O PRIMOGÊNITO FILHO DE DEUS
Comentarios desactivados en O PRIMOGÊNITO FILHO DE DEUSoctubre 13, 2014 by Bortolato
V. é pai ou mãe? Não? V. já imaginou algum dia chegar a essa paternidade ou maternidade? Dificilmente um jovem ou uma jovem saudável deixaria de pensar nisso, cogitar gerar filhos, e até planejar tê-los. Mesmo o maiores aventureiros deste mundo achariam isso algo muito bom, ser progenitores de lindas criaturinhas com quem pudessem manter um relacionamento amistoso, a quem pudessem ensinar as coisas que achassem importantes na vida.
É lógico que isso não significa que todos lograriam obter esse prêmio em sua juventude e assim realizar este seu sonho. Muitos não o conseguiram, e chegaram a frustrar-se por não terem doado seus gens àquelas criaturas, que poderiam copiar o seu DNA para saírem à sua semelhança.
Quem pôde realizar esta façanha é quem pode contar o que sentiu quando tomou aquele ou aqueles pequenos seres que gerou, indefesos, carentes de mil cuidados, em seu braços pela primeira vez. É uma emoção singular e indizível!
Lendo a Epístola de Paulo aos Colossenses, no seu capítulo primeiro, vemos que Jesus é descrito de diversas maneiras, sob vários maravilhosos predicados, mas no verso 15º, algo nos chama muito a atenção. Vejamos:
“O qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criação…” (Almeida, versão Revista e Corrigida) (Col.1.15)
Confesso: parei, fiquei pasmo, e não consegui assimilar de pronto esta palavra. Por tudo que já andei estudando acerca da Pessoa de Cristo, soube que Ele e o Pai são um. Ele é como o Pai, Ele é Deus.
A profecia de Isaías, em seu capítulo 9º, verso 6º, nos diz claramente que Jesus é o “Pai da Eternidade”, o que significa que Ele é eterno – e eternidade é eternidade, sem começo e sem fim, no tempo. Então, depreendemos que não podemos conceber a ideia de um período de tempo em que Jesus não tivesse existido e, depois de gerado, então e somente então passasse a existir, pois Ele é o Pai de Eternidade! Logo, pelo menos conceitualmente, por enquanto chegamos à conclusão de que não houve um ponto de inclusão do Cristo no tempo. Mas tratar este assunto apenas a nível de dogma fixado em apenas um versículo, isto seria muito insatisfatório para um assunto tão importante.
Procuramos então saber se isso não teria sido um erro na tradução do versículo 15 de Colossenses 1. Na versão portuguesa de João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada, não houve diferença alguma nos termos usados.
Vejamos em outras traduções, por exemplo, a Nova Versão Internacional:
“Ele é o primeiro Filho, é a revelação do Deus invisível; Ele é superior a todas as coisas criadas”
Para confirmação desta palavra, recorremos ainda à versões inglesas King James, e Good News Bible. Conforme a versão King James:
“Who is the image of the invisible God, the firstborn of every creature”
E assim escreve a Good News Bible:
“Christ is the visible likeness of the invisible God. He is the firstborn Son, superior to all created things”.
Assim ficou bem entendido que o mesmo que entendemos na lígua portuguesa é o que se entende pela língua inglesa.
Para ainda tirarmos quaisquer sombras de dúvida, então fomos ao texto original grego, que emprega nessa frase a palavra “protótokos”, que se traduz então pelo termo “primogênito”. E a expressão grega usada é: “protótokos páses ktíseos”, isto é, primogênito de toda criação.
Prosseguindo na leitura da mesma passagem, confundi-me um pouco mais quando li que, conforme consta no verso 16:
“nEle foram criadas todas as coisas nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dEle e para Ele (Jesus).”
Logo, Jesus, o Cristo, é o Criador de tudo quanto existe.
O verso 17 nos dá a ideia de que, até onde possamos ver, Ele sempre existiu, pois diz que “Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas nEle subsistem. Ele é antes de todas as coisas, e as coisas todas nEle têm existido (gr.= senésteken).”
