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JÓ – XVIII – DEUS PERMITE, MAS INTERVÉM

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septiembre 3, 2020 by Bortolato

Jó capítulo 42

Vc. sabe de tudo quanto Deus é capaz de fazer? As possibilidades são infinitas, de modo que não há ninguém, em todo o planeta, que possa dar informações exaustivas sobre as Suas obras no tempo. Somente Ele mesmo poderia informar tudo, mas devido a essa lista ser infinda, não haverá pessoa capaz de ouvi-la por completo, e tampouco registrá-la in totum dentro de sua memória tão tacanha e falha. Se quisesse anotá-lo em um caderno, ou um book, este não teria páginas suficientes para contar nem a milionésima parte da totalidade.

Então, o que Deus pode fazer? Tudo. O que significa esse tudo? Em que consiste? Não há como defini-lo, a não ser dizendo que tudo é tudo. E ponto final.

Mas espere, isso não significa que nada podemos saber a Seu respeito. Há coisas importantes, sim, que Ele mesmo faz questão que as saibamos.

Tendo em vista a enorme quantidade das obras de Deus, temos que adotar um critério de relevância, a fim de não nos perdermos nesse caminho. Falando-se em relevância, em que sentido o que podemos saber sobre Ele pode alterar o sentido de nossas vidas?

Esta, sim, é uma questão que importa e muito para nós, humanos mortais, que fazemos parte de Sua Criação.

No livro bíblico de Jó pudemos notar que um homem, aquele que foi a figura central dessa obra que leva o seu nome, serviu para mudar a forma pela qual os participantes de sua cultura local e contemporânea enxergavam um fato da vida que ainda hoje incomoda a muitos neste mundo: como encararmos o sofrimento.

Às vezes percebe-se que é muito difícil para um povo conseguir desfazer-se de mores, valores sociais a que atribuem alta importância, de tabus e até mesmo de costumes folclóricos.

Para três amigos de Jó, os denominados Elifaz, Bildade e Zofar, não havia conversa que os convencesse a mudar de opinião. Para estes, Jó sofria muito porque pecara gravemente, ocultara seus pecados, dizia-se íntegro, e ainda por cima, intrepidamente lançava o peso de suas dores físicas e da alma sobre “um erro de julgamento de Deus”, que achava por bem que deveria ser corrigido.

Os capítulos 3 a 31 nos mostram os diálogos aquecidos até com ofensas que os três amigos dirigiram a Jó, que com a mente quase enlouquecida pelo calor das provações por que passava, ainda tinha que responder aos que o acusavam sem dó e nem piedade, com sólida insistência.

Longos debates se desenrolaram assim, até que Jó apelou por “protocolar” uma petição judicial, a qual forçaria a Deus reconsiderar o seu caso em um suposto Tribunal, onde um homem sofredor achasse finalmente a oportunidade de defender-se, confiado nas suas razões lastreadas nas suas justiças próprias, e no “bom senso divino”.

Logo depois desse ato audacioso de Jó, um silêncio se fez ouvir, que parecia ter dado fim às discussões, dando lugar a uma expectativa sobre como Deus iria reagir diante desse repto.

Nos capítulos 32 a 37 do livro, um jovem que assistira àquelas prédicas então se levanta, e com um palavrório rebuscado procurou corrigir as palavras condenatórias dos três amigos que haviam falado, trocando ideias e farpas com Jó. Eliú era o seu nome, que também não concordou com Jó, pelo fato deste haver-se colocado como alguém mais justo do que Deus. Eliú conseguiu corrigir um pouco o sentido da tese defendida pelos três, mas também não demonstrou total imparcialidade, e atacou ao homem sofredor, fazendo carga sobre a soberania do Criador.

Nos capítulos 38 a 41 então, rompendo aquela sequência de diálogos eivados de erros, enfim surge quem poderia e pôde colocar um termo final esclarecedor a todos os participantes daquele “encontro de amigos”: o Senhor Deus, El-Shadday.

Como foi isso? Como foi que Deus lhes apareceu? Isso é algo surpreendente, notório, digno de nota. Acontecimento que precisava ser registrado, pois é coisa que não se dá assim, todos os dias. Quantas pessoas não estariam ávidas por receber esse privilégio, da visita do Todo-Poderoso em sua casa?

