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TEMPLOS AMBULANTES

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marzo 20, 2019 by Bortolato

Quão misterioso é este nosso corpo físico, que se liga com o nosso espírito. E como é sutil essa ligação, um vínculo mui volátil, que de repente pode desprender-se, e a alma que nele está, voa para lugares jamais visto antes! V. já andou meditando a respeito disso?

Os materialistas querem negá-lo, mas repare bem: quando você sonha durante o seu descanso, você brinca, você chora, você lamenta, ora você jubila, você anseia por algo, você luta, você sente-se agredido, vence ou é aprisionado, você se relaciona com pessoas e até com animais. Coisas inusitadas se lhe mostram como se fossem naturais, e o mundo então aparece como nada semelhante existe sobre a face da Terra. Tudo isso, com os olhos fechados e com os sentidos amortecidos…

Cientistas alegam que durante o sono os neurônios do cérebro ainda trabalham em stand by, de forma modesta, econômica, porque ainda há vida no corpo humano enquanto este está adormecido, mas não sabem dizer aonde está o ser que ali assentara a sua sede e ali, naquele corpo, se estabelecera. Criam-se teorias as mais diversas a respeito, mas nenhuma delas se comprova empiricamente, explicando in totum os fenômenos que acontecem com as nossas mentes.

O fato é que temos de reconhecer que, se nossos espíritos viajam às noites para fora do corpo onde se prenderam durante os dias, logo, nós não somos, em essência, os nossos corpos. Estes são, na verdade, uma extensão temporária do nosso ser.

Nossos corpos, com o passar do tempo, envelhecem, passando por transformações limitadoras: as forças decaem, a visão se turva, a audição fica deficiente, os hormônios da juventude parecem ter-se ido embora – mas a essência do nosso ser ainda é a mesma; quem pode ainda guardar memórias sabe que seu ser é aquela mesma pessoa de quando era criança..

O corpo pode não ser o mesmo de outrora, mas a nossa alma de criança ainda tem aquela mesma maneira de sentir, de reagir, de posicionar-se. Isto é intuitivo: enquanto temos sã consciência, guardamos uma e a mesma identidade como pessoa.

SEU CORPO, SUA CASA

Pensando sobre estes pontos um tanto até estranhos, acerca da nossa consciência ou inconsciência, vemos que ao avançar nesta área, ultrapassamos os limites do evidente e do elementar aos nossos olhos e aos de muitos…

Mas afinal, o que vem a ser este corpo, então, envolto em mistérios que alguns duvidam, outros menosprezam, o outros nem sequer chegam a parar um pouco para pensar sobre isto?

Vamos nos comparar com uma casa. Você já viu um crustáceo marinho carregando em suas costas um caracol? Dentro desta ele se esconde e se defente de predadores. O caracol é a sua casa, mas quem é ele, sem a sua casinha ambulante? Ele não vive sem a mesma. Uma casa bem comum, simples, não é?

Pois bem! Tal e qual uma casa é este nosso corpo físico. Quando nova, recebe todos os materiais de construção necessários para ser ereta, mas com o tempo (ah, esse tal de tempo!) termina por ruir, e se vai embora mesmo, porque tudo nesta Terra é assim – passa-se com o tempo e se vai.

Quer ver?

Aonde estão as grandes edificações dos césares de Roma? Aonde foram parar os circos, onde o povo se divertia? Que é daquela monumental pista de corrida de cavalos, onde Juda Ben Hur venceu aquela histórica competição de quadrigas? Veja agora o que restou do mais falmoso circo de Roma, o Coliseu. Veja o seu estado hoje. Tanto tempo se passou e ninguém o logrou reconstruí-lo, tal foi a sua destruição.

Assim é o nosso corpo: um sutil passageiro que ilude no início da vida com demonstrações de força, habilidades múltiplas, tirocínio, rapidez de ação, e até se ufana disso, mas devagarinho vai-se desgastando com o silencioso passar do tempo. Pode um dia ter sido muito útil, ativo, produtivo, eficiente na movimentação, mas quando sua capacidade de abrigar os nossos sentidos se vai… tudo aquilo que fazia iludir, se foi. Os idosos olham para trás e nem se lembram de quando foi que esse processo terrível teve início. O velho rei Salomão que o diga, em Eclesiastes, capítulo 12.

SEU CORPO, UM TEMPLO

Quando você, que mora em sua residência, vê um, (ou uma) velho amigo, que procurou abrigo à sombra de sua casa, e você o(a) acolheu, Isto significa que dentro de sua casa, podem morar mais de uma pessoa – e dentro de seu corpo, não se espante, mas é assim também.

