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II REIS – XVII – APRENDA COM LIÇÕES DO PASSADO

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junio 8, 2018 by Bortolato

É muito fácil esquecer-se das diversas maneiras através das quais Deus nos tem livrado do mal, abençoado e nos elevado.

Isto é uma tendência que alimenta um ciclo – o do pêndulo da dialética – e esta propende tanto para a esquerda como para a direita, e move-se conforme a “força da energia cinética” o empurra para lá e para cá.

Vamos explicar melhor este ponto.  Em certa altura da vida somos alcançados por grandes livramentos, e grandes bênçãos, de tal forma que ficamos cativos do amor de Deus;  mas em outro ponto dessa mesma história somos influenciados por palavras, atos, gestos, insinuações tais que tendem a fazer-nos esquecer de que somos o que somos e até aqui chegamos porque o Senhor nos abençoou – e todo esse rumor não passa de palavras, nada mais que meras palavras…

Ideias, palavras, filosofias, clamores e apelos se projetam como armas que apontam tanto para o bem como para o mal.   Como poderemos discernir quais os discursos que realmente têm a verdade, e quais são falsos?

Uma das fontes que nos pode ajudar neste sentido é a História.  Mas esta precisa ser examinada com profundidade, a fim de que não venhamos a nos deixar levar por relatos tendenciosos.

A Bíblia tem sido uma fonte de preciosas informações, uma vez que nos fornece dados históricos, comprovados através da arqueologia.   Por exemplo, a travessia do Mar Vermelho foi comprovada com fósseis de carros de guerra e ossos de homens encontrados junto ao fundo da plataforma marítima defronte da “praia de NUWEIBA”, do lado do deserto de Mídiã.   Inscrições históricas também testificam que os lugares e fatos relatados no livro Sagrado indicam veracidade e credibilidade, como as descobertas de Wooley sobre o Dilúvio, e tantos objetos achados nas escavações de Tell-El-Amarna (Egito), Tell Hariri (perto do rio Eufrates, a onze quilômetros de Abu Kemal, sudeste da Síria), Nuzi (perto de Kirkuk, Iraque), Ras Shamra, ou Ugarite (na costa norte da Síria), de Nazaré, de Éfeso, e muitas outras localidades.  As escavações ainda prosseguem, e quanto mais se descobrem objetos antigos, mais se confirmam as palavras da Bíblia.

Nem precisamos escavar muito fundo no passado, até porque algumas coisas mais recentes nos dão certeza da veracidade de fatos.   Um exemplo disso foi a descoberta dos fornos de incineração de corpos de judeus mortos durante a II Grande Guerra, em Auschwitz, no sul da Polônia, por ordem dos nazistas.   Pasmem, pois hoje existem até mesmo alguns que queiram lançar dúvidas sobre a realidade do Holocausto de judeus, dizendo que isso nunca existiu, mas os fornos crematórios, descobertos no final da guerra, ainda estão lá e nos atestam a verdade sobre um fato inegável.   Não se tratou de uma ficção, de uma mentira, ou do fruto de uma imaginação fértil.  Os esqueletos lá encontrados, juntamente com os pertences, como sapatos, óculos, e coisas particulares assim o atestam irrefutavelmente, reforçados pelos depoimentos de todas as testemunhas que lograram escapar do genocídio.   Os russos e americanos que os descobriram no final da guerra ficaram chocados, não sem motivo.

As muitas palavras labutam por encobrir as realidades, assim como são lançados lençóis sobre as provas de um crime, como se estes fossem passíveis de serem ocultados.

Muitas pessoas humildes e pobres lutaram muito para ver os seus Filhos e/ou netos consangüíneos receberem um diploma, ou uma posição mais nobre na vida.   Passaram por dias e noites de duro e constante trabalho, sem descanso, por anos a fio. E o que ocorre no passar do tempo?   Muitas vezes os que puderam galgar o topo da glória se esquecem de como chegaram a ocupar os postos que afortunadamente conseguiram alcançar.   De onde vieram os recursos para obterem aquela posição tão almejada?  A maioria nem sabe o quanto isso custou aos seus progenitores, e displicentemente menosprezam aos que se sacrificaram por eles.   Desprezam aquelas mãos calejadas, os olhos cansados, o corpo desgastado e envelhecido que não poupou esforços só para sustentar uma possível trajetória bem sucedida de seus descendentes.  E pensar que isto é assim só porque os beneficiados ouviram palavras soltas ao vento, esquecendo-se do que significa a palavra gratidão.

