estrelas, para dar um mínimo brilho sobre o seu caminho? Isto sem contar com espinhais e pedras agudas no seu percurso a ser tomado?
Pois é, assim é este mundo. Muitos não querem nem saber, e vão andando sem saber para onde irão parar, sem tomar nenhuma precaução, e acham que estão indo bem… e quando se encontram em becos sem saída, se surpreendem…
Todos nós necessitamos de luz quando chega a escuridão noturna, para uma coisa ou outra podermos fazer. Luz para perto e luz suficiente para podermos enxergar a uma boa distância, para curtos trajetos e para longos também.
O autor do Salmo 119, nos versos 169 a 176 sentiu esta necessidade, e por isso é que ele se apegava à Lei do Senhor. A Lei de Yaweh, o Decálogo. Sim, essa Lei é toda especial, pois que foi dada por Deus, ao povo que Ele escolheu dentre outros do mundo inteiro, para revelar-Se aos homens.
Esse privilegiado escritor afirmou com os lábios (verso 172), cantava em louvor ao Senhor Yaweh, lia as Palavras de Deus que então eram-lhe reveladas através da Torah, na esperança de encontrar… o seu Deus glorioso e maravilhoso, que reina sobre o Céu e está pronto para brilhar aqui nesta Terra.
O salmista tinha problemas graves, dos quais necessitava ser liberto, mas este era só um detalhe de sua vida, porque ele sabia que, por trás da Palavra de Deus, poderia encontrar o Deus Autor original daquelas palavras, e então ele teria achado a lâmpada para os seus pés e luz para o seu caminho (Salmo 119:105).
Espantoso, ou no mínimo admirável, notarmos um paradoxo aqui: o salmista era um zeloso adorador de Yaweh, um assíduo leitor das Suas palavras, mas… no último verso deste Salmo ele confessou:
“… ando errante como ovelha desgarrada…”
Logo, a simples leitura da Palavra de Deus não é o suficiente (!) para o homem poder ver a luz brilhar dentro de sua alma, a luz da glória de Deus.
Talvez este fato já tenha notado dentro do coração do estimado leitor: leu a Bíblia, mas não conseguiu visualizar nenhum efeito notável em sua vida – e acabou por duvidar e menosprezar da eficácia da Palavra de Deus, tal como esta foi escrita.
Há que haver um feliz encontro pessoal com o Pastor de nossas almas, e portanto há que haver passos dados de nossa parte, e passos de Deus ao nosso encontro. Veja-se a continuação deste mesmo versículo:
“… procura Teu servo, pois não esqueço os Teus mandamentos.” (verso 176)
Aqui se denota um mistério que nos propomos a desvendá-lo..
A Lei de Moisés foi escrita sobre pedras, mas não estava escrita nos corações do povo como um todo, tomando-se o mesmo como um conjunto, uma nação, aquele povo que fora resgatado da escravidão do Egito.
Em II Coríntios 3:2, e versos de 6 a 11, o apóstolo Paulo escreveu que a glória de Deus foi resplandecida no rosto de Moisés, mas que também desvanecia com o passar do tempo.
Assim como Moisés, que tinha que por um véu sobre a face, não deixava que o brilho da glória de Deus brilhasse sobre as vistas dos que os contemplavam, assim era a Lei: boa em princípio, mas precisa de ser complementada pela ação do Espírito Santo.
Assim como um véu esconde o rosto de quem o usa, a Lei não traz a clareza de Cristo aos corações, mas se somos contemplados pela excelência do Espírito do Senhor, o véu é retirado, e podemos ver a glória do Senhor, através do descobrimento da revelação do Messias a nós.
A versão portuguesa de Almeida, Revista e Corrigida, diz com muita clareza, com palavras mais rasgadas, expressando melhor a dramaticidade do momento vivido pelo salmista:
“Desgarrei-me como ovelha perdida. Busca Teu servo, pois não me esqueci dos Teus mandamentos.”(v. 176)
O salmista sentiu que, apesar de todo o conhecimento que ele tinha da Palavra de Deus, ele ainda precisava ter luz; faltava-lhe algo essencial, que, de vez que não o possuía, podia desviar-se do foco principal, e, de repente, ele sentia-se um perdido na noite escura.
O que aconteceu com ele? E o que acontece ainda hoje conosco?
Acontece que as letras da Lei descrevem e explicam bem como as coisas não deviam ser. Observe-se os Dez Mandamentos – há oito ordens negativas, de não se fazer, neste Decálogo, e esta ênfase se nota com frequência através dos cinco primeiros livros das Escrituras Sagradas (Êxodo, capítulo 20:1 a 17).
De fato, necessário foi que Deus apontasse muito bem quais caminhos o Seu povo NÃO deveria seguir. Pois assim é que os israelitas chegavam ao caminhar, preocupados com as advertências, cientes dos perigos citados – mas não conseguindo identificá-los claramente dentro do processo, muitas vezes confundindo-se, não conseguindo visualizar cada pedra de tropeço como tal, apesar da lâmpada da Palavra que podiam usar no seu transcurso da vida. Tropeçavam aqui e ali, desequilibravam-se, e tomavam o rumo errado. Isto era uma constante.
