VIII – I CRÔNICAS – A EXALTAÇÃO DOS HUMILDES
Comentarios desactivados en VIII – I CRÔNICAS – A EXALTAÇÃO DOS HUMILDESfebrero 18, 2019 by Bortolato
VIII – I CRÔNICAS – A EXALTAÇÃO DOS HUMILDES
Aos fortes, aos ricos, e aos eminentes é costume dar-lhes todo o respeito, valor e louvor.
É de praxe geral que as pessoas mantenham uma escala de valores que tende a honrar aos que já têm certa proeminência.
Honram-se aos que são mais ricos, os que detêm o maior poder nas mãos, aos que se impõem pela força, aos bonitos e promissores.
A escala de valores de Deus, porém, é muito diferente. Diríamos até que é quase perfeita e proporcionalmente o inverso.
Basta vermos a grande bênção que está prometida oas que nada são neste planeta:
“Bem-aventurados os pobres (humildes) de espírito, porque deles é o Reino do Céu”.(Mat.5:3)
É a primeira promessa que Jesus deixou aos que O ouviram pregando o Sermão da Montanha, e a nós também, porque podemos lê-la no Evangelho de Mateus, 5:3.
Não é um pensamento bem diferente desses que comumente percebemos neste mundo?
E mais:
“Aquele que se humilha será exaltado… e aquele que se exaltar será humilhado” (Lucas 14:11)
Quem promete isto? De quem proveio esta palavra? Pois foi Deus mesmo que o prometeu, através do Senhor Jesus Cristo.
É muito comum encontrarmos pessoas orgulhosas e arrogantes, que abrem a boca para falar maliciosamente, que fazem planos impiedosos para se enriquecerem, aumentar riquezas e fazem até uso de violência como meio de alcançarem seus alvos, como se Deus não os ouvisse e nem os visse.
Como a maioria das pessoas não se importam com a ética, estas constituem um povo que se ajunta ao redor de outros que são tais e quais eles são, dentro de um processo de mútua identificação e cumplicidade.
O salmista Asafe visualizou esta situação, e quase chegou a convencer-se de que os perversos sempre restariam como vencedores e sempre bem sucedidos nas suas obras (conf. Salmo 73) – mas antes de chegar a dizer o “sim” para este mau pensamento que lhe chegara à mente tão rápido e sutil como uma seta disparada sem saber de onde veio, sem dar tempo de ponderação e de julgamento; mas ainda que um tanto atrasado, ele pôde rebatê-lo, porque a sua cabeça estava protegida com o capacete salvador de Deus.
Então Asafe, com o coração pesaroso por ter de conviver com tais pessoas más tão de perto, teve um feliz discernimento quando entrou no Santuário de Deus. Asafe era um dos descendentes de Levi; ele era, pois, um levita, compositor de salmos cantados, profeta vidente e músico da época do reino de Davi.
Ao adentrar no Santuário, logo ali, em sua primeira dependência de entrada no Tabernáculo, onde ele pôde ver o castiçal com suas lâmpadas acesas, a mesa dos pães da proposição, e o véu da separação com a sala denominada de “Santo dos Santos”, que o fez lembrar-se de um dia denominado de “Dia Nacional da Expiação”, em que o sacerdote tomou do incensário, e, agachado e engatinhando, foi entrando naquele Lugar Santíssimo, para usufruir do raro privilégio de encontrar-se diante do Senhor Deus dos Exércitos… O Criador do céu e da Terra, o Grande EU SOU que libertou o seu povo da escravidão do Egito, que ama ao Seu povo de forma incomensurável… E o que ele sentiu, não pôde descrever, tamanha a felicidade que ali encontrou. Era uma alegria indizível, dada pelo Deus Eterno, que promete abençoar a todos os Seus, e isso eternamente…
Pois é, Deus é eterno, e eterna a Sua bondade e misericórdia para com os que O temem e O adoram.
Asafe deixou fora do Templo, da Casa de Deus, todo o amargor causado pelo curto convívio mantido junto aos maus, porque ele sentiu de perto, ali, a Presença do Deus Verdadeiro, Justo Juiz, o qual tem nas mãos a balança da Justiça, e o destino de cada ser que respira sobre a face da Terra.