Acharíamos de bom alvitre se certos candidatos a cargos de boa ou excelente remuneração fossem admitidos somente quando fizessem uma longa declaração de gratidão aos seus pais e ancestrais que muito lutaram para vê-los tão bem posicionados na vida profissional;  que estes  beijassem aquelas mãos envelhecidas, e lhes abraçassem longamente, expressando assim um espírito de gratidão que jamais se apagará dos seus corações.

Gostaríamos de comentar os inúmeros casos em que a gratidão provocou um profundo espírito de reverência, respeito e nobreza nos corações dos filhos que puderam bem aproveitar o denodo que os impulsionou a uma carreira cheia de brilhantismo, mas o que a Bíblia ressalta bastante é a abundância de casos com um posicionamento ingrato – talvez pelo zelo que Deus tem com vistas a que Seus filhos saibam valorizar o bem e evitar o mal.

Vamos nos ater ao 12º capítulo do 2º Livro dos Reis, onde achamos um exemplo do que acabamos de tratar.

Trata-se da trajetória do rei Joás, em Judá, que assumiu o trono com apenas sete anos de idade, tendo escapado do assassinato que colheu a todos os seus irmãos, e à descendência real.   Foi uma história impressionante, que temos comentado na lição anterior.

Ele, desde seu primeiro ano de vida, foi protegido ocultamente, tratado carinhosamente, e amado pela família do sumo Sacerdote Joiada, até cerca do ano 835 a.C., através de uma manobra cuidadosamente arquitetada e operada por todos os sacerdotes e levitas que foram levados a Jerusalém para depor a rainha usurpadora, Atalia – sob o risco de estes serem todos mortos ao expresso comandado dessa mulher.

Foi quando todos esses descendentes da tribo de Levi o entronizaram junto à coluna frontal do Templo em Jerusalém, e cuidaram para que a rainha não pudesse intrometer-se e nem impedir aquele ato público.   Atalia até tentou fazê-lo, mas felizmente para Joás e todos os levitas, ela foi detida, arrastada dali e morta ao passar pela porta da cidade para fora.

O que veio a acontecer depois dessas coisas?   Quer saber como foi o reinado de Joás?

Durante toda a vida de Joiada, Joás foi agradecido ao sacerdote, e foi fiel ao Deus que havia legado o trono de Judá aos descendentes de Davi, rei que foi o seu ancestral.   Pois até as armas de Davi foram tomadas para que esta operação fosse levada a efeito.

Joiada havia colocado nas mãos de Joás, desde o dia de sua coroação, uma cópia do Livro do Testemunho da Lei do Senhor (Dt.17:18), o que mostrava sob que égide o novel rei estava sendo posto no trono.

Joiada, na verdade, ofereceu a Joás o amor, a misericórdia e o zelo que um pai realmente fiel a Deus ofereceria, dando-lhe não somente a chance de viver, como a de desfrutar da qualidade de um legítimo herdeiro do trono davídico – uma vida privilegiada como pouquíssimos a teriam.    Joás o reverenciava como um filho deve fazê-lo diante do pátrio poder.

Dedicando atenção às obras de conservação e manutenção da Casa do Senhor, aos seus 30 anos, em seu 23º ano no poder, Joás chegou até a ordenar a Joiada que fosse aplicada toda a prata ofertada voluntariamente pelo povo para o Templo do Senhor, para os consertos de todos os estragos que haviam sido feitos durante os reinados de Jeorão, Acazias e de Atalia, em Jerusalém.

