DEUTERONÔMIO – VII – COMO AGIR NAS GRANDES CRISES
Comentarios desactivados en DEUTERONÔMIO – VII – COMO AGIR NAS GRANDES CRISESseptiembre 15, 2014 by Bortolato
Que fazer quando sentimos que Deus está magoado conosco, e que a Sua mão de poder está a ponto de voltar-se contra nós?
Muitas crises tem-se desenvolvido na história da humanidade. As duas grandes guerras do século XX são apenas uma amostra disso. Guerras provocam um certo tipo de tribulação. Um terremoto produz outro tipo. Tsunamis agem de forma diferente, mas trazem consequências semelhantes. Enquanto escrevemos esta crônica, o vírus ebola está matando mais de duas mil pessoas na África, e ameaça espalhar-se pelo mundo.
E o que dizer das fomes endêmicas, que se alastram por vários lugares neste mundo?
Precisamos pensar bem: o dom da vida nos foi dado pela mão de Deus, o Todo Poderoso. É Ele quem o dá, e também o toma de nossas mãos. Basta que Ele retire Sua bondosa mão que nos sustenta, e logo somos surpreendidos por nossa fraqueza e por nossas limitações humanas, manifestando-se como uma corda atada em nossos pescoços, prestes a nos sufocar.
Em todo o mundo morrem, nesta hora, várias pessoas atacadas por algum tipo de desventura, enquanto outros partem em paz para a vida eterna.
Precisamos atentar bem para isto. Precisamos tomar as decisões necessárias e relevantes para que não sejamos contados entre os que são colhidos por desgraças deste mundo, às quais somente Deus tem total controle, e bem pode nos livrar.
Moisés, neste capítulo 9º de Deuteronômio, está lembrando-nos muito bem o que aconteceu em Horebe, junto ao monte Sinai. Ele estava ali jejuando e orando por quarenta dias consecutivos, naquele lugar, na presença de Deus, mas o povo de Israel não estava no mesmo espírito – e o que é pior – estavam entregando-se a transgredir mandamentos de Deus sem medir as consequências.
Provocaram a ira de Deus, mesmo depois que já tinham recebido os dez mandamentos, nos quais estava escrito com a pena divina, logo no primeiro deles:
“Eu sou o Senhor teu Deus…”
E no segundo:
“Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:2-3)
Nos versos 4 e 5 desse mesmo capítulo de Êxodo, ainda lhes veio a advertência, a fim de que ficasse muito bem esclarecido que a concorrência com outros deuses foi terminantemente proibida e abominada:
“Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há acima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas de baixo da terra.
Não te encurvarás a elas, nem as servirás, porque Eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e a quarta geração daqueles que me aborrecem”
Após quarenta dias e noites, o Senhor deu a Moisés as duas tábuas de pedra, onde estavam gravados os dez mandamentos, tábuas estas que o próprio profeta atirou ao pé do monte Sinai, e as quebrou inconformado, no auge de sua irritação, ao ver que tudo estava correndo contrário à vontade do Soberano.
Naquela ocasião, o Senhor já descreveu aquele povo como um povo “de dura cerviz”, isto é, obstinado, teimoso, contumaz. De fato, enquanto Moisés estava consagrando-se mais e mais a Deus e recebia as tábuas da Lei, o povo se deleitava em cultuar ao bezerro de ouro, à moda dos cultos idólatras, deitando e rolando diante de uma estátua, e satisfazendo os desejos da carne.
Por este motivo, o mal estava já determinado contra Israel. Jeová disse a Moisés: –“deixa-Me que o destrua, e apague o seu nome de debaixo dos céus e faça a ti nação mais forte e mais numerosa do que esta” (Deut. 9:14)
Bastaria que o Senhor lhes retirasse o sustento, o maná e a água, e todos pereceriam naquele deserto aterrador, mas é de crer-se que a mão de Deus estava pronta para lhes desferir um só golpe mortal, e todos ali mesmo pereceriam.
