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I SAMUEL – IV – UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL

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octubre 26, 2015 by Bortolato

Fé, em lato sensu, é um modo de reagir diante de fatos, circunstâncias e provas julgadas suficientes para nos fazer crer seguramente em algo.   Neste sentido, todos têm fé, inclusive os mais renomados cientistas de nossa era.

Por certo que V. já ouviu a frase que diz que “a fé remove montanhas”.   Pois é, esta foi da autoria do homem que transformou água em vinho, curou enfermidades incuráveis, andou sobre as águas do mar da Galileia, multiplicou pães e peixes alimentando uma enorme multidão, expulsou demônios, ressuscitou mortos, foi crucificado, morreu e ressuscitou depois de três dias.   Jesus de Nazaré, o Filho de Deus, com seu poder miraculoso convenceu discípulos que, nas palavras dos judeus de Tessalônica, alvoroçaram o mundo todo, querendo significar que “viraram o mundo de pernas para o ar”, e chegaram até a dividir o calendário em duas épocas: antes e depois de Cristo.

A fé que Jesus fez brotar na alma das pessoas que O conheceram seria, pois, uma atitude do coração, incentivada e nutrida pelo Espírito de Deus que, usando de poderosas palavras inspiradas pelo céu, vai enchendo e iluminando alegremente o nosso ser interior com Sua luz.   O nosso coração se alegra, pois que sente estar sendo levado a uma experiência mística, uma verdadeira joia preciosa que não se encontra em joalheria ou em mina alguma desta Terra.

Quem já achou esta fé, conhece esta matéria e sabe que regozijo trouxe à sua alma.   Quem, no entanto, não a pôde vivenciar, ainda poderá fazê-lo, ou desprezar a fé verdadeira no Deus Vivo, e sofrer esta lacuna não preenchida para sua própria infelicidade.

Por este motivo é que o Senhor mesmo falou muitas vezes, com grande poder, inspirando profetas no passado, tais como Moisés, Josué, e muitos Juízes, no Seu governo teocrático.   Aproveitando essas pérolas preciosas que estes receberam para repassá-las ao Seu povo foi que foram produzidas as Sagradas Escrituras.   Assim foi que se escreveram os livros da Bíblia, formando-se um bloco de sessenta e seis produções literárias tempestivamente.

Houve, porém, dentro do período de cerca de 1.500 anos em que esses livros foram escritos, alguns lapsos de tempo nos quais se estenderam momentos em que Deus calava-se.   Deus teve e tem Seus motivos para tanto, quando agiu desta forma.   Normalmente isto acontece após algumas palavras corretivas, de advertência, às quais não fora dada a devida atenção.

Foi o caso que houve nos dias dos sacerdotes Eli, Hofni e Fineias, por cerca do ano 1.100 A.C.   Depois das abundantes palavras de Deus dirigidas a Seu povo através dos Seus profetas, aquele movimento espiritual que trazia esperanças, renovava os espíritos, alegrava corações, consolando aos aflitos, de repente é rompido por um misterioso silêncio.   Às vezes, raramente alguém recebia uma Palavra de Deus para conforto e fortalecimento da fé.   Eram dias de escassez de alimento espiritual. I Samuel, capítulo 3º, verso 1 nos diz que até mesmo as visões de Deus estavam bem menos frequentes.

O que aconteceu?   O mau exemplo dos filhos de Eli havia-se disseminado entre o povo. A forma irreverente, irresponsável e acintosa com que aqueles dois sacerdotes agiam, deixava o povo mal conduzido, induzindo-o a erros e à esterilidade no tocante à fé genuína.   Se os próprios representantes de Deus visivelmente desprezavam as Palavras de Deus diante dos olhos de todos, como os leigos poderiam nutrir e cultivar a sua fé?   Apesar disso, a responsabilidade sobre a alma de cada um é individual, isto é, cada indivíduo haveria de responder por si mesmo diante de Deus, de modo que não existiria plena isenção de culpa aos transgressores que decidissem seguir os erros dos líderes do povo.

Esta situação, porém, não perdurou assim por muito tempo.   O menino nazireu Samuel, que nasceu por volta do ano 1.105 AC., ao chegar lá pelos seus doze anos de idade, estava ali, diante daquele Tabernáculo que veio do deserto, junto a Eli, o velho sacerdote.   O menino fazia a vez dos olhos de Eli, que já não enxergava muito bem, devido à idade.   Era Samuel que, como assistente do sumo sacerdote, colocava o azeite nas lâmpadas do candelabro daquele templo portátil em todos os finais de tarde, antes do início das noites.

Aquela criança era a providência divina que, mesmo em silêncio, ainda trabalhava para manter acesa a chama, não somente do castiçal, mas muito mais que isto, também nos corações dos cidadãos de Israel.