É sempre impressionante quando Deus surge em algum lugar, pois coisas supernaturais geralmente O acompanham.

Em uma outra ocasião, lemos no livro de Êxodo, capítulo 19, que em cerca do ano 1.491 A.C., Deus veio antecedido por relâmpagos, trovões, envolto em uma espessa nuvem escura, e pousou sobre o monte Sinai com fogo, densa fumaça e um terremoto, enquanto um alto e ensurdecedor som de trombetas estrugiram para anunciá-Lo. O povo que o ouviu, até estremeceu. Então Ele falou com o Seu povo, e com Moisés, mas não viram o Seu rosto. Este evento marcou profundamente a criação da nação de Israel, que antes disso não era nada senão um povo sem eira e nem beira que logrou ser liberto de uma escravidão perversa.

O profeta Elias também teve uma experiência singular ao ouvi-Lo chegar, em uma oportunidade um tanto impressionante, recheada de surpresas. Um grande e forte vento que chegava a fender os montes e quebrava as pedras, veio antecedendo a chegada do Senhor; depois um terremoto; depois um fogo, e então, veio aos ouvidos do profeta uma voz mansa e delicada a falar-lhe, da entrada de uma caverna. Elias havia coberto o seu rosto com sua capa, de forma a não poder vê-Lo, mas pôde ouvi-Lo claramente. Isto se sucedeu lá por cerca do ano 860 A.C., no mesmo monte onde Moisés e o povo de Israel recebera a visita descrita no parágrafo anterior a este.

No caso de Jó, entretanto, Ele desceu de uma forma muito mais discreta, envolto por um redemoinho de vento, este provavelmente de forma cônica típica de um tornado. Muito embora assaz impressionante, não teria causado graves impactos ao meio ambiente, mas fazendo parte daquele vento bater nos rostos de Jó e dos que com ele estavam, enquanto Ele, Deus, falava, de forma que os que O ouviam puderam sentir que não se tratava de uma ilusão de ótica, mas sim, algo real e palpável. Eles sentiam aquele vento chocar-se com a sua pele. Não havia como negá-lo.

O que lhes falou Deus? Temos comentado este detalhe nos dois fascículos anteriores a este, aos quais remetemos o leitor.

Em resumo, o Senhor falou a Jó um longo discurso, mostrando-lhe que o homem, o ser humano, está muito aquém de ter condições de julgar e nem de atribuir quaisquer tipos de erro naquilo que Deus faz. A Natureza em si fala como Ele, do Céu, a administra, desde o seu menor item, o mais inócuo e insignificante, até ao maior e mais terrível, que homem algum ousava dominá-lo.

Deus pergunta a Jó como este poderia fazer tudo isso, e ainda abater o orgulho dos poderosos ímpios desta Terra. É lógico que Jó não saberia nem como responder-Lhe. Todo aquele cabedal de coisas que Deus faz jamais esteve ao alcance sequer da imaginação humana.

Para concluir, o Senhor mostrou a Jó que feras monstruosas que existem no planeta eram muito temidas e respeitadas pelos homens, que, impressionados com estas, superestimavam suas misteriosas e perigosas performances, tomados pelo temor; logo, se homens têm medo de animais, obras das mãos divinas, quem poderia ser bem sucedido ao querer defrontar-se com Ele, Deus, para peitá-Lo?

Realmente, ninguém O poderia suportar, e consequentemente assim também o homem sofredor que não aceita as condições de vida que lhe foram impostas pela dureza das circunstâncias a que todos deste mundo podem estar sujeitos.

No capítulo 42 do livro, Jó responde a Deus humildemente, dizendo que reconhece ter falado uma porção de palavras embasadas no parco conhecimento que tinha das coisas da vida, de modo que jamais poderia competir com a sabedoria do Senhor. Falou Jó ainda que diante do exposto, sentia-se indigno, constrangido, apenas digno de arrepender-se e estar humilhado ali, sobre o pó e na cinza (42:1-6).

Até este ponto a Escritura mostrou, desde o capítulo 3º, um estilo poético fenomenal, que coloriu o drama com beleza singular.

Não sabemos quem formalizou esses discursos em versos, a estilo da poesia hebraica, mas o restante final desse texto bíblico já foi escrito em prosa, após a morte de Jó, colocando um epílogo que revela como ficou nos seus últimos dias a vida desse patriarca de origem certamente árabe.