O Apóstolo S. João dá testemunho de que “ O que era desde o princípio…” (I João 1:1)
“No princípio era o Verbo, o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele,, nada do que foi feito se fez.” (João 1:1-3)
O autor da epístola aos Hebreus nos parece mostrar um paradoxo: pergunta ele:
“A qual dos anjos disse jamais: – Tu és meu Filho, hoje te gerei?” (Hebreus 1:5) Daí ficamos a pensar: quando teria ocorrido esse “hoje”? O assunto se complica aqui, pois que o tempo de Deus é completamente diferente do nosso tempo. Deus é Espírito, e nós somos matéria, e nessas dimensões diferentes, a marcação do tempo é muito diferente, ou melhor, o conceito de tempo é bastante divergente.
Logo a seguir, porém, nos verso 8 – 12 desse texto, escreve o mesmo autor:
“Mas do Filho diz: – Ó Deus, Teu trono subsiste pelos séculos dos séculos… ” (v.8)
“…por isso Deus, o teu Deus te ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos teu companheiros…” (v.9)
“Ainda: No princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da terra, e os céus são obra das tuas mãos; eles perecerão; tu, porém, permaneces; sim, todos eles envelhecerão qual veste; tembém qual manto, os enrolarás, e, como vestes ,serão igualmente mudados; tu, porém, és o mesmo e os teus anos jamais terão fim.” (vv. 10-12)
Por estas passagens, podemos concluir que o Filho de Deus sempre reinou, soberano e Criador sobre os céus, sobre os céus dos céus, e todo o universo.
Daí, porém, ainda nos volta a pergunta: – será que então antes desta Criação dos céus e da terra, das coisas visíveis e invisíveis, anjos e homens, teria havido algum período em que o Pai não O havia gerado? Se assim fosse, então Jesus teria sido gerado, e então teria sido uma criatura de Deus Pai para, logo após, passar a exercer com o Pai a função de Criador?
Esta questão parece conturbar-nos a mente, pois se houve um tempo em que Deus, o Pai, existia sem Seu Filho Unigênito, coadjuvante e mediador da Criação, antes de criar tudo o mais que existe, então como poderia o Deus que é essencialmente cheio de amor, deixar de gerar? Como poderia Aquele que tanto ama, deixar de doar-Se para alguém? Isso não faz nenhum sentido. O Deus de amor jamais teria deixado de amar a alguém ou alguma coisa, em tempo algum.
E Ele, o Deus Pai, indiscutivelmente sempre existiu, que nos perdoem os evolucionistas, ateístas e antiteístas. Não vamos discutir isto, pois que aceitamos a própria Bíblia como obra inspirada por Seu Espírito Santo, revelação das verdades que o homem não é capaz de descobrir por si só.
Deus sempre existiu, e Ele sempre teve alguém para amar, para dedicar o Seu profundo amor. Cremos que é assim porque não haveria outra possibilidade.
Quando um homem ama, este amor pode chegar a ser platônico, pois que somos criaturas limitadas em nosso poder. Nem todo amor que temos chega a ser concretizado, porque não podemos forçar ninguém a corresponder-nos com o mesmo sentimento – mas Deus, com todo o poder criador que tem em Suas mãos… deixar de criar algo ou alguém para amar e ser amado, podendo criar criaturas e mais criaturas, isto realmente não cabe dentro das características de Seu ser, em tempo algum. O supremo amor, com todo o poder criador em Suas mãos não se deteria.
Chegamos ao ponto em que concluímos: Ele SEMPRE criou, desde a eternidade sem fim, e SEMPRE criará. Ele é o mestre da criatividade.
Agora, se o Pai SEMPRE criou, e, conforme nos diz a Bíblia nas passagens que acabamos de abordar, e Cristo é o primogênito de toda Criação, e Ele, Jesus, é o Criador antes de existirem todas as coisas criadas… vamos chegando mais perto de uma concepção mais aperfeiçoada sobre o Filho Unigênito do Pai.
Ainda, porém, nossa limitada e parca compreensão parece se embaraçar. Diremos, pois, como? Como pode ser isso? Aonde nos vai levando, tão longe, esse mistério sobre a Pessoa de Jesus Cristo? Poderíamos compreendê-Lo melhor do que o que até aqui, até este ponto em que chegamos, pudemos compreender?