Um dia, porém, quando Joiada contava já com cento e trinta anos, as trombetas do céu o chamaram, e ele não pôde resistir; foi-se para o Senhor, a Quem servira em toda a sua vida.  Um funeral digno de um príncipe o homenageou, e enterraram o seu corpo no túmulo dos reis.   Sua performance notável e a maneira como logrou conservar a coroa da família de Davi o fizeram um homem digno de ser louvado a esse tanto.

O que aconteceu a seguir é o que foi lamentável.

Joás recebeu os chefes de Judá em uma audiência, durante a qual os tais se prostraram diante dele, e, com palavras envolventes conseguiram convencê-lo a abandonar o Templo do Senhor.   O fator que se seguiu a isto foi uma adesão pública à idolatria, atitude que induziu os principais do seu país a praticarem toda sorte de impiedade.   Pareciam ter prazer em tripudiar a fé no Senhor Yaweh e a justiça.

Este caminho foi um logro.   Assim como Satanás apresentou à mulher o fruto da árvore do meio do Jardim do Éden e o fez parecer apetitoso, essa ilusão que levou Joás ao erro lhe custou muito caro.  Como não havia ninguém em Judá com maior autoridade sobre o rei, exceto o próprio Senhor Yaweh, foi mesmo o Senhor quem tratou de cuidar do caso chamado de “Rei Joás”.

Antes que o mal chegasse a atacar toda a nação, o Senhor colocou no espírito de Zacarias, o sumo sacerdote filho de Joiada, revelar que o reino todo estava sendo colocado na balança da justiça de Deus, que logo o colocaria em uma posição muito delicada diante dos povos que o cercava.    Zacarias não hesitou, e foi entregar o recado do Senhor para que Joás pudesse cair em si, arrepender-se e voltar atrás, fazendo a nação segui-lo em uma necessária reforma espiritual.

Ele foi lembrado de que havia muitas promessas à fidelidade, e muitas ameaças deixadas em Deuteronômio 27 e 28.

 

Se Joás tivesse ouvido as palavras do servo do Senhor, as coisas teriam tomado um rumo muito diferente do que aquele que tomou.

Pelo contrário, tão enfurecido ficou com Zacarias, que Joás ordenou uma conspiração contra o filho daquele homem que lhe salvou vida, defendeu a sua coroa garantindo a descendência de Davi no trono, arriscando-se a si mesmo e aos que chamou para segui-lo naquele intento.

Zacarias merecia ao menos a consideração que Joiada havia conquistado em toda a sua vida, perante o povo e o Senhor Yaweh, mas Joás, ignorando todo o bem que havia recebido através das mãos sacerdotais, não o poupou.

O rei ordenou que Zacarias fosse apedrejado.  E assim foi, ali, diante do mesmo lugar onde Joás havia sido coroado rei, com o livro do Testemunho da Lei à sua mão, confirmando que seu reinado era abençoado pelo Senhor.

Em vez de ponderar bem, reconhecer seus erros e tentar aplicar medidas de correção na rota que tomaram, Joás, pelo contrário, esqueceu-se da gratidão que ele devia ao Senhor Yaweh, e também à família do sacerdote Joiada…   Tão envolvido no pecado, que o seu coração tornou-se empedernido, de sorte que não deu importância às profecias de que foi notificado.

Joás se esqueceu da gratidão que devia ao Senhor e a Joiada, mas essa injustiça não foi esquecida pelo Justo Juiz.   Deus amou a Joás, levantou a Joiada, e, contra todas as expectativas daquela época, tirou a coroa da cabeça de Atalia e a pôs na de Joás.   Não fora uma manobra política fácil de ser feita.   Os que participaram da mesma poderiam ter sido todos mortos, caso o plano de Joiada tivesse malogrado.   Eles se arriscaram por Joás, para anos depois serem traídos pelo mesmo.

Foi naquela ocasião que Hazael, rei da Síria, invadiu a terra e conquistou Gate, marchando depois para Jerusalém.

