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SALMOS – LXII – ÂNIMO E DESTEMOR, PRESENTES DE DEUS

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enero 13, 2022 by Bortolato

Salmo 62

Presentes de Deus para você. Qual a condição? Os pré-requisitos?

Vamos traduzir o primeiro versículo deste Salmo 62 literalmente, de acordo com o original hebraico, e então teremos as seguintes palavras iniciais:

Somente para Deus é o silêncio da minha alma”.

Algumas traduções omitem o termo que se traduz por “somente”.

Uma tradução fiel ao texto original entretanto enfatiza bem a palavra “somente”. A Bíblia Viva também o faz assim:

Deus é a minha única esperança; nEle eu confio e fico tranquilo, porque dEle vem a minha salvação”

Continuando pelo versículo 2, lemos: “Somente Ele é a rocha que me salva…”

Consultada também a Bíblia na Linguagem de Hoje, e vimos como fica:

O meu coração descansa somente em Deus; é dele que vem a minha salvação”

E o segundo versículo ressalta ainda mais o advérbio em foco:

Só Ele me defende e me salva. Ele é o meu protetor e eu nunca serei derrotado”.

Nota-se uma segurança muito firme da parte do salmista. E isto não foi uma declaração autossugestiva, algum tipo de afirmação para si mesmo, apenas para se reassegurar daquilo que lhe pedia o coração. Não. Davi sabia quando recebia de Deus uma promessa, mediante palavras inspiradas pelo Espírito Santo, e quando isso acontecia, logo escrevia e procurava adaptar a poesia a uma melodia já pronta e conhecida ou mesmo a uma repentista, pois ele estava muito bem ciente de que poderia confiar sem sombra de dúvidas.

Essas palavras fluíram do Céu para inspirar e consolar a um homem que sofreu muitas perseguições em sua vida. Este foi o rei Davi. Pastor de ovelhas, pajem de armas do rei Saul, guerreiro, músico, compositor, autor da letra de vários Salmos, cantor sacro, um homem ungido por Deus.

Portador de um admirável currículo espiritual, porém o que mais o ajudou em meio às suas lutas foi uma íntima comunhão com o seu Senhor Yaweh. Davi era, acima de tudo, um servo de Deus e adorador, que ocupou os encargos que lhe foram dados pela mão divina, cultivando essa relação de cumplicidade com seu Senhor com muito amor em seu coração.

Passando por maus pedaços em sua vida, em dado momento, depois de haver sido coroado sobre todo o Israel, ele teve que suportar a falsidade e a fúria de seu próprio filho Absalão, que chegou a procurar a morte do rei seu pai. Desolador, não? Quem suportaria um filho tão ingrato e mau, depois dessa tentativa parricida?

Há momentos na vida em que não conseguimos encontrar consoladores, ao nos voltarmos para todos os lados. Aliás quando os encontramos, estes raros espécimes, na sua tentativa de nos confortar interiormente, podem usar de mentiras (brancas ou cor-de-rosa), como que colocando panos quentes sobre as feridas, que continuariam abertas por debaixo, o que não resolveria a situação, além de ser uma tentativa de engano, ainda que bem-intencionado.

Como você se sentiria se visse que amigos, e até familiares usassem de falsidade e, mentindo, estariam sorrindo pela na sua frente, mas por detrás, o estariam amaldiçoando? Dependendo do grau de intimidade que tivéssemos, isto representaria uma grande desilusão. Em uma relação entre pai e filho, algo desse tipo poderia quebrar o coração de qualquer um.

O rei Davi, porém, não se sentiu sem ninguém do seu lado. Não estamos falando de homens. Embora Deus seja invisível aos nossos olhos, Ele Se faz sentir presente me momentos tais como esse.

Nutrindo uma fé ardente em seu coração, Davi pôde perceber que o seu Salvador era presente, principalmente naqueles momentos mais tenebrosos de sua vida. Isto é de uma preciosidade que não tem tamanho.

Passamos por lutas e batalhas nesta vida, mas nesses momentos mais cruciantes a janela da fé se abre com mais facilidade para ver a mão do Todo-Poderoso em nosso favor. Felizes os que têm essa janela aberta para Deus, pois ao sentirem que o Senhor os está visitando, não ficam apenas na janela, mas abrem também a porta dos seus corações. É quando então a presença do Senhor enche-lhes o recinto de luz. Até dentro de uma lúgubre cela de prisão, esta poderá ficar toda iluminada, pois onde Deus está, não existe mal que Lhe possa resistir.

Nós, seres humanos, somos todos semelhantes a fracas paredes, que poderão cair facilmente, mas aconteça o que acontecer, quem tem o Senhor como seu Guia e Protetor não deve temer, porque Ele é o nosso alicerce, nossa rocha, e o esteio reforçado que nos segura.

Veja-se o rei Davi: qual foi a sua reação nessas circunstâncias? Leiamos os versos 6 e 7 deste Salmo 62:

A minha vitória e a minha honra vêm somente de Deus; Ele é a minha Rocha segura, meu Refúgio. Ó meu povo, confie nEle sempre, derrame o coração diante dEle, pois Deus é o nosso abrigo.”