Mas Samuel era somente uma criança.   O que poderia fazer uma criança em prol de uma nação decadente na fé? Por si mesmo, nada!   Deus, porém, que tem infalível memória, e não se esquece de pequenos detalhes de planejamento, lembrou-se de que Samuel fora entregue por seus pais nas Suas santas mãos!   Aquele menino fora criado como um nazireu de Deus! Era um pequenino, mas era um canal aberto do céu, instalado na Terra, na terra de Israel.

Esta é uma prova da fidelidade divina!   Deus prepara e envia homens, mulheres e crianças para serem canais de bênçãos no meio do Seu povo, ainda quando este não merece e nem se esforça por merecer. É sempre aquele Espírito fiel, que não falha, mesmo quando todos os homens falharam.

Samuel criança ainda era uma pequena planta da lavoura de Deus, mas que já começava a soltar flores e frutos.   A sequidão espiritual em Israel parecia mostrar a face da estação do estio.   Mui raras eram as palavras do Senhor e as visões bastante escassas. Eram tempos de escassez das coisas de Deus.   O povo se afastava, muitos se desviavam, mas o silêncio de Deus estava prestes a ser rompido.

Certa ocasião, Eli estava dormindo.   Estava em seu turno sacerdotal, dentro do Tabernáculo, por trás da primeira entrada que era fechada por uma cortina.   Samuel, que era seu auxiliar e fazia o trabalho que Eli não podia mais fazer, pois seus olhos já começavam a turvar, pois estava perdendo a visão.   Ambos dormiam ali, naquele átrio de entrada daquela Tenda, iluminados apenas pela luz do candelabro de ouro. Havia somente um véu de linho fino azul, púrpura e carmesim, com querubins bordados nele (Êxodo 26: 31-33) que separava a ambos do Lugar Santíssimo, local onde repousava a Arca da Aliança, de onde o Senhor se manifestava.

De sobre aquela Arca Yaweh falava muitas e muitas vezes com Moisés.   Dali, então, naquela madrugada, pouco antes do raiar do dia, ocasião quando as lâmpadas se apagavam após terem consumido o azeite que alimentava as suas chamas, uma voz se fez ouvir somente para Samuel, e chamava-o pelo seu nome…

– “ Samuel, Samuel!”

Samuel ainda não conhecia a voz do Senhor, e pensou que fosse Eli quem o chamava. Pensou, decerto, que Eli estava necessitando de alguma coisa, e foi correndo à beira do leito onde o sacerdote estava, para atendê-lo.

Eli acorda, ouve o menino falar-lhe, pronto a assisti-lo em algo que solicitasse, e responde-lhe que não o havia chamado.   Pensava que talvez Samuel havia sonhado.   O menino volta a deitar-se.

O fato se repete mais uma vez, e Eli outra vez pede-lhe que torne a deitar-se.

Uma terceira vez acontece aquela mesma chamada. Eli desperta para o fato de que Deus estava querendo falar-lhe, e então instrui a Samuel como este deveria responder àquela voz que certamente vinha de dentro do Lugar Santíssimo, de sobre a Arca do Concerto.

Pela quarta vez então o Senhor chamou a Samuel.   Desta feita, o menino responde reverentemente a Deus, pronto para ouvi-Lo e, atento, escuta tudo quanto a voz do Altíssimo lhe fala.

O Senhor então confirma a Sua palavra que já havia sido dita por meio de um profeta, anteriormente, acerca da queda da casa de Eli.   Além de aquela palavra ser uma confirmação profética, foi também um começo, uma iniciação de Samuel como profeta.   Muitas outras vezes mais Yaweh lhe falaria no decurso de sua vida.

Eli, por sua vez, entendendo que o Senhor estava usando a Samuel para entregar o Seu recado, inquiriu ao pequeno rapaz, desejando saber o motivo daquele chamado no meio da madrugada.   Ao ouvi-lo, aceitou a profecia como legítima, e conformou-se com sua sorte, de vez que estava já muito idoso e não tinha mais forças para corrigir a seus filhos, e estes não se emendavam.

Samuel então foi crescendo em estatura e em comunhão com o Senhor, passando a ser um clarão, uma tocha do fogo celeste, que veio a iluminar ao povo de Israel.   De norte a sul, toda a nação passou a saber que o Senhor Deus havia levantado um profeta, cujas palavras foram todas honradas pelo cumprimento das mesmas de forma inequívoca, redundando em um novo despertar, reavivando a fé verdadeira em toda a nação.

Que Deus tome a cada um de nós como um canal de bênçãos do céu, uma luz em meio às trevas desta mundo, para sermos profetas Seus, porta-vozes do Deus Único e Verdadeiro aqui nesta Terra.


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