LEVÍTICO – VII – LIÇÕES DIVINAS SOBRE SAÚDE
Comentarios desactivados en LEVÍTICO – VII – LIÇÕES DIVINAS SOBRE SAÚDEenero 17, 2014 by Bortolato
1. LIÇÕES DIVINAS SOBRE NUTRICIONISMO
Se V. vivesse em um lugar árido, semidesértico, seco, com um calor exagerado durante o dia, podendo receber uma variação de virada no clima da noite para ventoso e frio, sabe como deveria alimentar-se?
A primeira coisa que se teria que pensar é sobre os alimentos. A alimentação apropriada para um clima tropical não se harmoniza com a de um clima gélido. Um esquimó se alimenta de forma diferente da de um silvícola africano, por muitos motivos; pela variedade disponível na natureza, e depois, por questão de gostos, sabor, equilíbrio de nutrientes como proteínas, sais minerais, vitaminas, glicídeos, aminoácidos e outros componentes é algo que sempre se observaria, mas é muito necessário haver, de maneira consciente ou não.
Um povo que vivia na região fértil como era a da Terra de Gosen, no Egito, com abundância de água para a vida quotidiana, não sabia, mas teve de aprender como sobreviver num deserto como o da Arábia, e também numa região semiárida como a Terra de Israel. Ali, em Canaã, a exceção era a região do crescente fértil às margens do rio Jordão, e alguns bosques isolados, aqui e acolá.
Quando tive a oportunidade de viver em uma chácara, nas proximidades do Núcleo Rural de Tabatinga, no Distrito Federal, Brasil, o clima semiárido era representado por uma vegetação do tipo serrado. Não era um deserto, mas as plantas reclamavam, através de suas formas, que tinham de passar por alguns meses do ano sem chuva. Sem muitas árvores altas, os arbustos retorciam os seus galhos, como produto dessas secas sazonais.
Para obtenção de proteínas na dieta dos moradores daquele lugar, era necessário manter-se uma criação de algum gado. Sem isso, a nutrição ficaria pobre, deficiente. Notava-se que, quando aparecia um tatu, ou um gambá, ou ouriço, ou mesmo alguma serpente, até das venenosas, os moradores logo iam abatendo a tal caça para cozinhá-la e colocá-la na mesa. Sem um nutricionista, valiam-se dos próprios recursos como podiam e entendiam.
O povo de Israel também não tinha muito discernimento, nesta área, mas o Deus que os havia tirado do Egito com Seu poder, da casa da servidão, e os trazido para a terra de Canaã, era também o seu grande Nutricionista do céu. Eles precisavam receber instruções para terem vida saudável, e o próprio Criador prontificou-Se a ensiná-las. Este é o objetivo do capítulo 11º de Levítico, desde o verso primeiro.
Logo de início, fala-se de tipos de animais cuja carne serve de alimento – e os que têm cascos fendidos em duas partes, e que, além disso, ruminavam. Os demais deviam ser excluídos do cardápio.
Os ruminantes que não preenchem a primeira exigência não devem servir de alimento, tanto quanto os que têm cascos fendidos mas não ruminam. Os suínos se inserem nesta lista de excluídos. Se pensarmos bem, a carne suína não é das melhores para a saúde, mormente em um lugar onde as altas temperaturas do dia concorrem para a sua reprovação no teste de resistência e validade.
A título de exemplo, citamos a carne de crustáceos. Este grupo de animais não se encaixam na categoria dos animais aquáticos que possuam barbatanas e escamas, e por isso é que foram excluídos do cardápio dos israelitas. Se procurarmos saber através dos biólogos, fármacos e bioquímicos, estes dirão que a carne dos caranguejos, lulas, camarões, mexilhões, etc., causam aumento na taxa de colesterol do sangue de seus apreciadores.
A carne de porco, mesmo, pode ser hospedeira de vária doenças, quando suas porções não são bem assadas, e uma dessas é a instalação do verme parasita taenia solidum, ou taenia saginata, mais conhecido como “solitária”, no intestino da pessoa que o ingeriu.
Vale dizer que o Senhor, que é o Criador de toda criatura que vive sobre a face da Terra, não considera lícito a ingestão da carne de alguns dos animais e aves, e acerca de outros não convém sequer ter contato físico com os mesmos (como é o caso do rato, da doninha, do lagarto, do geco, etc., conforme Levítico 11, versos 29 a 31). Nestes casos, havia necessidade de separação dos animais considerados imundos por razões teológicas, id est, por simples obediência à Lei do Senhor. Os israelitas não se guiavam por conhecimento ou por experiências científicas, mas sim, pela palavra que Deus lhes dirigia, e isso lhes era tudo quanto lhes bastava.
Assim disse o Senhor a eles:
“Eu Sou o Senhor, vosso Deus; portanto, vós vos consagrareis e sereis santos, porque Eu Sou santo; e não vos contaminareis por nenhum enxame de criaturas que se arrastam sobre a Terra. Eu Sou o Senhor que vos faço subir da terra do Egito, para que Eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque Eu Sou santo”. (Levítico 11:44-45)
Isto é enfático. Poderíamos dizer que não devemos comer a carne de certos animais, aves, peixes e crustáceos, porque existem razões de incompatibilidade fisiológica, tais como alergias que podem surgir, doenças e desconfortos gastrointestinais, mas não é este o enfoque que Deus deu a Seu povo.
Quanto ao contato com corpos mortos, o mesmo pode ser dito. Não por conselho de infectologistas, mas porque o Senhor assim deixou ordenado como instrução para um povo que deve ser santo como Ele o é.