Percebendo Joás que não teria forças à altura das dos sírios para guerrear, decidiu recolher todas as coisas consagradas que Josafá, Jeorão, Acazias e ele mesmo haviam dedicado ao Senhor, bem como todo ouro que estava no tesouro do Templo e do palácio real, para entregá-lo a Hazael, o qual o recebeu, suspendeu a sua invasão a Jerusalém, e voltou para a Síria – mas por pouco tempo.

Mais adiante, poucos meses após o assassinato de Zacarias veio a paga pela ingratidão. Segundo nos relata Flávio Josefo, chegou a haver confronto entre as tropas israelitas e as sírias, o que culminou com uma ferida que derrubou o rei Joás em uma cama.

Ainda acamado, os amigos de Zacarias, movidos por um espírito de vingança tão próprio da belicosidade judaica, o atacaram na casa que foi construída no lado leste da cidade, junto ao caminho que descia para a estrada para Sila.

A ingratidão de Joás não feriu somente à casa de Joiada, mas muito mais ao coração de Deus.   E ferir ao Senhor não é uma boa opção para quem a adota.

O sangue de Zacarias foi lembrado por Jesus em seu sermão registrado em Mateus 23:33-35, e será lembrado no dia do Juízo Final, para desventura dos que o desprezaram.

A Bíblia nos relata acerca de um outro sangue que seria derramado sobre as cabeças dos que o rejeitaram: o sangue de Jesus.  Rejeitaram a Jesus perante Pilatos e o povo judeu participou dessa decisão.   Mateus 27:22-26 nos diz que este povo assumiu ser o responsável pela condenação de Cristo naquele momento, e por isso tornou-se também culpado de Sua morte.   Muitos se perguntam por que foi que Deus permitiu que tantos judeus fossem mortos no decorrer da História – o Holocausto da Segunda Grande Guerra foi um desses casos.  Muito triste foi aquele julgamento, mas mais triste ainda será o julgamento de todos quantos O rejeitaram.

Precisamos aprender com as lições do passado.   A belicosidade, a ingratidão, e a falta de fé no Verdadeiro Deus levaram os seus praticantes a uma condenação que não teve recurso de apelação.   Eles ignoraram e menosprezaram ao doce Galileu que monopolizou multidões com Seu amor, Suas palavras e todo o Seu desprendimento que fez com que Ele viesse a este mundo com vistas a ser o Seu Salvador.

Ele veio com amor, com dedicação total, empregando toda a Sua vida para nos levar a Deus, a fim de que não fôssemos destinados à perdição eterna – e eis-nos aqui, diante de uma decisão que envolve tomar um caminho e rejeitar ao outro, como que em uma encruzilhada, nos impelindo a assumir exclusivamente a um ou a outro…

Que faremos de Jesus, o Cristo?

Aceitaremos o Seu amor tão grande e profundo, ou não lhe daremos a devida atenção?

Aceitá-Lo envolve passar a procurar saber o que Ele pregou, a ouvi-Lo, crer nEle, crer que Ele hoje é Vivo, conforme prometeu, e ressurreto; é conviver com Ele, aceitar o Seu caminho mesmo quando este pareça ser difícil, e amá-Lo com todas as nossas forças, acima de todas e quaisquer circunstâncias…

Muitos não quererão optar por segui-Lo, porque não darão o devido valor para o que Ele fez – mas Ele morreu indignamente, como se fora um pecador, para salvar com seu sangue àqueles que nEle cressem, e entre estes estamos eu e você – e o Seu sangue está gravado no Céu, assim como marcou a cruz e a terra naquele dia…

A minha preocupação é: qual vai ser a sua atitude:  gratidão, ou ingratidão?  Ignorá-Lo é uma sutil ingratidão.

Nesta estrada da vida estamos sempre cruzando por pontos críticos de decisão onde encontramos a opção de Jesus, mas um dia isto cessará, e não voltará a nos oferecer esta maravilhosa direção.   Enquanto temos vida, ainda estamos constantemente em ponto de podermos mostrar-Lhe a nossa gratidão.

Seja eterna a nossa gratidão, e isto será para a maior ventura de toda a nossa vida.

Experimente, e verá que valeu a pena


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