Salmo 119: 121 a 128

São tempos em que a condução dos fatos que ocorrem na História humana se torna contrária à vontade divina, de forma contundente e reiterada. Homens pensam que tudo podem fazer, sem nem mesmo respeitar a Deus, mas Ele tudo vê e sabe onde agir e atingir em cheio os pontos fracos que muitos pensam serem fortes.

Este mundo às vezes parece tornar-se uma caldeira fervente, que tende a explodir a qualquer momento. Disse Jesus: – “Tenho-vos dito isto, para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; Eu venci o mundo”.

(João 16:33)

Pressões se exercem neste mundo, por toda parte.

Os bons querem que seja feito o bem; e o maus usam de todos os meios, legais e ilegais, legítimos e ilegítimos, astutos, enganadores, e com aparência de “santos” revestidos de autoridade, forçando as barras e as portas, com intenções de prevalecerem nos seus intentos, a fim de alcançarem os seus alvos.

Esta pressão tende a tornar-se em uma disputa ferrenha, se os bons mostrarem firmeza em seus pleitos e suas posições.

Esta é uma antiga luta, que persiste há séculos.

Da parte dos bons, há um esforço todo especial, a fim de que essa queda de braço obedeça a regras de lealdade, pureza de intenções, e que prevaleça a verdade, acima de tudo. Querem assim que a História seja, até onde possam fazê-lo, escrita com o maior respeito à justiça e elegância nos tratos, nas obras e nas decisões a serem tomadas, isto é, da maneira acertada.

Por outro lado os maus demosntram o seu caráter desrespeitoso, escandaloso, tentando vencer através de confrontos onde firmam seus argumentos em meias verdades, ou construtos inverídicos, porque o que lhes é importante não é a justiça plena, e nam que a plena verdade seja imposta. Para estes vale tudo, e assim são burladas as leis ostensiva ou ocultamente. Para eles, o que importa é levar a vantagem em tudo.

Esta tensão se pronuncia muito frequentemente em toda parte, de modo que não há cidadão neste mundo que já não a tenha percebido, não tenha sofrido em algum nível, maior ou menor, devido às práticas da injustiça.

O Salmo 119, versos 121 a 128 nos traz uma seção literária que lança luz a este problema.

O seu autor é um homem que vestiu a farda da plena justiça, mas não somente isto, mas também se proscionou como um baluarte, que ostentou o estandarte da sua fé no Senhor, o único Deus verdadeiro.

Ele tem inimigos que não são fracos e que lutaram feromente para ver o salmista cair (verso 121).

Isto foi há séculos. Não podemos precisar a data da escrita, mas podemos dizer que é bem antiga, basta dizer que o texto se insere dentro do Velho Testamento.

Enquanto o autor vivia às lutas, tentando escapar das garras de seus inimigos, ele se recorria sem cessar às orações que fazia ao Único Deus Todo Poderoso, muito capaz de lhe valer naquelas circunstâncias.

Ele pede então que o amor do Senhor seu Deus, Yaweh, o trate com misericórdia, jamais esquecendo-o em meio às suas lutas.

Quando essa guerra de nervos se intensifica e se prolonga muito, o o coração do homem perseguido pelos maus não deixa de insistir na prática das orações, apesar de, por vezes, demorar para ser atendido.

Quando será? O tempo passando, nunca pára de passar, e a esperança do justo, fiel e crente em Deus, pode até balançar um tanto, mas a sensatez o faz voltar às suas memórias, que lhe dizem que o Senhor é fiel, e não nos deixa sem nos ouvir e prestar o socorro de que necessitamos.

“Desfalecem os meus olhos à espera da Tua salvação e da promessa da Tua justiça.”(verso 123)

Querem os injustos que se creia que Deus nos esqueceu, ou que Ele já anda tão distante de nós, que as nossas orações não chegam até o Seu Trono Celestial, ou que Ele se desinteressou pela nossa causa. Alguns hereges ainda ousam afirmar que Ele está morto… esperem só para verem.

E:

“Já é tempo, SENHOR (Yaweh), para intervires, pois a Tua Lei está sendo violada”.(verso 126)

A Lei de Deus!

Existem muitas leis que se promulgam por este mundo, mas há um detalhe aqui: leis humanas são falhas por natureza, e imperfeitas, podendo até terem sido editadas com vistas a deixar uma janela por onde os maus possam escapar de serem presos ou punidos, e continuarem em suas práticas desonestas.

Temos que levar em conta que a Lei do Senhor é perfeita, no sentido de ser completa e ajustada, valendo para muitos e muitos anos.

A vinda de Cristo a este mundo não revogou a Lei de Deus, mas apenas aplicou-lhe toques de aperfeiçoamento para a nossa era neotestamentária, assim como decretos podem trazer certa regulamentação às leis, sem contradição alguma, pois estão dentro do mesmo espírito desta.

Podemos, pois, manter e nutrir o amor às Palavras do Senhor, sem medo de errar.

O salmista nutriria maior amor ainda aos ensinos da Palavra de Deus, se vivesse em nossos dias, e cremos que hoje ele se regozija como nunca na presença divina, ao tomar conhecimento de uma profundidade maior no conhecimento dos Seus mandamentos.

