Salmo 114

Como têm sido as suas lembranças do passado?

As pessoas vivem como se não tivessem memória, não aproveitando as lições aprendidas no passado, podendo trazê-las para o presente, a fim de corrigir ou melhorar os resultados.

Param a pensar apenas nos problemas, sem atinarem para o fato de que Deus as abençoou por muitas e muitas vezes.

As questões que surgem neste mundo são muito variadas. Há situações e situações. Mas de um modo geral o que ocorre é que todos somos colocados diante de impasses que necessitam de um socorro, a fim de que problemas sejam razoavelmente resolvidos. Surpreendentemente muitos destes, na realidade, recebem uma intervenção que muda o rumo das coisas, fazendo-nos ver que acontece até o que considerávamos difícil, ou até mesmo impossível, e ficamos livres dessas e daquelas dificuldades. Sentimo-nos aliviados, mas o ocorrido cai no esquecimento, e muitas vezes o beneficiário dessas bênçãos nem se lembra de agradecer a Deus, que permitiu e até fez com que tais benesses fossem trazidas à realidade.

Quando porém surgem outras ocasiões, com outros problemas a serem resolvidos, ficamos por vezes sem ação, pasmados, e não nos lembramos das bênçãos recebidas no passado.

Precisamos nos lembrar de que quando nascemos, alguém cuidou de nós. Estávamos totalmente vulneráveis, mas alguém, como um anjo de Deus, tomou-nos nas mãos, e nos prestou infindos cuidados. Já pensou nisto?

O que foi que você fez para receber tais cuidados? Nada. Apenas nasceu neste mundo e alguém cuidou de você. Diremos que foi o cuidado divino que lhe trouxe até aqui. Estamos vivos, isto é fato, e enquanto vivemos, há esperanças.

Suas condições atuais são difíceis? Olhe para as bênçãos recebidas.

Dificuldades são muito comuns a todos. A diferença entre uns e outros está no grau destas. Alguns, com poucas e outros com muitas. Algumas são mais brandas, e outras, mais severas.

Vc já pensou que tremendo problema atingiu o povo hebreu que, tendo saído do Egito, viu-se em uma praia à beira do Mar Vermelho? Foi quando o Faraó, o pivô da opressão que os escravizara durante penosos anos a fio, com muita fúria estava vindo ao encontro deles, a fim de matar a alguns e levar cativos outros tantos, mas com a firme convicção de que ele teria poderes de um deus, capaz de enfrentar e até desafiar ao Senhor Yaweh, que lhe mostrava poder para infringir dez pesadas pragas sobre a terra egípcia.

Não havia para onde fugir: montes altos de todos os lados, e aquela praia mal podia conter aqueles dois milhões de pessoas apavoradas com a situação. A lógica humana lhes dizia: – “Estamos perdidos! Ai de nós! O castigo está vindo a cavalos”.

A lógica divina disse a Moisés: – “….Diga ao povo que marchem. E tu, levanta o teu bordão e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco.” (Êxodo 14:15,16)

O Salmo 114 é um registro do legado histórico da vida dos hebreus com seu Deus Yaweh, que aponta não somente a este episódio, como também outros que marcaram as mentes e os espíritos dos que os presenciaram. Tão grandes foram os livramentos recebidos, que estes não poderiam ser esquecidos. Por isto é que o salmista os descreve, exultante:

“O mar viu isso e fugiu; o Jordão tornou atrás”. (Salmo 114:3)

Um outro fato marcante é referido com relação ao monte Sinai, que tremeu sob os pés de Yaweh:

“Os montes saltaram como carneiros, e as colinas como cordeiros do rebanho”. (verso 4)

O salmista então encena uma “conversa” com as águas do mar e do rio Jordão; e entra também em outros detalhes históricos que impactaram o povo.

Quando o monte Sinai recebeu a visita do Senhor Yaweh, aquele monte estremeceu vigorosamente, e com o mesmo, os pequenos montes que o cercavam.

No deserto os hebreus tiveram que colocar-se sujeitos a experiências que os desafiaram, uma vez colocadas em seus caminhos, a fim de que a fé lhes valesse diante de circunstâncias extremamente difíceis… difíceis, sim, mas não impossíveis para Yaweh. Era assim que eles tiveram que aprender.

Água potável era muito preciosa ali, pois o deserto apresentou-lhes quilômetros e quilômetros sem uma fonte ou um poço de água à vista. Eles tiveram que confiar nAquele que os livrou da escravidão, mesmo em situações nas quais os recursos disponíveis a nível humano lhes seriam nulos.

