O APOCALIPSE – V – REVELATION
Comentarios desactivados en O APOCALIPSE – V – REVELATIONfebrero 11, 2014 by Bortolato
QUINTO CENÁRIO
Local: na Terra
O REINADO E O FIM DE BABILÔNIA
Período: do Arrebatamento à Volta de Cristo
Capítulos 17 e 18 de Apocalipse
A MULHER MONTADA NA BESTA:
Vejamos nos capítulos 17 e 18 que se trata de uma mulher, que montou sobre a Besta. Notar bem que é uma mulher. Uma figura de um ser humano, do sexo feminino. Não se trata de uma outra besta, uma fera, um animal, mas aqui ela aparece para mostrar-nos alguém cuja imagem fora coroada de glória e de honra (Salmo 8:5), à imagem e semelhança de Deus.
Parêntese:
A mulher fora criada no jardim do Éden para formar uma união inquebrantável com o homem. Uma união de amor, para serem uma bênção mútua para ambos, e para Deus.
Deus, através de Paulo, fala que o casamento é uma coisa que o Senhor fez na terra para prefigurar a união que Ele quer ter com a sua noiva. E isto, disse Deus, que era muito bom!(Gn. 1:31).
A figura da mulher neste capítulo, como já temos visto anteriormente em outros lugares da Bíblia, é representativa. A noiva de Cristo é uma jovem mulher. A mulher que se vestiu do sol tinha a lua a seus pés e 12 estrelas em sua coroa na cabeça era, por certo, Israel (Apoc. 12).
Porisso não foi a figura de um animal, e sim a de uma mulher, que foi vista montada sobre a Besta. Trata-se de um povo que devia ter sido fiel a Deus, mas foi infiel, e traiu a Deus. No caso, não se trata do povo de Israel, pois que se trata de um povo que habita em uma cidade. Tampouco seria a cidade de Jerusalém, porque Apoc. 17:18 nos revela que a tal reinaria sobre os reis da Terra à época da Grande Tribulação.
Ora, toda a humanidade, de todos os tempos, deveria ter adorado a Deus numa altura muito honrosa, com gratidão nos corações pela criação, pelo desvelo e pelo carinho. Ele nos criou à Sua imagem e semelhança (Gên. 1:26), mas, sem forçar, exige obediência – não a de um militar, mas a de uma noiva apaixonada pelo noivo. A sua exigência também não é sem deixar o caminho alternativo em aberto. A Sua boa vontade para conosco é sempre muito gratificante, alvissareira, e uma alegria, afinal. Mas temos o livre arbítrio para até mesmo nos desviarmos, se esta nos parecer a melhor opção – daí vemos que a obediência que Deus requer é pautada dentro de um caminho de liberdade – por ser esta a melhor forma de alcançarmos a felicidade.
A figura da mulher, portanto, é a de alguém que deveria, pelo menos a princípio, manifestar muito o amor, a sinceridade, a sensibilidade e a submissão a seu noivo, que deveria ser Cristo.
Já dentro da Igreja, o arrebatamento fará uma divisória entre os que subirão e os que ficarão.
Esta mulher não é a Igreja perseguida na Grande Tribulação, porque esta última derramará seu próprio sangue, sangue este que a grande meretriz beberá.
Quando se fala de Israel, vemos uma nação que oficialmente rejeitou ao seu Deus, e ao Seu Ungido.
Apoc. 17 começa nos falando que uma certa mulher, vestida de púrpura e escarlata, assentou-se sobre a Besta, e bebia o sangue dos mártires que morreram por causa do nome de Cristo. Ora, esta mulher, ao que se nos mostra a matéria, é alguma parte do povo que deveria ser chamado de povo de Deus, mas que se desviou, pois que estava montada sobre o sistema político-econômico-religioso que servira a Satanás, e cooperará com o Anticristo na perseguição da igreja que restou do arrebatamento, mas que continua fiel ao Senhor, apesar de viver sob dura perseguição e condições de vida.
Esta mulher, por motivos óbvios, não é a mesma de Apoc. 12. Pela sua situação na visão que João teve, só poderemos entender que ela abrigará uma superigreja – herética. Como entender isso? Uma superigreja é aquela que cresceu muito, tornou-se forte, não acha que precisa mais de Deus e nem mais serve a Deus. Pela sua atitude, essa mulher abrigará e ostentará uma superigreja, a qual parecerá que pertence à Igreja de Cristo, mas será uma agente do governo do Anticristo.
Assim como hoje já existem igrejas controladas por governos comunistas, e os seus pastores são agentes governamentais, assim será nos dias da Grande Tribulação.
[Parêntese:]
Em Apoc. 21:2, lemos que João viu uma CIDADE, a Nova Jerusalém, que descia do céu, e “preparada como uma noiva adornada para o seu marido”. No versículo 3, lemos que:
“E ouvi uma grande voz do céu que dizia: – Eis aqui o tabernáculo de Deus, com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus”.