Ouro? Prata? Riquezas? Estas não se comparam com a riqueza e o valor das Palavras de Deus. Estas são eternas, transcendem até ao tempo da duração do céu e da terra.

A eternidade o dirá assim, ao passo que os bens materiais todos, sem exceção, deixarão de ficar em nossas mãos quando chegar o nosso dia “D”, isto é, dia de irmos deste plano para o outro que nos espera.

Dia “D” tem ainda um outro significado. Este nome se deu ao dia em que tropas Aliadas começaram a invadir a Normandia, marcando solenemente o princípio da libertação do território francês, em 6 de junho de 1945, isto é, no final da Segunda Grande Guerra Mundial.

Toda tribulação tem um princípio, metade e fim.

Quando chegará esse tempo do fim dos tormentos?

Cada caso é um caso diferente, mas podemos citar vários exemplos, mas uma tônica é o que marca o princípio desse processo de libertação: as orações.

O mundo clamava intensamente diante das invasões e o avanço do nazismo de então, até que… enfim chegou o dia “D”.

Aliás, um detalhe relevante é lembrarmos que Hitler quis invadir também a Suíça, mas nunca chegou a fazê-lo.

Com certa facilidade e poder militar nazista poderia tê-lo realizado, mas o fato é que isto não aconteceu.

Apontamos como causa primeira deste interessante acontecimento, as orações que sabemos que um, pelo menos um cristão fervoroso as fazia todos os dias, de dentro de sua casa, ou na igreja, onde pudesse fazê-lo. Ajoelhava-se , e clamava a Deus, em humildes súplicas:

-”Não permitas que a Suiça seja invadida…”

Deus ouviu aquelas orações, e ouvirá também as suas, desde que sejam aprazíveis aos Seus olhos. É sempre bom lebrar que a oração eficaz depende do compromisso que o orador faz com o Único e Verdadeiro Deus.

O salmista era um verdadeiro adorador de Yaweh. Veja com que ousadia ele falava com Deus:

• “É tempo, Yaweh, para intervires”… (verso 126)

Só se pode orar com tamanha intrepidez, falando com o Senhor do Universo, se temos firmado um compromisso de obediente serviço ao Todo-Poderoso.

O seu motivo era justo: – “Estão violando a Tua Lei”, isto é, não houve respeito aos mandamentos divinos: “não matarás”, “não cobiçarás…”, “não roubarás”, e, acima de tudo, quando Ele exige: – “EU SOU YAWEH, teu Deus…”, “não terás outros deuses diante de Mim…”

Coisas estas que, se contrariadas, redundam em uma revolução malfadada, que tem como inimigo o próprio Deus, de vez que Ele não tem o culpado por inocente; ao passo que, se esses pré-requisitos forem obedecidos, a oração do crente fiel tem a força do Céu no seu interior e o poder do Infinito prestes a contemplar aos Seus, com Sua resposta a Seu tempo.

O dia “D” da intervenção divina vai, sim, chegar, e o quanto isto vai demorar para surgir depende de quantos estão insistentemente clamando e suplicando pela salvação, enquanto vão se enchendo as taças da iniquidade desde mundo.

Sofreu injustiça? Deus é Supremo Juiz. Os processos judiciais que tramitam no Céu podem levar lapsos de tempo para chegarem à sentença e à execução final, mas NINGUÉM poderá impedi-los de correr e ninguém sabe com exatidão QUANDO tudo se dará – mas com certeza chegará o dia. Portanto, o que podemos fazer, façamos com diligência: oremos sem cessar.

Alguém dirá: – “mas eu tenho pressa”… Acalme-se, pois Deus nunca chega atrasado. Quando Ele parece demorar é porque o Seu relógio é preciso, e as nossas histórias e a das circunstâncias que nos cercam precisam evoluir, amadurecer, e então soará o som do despertador divino. E quando Deus age, não há quem possa segurar a Sua mão, nem para perguntar o que é que Ele está fazendo.

Pois então, continue orando… a hora certa vai chegar, com a sua recompensa.

Não há limites para o tempo que podemos dedicar às nossas petições ao Trono do Altíssimo.

Podemos orar enquanto andamos pelas ruas, quando nos reunimos com irmãos na fé, quando nos levantamos pelas manhãs, durante quaisquer horas do dia, estando sentados, de joelhos, ou de pé, ou até mesmo deitados, conforme o caso. O importante é perseverar.

O seu dia “D” chegará.

Jesus Cristo nos incentiva a assim procedermos, conforme preconiza na parábola do juiz iníquo.

Ora, se juízes iníquos ouvem os clamores dos necessitados, quanto mais Ele, que é justo, bom e misericordioso. (Lucas 18: 2 a 8)

Faça suas justas petições. Ele lhe ouvirá. Enquanto a resposta não vem, continue reforçando seu pedido.

Deus lhe ouvirá, e você passará a conhecê-Lo um pouco melhor. Pois muito mais Ele tem para lhe revelar, se você perserverar em orações em toda a sua vida. Você verá.

Deus lhe abençoe.