A mente de Moisés então recebeu aquele choque, e passou-se diante dele como que um filme de sua vida, de seu relacionamento com seus patrícios. Sua agonia na escravidão, seus clamores, suas orações pedindo uma libertação no Egito; Moisés até cometera um assassinato, em defesa de um daqueles que considerava seus irmãos de sangue…
Moisés então “viu” a Arão sendo incluído entre os que seriam mortos sumariamente, e seu coração sentiu-se apertado. Era seu irmão, com quem confidenciava constantemente, que recebia com atenção as palavras que o Senhor lhe falava, e as transmitia tanto ao Faraó como ao povo de Israel. Era aquele seu irmão com quem brincara feliz, em sua infância mais remota, até que crescesse o bastante, e desde então foi tomado pela filha de Faraó para ser educado segundo a cultura egípcia.
Não! Aquilo não podia estar acontecendo. Moisés parecia ter caído do céu, das nuvens, ou melhor, da nuvem que envolvia a montanha de Deus, e despencara em um chão sujo, imundo, surreal, cheio de coisas distorcidas, erradas, malcheirosas e nojentas, e seus irmãos, contaminados, estavam já sentenciados à morte por este motivo, por se terem deixado levar por coisas detestáveis aos olhos de Deus que há neste mundo. E ele tinham sido amplamente avisados para não fazerem “aquilo”.
Moisés pensa então nos filhos de Arão. Eles também perecerão! E Miriam, aquela menina que seguiu-o quando ele, ainda bebê, descia rio Nilo abaixo, inocente de tudo, dentro de um cesto de juncos calafetado. Ela foi quem se aproximou da princesa do Egito, e lhe sugeriu que o pudesse levar a uma ama de leite, para criá-lo até que ficasse grande o suficiente para ser então realmente adotado…
Não, se aquilo acontecesse, seria muito para que seu coração pudesse suportá-lo.
E que dizer de seus primos, tios, parentes mais próximos e também os mais distantes, que viam nele uma esperança para o futuro de Israel?
Sentimentos são sentimentos, e Moisés não seria feliz em ser o escolhido, em detrimento da vida de todos os seus. Se isso viesse a acontecer, ele passaria anos a fio, chorando e lamentando aquela sua sorte.
Conhecendo, pelo menos até então, ao Deus que Se tornou o Seu libertador, que o chamou e dignou-Se a ouvir os clamores do povo oprimido pela escravidão, e que com tanto amor e carinho não permitiu que Faraó os alcançasse e os maltratasse junto à praia do Mar Vermelho…
Ele, Moisés, então concluiu que algo ainda estava pendente e poderia ser feito, a fim de novamente Deus estender a Sua misericórdia.
O profeta havia aprendido como devia achegar-se ao Deus Vivo, terrível de grande que Ele é, mas que tem um coração disposto a ouvir àqueles que a Ele se dirigem em petições impregnadas de uma inequívoca inteireza de alma, com humildade, e expondo-Lhe todos os seus motivos. Quem sabe? Talvez Ele ouça, e entenda que a vida fique muito dolorida, e a alma muito ferida, se Ele insistir em usar Seu braço destruidor.
Que fazer? Não vai ser possível ser feliz, se Ele não resolver atender às petições. A vida iria tornar-se amarga, e o coração poderia explodir de angústia e dor.
Que fazer? Chorar, desesperar-se permitir uma tempestade na alma, gritar, espernear, demonstrar o desagrado, nada disso irá resolver.
O Senhor não se deixa impressionar por chantagens emocionais.
Do que então Ele Se agradaria? Sim, há uma série de coisas das quais Ele Se agrada. De arrependimento. De sinceridade. De fé, de sacrifícios de louvor, de perseverança em Seus caminhos. Ele também Se agrada dos que O adoram em espírito e em verdade. De uma entrega total a Ele, cheia de amor, sem restrições, e na esperança de sermos ouvidos e atendidos.
Moisés percebe que é a hora de humilhar-se diante do Excelso. Ele disse que iria destruir a Israel, mas o fato ainda não estava consumado.
Quem sabe? Talvez nos ouça. O caminho para o monte Horebe ainda estava aberto. É um caminho que exige muitas orações, acompanhadas de muitos jejuns.
Moisés não titubeia. Aproveitando a acessibilidade que conquistara perante o Trono do Altíssimo, ele ousa contra-argumentar, depois de lançar-se sem poupar sacrifícios a mais outros quarenta dias de jejum e orações.