Ele pôde sentir que o Senhor é quem o toma pela mão e o conduz à eterna glória. Quando o seu corpo tivesse de falecer, ele seria recebido na glória, herdando uma vida muito melhor do que esta que testemunhamos aqui nesta Terra, e indo para onde nenhum homem de coração impuro logrará adentrar.
Asafe, como já vimos, foi contemporâneo do rei Davi e pôde também tomar conhecimento da maneira como Deus tomou um homem que era um humilde pastor de ovelhas e o fez exaltado como um próspero, vitorioso e cheio de glórias rei de Israel.
Um dia, depois de ter vencido inúmeras batalhas, pois que o seu povo estivera cercado de nações inimigas que o odiavam, Davi pôde parar para construir um palácio onde se assentou para reinar e uma casa própria, onde passou a morar com folga para si e para os seus.
Eram chegados os tempos de usufruir de um novo lar, com um pouco de descanso que Deus lhe proporcionara, e então, podendo dar-se ao luxo de sentar-se e meditar sobre tantas bênçãos, algo veio à ideia desse rei, o que passamos a comentar, baseados no texto bíblico de I Crônicas, capítulo 17.
Davi pôde fazer uma resenha, detendo-se em vários pontos em que sua memória lhe apontava. Ele se deleitara nisso, e com toda a razão. Vários prodígios aconteceram, e vitórias impossíveis se realizaram, deixando para trás um caminho cheio das marcas do amor de Yaweh por sua vida, e pela vida do seu povo. O Senhor dos Exércitos estava sempre em destaque, livrando-o de seus inimigos, desde o dia em que conseguiu matar um leão e um urso, até o seu acesso ao trono de Israel, em um período um pouco maior que dez anos. Foi uma ascensão fenomenal, uma subida como a de um foguete, elevando-o a uma confortável posição de glória.
Ele gozava enfim do privilégio de coparticipar do cetro com o verdadeiro Rei de Israel: o Senhor Yaweh!
Em meio a tantas boas lembranças, em dado momento, Davi parou, como que tendo recebido um repentino insight que o fez despertar para o fato que as constantes guerras o mantiveram em stand by, ao ponto de não percebê-lo antes.
Davi pôde ver que estava morando em uma casa muito boa, que lhe causava prazer até em dando uma simples olhadela por dentro ou por fora, mas… A gloriosa Presença de Yaweh ainda estava habitando em uma Tenda, onde se guardava a Arca da Aliança.
Aquilo foi como que dar-se contas de que cometera uma grande injustiça.
Ele ficou incomodado com isto. Como poderia ele se conformar em morar em um palácio espaçoso e todo enfeitado, enquanto Deus, o Único Verdadeiro, o Único digno de toda honra e glória, estava em uma tenda?
Em dado momento, encontrada a ocasião própria para falar a respeito disso, tendo à sua frente o profeta Natã, expôs-lhe a sua preocupação.
O profeta, ouvindo-o, achou que o rei tinha em mente um nobre motivo, e portanto, de início, deu-lhe todo o seu apoio, e assim ficaram as coisas até que Natã foi para a sua casa.
Naquela mesma noite (17:3) o Senhor enviou a Sua Palavra para o Seu profeta, a fim de que este a repassasse ao rei.
O Senhor falou que não havia pedido a ninguém que lhe edificassem casa de cedros.
Ora, afinal, Ele é o Criador de todo o Universo, o qual cabe facilmente na palma de Suas mãos. A Sua santa morada na verdade não se limita a lugar algum desta Terra. Como querer confiná-lo a uma casa? Impossível! Ele mora aonde bem deseja, Soberano, e ninguém há que O impeça.
A Tenda da Aliança, onde estava a Arca, de onde Ele escolhera para falar com Seus profetas e sacerdotes, era o lugar que Ele mesmo havia determinado como de Sua preferência, Tenda ungida e preparada segundo as instruções que Ele próprio dera a Moisés.
