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JOSUÉ – IX – ANALISANDO PACTOS – BONS OU MAUS

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mayo 11, 2015 by Bortolato

 

V. deseja se bem sucedido em seus empreendimentos? É preciso fazer alianças e ser fiel cumpridor de suas promessas e compromissos. Mas será que todas alianças que fizermos terá sido para bem?   Sabemos que nem tudo o que reluz é ouro.   Por outro lado, nem tudo que balança, cai.   Há sempre os prós e contras.   É preciso analisar se a aliança a ser feita será de bom proveito ou não.  Se será boa ou má, ou algo entre uma coisa e outra.

A primeira aliança que devemos fazer é a aliança com Deus.   E nunca nos devemos esquecer que Ele é fidelíssimo, verdadeiro e Suas palavras não caem – e que Ele espera que, de nossa parte, sejamos assim também.   Ele é Deus de alianças, que sempre cumpre a Sua parte.   Ele fez uma aliança de sangue com os Seus, e isto significa que permitiu que o Seu próprio Filho derramasse o próprio sangue para selar o pacto.

Há costumes antigos que nos dão uma ideia mais clara sobre a importância e a seriedade desses pactos.  Estes se dão em pleno acordo entre duas pessoas, que cortam alguma veia do corpo – de uma das mãos ou do punho, ou do braço, e derramam o sangue em um recipiente limpo, para que, de ambos se o misture ali, e ambos venham em seguida a bebê-lo.   Também juntam os membros que sofreram incisão, dando a impressão que os sangue de um membro se mistura com o da outra pessoa.   No mesmo ato são expressas algumas palavras, fica selado o acordo mútuo, e o tal pacto jamais deverá ser quebrado, sob pena de prejuízo da própria vida do transgressor.  Não poderá ser quebrado por força de laços de casamento, de parentesco, amizade ou negócios, ou mesmo de mudança de status de vida social.   É um compromisso muito sério, que deverá valer pelo resto da vida dos pactuantes.

O missionário inglês David Livingstone descobriu que jamais poderia ter livre acesso a algumas tribos africanas por onde passou, sem que fizesse vários pactos com os respectivos chefes dessas tais tribos, e, despojado de qualquer dúvida, firmou-os, e assim pôde avançar para o alvo de suas expedições naquele continente.

O povo de Israel, ao sair do Egito, fez um pacto com o Senhor Yaweh.   Aqueles que selassem o acordo com o sangue de cordeiros nas portas de suas casas, viveriam, era o que dizia a promessa.   Este foi o sangue exigido na Antiga Aliança, que formalizou o pacto da Lei.   Foi um grande negócio para os hebreus, que, por esse motivo tornaram-se livres, após quatrocentos e trinta anos de dura escravidão.

Se considerarmos o quanto esse povo transgrediu o pacto da Antiga Aliança, diremos que não foi um bom negócio para Yaweh, mas Ele, mesmo assim, a cumpriu fielmente.

Por esse motivo, devemos considerar muito bem o caráter da pessoa com quem se deseja realizar um pacto desses, pois que há mister que sejam transparentes, sinceros, verdadeiros e idôneos.

Quantos casamentos se desfazem por seus cônjuges desconsiderarem que estão estabelecendo um pacto válido até a morte de um deles.    Casamentos são como pactos de sangue – não deveriam nunca ser quebrados, até que a morte separe o casal.   Infelizmente, nem sempre é assim, e há muitos enlaces matrimoniais que acontecem sem que os nubentes tenham conhecido bem um ao outro, e nem tenham conhecimento das “regras do jogo”.   Ao se separarem, apresentam vários motivos para tanto, mas não se dão conta de que o que deveria ser levado na mais alta conta é que efetuaram um pacto, e que têm uma aliança que nunca deveria ser quebrantada.

Em Josué, capítulo 9º, lemos sobre uma aliança feita às pressas, baseada em premissas enganosas, lançadas com dolo, cujas consequências tiveram de ser arcadas pelo povo de Deus.