Olhando para esta ou aquela ordem de não fazer, acabavam esquecendo-se de alguma delas, e assim andavam, temerosos ao sentirem-se pecadores, ao colherem os frutos de seus atos de desobediência à Lei, e parcialmente impedidos de enxergar, porque… porque não atentaram no tocante aos mandamentos positivos. Como exemplo disto, temos o maior de todos os mandamentos:
“Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás pois o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma e de toda a tua força” (Deuteronômio 6:4, 5).
Conforme o ensino de Jesus, este ainda é seguido de outro que Ele estigmatiza como semelhante ao maior de todos:
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Levítico 19:18)
Muitos deles estavam cegos, embora tivessem os livros sagrados em mãos, conforme o profeta Isaías escreveu em seu livro, capítulo 29, versos 11 e 12. Liam, mas não entendiam. Estavam sem a luz de Deus.
A letra mata, sim, conscientizando-nos e alertando quanto à identificação do pecado, de modo que o caminhante sabe que deve evitar pisar perto dos perigos, mas como não os enxerga muito bem, muitas vezes não consegue evitá-los.
O Espírito é que alumia os olhos e leva-nos a trilharmos um caminho de luminosidade ascendente.
“A letra mata, mas o Espírito vivifica”. (I Coríntios 3:6)
“Até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto no coração deles. Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado.” (I Cor. 3:15, 16)
O Espírito de Deus convence-nos do pecado, da justiça e do juízo. Jesus é a Justiça nossa, e assim é que somos levados a Cristo, pela ação eficaz do Espírito Santo. Aliás foi o Espírito Santo que desceu sobre Maria o dia da sua conceição, propiciando a que Jesus, como um embrião, Se formasse e Se desenvolvesse dentro do ventre dela (Lucas :34-35).
Disse Jesus: –
“Ele ( o Espírito Santo) me glorificará, porque há de receber do que é Meu, e vo-lo há de anunciar” (João 16:8-11 e 14)
Quem tem Jesus no coração, recebeu-O através da ação do Espírito Santo, e esta ação compenetrante vem de Deus, que não devemos nunca menosprezar. Aliás, todos os pecados que um homem pode cometer podem ser perdoados, mas a ação manifesta do Espírito Santo, veja-se muito bem, nunca será perdoada, nem no presente e nem na vida do porvir. Por isto, disse o salmista um dia:
“Se hoje ouvirdes a Sua voz, não endureçais os vossos corações”.
Mas por que rejeitar aquilo que é bom e que só nos trará eternos benefícios? Façamos este bem para nós mesmos. Sim, Deus nos fala individualmente a cada um de nós, e por isso precisamos estar atentos para que não nos façamos como surdos ao ouvir a voz do Espírito Santo. Claro que precisamos considerar que Ele fala com aqueles que O buscam, e querem seguir o Seu caminho, e quem endurece o coração reiteradamente, acabará deixando de ouvi-LO, o que constitui uma terrível desventura.
Pecadores podem achar isto muito difícil de se descobrir, mas devemos nos lembrar que Jesus veio para salvar a todos os pecadores (o apóstolo Paulo se incluía dentre estes, e ainda chegou a qualificar-se como o principal dos transgressores da Lei do Senhor) – I Timóteo 1:15 e 16.
“Com o rosto descoberto, contemplando como por espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.”(palavras do próprio apóstolo Paulo, que se dizia o principal dos pecadores)
Todos nós, os que somos de Cristo, somos espelhos que refletem a glória de Deus, e essa glória vai ficando cada vez mais brilhante, e vai-nos tornando cada vez mais parecidos com o Senhor, com Ele em nossos espíritos, à medida que vamos nos aproximando dEle em nossa caminhada.
Existe, no entanto, um ponto nevrálgico de um começo. Um ponto crítico que nos leva a compreendermos claramente a verdade que, pela ação deste mundo tenebroso, foi-nos ocultada por meio da construção de esquemas e estruturas que, com narrativas falsas, inocularam a mentira em nossos corações, fazendo-as parecerem ser verdades – mas não são!
Neste ponto de reflexão e flexão, porém, entra a ação do Espirito da Verdade (João 16:13), que retira a venda dos nossos olhos, dá-nos discernimento, mostrando o pecado como este é, sujo, mentiroso, simulador e dissimulador, venenoso, e com todas suas mais qualidades negativas. O Espírito de Deus nos dá ensejo a nos arrependermos, e nos aponta para Jesus como o Caminho, a Verdade e a Vida (João 14:6).
O pecado é que nos cega o entendimento.
Precisamos nos desfazer deste incômodo, com todas as nossas forças, mesmo sabendo que estas por si só são insuficientes para nos libertar.