Davi precisava então saber, ou melhor, ser lembrado de algumas coisas – que a grandeza e a força do Senhor que concedera, como segue:
a) matar um leão e um urso, quando ainda era um simples pastor de ovelhas;
b) levantá-lo do anonimato e de uma classe plebeia e fazê-lo príncipe do povo de Deus;
c)fazê-lo vencedor sobre os seus inimigos;
d)conceder paz ao Seu povo, após muitas batalhas;
Não foi a força humana, nem o povo, nem a amizade de Jônatas, nem a capacidade mental, nem a habilidade para guerrear que proporcionaram a Davi aquele momento faustoso. Em vez disso tudo, o Senhor foi bastante claro: ( I Crônicas, 17:7-8)
“Tomei-te da malhada e de detrás das ovelhas para que fosses príncipe sobre o meu povo Israel. E fui contigo po onde quer que andaste, eliminei os inimigos diante de ti, e fiz grande o teu nome como só os grandes têm na Terra…”
De fato, o reino de Davi estendeu-se desde o rio do Egito até a Mesopotâmia, fazendo de tributários todos os seus reinos vizinhos.
Isto significa que Deus fez de Davi um verdadeiro Imperador daquela região do globo terrestre (um coimperador, para ser mais exato), em extensão comparável às de Nabucodonozor, Ciro, Alexandre o Grande, e outros que deixaram seus nomes escritos na Histório Universal.
Deus honrou muito ao homem Davi, elevando-o sobremaneira – o que poderia ter acontecido a Saul, seu antecessor, mas Deus proferiu a Davi, o humilde pastor de ovelhas de Belém.
Se atentarmos bem para a História de Israel, o Senhor, por inúmeras vezes rebaixou os grandes e elevou os pequeninos.
Só para trazer à memória, citamos alguns casos de pessoas dos que viveram momentos assim, trazendo-lhes da exaltação a uma condição mais humilde:
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De Roboão, que quis oprimir ao povo com pesados tributos, Ele retirou do domínio de suas mãos dez tribos, e lhe fez restarem apenas duas.
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A Saul, Ele simplesmente reduziu a descendência a um aleijão, incapaz de tomar o cetro real em suas mãos.
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À descendência de Acabe Ele exterminou.
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Amazias desafiou a Jeoás, rei de Israel Norte e foi muito humilhado com uma vergonhosa derrota.
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Uzias quis exaltar-se como se fora rei e sacerdote ao mesmo tempo, e foi atacado instantaneamente por lepra que o excluiu do convívio dos seus até a sua morte.
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A Senaqueribe, rei da Assíria, aniquilou o seu exército de 185.000 em uma só noite, sem levantar uma só lança ou espada.
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A Golias, que dasafiou a Israel e ao próprio Senhor Yaweh, ostentando ser o representante dos deuses filisteus, Ele fez tombar com uma só pedrada, a última de sua vida.
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A Faraó, que desafiou o poder de Deus, Ele enviou dez pragas, matou o seu primogênito e afogou o seu exército nas águas do Mar Vermelho.
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A Nabucodonozor, que ufanou-se de ser o imperador da Grande Babilônia, a qual ele edificara, Deus retirou-lhe o bom juízo e fê-lo pastar a erva do campo como se fora um animal.
MAS ELE HONROU A:
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Daniel, a José, a Mardoqueu para serem primeiros ministros em terras estrangeiras, a estes que dantes haviam chegado ali como cativos;
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Zaqueu, o publicano, que teve de subir em uma árvore, devido à sua baixa estatura, só para poder ver a Jesus, e obteve a graça de receber ao Senhor dentro de sua casa.
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Jesus, que, sendo Ele a imagem gloriosa do Único Deus, suportou ser humilhado como se fora um malfeitor, ao assumir a forma humana, submetendo-se voluntariamente até a ser crucificado ao lado de dois criminosos, e morrer sofrendo muito em nosso lugar.
Por isso Deus Lhe deu um nome acima de todo o nome que há nesta Terra, e em Seu Nome dobram-se joelhos no Céu, na Terra e debaixo da Terra, para confessá-Lo como o Senhor, elevando a glória de Deus o Pai.