Ora, então povo de Deus fez um mau negócio?  Não tinham eles o Deus que de tudo sabe, e então, por que cometeram tal erro?   É a mesma pergunta que muitos fazem, quando descobrem que algum crente fiel tomou um caminho errado, fruto de sua precipitação.   Alguns acham que isso deveria acontecer somente com ímpios ou ateus, com homens envolvidos nos esquemas corruptos deste mundo e que não conhecem ao Senhor, mas não é bem assim.   A sabedoria não é sempre presente, em todos os momentos, na vida de quem quer que seja.    Hoje há muitos cristãos que se queixam de terem feito alianças danosas em seus negócios, as quais teriam sido realizadas durante algum lapso de comunicação com Deus.

Os gibeonitas, povo heveu então habitante da cidade de Gibeom, ao verem os sucessos incontestáveis da campanha de Josué na Terra Prometida, crendo piamente na vitória desse povo de Yaweh, tencionaram preservar suas vidas.   Arquitetaram um plano escuso e bem montado para enganarem aos hebreus, para se tornarem seus aliados, a fim de escaparem da destruição que lhes parecia iminente.

Segundo a ordem de Yaweh, aqueles heveus não deveriam dividir a sua cidade com os israelitas.   Primeiramente porque eram um povo idólatra, reprovado e rejeitado por Yaweh, e condenado à morte na vala comum dos demais povos cananeus – mas eis, porém, que estavam dispostos a pagar qualquer preço para serem poupados.   Em segundo lugar porque não haveria condições de espaço geográfico para Israel conviver com os heteus, amorreus,  cananeus, ferezeus, heveus, girgaseu e jebuseus.

Era o momento e questão de tudo ou nada; ou conquistar Canaã ou voltar para o deserto, e a promessa de Yaweh era de que, se fossem fieis com Ele, e lutassem com tenacidade, eles desapossariam aqueles povos daquela terra – exatamente o que Deus queria que fizessem.   Parece até que o projeto divino se mostrou desumano, mas aceitem isso ou não, o sucesso de Josué demonstrou que o Senhor foi com eles nessa longa e árdua tarefa.

Os gibeonitas fingiram ser um povo que morava bem distante de Canaã, e disseram ter vindo por causa do grande Nome de Yaweh, muito dispostos a estabelecer uma aliança com Israel.

Não foi um negócio bem feito, esse de enganar com a finalidade de tirar-se vantagem sobre uma palavra mentirosa.   Não podemos concordar com esse tipo de ato, mas temos que dar a mão à palmatória  para os gibeonitas, por dois motivos:

  1. primeiramente, porque eles exaltaram ao Deus que estava sendo com o povo de Israel.   Eles reconheceram a origem, a causa primeira e última que determinou o sucesso dos israelitas.   Eles entenderam que Javé era e é maior e melhor do que os deuses de Canaã, e decidiram passar a ser parte integrante de Seu povo, a qualquer custo – ainda que isso lhes custasse abandonar aos ídolos e despertassem a ira dos outros povos daquela região.
  2. Uma outra característica admirável que se nota no povo de Gibeom é a sua ousada astúcia, que arquitetou um plano muito convincente para envolver aos hebreus. Tão eficaz foi esse estratagema, que até Josué foi enganado.   Eles em parte contaram com a sorte, não perderam as esperanças de sobreviverem, e com coragem e destemor puseram-se à luta pela sobrevivência, mesmo sabendo que aquilo também poderia dar em nada, se descobertos e desmentidos antes de firmarem aliança com Israel.   Atiraram-se com arrojo, e foram bem recompensados.

Mas como isso pôde acontecer?  Logicamente não foi sem a permissão de Deus! Mas por que motivo Deus permitiu que Seu povo fosse enganado e um povo idólatra, até então seu inimigo, prosperasse com uma mentira?   Lembramos aqui do caso Raabe, a outrora prostituta de Jericó, que também usou de engano, e mentiu ao seu próprio povo, aos seus concidadãos, ao proteger e dar cobertura aos espias de Israel, com vistas a escapar da sua própria destruição, e aliar-se ao seu até então inimigo mortal.   Há um mistério divino por trás dessa passagem de lados, o que, afinal, Deus permitiu, dando oportunidade para pessoas que dantes constavam de Sua lista negra lograrem escapar do Juízo.   Somente a graça do Senhor Jesus Cristo é que pode melhor explicar tal consentimento divino.

Em se falando de alianças, porém, temos a seguinte situação:   o Senhor Yaweh tinha uma aliança de sangue com Israel, e Israel com Ele.   Esta era uma aliança que deveria ser considerada e tratada como a mais importante de todas as demais.    Outras poderiam (permissivamente, mas não necessariamente) ser feitas, desde que se respeitasse a maior de todas elas.