A casa caiu? O seu sol se escureceu? A sua fonte secou? Confie nEle. Deus é o verdadeiro Sol da Justiça, luz que nunca se apagará. Ele iluminará a sua vida. Ele o acolherá.

Está vivendo um tempo em que lhe é difícil sorrir e cantar? Vamos então dizer algo que nem todos irão entender bem, mas coloque isto em seu espírito: –

A fé no Senhor é aquela ação que lhe colocará em um nível tal de firmeza e segurança, que Vc se sentirá alicerçado sobre uma rocha (verso 6). Ventos e tempestades poderão vir, mas quem constrói sua vida no Senhor, embora tenha que ouvir os uivos dos ventos contrários como uivos de lobo, a sua casa não ruirá.

Quando as tempestades surgirem, a sua casa não permitirá que Vc seja atingido. Ventos, procelas, saraivas, ou até mesmo furacões apenas farão muito barulho, pois Vc. estará protegido, não por força ou eficácia sua, mas pela mão poderosa dAquele que ama a sua alma e tem prazer em tê-lo como amigo e companheiro solidário.

Neste mundo podemos ser atacados, mas tendo o Senhor por nosso fiel Companheiro de jornadas, veremos como Ele é preciso em Suas ações, oportunamente poderoso e forte, que vive surpreendendo aos que O temem e abatendo aos que não O respeitam.

Os seres humanos são muitas vezes presunçosos. Alguns chegam a ser arrogantes. Julgam-se mais fortes do que o ferro, mas essa visão acerca de si mesmos é enganosa. Pensam alguns que poderão sobressair-se, pisando sobre as cabeças dos que atravessam seus caminhos, mas afinal, diante do Supremo Juiz desta Terra, nada são. Quando muito, são como talos de bambu, que são cortados com um golpe só de uma foice afiada.

Diz o Salmista que estes são como um sopro; colocados em balança, não pesam nada. São mais leves do que o ar (verso 9).

Os mais eficientes caem, e quanto maiores são, maior é a sua queda. Alguns até apelam para a violência, ou para o roubo (v.10), mas não percebem que as riquezas deste mundo se acabam, desaparecem de um momento para outro. Quem coloca muito peso e atribui grande valor sobre os bens materiais, também acabará e desaparecerá, juntamente com estes.

Davi, diferentemente dos arrogantes, usa uma escala de juízos de valores que repousa a base sobre a Palavra de Deus, e descobre que nela há uma pilastra por trás de uma cortina de fumaça; uma coluna, na verdade. Um baluarte escondido aos olhos de alguns, mas que os justos a veem, observam-na e a traduzem na seguinte frase:

O poder pertence a Deus!”

O poder a Deus pertence!”

Estas palavras parecem ser tão conhecidas, mas é preciso parar para pensar nisto mais detidamente. Davi as ouviu, ditas pelo próprio Deus de Israel. E não era de se espantar, pois a Bíblia as corrobora constantemente. Basta lê-la na sua inteireza, para constatá-lo. Vejamos apenas alguns exemplos:

1 – Faraó pensava que ele seria forte o suficiente para oprimir o povo hebreu. Assim, ele resistiu a Yaweh, ao ponto de chegar a armar um exército e marchar para o Mar Vermelho, com vistas a vingar-se da morte de seu filho primogênito, e despejar sua fúria sobre aquele povo a quem Deus libertou da escravidão. Ledo engano. Perdeu todo aquele exército impressionante, afogado nas águas daquele mar. Teve que aprender a lição a duras penas. O poder a Deus pertence.

Mais tarde, quando os israelitas estavam invadindo Canaã e apossando-se daquelas terras através do ministério profético de Josué, o Egito não se atreveu a sequer tentar ajudar aos povos cananitas, ainda que muito lhe solicitaram e até imploraram (fato descrito nas cartas de Tel-El-Amarna, escritas entre 1400 a 1360 A.C.)

2 – Golias também pensou que teria o know how suficientemente forte para desafiar a qualquer soldado israelita que fosse, e chegou até a amaldiçoar a Davi pelos seus deuses. Sua suposição era decerto que o seu deus, aliado à sua estatura, força e experiência, dariam conta de Israel e do Deus de Israel. Davi bem falou ao filisteu que Yaweh salva, não com espada e nem com lança, porque do Senhor é a guerra (I Samuel 17:10, 45, 47). Aquele filisteu pagou pela sua arrogância com a própria vida (cerca de 1017 A.C.). Ficou comprovado assim, mais uma vez, que o poder pertence a Deus.