Conclui-se então que a noiva de Cristo também se identifica com uma cidade santa, onde Deus sempre quis coabitar com o seu povo. Deus habitando na Terra com os homens, e falando com estes, face a face, tal qual acontecia no princípio, antes do incidente do pecado no Éden. Um povo santo para habitar uma cidade totalmente santa para Deus. Este foi o Seu plano desde o início da Criação – que os homens se multiplicassem, formassem uma nação santa, e convivessem com Ele em uma cidade santa. Foi isto mesmo que Satanás tentou impedir, e, para tanto, conseguiu cavar uma grande rota de desvio para muitos caírem no desagrado do Senhor, assim como ele mesmo caiu – mas a escatologia nos diz que os intentos de Deus não serão frustrados, e Ele, o Senhor, logrará conseguir aquilo que sempre quis e sonhou, apesar das peripécias de seu inimigo.
Voltando, porém, à mulher que montava na Besta, esta, que deveria cumprir os propósitos divinos e separar-se, guardar-se do mal, para ser uma santa noiva, infelizmente estará comprometida com os poderes das trevas deste mundo. Ela, que deveria ser uma alegria para o coração de Deus, e ser de Deus, será mais um motivo para a ira do Senhor, visto que será dominada por Satanás.
Porisso dizemos que a mulher montada na Besta será, de um lado, a antiigreja, a antítese do povo do Senhor. – Esta mulher vestida de púrpura e escarlata será um povo amaldiçoado e amaldiçoador, que se ufanará de deter os segredos espirituais do universo, mas estará lançando mão dos poderes do mal para se sobrepor e sobressair diante do mundo. Vestida de ricas vestes, adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas, terá à mão “um cálice de ouro transbordante de abominações e com imundícias de sua prostituição. Na sua fronte… escrito um nome: Mistério – a Grande Babilônia, a mãe das prostituições e das abominações da Terra”. (Apoc. 17:4-5). Esta mulher também é figura de uma cidade onde o Anticristo exercerá grande influência, e sobre esta, direta ou indiretamente, ele conseguirá dar as coordenadas, tais como aquelas que serão dadas no seu reino.
Vemos, assim, dupla face nesta mulher: (1) de um lado, ela representa um sistema religioso poluído pelas forças do mal, e (2) de outro lado, um lugar, uma cidade que prosperará muito na economia, no seu comércio exterior, na indústria, na navegação, no seu marketing, a ponto de se tornar um pólo tão desenvolvido nessas áreas, que muitas nações dependerão de seus produtos e de sua prosperidade.
Prostituição! Repisamos outra vez naquele conceito de que a prostituição espiritual é a idolatria. Uma igreja que troca as bênçãos espirituais pelas materiais. Será rica materialmente, cheia de ouro materialmente (porque se terá corrompido pelo vil metal), mas espiritualmente será “desgraçada, miserável, pobre, cega, e nua” (Apoc. 3:17 – tal como a profecia sobre a igreja de Laodicéia).
A simbologia neste quadro é bastante profunda e cheia de detalhes.
Babilônia é o nome de uma cidade que hoje, no chamado Iraque, jaz em ruínas, mas enquanto durou em seu passado, ela foi cheia de esplendor, e o seu governo estava alicerçado em feitiçarias, bruxarias, magia, e uma pseudociência e sabedoria. Foi a responsável pela proliferação dessas práticas detestáveis aos olhos de Deus, em várias partes do mundo de então. A cidade de Pérgamo foi influenciada por estas abominações, e mais tarde, a própria capital do império Romano também, da mesma maneira.
O nome Babilônia, assim, é aplicado para apontar uma outra cidade, a qual terá essas duas qualidades, essas duas facetas da antiga capital da Caldéia.
Não acreditamos que, na atual conjuntura, a ex-cidade, que era cortada pelo rio Eufrates, no Iraque, tão destruída que está, venha a ser muito rapidamente uma cidade do tipo que foi profetizado no livro de Apocalipse. Tornar-se um pólo que enriqueça as nações, que domine o comércio mundial, e se torne uma potência política e econômica não é algo que se possa fazer acontecer da noite para o dia. Isto acontece somente em processos lentos e progressivos. É necessário que se construam muitos edifícios, para se acomodar muita gente e muitos negócios. E nem sempre é uma capital de um país. Uma cidade, ainda que se torne capital de um país, nem sempre é o seu centro econômico, assim como vemos Brasília hoje – centro político, mas que não se compara com outras cidades onde realmente gira o capital da nação brasileira. Washington é bem menor do que Nova Iorque, e assim por diante.
Já o capítulo 18 de Apocalipse nos mostra como acontecerá a queda da Grande Babilônia. Ela será destruída num só dia (Apoc. 18:8), e “em apenas uma hora”(18:17), e isto não acontecerá pelos flagelos derramados por Deus sobre a Terra. Ao que tudo indica, esta cidade, sede das principais religiões do mundo (os chifres da Besta que subiu da Terra), será destruída por ataques fulminantes das forças do Anticristo. Sim, porque “os dez chifres que viste e a Besta, estes odiarão a meretriz, e a farão devastada e despojada, e lhe comerão as carnes e a consumirão no fogo”.(Apoc. 17:16).