Uma vez que o Senhor lhes havia ordenado a não fazerem alianças com os povos daquela terra – por cuidado e precaução, a fim de não se contaminarem com os seus costumes abomináveis, –  esta era a condição que não deveria ter sido desrespeitada.   Antes de fazerem quaisquer alianças com quaisquer povos, eles deveriam consultar a Yaweh para saberem se deveriam ou não fazê-lo.   Se os povos de Canaã desagradaram por demais ao Senhor, outros povos também poderiam estar em situação semelhante.   Era uma questão delicada, que exigia discernimento.   Teria sido o caso de conversarem com Deus, na intenção de ouvirem-No, assim como nos tempos de Moisés, e a resposta certamente viria colocando tudo à luz da verdade.   Não foi feito isso.   Fizeram ingenuamente uma aliança com um povo a quem Deus havia destinado à destruição, naquela hora de “operação limpeza” daquela terra.

E agora?   Quando descobriram que foram logrados, os israelitas tiveram que somar e pesar as alianças com Deus, e aquela feita com gibeonitas.   Não poderiam negar-se a cumpri-las.   Logro ou não, os logrados não poderiam esquivar-se e nem furtar-se em cumprir suas promessas.   Estavam enlaçados.   As alianças daqueles tempos eram feitas de maneira muito mais forte e firme que as de hoje, mormente se feitas sob juramento em nome do Senhor.   Não deveriam jamais ser feitas para serem quebradas, antes eram defendidas até a morte.    O que restou no final foi o povo de Israel poupar aos gibeonitas, mas a cidade de Gibeom, de qualquer forma, passou a pertencer à nação de Israel, e o povo que lá habitava passou a exercer a função de apanhadores de lenha e carregadores de água para a casa de Deus.

No final, todas as pessoas que, apesar de haverem sido enquadradas no rol dos pecadores, mas que queiram ser e participar do povo de Deus, devem saber que todos somos poupados da morte para sermos servos do Senhor e servirmos a Ele em Sua casa é sempre um privilégio, pois muitos até que o desejaram, mas não puderam dele desfrutar.

Na verdade, se o Senhor Yaweh fosse considerar somente os pecados e a condenação que destes advém, ninguém sobreviveria, nem mesmo o povo que Ele escolhera.

Olhamos então para Abraão, um homem que viveu em meio à idolatria, mas foi escolhido por Deus para ser o pai de uma grande multidão.   Mesmo tendo saído de Ur dos Caldeus, e começado a conviver com o Senhor seu Deus, ele não foi perfeito em todos os seus caminhos.   O que foi que o distinguiu?   O fato de ele crer em Deus – isto lhe foi o fator decisivo para ser um homem abençoado.  Esta foi a diferença.   Abraão, mesmo sendo um homem imperfeito, teve uma oportunidade de conhecer a Deus e passar a servi-Lo com todo o seu coração.  Esta oportunidade é dada a todo aquele que nEle crer e O queira receber assim.

Esta oportunidade então foi dada também aos gibeonitas, num contexto histórico dramático. A estes, dantes condenados por Yaweh como os demais heveus de Canaã a serem extintos do planeta, deu-lhes o poder de se aproximarem do povo de Deus e do próprio Deus.  E depois, cercados de todos os lados pelos amorreus, que os odiaram até a morte, assim como todos os que um dia serviram e pertenceram ao reino das trevas, tendo de lá saído, receberam o socorro do seu povo aliado, que, revestidos da força e autoridade do Altíssimo, foram-lhes o braço salvador de Yaweh empenhado em seu favor.

Assim também, todos os que um dia estavam do lado das linhas das trevas e de lá conseguiram escapar, irromperam as fronteiras da morte, e entrar para a vida eterna que Jesus, o Senhor, dá a todo aquele que nEle crê com integridade, de todo o coração.

A promessa de Cristo é que, se alguém, tendo deixado casas, irmãos, irmãs, ou mãe, ou pai, filhos e campos por Sua causa e do evangelho, com perseguições, receberá cem vezes mais nesta vida, e no mundo vindouro, a vida eterna. (Marcos 10:29-30).

Feliz é o povo cujo Deus é o Senhor.

 


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