Quando olhamos para o passado, e visualizamos o primeiro Templo do Senhor em Jerusalém, o que contemplamos? Em essência, o que veio a ser aquele edifício secular?

Uma casa, onde Deus mesmo dizia ali habitar, e habitou de fato neste mundo, enquanto Ele achava que convinha lá estar. Ele ali esteve coabitando com o Seu povo, que na ocasião era Israel e isso durou enqua nto Israel cultivava, amava e adorava esse coabitar.

A boa notícia é que o seu corpo, tal qual um templo ambulante, pode levar dentro de si mesmo a presença do Deus, o seu Criador, se você estiver disposto a deixá-Lo compartilhar de suas coisas com Ele, e permiti-Lo fazer mudanças em seu interior, em reconhecimento pela grandiosidade do Grande Ser que Ele é, de modo a sempre haver um espírito de louvor e gratidão a cantar de júbilo do Senhor.

Repare bem: o povo celebrava muitas vezes, nas ocasiões das grandes festas nacionais: a Páscoa, Tabernáculos e Pentecostes…

Eles se aglomeravam ao redor daquela casa onde Deus mesmo propôs-Se a ali habitar.

O povo que O servia algumas vezes observou manifestações vivas de Sua presença, Aquele povo não adentrava àquele Templo, mas podia chegar-se até frente à sua porta. Ali eles realizavam o seu desejo de adorá-Lo, e isto só já satisfazia o desejo de tê-Lo como o seu Deus, e eles de lá voltavam para suas casas com seus espíritos suavizados e alegres.

Punham-se em pé por horas, ouvindo a minstração da Palavra, ou observando a ação dos sacerdotes, os quais tinham por função levar o sangue das ofertas até a presença de Deus, esperando assim estarem sendo contemplados com os olhos e o coração do Altíssimo, que lá estava, no Lugar Santíssimo. Que Ele se agradasse dos Seus, era isto o que mais importava.

Aquele Templo, construído por Salomão, em cuja inauguração puderam ver a Casa de Deus encher-se de uma fumaça sobrenatural, e ver que o fogo do céu caiu sobre o altar dos holocaustos e consumiu toda a oferta lá depositada…. aquele famoso e histórico Templo perdurou intacto por quase 500 anos, mas chegou o dia em que o Senhor não mais Se alegrou com as ofertas e sacrifícios ali apresentados, e, por se multiplicar a iniquidade e a idolatria, Ele retirou dali a Sua glória, e foi para o Céu, O profeta Ezequiel pôde testemunhar esta remoção em um triste dia (Ezequiel capítulo 10).

Como resultado disso, aquele Templo foi destruído em cerca de 536 A.C. Os judeus lamentaram profundamente esse episódio, porque ficaram por décadas sem o Templo de Deus, a casa onde Ele Se propôs a morar com os Seus, mas nos dias de Zorobabel, Ageu e Zacarias, o Templo foi novamente edificado, c. 520 A.C.

Mas aqueles tempos eram aflitivos, e novamente aquele Templo foi destruído, durante a gestão de governo dos selêucidas, no Período Interbíblico.

Passados séculos depois da reconstrução em que foi reerguido o novo Templo do Senhor em Jerusalém, o rei Herodes, assim chamado de “o grande”, logrou construir um grande Templo ali mesmo, a fim de agradar ao povo judeu, que foi alvo de muita admiração pelo povo, devido às dimensões e às pedras que foram usadas para compô-lo.

Chegada a plenitude dos tempos do Senhor, esta Terra foi contemplada com o presente mais magnífico que poderia receber do Céu: a vinda do Filho de Deus, encarnado como se fôra um homem comum, para estabelecer a chegada da Sua maravilhosa graça, personificada em Jesus, o Cristo. Ele veio, sim, para os Seus, mas estes não O reconheceram, nem O receberam, e até planejaram matá-Lo, porque Suas palavras e Seu ensino não era compatível com a tradição que estabeleceram em torno daquele Templo, que então nada mais passou a ser senão um grande algomerado de pedras, um mero edifício vazio, sem a presença da graça de Deus.

Não houve mais harmonia e nem afinidade entre o que os principais dos homens almejavam e os planos divinos. Jesus foi crucificado e morto em c. 29 D.C. , por pressão dos sacerdotes que Ele mesmo havia instituído, e por ordem do governador, Pôncio Pilatos.

Antes de ser morto, porém, passando por Jerusalém um dia, quando os Seus discípulos chamavam a atenção para aquele belíssimo Templo de pedras, Jesus disse:

  • Vedes estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra” (Lucas 20:5).

