II CRÔNICAS – II – UMA CASA GRANDE E MARAVILHOSA
Comentarios desactivados en II CRÔNICAS – II – UMA CASA GRANDE E MARAVILHOSAjulio 30, 2019 by Bortolato
Já temos visto muitas casas exuberantemente construídas, pois os seus proprietários assim o quiseram que fosse projetada. São edifícios muito lindos, feitos segundo o perfil que lhe quiseram dotar.
Algumas dessas edificações ficaram admiráveis, com linhas dantes inimagináveis. Descrever suas formas, e seu estilo de arte, seria tentar fotografar sua imagem através de palavras, o que não seria o mesmo que poder observá-las visualmente. Seja como for, a beleza dessas obras pode bem ser apreciada por quem sabe valorizar essa arte.
A propósito, quem inventou a estética? Os antigos gregos eram muito perfeccionistas nessa área, o que bem se pode depreender de suas façanhas, mas não foram eles que iniciaram a técnica de fazer-se diferença distanciando o belo do feio.
A rigor, se formos bons observadores da natureza, veremos que o próprio Criador foi um grande artista, aliás, o pioneiro e o melhor de todos os melhores. Por sinal, foi Ele quem fez as cataratas, a neve, os penhascos, as montanhas, os rios, os lagos, o mar e todos os acidentes geográficos naturais que podemos contemplar – o que muitos artistas procuram copiar e imprimir em suas obras primas.
Logo, Alguém com um tão refinado e peculiar bom gosto, por certo que, ao tencionar construir para Si uma morada, a faria com detalhes de beleza deslumbrante, pois Ele tem nas mãos um buril e um pincel que dão forma e cores das mais variadas: primárias, secundárias e outras mais diversas.
Quando então Deus quis habitar no meio de um povo de Sua escolha nesta Terra, porém, as Suas prioridades não eram demonstrar luxo, suntuosidade e riqueza, muito embora bem que estes quesitos poderiam ser exigidos das mãos dos que trabalharam para a edificação do Tabernáculo do deserto.
Aquele Tabernáculo era uma tenda, formada de estruturas desmontáveis, com a finalidade de poder ser transferida daqui para acolá, conforme a vontade do Seu proprietário, e portanto, não poderia ter as qualidades de um edifício de pedras e alvenaria. Isto significa que Deus não estava tão interessado em pompas na aparência, tanto quanto em estar junto com aqueles a quem amava, os quais foram arrojados para os desertos, a fim de poderem sentir que Ele, o Senhor, os estava guiando e amparando com sinais, prodígios e maravilhas, e assim O estavam conhecendo da maneira como Ele queria mostrar-se aos Seus amados.
Contudo, o Senhor revelou a Moisés como Ele queria que fossem certos detalhes da Sua morada, ainda que provisória, adaptada para aquela peregrinação constante naquelas terras áridas próximas à chamada península do Sinai.
Alguns desses detalhes eram: um castiçal de ouro, um altar de bronze, mesas de acácia revestidas em ouro, incensário, panelas, bacias de ouro, para serem manuseadas junto à Tenda, uma arca da Aliança também de acácia, revestidas em ouro, cortinas de linho fino em azul, púrpura, carmesim e branco, etc. Por dentro do Tabernáculo tudo era muito bonito, com detalhes brilhantes, vários destaques a chamar a atenção e impressionar a quem o pudesse ver – mas nem todos foram autorizados a adentrar ao ambiente onde Deus habitava.
Por fora, era apenas uma tenda coberta com peles de cabras e de animais marinhos, algo até sem grandes atrativos, mas Ele foi quem quis que fosse assim, o que se justifica pela rusticidade das cores do deserto.
Nada daquilo foi invenção de Moisés. Tudo aquilo foi estipulado por Deus, como deveria ser
Em Êxodo 25: 8,9, lemos que o Senhor diz ao Seu profeta do êxodo:
“E me farão um santuário, para que Eu possa habitar no meio deles. Segundo tudo o que eu te mostrar para modelo do Tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo fareis”.
Passado um bom tempo, começou-se a pensar em uma casa melhor para o Senhor.
O rei Davi, cerca de quinhentos anos depois de Moisés, intentou construir uma casa para Deus, no lugar do Tabernáculo do deserto, mas não lhe foi dada esta condição. O Senhor mesmo estipulou as condições para que a Sua Tenda do Concerto fosse transferida para um edifício de pedras lavradas. Não seria Davi quem o poderia fazer, por motivos que Deus mesmo expôs, os quais foram bem compreendidos. Apesar, no entanto, que Davi fora impedido de trabalhar na construção de uma casa para Deus, ele deixou muitos materiais preparados para quando chegasse a hora em que Salomão, seu filho, pudesse dedicar-se a trabalhar com amor para que o Senhor de Israel se sentisse à vontade para habitar em uma residência fixa, na Terra Prometida.
Além dos materiais, de repente, misteriosamente, Davi deu a Salomão, seu filho, a planta do pórtico do Templo de Jerusalém, na qual estavam desenhados os cenáculos, as câmaras interiores, com todos os detalhes necessários para tanto.
Como foi que tamanha profundidade e riqueza de detalhes chegaram a ser assim expressos em uma planta, nas mãos do rei de Israel? Não teria tudo aquilo ter sido inventado pelos sacerdotes e levitas, que trabalharam junto com Davi, acertando cada ponto do desenho?
I Crônicas, capítulo 28, verso 19 nos traz a revelação da origem daquela planta.
“Tudo isso, disse Davi, me foi dado por escrito por mandado de Yaweh, a saber, todas as obras desta planta”.