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No final dos tempos Jesus então voltará para reinar como o Grande Rei dos Reis sobre a Terra, juntamente com os Seus.
Jesus não recebeu as merecidas honras que Lhe eram devidas desde que veio a este mundo. Até para nascer, não pôde achar um lugar para tal, senão em uma estrebaria. Seus pais terrenos tiveram que fugir para o Egito a fim de escaparem de um extermínio ordenado por um dos Seus perseguidores, Herodes o grande.
Veja o tamanho deste Universo sideral. Estamos vivendo em um planeta que mais se parece com uma pulga, perto de estrelas de primeira grandeza, dentre as muitas que compõem a Via Láctea – e esta é apenas uma dos milhares e milhões de galáxias que nem podemos vê-las, tão distantes estão da Terra. Olhe então para o céu, em uma noite sem nuvens e sem as luzes da cidade, e tente contar os luzeiros que lá dispontam, se puder, e não perder a conta.
Diz a Bíblia que Jesus é o Criador deste grande espaço e dos astros que iluminam as noites, e também do Sol, que nos ilumina durante os dias (Colossenses 1:16, 17), e apesar desta Sua condição tão singular, ultraexcepcional, de extrema exaltação, Ele deixou tudo para vir a esta pequeno mundo, a fim de humilhar-se tanto para ser o nosso, seu e meu Salvador.
Morreu sofrendo terrivelmente, só para nos livrar da sentença que está preparada para todos os pecadores, que se afastaram de Deus, mas não ficou no túmulo, porque o Espírito do Senhor O ressuscitou, e Ele está vivo hoje, de braços abertos esperando por você e por mim.
Um detalhe importante, porém, precisamos desvendar: Ele veio para os Seus, para tudo quanto era Seu, mas os Seus não O receberam, tanto que até o mataram em uma cruz, mas… – este mas é mais importante do que a nossa própria vida nesta Terra – a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, com todos os direitos à vida eterna, e usufruirem de grandes bênçãos na Sua presença.
Precisamos receber Jesus em nossos corações, assim como uma criança confia nas providências de seu pai para a sua vida.
Ter a Jesus dentro de nossas almas é o maior presente que poderíamos receber em toda a nossa existência. É também porque, ao tê-Lo conosco, de quebra receberemos também o passaporte de cidadãos do Reino do Céu, onde poderemos viver a vida em seu mais gratificante sentido.
Assim como este planeta se torna de tamanho insignificante diante do Espaço e das Galáxias por Ele criadas, assim também esta vida terrena se torna, diante da imensidão da eternidade, em importância real.
Precisamos buscá-Lo a cada dia, convidá-Lo a participar de nossas coisas, orando sempre, e vigiando para que ninguém e nem nada nos atraia mais do que Jesus, e nem nos faça sair de Seu caminho.
Oremos a Deus:
– Senhor, reconheço que Tu és muito, muito, muito grande mesmo, e que nós não passamos de seres desprezíveis e inúteis, se não tivermos a Tua doçura e maravilhosa presença conosco nesta caminhada. É uma honra mais do que tremenda poder compartilhar nossa vida Contigo.
Peço-Te que, pelo poder do sangue de Jesus, Teu Filho, meus pecados sejam lavados, expurgados de minha alma, e sejam lançados no fundo do mar, de onde nunca mais tenham o condão de exercer qualquer influência sobre mim, e nem sequer sejam mais lembrados.
Queiras Tu inscrever o meu nome do Livro da Vida, pois dependo inteiramente da Tua graça, e se longe de Ti eu estiver, nem poderei imaginar que desatino e desperdício seria.
Dá-me por favor a Tua doce comunhão, ensina-me como viver da maneira que Te agrade, porque és Tu que me acalentas, me consolas, plenamente me satisfazes, e então serei a mais feliz das Tuas criaturas para Te louvar por todo o sempre.
Peço a Ti, ó Pai, em nome do Senhor Jesus. Amém.
Então receba-O agora!
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