Se Deus o Pai é o Criador, através ou na pessoa de Jesus, chamado o Cristo, então Eles ambos SEMPRE foram Deus Criador, pois que sempre criou coisas, seres, e pessoas.
Como fica então a palavra que na Bíblia diz, na carta de Paulo aos Colossenses, que Jesus é o Primogênito de toda Criação, o Filho de Deus gerado antes de tudo?
Quero deixar bem claro que não sei esgotar este assunto, e nem tenho esta pretensão. Apenas imagino que o Pai e o Filho SEMPRE existiram, ambos unidos, respeitadas as individualidades de cada Ser divino, e nunca deixaram de coexistir, SEMPRE CRIANDO. Afinal, temos que nos conformar com o fato de que nós, criaturas, não temos ampla capacidade para compreendermos ao Deus que nos fez e a tudo o mais. Isto, porém, não nos impede de meditarmos nEle, pois o Seu amor nos impele a tanto.
Lembramos que certa vez Jesus começou a falar aos discípulos sobre o Pai, ocasião em que Ele falou que “saiu do Pai e veio ao mundo; outra vez deixaria o mundo e voltaria ao Pai (João 16:28). O tempo de Deus aponta-nos para o fato que Jesus sempre procedeu do Pai. Isto até parece sugerir que Jesus seria uma espécie de “desdobramento do Pai”, pois quando Felipe pediu-lhe para que lhes mostrasse o Pai, recebeu aquela resposta bombástica:
“Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Felipe? Quem vê a mim, vê ao Pai” (João 14:9).
Interpelado pelos judeus, certa vez, Ele afirmou, ocasião em que quase foi apedrejado:
“Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, EU SOU (nome de Deus revelado pelo próprio Deus a Moisés, para o conhecimento de todo o Israel) (João 8:58). Esta expressão está alicerçada sobre o verbo hebraico hayah, e significa: “Eu sou aquele que vive eternamente, que é e que sempre será”. O Targun o confirma.
E em outra ocasião, disse abertamente,:
“Eu e o Pai somos um”.(João 10:30) – e outra vez quiseram apedrejá-lo.
Que poderemos entender após tais verdades terem sido ditas e reiteradas pelo próprio Senhor Jesus? Uma coisa é patente: para nós, criaturas de Deus, Jesus sempre existiu.
E como Deus é amor (I João 4:8), Deus sempre criou coisas, seres e pessoas novas. Jesus é e sempre foi o Eterno Criador.
Como Jesus é o primogênito de toda a Criação, então temos que inferir que Ele sempre o foi, o único Primogênito de tudo. Desde quando? Até onde possa chegar o nosso bom senso, desde a infinita eternidade, pois que Deus é amor, e eterno Criador, que nunca cessou de criar.
Assim, quer entendamos ou não, Jesus sempre esteve com o Pai, o Único Filho que compartilha dos mesmos atributos divinos do Pai. E Jesus sempre esteve com o Pai (Joao 17:21) e Deus esteve em Jesus – sem confusão de pessoas, distintos em identidade, mas fundidos em vínculos inquebrantáveis de amor, de espírito, de objetivos, em concordância plena, em perfeita harmonia.
Jesus foi e é eternamente procedente do Pai, como Seu único Filho e primogênito.
Leve-se então em conta as alegrias que um filho pode conceder a seus pais – pois Jesus SEMPRE alegrou o coração de Deus Pai.
O maior paradoxo, ou paradigma, como queiram, incompreensível é sabermos o quanto os pais desta terra amam a seus filhos e têm a maior alegria em vê-los cheios de vida, de sucesso, alegres e realizados.
Pois Deus o Pai também tem muito gozo em ter Jesus dentro de Si, e de estar dentro de Jesus, desde a eternidade. Na encarnação do Filho de Deus, Jesus apenas consentiu em ser limitado e humilhado, mas a Sua relação e Seu vínculo com Deus o Pai não mudaram jamais.