Sim, somos incapazes de vencermos o mal que está instalado neste mundo, mas, por outro lado temos a maior das chances que podemos ter em nossas vidas, nesses momentos de conscientização, pois é nessas horas de conflito interior que nos vemos pobres, incapazes e miseravelmente ansiosos por podermos alcançar um tábua adequada para a nossa salvação.
É bem nesses momentos que podemos clamar a Deus e pedir que Ele nos mostre, através do Espírito Santo, o Salvador, Jesus, o Cristo!
Jesus é o Deus encarnado que veio a este mundo para desfazer as obras do diabo – e Ele o fez com prodigalidade, levando nossas culpas sobre os Seus ombros, e até morrendo na cruz em nosso lugar, a fim de que fôssemos salvos, purificados, anistiados, e assim se abrisse maravilhosamente o Caminho para a nossa remissão e redenção.
A questão chave aqui se nos mostra: como dar o start para sermos achados por verdadeiros beneficiários desse dom tão enormemente precioso?
Tudo começa em termos de relacionamento. Uma apresentação deve ser feita. Apresentemo-nos a Deus, como se Ele nunca nos tivesse conhecido antes. Depois, vamos conversando com Ele. Falemos aquilo que realmente nos é relevante, o que é da maior importância para nós.
Deus nos responderá da maneira que Ele achar conveniente, não necessariamente através de uma verbalização de Sua vontade. Ele sabe falar de diversas maneiras, inclusive através da apresentação de fatos que nos tocam profundamente – mas se você perseverar em conversar com Ele diariamente, por certo é que em algum momento, Ele também lhe falará usando a Sua voz e as Suas palavras.
Falemos com Ele abrindo os nossos corações, antes de abrirmos os nossos lábios ou a nossa mente. Ele sabe quando estamos sendo sinceros ou não. Aprendamos a mostrar a Ele os nossos corações assim como um livro aberto. Ele sabe como lê-lo, e como filtrar verdades e mentiras. Aconselhamos a não mentir, e nem procurar enganá-Lo; isto seria inócuo, e Ele não se deixa enganar.
Mas não se desanime, porque este exercício é muito bom para depurar o nosso homem exterior, fazendo-o reagir de modo totalmente coerente com o nosso homem interior.
Isto é muito, mas muitíssimo importante: termos intimidade com Deus. Este relacionamento vale uma passagem para a vida eterna.
Vamos começar orando a Ele?
Segue aqui um modelo um tanto genérico e incompleto, pelo fato de todos sermos imperfeito; e cada qual de nós trazermos uma necessidade intrínseca e pessoal, mas que seve de plano piloto para nos iniciar a sermos guiados em Espírito, para nos conduzir nas nossas orações ao Senhor. Segue abaixo.
“Senhor, Deus, eis-me aqui. Sou eu, (nome), acho que já me conheces, pelo menos de ouvir falar a meu respeito.
Dá-me este tempo para que eu possa Lhe falar um pouco, por favor.
O Senhor é muito importante, diferente de todos nós aqui nesta terra, perfeito, justo, e poderoso, mas o que mais me atrai a Ti é que és amoroso, compassivo, bondoso, incomparavelmente sábio, e não há nada que fuja ao Teu conhecimento. Acho que isto quer dizer que és Santo, como ninguém.
Tenho profunda admiração por Ti, e desejo mesmo que venhas um dia para reinar sobre este mundo tão misterioso e necessitado de Ti.
Gostaria de te apresentar aquilo que vai em meu coração, e apresentar as minhas petições, mas que antes de tudo seja a Tua vontade que prevaleça sobre a minha.
Quero me relacionar com frequência contigo, podes me aceitar em um convívio bem próximo?
Tenho muitas necessidades para colocar diante de Ti, podes me ouvir, hoje um tanto e amanhã outro, mais um pouco?
Peço-Te não me rejeites. Não olhes só para os meus pecados. Perdoa-os, senão eu não terei condições de me apresentar a Ti, pois minhas falhas são muitas – e ensina-me a perdoar como Tu tens-me dado o Teu perdão…
És mui importante para mim.
Quero conhecer-Te mais do que nunca, ó Deus amado pelos Teus.
Abre uma nova página para a minha vida, agora contigo como meu fiel Companheiro.
Que o nosso novo relacionamento seja doravante eterno, e sem interrupções. Quero andar contigo aqui nesta Terra, e dá-me um lugar no Teu eterno Reino de Luz.
Seja o meu nome inscrito no Teu Livro da Vida, peço-Te em nome de Jesus, o Teu Filho Unigênito, de modo que jamais seja riscado, e me terás eternamente com o coração grato e feliz contigo.
(Depois desta apresentação, exponha os seus motivos, e faça os pedidos que achar importantes para o seu coração).
No final, usar o nome de Jesus como uma carta preciosa assinada por procuração, que abre o coração do Pai Celeste para você.
Amém.
Category BÍBLIA, LIVROS POÉTICOS, SALMOS | Tags: Cristo, decálogo, desgarrar, desviar, errante, espelho, necessidade, ordens negativas, ovelha, pedras, perdido, rosto, suficiente, Véu
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