Um pecado de tal monta realmente atrai o desgosto e a ira de Deus, mas há um detalhe muito importante: Moisés chegou à conclusão de que ele alcançou o status de intercessor, um intermediador de seu povo. Aproveitar-se do acesso que conseguiu obter junto à presença do Todo-Poderoso! Ele podia fazer isso! Ele era a única pessoa na Terra que poderia conversar com Deus sobre a condição de seu povo, e interceder por este. Era isto o que mais importava. Não importava o comer, nem o beber, naquele momento. Não importava nem mesmo a própria vida. Realmente não importa, se não temos o favor de Deus.
Há momentos em que nada podemos fazer por uma situação, de vez que esta já está definida, operada, enterrada, cimentada e consolidada. Os fatos dizem por si quando se chega ao fim da trilha, mas enquanto Deus não falou, e não mexeu nos fatos, ainda há esperança.
Que bom é podermos ser intercessores. Estamos frente à frente com o Deus dos Exércitos, e podemos lançar nossas súplicas a Ele. Isto é muito bom. É excelente. É maravilhoso podermos ter aqueles momentos fora de série, especialíssimos, supernaturais, marcantes, e inesquecíveis, em que nos sentimos com liberdade de a Ele orarmos… e vermos que Ele, apesar de toda a Sua fúria, nos aquiesce e, com magnânima misericórdia, graça e amor nos estende o Seu cetro de favor.
Sentimo-nos lisonjeados com o tamanho dessa graça. É como se fôssemos Seu Único Filho, sendo atendidos assim. Somos, sim, filhos de Deus por adoção, pelo caminho que Jesus nos abriu até o Pai Celeste, mas uma experiência dessas nos faz sentir que não somos criaturas deste mundo, pertencemos ao Reino do Céu e, por nossa intercessão, o Céu desce até a Terra, mudando a tudo e a todos.
É motivo para pularmos de alegria! De cantarmos, de nos embriagarmos neste Espírito de Deus! De alegria, agradecermos a Ele por tamanha bênção! É demais para o nosso caminhãozinho! Isto sim, é que é vida! É a vida em abundância que Jesus nos prometeu!
Além desse impasse no Sinai, ainda houve outras desavenças entre Jeová e Israel. Em Taberá (Números 11:3), em Massá (Êxodo 17:7) e em Quibrote-Hataavá (Números 11:34) também Ele foi muito provocado, mas, nessas horas, nada como um grande intercessor para interceder por um povo.
Se os povos deste mundo pudessem ver … assim como Moisés foi um grande intercessor por Israel, assim e muito mais que isso é Jesus, o nosso grande Intercessor perante o Pai! Quem tem Jesus está com tudo e não está prosa.
Os versos 25 a 29 de Deuteronômio capítulo 9º terminam a seção com a oração do servo de Deus:
“Ó Senhor Deus! Não destruas o Teu povo e a Tua herança que resgataste com a Tua grandeza, que tiraste do Egito com poderosa mão!”(9:26)
O profeta ainda invoca à memória a piedade de Abraão, Isaque e Jacó, a quem Ele, Jeová, prometera fazer um grande povo, e que fossem esquecidas as maldades de seus descendentes.
E mais falou Moisés: invocou o argumento de que o nome do Senhor estava investido neles, como povo Seu, e matá-los poderia dar margem aos povos pensarem que Ele não teve o poder para os introduzir na Terra de Sua Promessa – isso seria deixar manchado o nome do Todo-Poderoso El Shadday.
Ser um intercessor do povo de Deus implica em colocar-se na brecha entre as duas partes. É muito privilégio! Mas que cada membro do Seu povo possa ter esse intercessor, que atraia com milagres, sinais e maravilhas as misericórdias de Jeová, pois Ele é compassivo e bom! Jesus, o Cristo, é o nosso grande Intercessor!
É assim que precisamos fazer nos tempos difíceis. É hora de nos aproximarmos dEle, em uma dedicação sem limitações, para sermos o Seu sal da terra e luz para este mundo!
Category BÍBLIA, DEUTERONÔMIO, PENTATEUCO | Tags: Deus estende o cetro de Seu favor, Discurso de Moisés, intemediador, intercessor, ira de Deus, lembrando episódios, Massá, Quibrote-Hataavá, Sinai, Taberá
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