3 – Nabucodonozor, rei da Babilônia, em c. 570 A.C. também pensou que ele era o tal que havia conquistado o mundo de sua época, pois seus exércitos haviam liquidado a vida de milhares e centenas. Fez grandes obras em sua cidade, e enriqueceu-se sobremaneira, de modo a julgar-se possuidor da força e do poder que havia alcançado glórias e magnificência (Daniel 4:30-35). Achava que era ele quem deveria decidir sobre quem deveria morrer ou viver. Seu ego inchou-se muito, ao ponto de cair no desagrado diante de Deus. Recebeu uma muito dura lição, na qual entendeu que o poder pertence a Deus, e passou a glorificar ao Deus do Céu, que pode humilhar a quem quer que se fundamente na soberba.

4 – Inúmeros exemplos poderíamos oferecer através da História de Israel, através da qual Deus se manifestou de muitas e de diversas maneiras: a morte do exército de Senaqueribe, rei da Assírira, em 701 A.C.; a vitória de Davi sobre Hanum, rei de Amon, e Hadadezer, da Síria, juntamente com os reis da Mesopotâmia, em cerca de 990 A.C.; a execução de Hamã, ministro do rei Assuero da Pérsia, que queria a extinção dos judeus em 473 A.C.; a morte de Belsazar e queda de Babilônia em 12/10/539 A.C.; a morte do rei Herodes Agripa em 44 D.C.(Atos 12:21-24), entre tantos outros exemplos.

E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi e de Samuel, e dos profetas(Hebreus 11:12).

Davi, o mavioso salmista de Israel, não poderia deixar de contar as obras que o Senhor tem feito. Ele mesmo disse ter ouvido por duas vezes, que o poder pertence a Deus.

Certa vez Pilatos disse a Jesus:

  • Não me falas a mim? Não sabes Tu que tenho poder para Te crucificar e tenho poder para Te soltar?” (João 19:10)

Respondeu Jesus:

  • Nenhum poder terias contra mim, se de Cima não te fosse dado…”

Desde esse diálogo, Pilatos procurou soltá-Lo, mas os judeus pressionaram, ameaçando delatá-lo a César. Pilatos, temendo assim haver um levante contra si, e más línguas chegarem a Roma, acabou por fazer a escolha pretendida pelos judeus.

Não sabemos o que aconteceria a Pilatos se ele soltasse a Jesus naquela Páscoa, mas sabemos que depois daquela terrível decisão, segundo as tradições, ele foi deposto do seu cargo de procurador da Judéia, e voltou a Roma para ser julgado por seus crimes, banido para Vilena, da Gália, onde veio a suicidar-se (conforme Eusébio, em Hist. 2.7). A Deus pertence o poder.

Jesus morreu, sim, mas não foi a cruz a única opção de caminhos de que disponha na ocasião. Ele poderia ter renunciado àquele tipo de morte, mas não quis assim. Ele pensou em mim, e também no(na) dileto (a) leitor(a), e enfrentou aquele suplício em nosso lugar. Deus o quis que assim fosse por amor e misericórdia dos pecadores, e Jesus, Seu Filho Unigênito, concordou, contrariando até ao seu próprio instinto de sobrevivência. A sentença que Ele assumiu diante do Pai em nosso lugar era destinada a todos os pecadores, o que era determinado pela Lei do Senhor, mas Cristo foi até o fim por amor às nossas almas.

O mais espantoso nessa decisão de Jesus é que Ele bebeu do cálice da morte no Jardim do Getsêmani, mesmo sabendo que nem todos os que pecaram aproveitariam o Seu feito salvador. Quando ainda moribundo, pendurado no madeiro, os dois ladrões que o ladeavam são as duas figuras representativas dos dois tipos de pecadores, perante o Messias: um deles, descrente, apenas zombava de Cristo, enquanto que o outro, chamado de Dimas, reconheceu estar diante de uma última oportunidade que Deus lhe estava dando, de suplicar pela intercessão do Mestre quanto ao destino de sua alma – e foi logo recompensado com estas palavras:

  • Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”. (Lucas 23:43)

Isto significa que cada ser humano também terá que tomar sua decisão quanto ao ato salvador de Jesus, deparando-se com a cruz: crer, ou descrer, aceitar ou não, acatar ou não, receber ou não e aproveitar ou não o sacrifício vicário que Deus ali lhe oferece.

Qual será a sua decisão? Dela dependerá o destino de sua alma.

O amor de Deus enviou o Seu único Filho para chegar a este ponto crítico, no Calvário, onde chegou, a fim de que possamos ser salvos pela vida de Cristo, que foi deposta assim para nos substituir no julgamento sobre nossos pecados, como o nosso Representante legal.

Aceita? Ou rejeita? Pensa em ignorar? Ou em adiar esta decisão? Lembre-se de que os nossos dias sobre esta Terra são passageiros, e ninguém sabe quando será o dia de sua partida desta para a outra. Tudo pode acontecer de repente. Sábio é quem não deixa para amanhã o que pode fazer hoje.

Faça isto agora, e agarre esta salvação que nos leva para a ventura eterna, escapando da destruição eterna. Não falte em dar a sua resposta positiva para Jesus. Uma omissão neste sentido é desastrosa para quem assim se mostra diante da Cruz.

Faça agora, e tome a decisão correta. Jesus hoje está lhe esperando, de braços abertos. Deus o(a) abençoe.


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