Então, assim como foi mostrado a Moisés como deveria ser o Tabernáculo, de alguma maneira a revelação de Deus chegou também a Davi. Deus o revelara, e isto é muito importante, pois Deus quer morar onde Ele se sinta bem, ainda que o Seu povo seja humano, limitado e restrito à matéria deste mundo.
Em II Crônicas capítulos 2 e 3, lemos que Salomão contrata serviços junto a Hirão, rei de Tiro, a fim de serem supridos os materiais faltantes, e também pessoal para o desempenho artístico das obras que demandavam para a construção da Casa de Deus.
Salomão, tencionando exaltar ao Senhor Yaweh, disse a Hirão o porquê de tantas coisas:
“Porque a casa que edificarei há de ser grande e maravilhosa” (II Crôn. 2:9)
Realmente, devemos dar o nosso melhor para Deus. Razões para isto não nos faltam.
O que nos faz pensar muito a respeito dessas coisas é que uma casa se trata, digamos assim, da embalagem de um conteúdo principal, que são as pessoas que ali moram.
Nem todos neste mundo têm condições de edificar a sua própria casa, mas ainda que pobre, provisória, ou improvisada, todos farão do ambiente do seu lar algo brilhante de amor, alegria, paz, e felicidade, ou, por outro lado, um lugar onde reina a amargura, a guerra e o ódio.
Pensamos na felicidade que foi desfrutada pelos sacerdotes do Senhor, quando estes podiam entrar no Santo dos Santos, o lugar da maior intimidade com Ele que um homem podia bisar viver.
Era algo muito especial, sem igual. Eles puderam adentrar à presença do Deus Vivo, que estava ali esperando por eles, para lhes outorgar perdão e graça maravilhosos, com uma extensão que alcançava todo o Seu povo, o qual esperava por aquele momento do lado de fora daquela Tenda.
O ambiente ali era muito lindo sob o aspecto da estética, mas o que mais deslumbrava os sacerdotes era a pureza do ar que estavam respirando, a visitação dentro de seus espíritos que os fazia ficar exultantes, de forma que os detalhes visuais do local apenas reforçavam o verdadeiro privilégio que tinham os que podiam lá entrar.
Agora temos de pensar um pouco ou muito sobre um fato havido lá pelo ano 29 desta era cristã, quando já estava erguido e funcionando um Templo feito para o Senhor Yaweh.
Jesus, o Filho de Deus, após muitos tormentos, dores e angústias, desfalece e morre em uma cruz, no monte Calvário, um lugar fora da cidade de Jerusalém.
Naquele instante, o véu do Templo se rasgou, em sinal de que a presença de Deus dali se havia retirado. Mas se Deus dali saiu, para onde Ele foi?
Bem, aquele Templo não era a única habitação do Senhor. O autor da epístola aos Hebreus nos dá um toque, como que apontando para… o Tabernáculo do Céu.
“Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus”…
…
“Assim também Cristo oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que O esperam para a salvação”.
(Hebreus 9:24, 28)
Consequentemente constatamos que existe um local no Céu, onde se encontra o verdadeiro santuário do Senhor, onde Jesus apresentou-se diante do Pai, trazendo em Suas mãos o seu sangue, que foi vertido em nosso lugar porque Ele tomou a nossa sentença para Si mesmo, enfrentando a morte de cruz. É ali que Jesus está agora, como legítimo sumo sacerdote, à destra do Trono da Majestade (Hebreus 8:1).
Como seria esse santuário? Como já temos asseverado, não seremos capazes de descrever algo que ainda não vimos. Em Apocalipse capítulo 21: 3, 9-27 e 22:1-5 temos uma descrição por escrito da revelação de João, dando-nos uma ideia da grandeza e beleza da Nova Jerusalém, onde estará o Novo Tabernáculo de Deus com os homens.
Persiste, porém, a indagação: como mais será? Esta não deveria ser apenas uma curiosidade, mas uma necessidade, a de conhecermos a magnitude da morada de Deus, conforme Sua deslumbrante excelência. Contudo, enquanto estamos vivendo neste corpo mortal, por ora nos basta sabermos que:
“As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus peparou para os que O amam.”
“Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus.” (I Coríntios 2:9,10)
Realmente, sermos chamados para participar de tamanha glória, mesmo sabendo que não reunimos méritos suficientes, mas porque Jesus nos confere tal privilégio, só pode ter uma razão: o amor de Deus.
Esse amor nos constrange, ao mesmo tempo em que nos toca de uma forma linda, suave e maravilhosa, de tal maneira que nós, os que cremos nEle, somos movidos a oferecer-Lhe nossa retribuição em amor, ainda que esta seja limitada e muito menor do que a que Cristo nos oferece.
Sentimo-nos como aqueles que estavam à beira da morte, e foram dali removidos para fazermos parte de um Reino de Vida e repleto de amor. Como não nos rendermos a Ele como servos Seus, com tantas bênçãos a nos alcançar, como filhos do Pai Eterno?
Atendamos, pois ao Seu convite, que prazerozamente nos diz para O seguirmos, sem temor, pois a maior condenação já nos foi removida.
Uma vez, pois, salvos, temos nEle a vida eterna.
Acheguemo-nos a Ele, que está à nossa espera.
Sintamos todos o carinhoso abraço de Jesus. Isto não tem preço. E viva a vida com Ele para sempre!
Category 2º LIVRO DE CRÔNICAS, BÍBLIA, LIVROS HISTÓRICOS DO AT | Tags: Céus, Davi, Jerusalém, Salomão, Santuário, Tabernáculo, Templo
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