É bem possível que esse efeito será causado por um ataque nuclear, ou de bombas biológicas. E isso condiz com o medo que os outros povos terão de se aproximarem dela, devido, provavelmente, à reação que terão diante da radioatividade, ou das doenças que dessa deflagração advirá.
Recomendamos que se leiam os versículos 12 a 23 do capítulo 18, onde se descreve com clareza o estado caótico em que se achará a Grande Babilônia, após a guerra que acabará com esta.
BABILÔNIA… na Terra de Babilônia?
Alguns teólogos admitem que esta cidade poderia ser uma cidade construída no mesmo local da antiga Babilônia da Caldéia. Contudo, devido ao estado caótico em que se encontra esta atualmente, como já comentamos, necessário seria haver um rápido crescimento e convergência do comércio mundial para a mesma – mas isto, por outro lado, não condiz com a profecia de Isaías 47:5, que diz que aquela antiga Babilônia não será mais chamada “rainha dos reinos” e o mesmo Profeta Isaías também escreveu (Is. 47:1) que esta nunca mais será chamada mimosa e delicada. Esta profecia já se cumpriu na íntegra, pois o que restam hoje são apenas ruínas daquela grande cidade de outrora. O ex-ditador do Iraque, Saddam Hussein, tentou reconstruir os jardins suspensos de Babilônia, mas não logrou êxito na sua empreitada – a ex-cidade continua ainda sem ser completada, nua e desabitada.
DUAS BABILÔNIAS?
Muito mais provavelmente a Babilônia espiritual e comercial de Apoc. 17 e 18 deverá ser uma outra metrópole que teria absorvido os ensinos e práticas de magia, bruxaria e feitiçaria, as quais a antiga cidade teria disseminado pelo mundo.
Devido às características espirituais dessa grande Babilônia, que bebeu o sangue de mártires profetas e cristãos, este caminho nos leva a pensar, como muitos eruditos evangélicos que esta seja a antiga Roma, que perseguiu os nossos primeiros irmãos em Cristo da Era Cristã. Contudo, esta posição teológica não fica bem, dentro da descrição da Babilônia Comercial, mormente do Capítulo 18.
Apocalipse 18:17,18 também nos dá a idéia de que a Babilônia aqui descrita será uma metrópole portuária, pois “pilotos, passageiros e marinheiros dos navios, e todos os que ganham a vida no mar ficarão de longe. Ao verem a fumaça do incêndio dela, exclamarão…”
QUE CIDADE SERÁ ESSA?
Como já vimos, a Babilônia espiritual poderia ser tida como um ressurgimento de uma espécie da Roma Imperial, mas a descrição da Babilônia comercial aponta para uma cidade:
- Sede de muita prostituição espiritual (v.3)
- Cheia de glória e luxo (18:7)
- Cidade poderosa (v.9)
- Centro comercial bem diversificado, que negocia com todo tipo de mercadorias (v.11-13)
- Comerciam até corpos e almas de seres humanos. Isto parece referir-se à escravidão em que vivem pessoas viciadas em drogas, prostitutas e homossexuais, além do tráfico de escravos (v.13).
- Estabelecida às margens de um grande rio, ou à orla marítima.
- Inigualável no mundo por sua excelência (v.18).
- Enriqueceu a muitos com o seu comércio exterior (v.18-b)
- Seus empresários comerciantes são os grandes do mundo (v. 23)
- Todas as nações do mundo terão sido seduzidas pelos seus encantamentos (v.23-b)
- Bebeu o cálice do sangue de profetas e santos (v. 24-a)
- Campeã de assassinatos, uma das cidades com alto índice de criminalidade e morticínios do mundo (v. 24-b).
Logicamente que, ao receber esta descrição, João certamente que pensou que fosse Roma, mas vemos que a atual Roma não cumpre todos esses requisitos. Existem muitas cidades hoje, espalhadas pelo mundo, que são muito maiores que a capital italiana, economicamente.
Para que isso se cumprisse sobre a cidade de Roma, esta teria que sofrer um desenvolvimento muito acelerado, ao ponto de desbancar outros grandes centros comerciais do mundo.
Por outro lado, para que a faceta espiritual que cumprisse em alguma outra grande metrópole mundial que pudesse ser encaixada na descrição bíblica da Babilônia comercial, isto também demandaria certo tempo, e um crescente constante e vigoroso da área de feitiçarias, imoralidades, idolatrias, e perseguição aos cristãos – o que não será de todo impossível, quando o Anticristo estiver governando sobre a terra.
Enfim, este é mais um mistério que se desvendará quando tiver chegado a hora, e todo o povo de Deus saberá de que cidade se trata, pois que o mesmo será movido a abandonar tais condições espirituais de vida. “Sai dela, povo meu…”
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