O que se depreende disso é que este mundo tem sido contaminado pelo pecado, e as consequências disso são perceptíveis nas mínimas coisas, tanto física como espiritualmente. E para trilharmos um caminho lado a lado com Deus, é preciso termos sensibilidade à Sua vontade expressa por Sua Palavra.
Precisamos entender que nem tudo o que vemos é bom, e temos que nos afastar do que é mau, assim como Ele, Deus, tem afastado até a anjos de Sua santa morada celestial. Para nos aproximarmos dEle, é mister haver separação de muitas coisas – algumas destas prejudicam apenas o nosso corpo físico, mas outras têm o poder de poluir as nossas almas – e estas são as mais perigosas, porque nossas almas são eternas.
Por várias vezes veremos a expressão escrita em Levítico: – “Sede santos, porque Eu Sou santo”.
É importante dizermos, contudo, que Jesus ab-rogou a distinção entre a carne de animais considerados como puros cerimonialmente, dos chamados de impuros, em Marcos 7:19. Em Atos 10:12-15 vemos que a distinção que discriminava os gentios como povo impuro não mais existe, assim como são espiritualmente puros todos os alimentos.
2. Levítico, capítulo 12 – Princípios para mulheres que tiveram filhos:
Que prestemos atenção para a capacidade de um povo, como os judeus, de gerar filhos, e torná-los saudáveis, bem como a de conservar a vida das mães, após ter havido o parto.
Sabe-se que em épocas bem posteriores à escrita deste capítulo de Levítico, muitas e muitas mulheres morreram em maternidades e hospitais, porque contaminaram-se umas às outras, logo após o parto. Médicos ficaram às voltas com índices de mortalidade nessas ocasiões, muitas vezes sem saber o que fazer, assistindo a óbitos que se seguiam uns após outros.
A receita de Levítico, como a que vimos no tocante a alimentos e contato com mortos, é por demais simples e estritamente prática: a mulher que desse à luz filhos devia recluir-se em sua moradia por vários dias, podendo assim permanecer durante 41 (quarenta e hum) dias, ou por 80 (oitenta) dias, conforme o caso. Isto parece ser uma medida drástica, somente usada nos dias de hoje para casos de epidemias e endemias de doenças letais, mas era o que funcionava, pois o dar à luz não é necessariamente um ato que acarreta em contágio e morte, mas antes um processo natural que necessita de cuidados especiais, podendo até ser tratado com simplicidade.
Não havia maternidades ao dispor das grávidas, não havia antissépticos químicos como os que temos hoje, e nem médicos ginecologistas para serem consultados. Os serviços que se prestavam era somente os de uma parteira, e veja-se como se multiplicaram os filho de Jacó!
3. Levítico, capítulo 13 – Sobre graves doenças de pele:
Este capítulo menciona a palavra hebraica tsara’at, que certos tradutores resolveram compactar o sentido, convergindo sua tradução para o termo “lepra”, algo para transmitir o que na realidade era qualquer doença séria na pele ou no couro cabeludo. Rabinos descobriram que esta palavra, em seu original, refere-se a cerca de 72 (setenta e duas) doenças, e por incrível que pareça, os sintomas mais conhecidos sobre o que se entende sobre a lepra não são abordados neste capítulo.
Essas doenças dermatológicas, na antiguidade eram tão fatais quanto hoje vemos o câncer. As buscas por curas demandavam longos períodos e esforços, e muito dificilmente os doentes se livravam da moléstia tida por contagiosa.
Qualquer sintoma semelhante que se manifestasse logo era caso para alarde, e logo a pessoa atingida era colocada em quarentena, por via das dúvidas.
Isto significava a perda do contato com a família, bem como a impossibilidade de adorar a Deus perante a Tenda da Congregação. Não podiam sequer aproximar-se de pessoas sadias, e nem permitir que alguém caminhasse para sua direção, quando então tinham de gritar: – “Imundo, imundo!” – tudo isso a fim de evitar o contágio e a proliferação.
Vemos neste capítulo uma grande semelhança em paralelo com o pecado e seus efeitos.
O pecado é a lepra dos corações. Quando este se assenta dentro de uma alma, esta se vê em dificuldades para conviver com isso. Muitos dos pecadores anseiam por se verem livres, mas não logram sucesso, apesar dos esforços para tanto. Não se percebe nenhuma cura, a não ser através de um milagre de poder sobrenatural.
O pecado promove a separação de famílias, destacando e excluindo alguns de seus membros. Há o desmoronamento das relações entre os familiares, e também com boa parte da sociedade. Mais do que isso, é a causa da exclusão de dentro do povo santo, e da presença de Deus. O pior que o contaminado sofre é que exaustivas tentativas acabam por nada valerem, no afã de tentar-se escapar das suas garras e o pecador se sente impotente para combatê-lo.
Tanto a lepra dermatológica quanto a do pecado tinham um longo e penoso de um tratamento inglório. Nos dias de hoje, a enfermidade física já é bastante controlada, curável, e pode-se considerar epidemiologicamente extinta, mas não foi assim naquela época. Somente uma milagrosa intervenção divina é que dava contas de eliminá-la, bem como à lepra espiritual.
O sangue do Cordeiro era exigido quando ocorresse uma cura, e estará sempre presente quando alguém do povo de Deus sarasse de tais enfermidades, tanto física como espiritualmente (Lev. 14:24). As ofertas do cordeiro, de azeite, e dos pombinhos, trazem à lume aquela simbologia do Antigo Testamento em que se coloca a Cristo, conforme revelado no Novo Testamento.
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