O povo que se ajuntava à porta daquele Templo, buscava estar próximo a Deus, mas eles não viam a Ele. Sabiam apenas que ali, no Santuário, no Lugar Santo, estavam os objetos que Ele usava para falar com o Seu profeta Moisés e os Seus sacerdotes.

Eles todos sabiam que, naquelas datas de festas marcadas pelo próprio Senhor e Deus de Israel, Ele prometia estar presente junto ao Seu povo de maneira especial.

Seu povo não O via fisicamente, mas sentia nos seus espíritos que Ele lá estava, dentro daquele Templo. Assim também era com o antigo Tabernáculo feito no deserto, que os acompanhou pelas jornadas depois do Êxodo.

Ao olharem para aquela casa que tinha sido aprovada por Ele desde o dia a sua inauguração, consagrada pelos sacerdotes e pela oração de Salomão, eles viram fisicamente uma nuvem de fumaça encher o seu interior, Ao perceberem que o fogo caiu do céu sobre o altar dos holocaustos, não tiveram dúvidas: Ele estava ali desde então!

Certa vez Jesus entrou no pátio do Templo em Jerusalém, e dali expulsou com azorrague os vendedores de touros, ovelhas e pombos, juntamente com suas mercadorias e literalmente virou a mesa dos cambistas que trocavam moedas para as ofertas a Deus. Os judeus, indignados, quiseram exigir que lhes mostrasse um sinal, ou seja, um milagre que corroborasse com aquela atitude extrema do Senhor – ao que ele respondeu:

  • Destruí este santuário, e Eu o reedificarei em três dias”

Os judeus, então, não entendendo nada, replicaram que aquele Templo tinha sido construído em quarenta e seis anos… como seria reerguido em três dias? O que eles não captaram era que Ele se referia ao santuário do Seu corpo. (João 3:18-22).

Assim como o povo via somente aquela casa pelo seu exterior, assim também é o nosso corpo: uma casa onde cada um de nós habita. Se O permitirmos, Ele também habitará conosco neste nosso corpo físico, enquanto fizermos deste um lugar em que veneramos e adoramos ao Deus Verdadeiro de nossa vida, muito embora seja uma casa temporária, que uma dia deixará de ser a nossa morada, devido à sua natureza corruptível. Mas não se desespere; existem promessas de esta nossa casa terrestre ser reerguida do pó da terra e ser transformada em um novo tabernáculo, onde Deus mesmo habitará dentro de nosso ser, para sempre, eternamente. (II Coríntios 5:1-10)

Como poderemos sentir o espírito de alguém, se podemos observar apenas o exterior de seu físico? Esta leitura pode ser feita fitando-o nos olhos. Os olhos são as janelas da nossa alma, e as feições do rosto refletem também o que se passa por dentro do ser humano. (Mateus 6:22-23)

Se temos luz dentro de nós, os olhos o revelarão – tanto quanto se temos trevas. Não se pode esconder sentimentos profundos. Estes em algum momento se externarão.

Já percebeu que um corpo morto não tem um olhar proveniente da alma daquele que se foi?

Pode até ter os olhos abertos, mas estes não refletirão a luz ou as trevas de sua alma.

Agora vamos nos ater às palavras de Jesus. Ele qualificou o Seu corpo de um… Templo! Pois não? O corpo de Cristo é o lugar onde Deus habita plenamente. Pois bem, Ele prometeu que o Espírito Santo viria e passaria a habitar dentro (no grego: én) de nós outros.

Ora, se o Espírito Santo mora dentro de nós,logo o nosso corpo deverá ser usado como lugar da adoração a Deus – e portanto nossos corpos são também um Tabernáculo onde habita Deus (I Coríntios 6:19). Uso o termo “Tabernáculo”, porque este era um Templo portátil e móvel, assim também como nos movemos daqui para lá e de lá para cá.

Que onde quer que estejamos, fiquemos cientes de que Ele está perto, mui perto. Ele está dentro daqueles que Lhe abriram a porta de seus corações para Ele entrar. Podemos não percebê-Lo, mas mesmo assim, nada escapa ao Seu olhar.

Glorificai a Deus em vosso corpo, diz o apóstolo Paulo.( I Coríntios 6:20)

Valorizemos ao Deus que Se dignou a morar dentro de nossos corpos a fim de nos guiar e transformar à semelhança da re­ssurreição de Jesus,o Cristo. Recebamos com alegria o Emanuel, o Deus Conosco, nome dedicado ao Filho de Deus que Se fez homem para ser o nosso Salvador e Senhor. Observemos bem a vida de Cristo, e sejamos Seus imitadores, para podermos andar juntamente com Ele. Não existe vida melhor. Aproveitemos sem demora esta oportunidade que Ele nos dá, e vivamos a vida mais feliz que há sobre a face da Terra


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