Em uma análise fria, era questão de pegar ou largar. Os que quiseram largar tudo e voltar para o Egito, confiados nas safras de melões, alhos, cebolas, pepinos e outros víveres (Números 11:5), e deixaram de aceitar os desafios da conquista da Terra Prometida (Números 14:1-15), aqueles renegados não viveram para desfrutar das providências de Deus em Canaã, e nem tampouco lograram voltar à escravidão egípcia, pois morreram ali, pelas serpentes do deserto, pelo fogo, pela peste e pela terra que os engoliu.

A mão de Deus, entretanto, nunca foi mirrada, e nem encolhida para fazer maravilhas naquelas condições onde o homem só via a morte à sua frente.

Coisas estranhas, muito estranhas, aconteceram durante aquela peregrinação. A ordem natural dos elementos materiais foi momentaneamente alterada, para espanto e surpresa de muitos.

Moisés estendeu a mão e o seu bordão para o mar Vermelho, e as águas foram divididas, quais muros à direita e à esquerda do corredor que se abriu para o povo de Deus passar.

O salmista usa de uma pergunta retórica, quase irônica, falando com o mar:

“Que tens, ó mar, que assim foges?” (Salmo 114:5)

Falou também aos montes que pululavam naquele tremor de terra:

“Montes, por que saltais como carneiros? E vós, colinas, como cordeiros do rebanho?” (verso 6)

Até rochas do árido deserto se abriram, e forneceram água como rios, para aqueles dois milhões de pessoas recém libertas da escravidão.

Estas perguntas nos fazem ver bem o que foi que aconteceu, contrastando com o que naturalmente aconteceria, não fosse a mão de Deus.

O que foi então que aconteceu? O que houve? O sobrenatural surgiu de onde?

A causa primária foi que Deus, inconformado com aquele estado de alma nos homens, os quais não tinham esperança alguma neste mundo, despojados de tudo, como escravos do pecado, para que pudessem ter a chance de receber a vida mais abundante, a vida que vale a pena ser vivida, vida que lhes era totalmente desconhecida, e, aproximados do Único Deus Verdadeiro, pudessem conhecê-Lo, e ficarem deslumbrados.

Conhecer a Deus é, pois, sabermos que Ele é o Eterno, que vive para sempre, Todo-Poderoso, que detém nas mãos as chaves que abriram o mar Vermelho e o rio Jordão, e a rocha que fez água brotar no deserto, e podem abri-los a qualquer momento que Lhe seja aprazível, para nos dar livramento da morte, o escape oportuno, e todas as condições necessárias para vivermos debaixo da Sua Graça.

Ele é o Deus do impossível. Nada foge ao Seu controle, pois sabe de tudo quanto se passa conosco, em todas as situações de nossas vidas.

Ele conhece os nossos problemas, e tem a solução para cada um deles.

Vc pode então perguntar: – Então por que não traz logo esta bênção que nos faria mais aliviados e ficaríamos felizes?

Às vezes nos sentimos sós e que tudo depende apenas de nossos esforços nesta vida.

Acontece que Ele não nos quer como sós, mas para que Ele esteja ao nosso lado, precisamos aceitar as Suas condições.

Ele está pronto a estender a Sua mão para nós, mas precisamos entender que foi Ele quem agiu, pois isto significa termos um relacionamento de mútua comunhão, o que exige cultivarmos, expressando sempre a nossa gratidão a Ele que é fiel a nós, e nós devemos ser fieis a Ele.

O povo no deserto teve que aprender a cultivar esse relacionamento, e percebeu a atuação de Deus a cada problema e a cada necessidade que surgia.

Vc quer cultivar esse relacionamento com Ele? Conheça-O com o coração bem disposto a agradá-Lo. Tenha sempre um coração grato, por tudo que Ele fez, faz e fará por sua vida. Certamente que Ele quererá nos mudar em algumas coisas pois não tolera o pecado, que tão de perto nos assedia.

Saiba que Ele enviou o Seu Filho a este mundo para salvá-lo, e isto inclui você e eu, e todos quantos creiam e decidam segui-Lo.

Saiba mais sobre Jesus, o Cristo, que morreu em uma cruz, a fim de que tenhamos acesso à presença do Pai.

Ore a Deus, fazendo menção do Nome de Jesus. Viva sempre orando. Ele vai lhe responder e corresponder com você constantemente. Então você conhecerá quem é Ele, o Deus dos impossíveis, doador de toda boa dádiva para os Seus.

Deus o abençoe.