Ninguém gostaria de ver um filho seu morto, ainda mais quando injustamente, pelas mãos de homens maus, mas incompreesivelmente o Pai veio a abrir mão de Seu Filho Unigênito, para fazer um oferta caríssima e terrível de Jesus, que tanto amor e alegria SEMPRE lhe concedeu – tudo em troca de homens pecadores, que se desviaram dos Seus santos caminhos. Oferta doloridíssima, mas o Pai, que tanto amou à Sua Criação, tendo lamentado o nosso estado, e tendo o Seu Filho o mesmo sentimento com relação a nós, pasmem: Ambos planejaram a morte vicária de Jesus na cruz, e isto antes de fundação do mundo.
Quando temos orado ao Pai, será que pudemos dividir com Ele a dor de Sua perda? Pensemos bem: a dor de Jesus, que, sem jamais ter pecado contra o Pai, teve que suportar o peso da separação, desde o Getsêmani – e o Pai, por outro, lado, da mesma forma.
Nosso entendimento humano tenderia a concordar com Pedro:
“Senhor, tem compaixão de Ti; de modo nenhum te acontecerá isso” (Mateus 16:22)
Jamais quereríamos ver a Jesus sendo humilhado, maltratado, espancado e crucificado – mas isso foi o que aconteceu. Ele mesmo o aceitou e quis assim. Como poderíamos ver a morte do Filho de Deus da maneira mais vil e sofrida que havia naquela época, com os nossos corações inteiramente de acordo com isso? Isso nos constrange demais, é de se ficar inconformado e estupefato.
O Pai viu a Seu Filho Jesus morrer assim, e Jesus mesmo o experimento na carne. O Seu Único Filho! Como? Como aceitar uma perda desse porte? Todo o universo sentiu o que aconteceu naquele dia. O sempre unido com o Pai, presente, participante da mesma essência divina, o Filho de Deus! Os céus viram isso. Anjos testemunharam com os próprios olhos. O inferno mesmo se abalou. Todos notaram uma especial diferença no ar, naquela sexta-feira, dia em que se mudou o rumo da história da civilização do mundo.
Jesus e o Pai, sofrendo uma tremenda perda, mais pesada do que seria a perda de todo o universo – por que motivo?
Porque amaram. Porque Deus amou ao mundo tanto que não pôde suportar ver-nos a nós, a V. e a mim, jazendo em trevas pela eternidade.
Quando orarmos ao Pai, lembremos bem: Ele teve que suportar e suportou a morte de Seu Filho único, por culpa de nossos pecados. Isto não é constrangedor? Quem daria um só de seus filhos para remir pessoas indignas?
Já pesou isso diante de Deus? Já não sentiu a dor de um pai que perdeu a seu único filho? Nem queira sentir, mas considere isso: Ele o fez para que nós fôssemos transformados pelo poder do sangue de Seu Filho. Ele merece não só o nosso respeito, consideração e reverência. Ele merece não só o nosso coração totalmente aberto para o que preciso for, para completar esa obra bendita – a obra da nossa Redenção!
Ele merece receber a sua e a minha vida em Sua presença, entregues a Ele, e rendidos cabalmente à Sua santa vontade.
Muitos se dizem fiéis a Ele, mas quando se trata de fazer essa entrega, vêm ao Trono de Deus trazendo uma bagagem a tiracolo, contendo uma porção de coisas das quais não abrem mão: seu conforto, luxo, prazeres, mágoas, iras, contendas, ou até mesmo seus pontos de vista, sua filosofia de vida, suas doutrinas.
Ele não quer pessoas religiosas, mas corações abertos. Os judeus erraram, porque não quiseram abrir mão de suas ideias legalistas. Os samaritanos também erraram, porque colocaram a barreira racista à sua frente (exceto os que ouviram o testemunho da mulher samaritana, junto ao poço de Jacó). Os romanos também O menosprezaram porque exaltavam a força e a violência, e jamais pensariam que o Filho de Deus lhes viria tão humilde a este mundo.
Acheguemos, pois então, ao Pai, antes de tudo, dando-Lhe o louvor que Ele bem merece. Confessemos nossos pecados, e entreguemo-nos a Ele, totalmente abertos para termos nossas almas lavadas, purificadas, e transformadas à Sua imagem e semelhança, do Filho de Deus que nos amou e não Se poupou por nossa causa.
Category Evangelho, Meditações | Tags: Criador de tudo, Filho de Deus, Filhos, Jesus, maternidade, Pai da Eternidade, Pais, Paternidade
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