Deus apareceu a Jó daquela forma para falar-lhe em especial, mas também algo foi dito diretamente a um dos três amigos deste.

A interrupção do discurso divino dirigido a Jó deixa um tom de que Deus Se satisfez ao calar a fala revoltada de Seu servo, a quem admirava e estimava muito. O Senhor não lhe respondeu diretamente, afinal, a todas as questões levantadas, e nem apresentou uma solução imediata para o seu caso. Na Sua soberania, esse contato direto teve o propósito de dar uma palavra de esclarecimento sobre Quem Ele é, e quem é o homem, nascido de mulher, colocando cada um no seu devido lugar – e somente depois de assentadas estas bases, é que Ele faria aquilo que lhe aprouvesse, não pela força dos argumentos dos homens, mas pela Sua bondade imensa que não deixa de estendê-la, malgrado serem tantos os males deste mundo.

O texto não revela quando foi que Deus falou a Jó que os seus sofrimentos foram resultantes de uma ousada proposta de Satanás, colocando em xeque a fidelidade do homem, acerca do qual o Senhor tinha em Sua mais alta conta e estima; mas cremos que mais adiante, a seu tempo, este fator também foi esclarecido, de forma a fazer o Seu servo mais consciente e grato por ter sido o escolhido para fazer calar ao inimigo do Céu e de sua alma.

Satanás vive a acusar a todos os seres humanos, e faz questão de apresentar suas razões impertinenes sempre que pode, a fim de ousar lançar a ideia de que ele vence a Deus através do comportamento dos homens. Isto porque este anjo caído anseia e luta com todas as suas forças pelo prazer de aborrecer ao Altíssimo, pois, em sua ousada pretensão, ele quer ser maior do que Deus. Cada um de nós é uma peça desse tabuleiro que o inimigo quererá atacar, tentar e despojar da glória de Deus. Que o Senhor Todo-Poderoso nos defenda e o impeça de alcançar esses torpes propósitos satânicos.

Com o tempo, interagindo com a atitude humilde e de arrependimento do Seu servo, o qual passou a aceitar tudo o que o Senhor faz, é que as coisas rumaram para o bem final. Assim são as coisas de Deus; Ele age quando decide que deverá agir.

De maneira um tanto prolixa foi que Deus falou a Jó, explicando-lhe coisas que passavam despercebidas ao homem, deixando que este repensasse nas coisas que falou, movido pelo seu desespero de causa, e por fim corrigisse o seu ponto de vista, e mudasse de atitude.

Passo seguinte, Deus também dirigiu a palavra a Elifaz, o temanita, dizendo-lhe breve e objetivamente que ele e seus dois amigos não disseram do Senhor o que era reto como o Seu “servo Jó”, e por isso estavam debaixo da ira divina. (verso 7)

As coisas que os três amigos de Jó disseram a respeito de Deus lançaram a falsa ideia de que Ele, no Céu, não se sensibiliza com os sofrimentos humanos, e trata a estes com indiferença e muito rigor no uso da Sua vara do castigo. Projetaram um Deus vingativo, irritadiço e intempestivo em suas afirmações.

Esta repreensão a Elifaz nos demonstra que Deus Se ira, sim, mas contra a filosofia revestida de insensibilidade para com os mais fracos. Essa filosofia abusa da lei da semeadura e colheita, aplicada a título de um infalível “toma lá e dá cá” não é aplicável em todos os casos. Essa lei existe, sim, mas deveria ser considerada com cautela, porque não passa de uma visão estreita, atida a detalhes que precisam ser submetidos à soberana vontade de Deus, que é longânimo e misericordioso, antes de fazer valer um implacável juízo sobre os homens.

Pelo fato de aqueles três amigos de Jó abusarem e ousarem extrapolar o sentido dessa lei, que nem sempre é aplicada pela mão divina, eles falaram coisas acerca de Deus que denegriam a Sua imagem pública, além de incorretas sob o ponto de vista do bom senso; e ainda chegaram a oprimir mais ainda ao homem sofredor. Por estes motivos é que a ira de Deus estava pairando sobre suas cabeças.

Aqueles três insistiram , enalteceram e amaram essa lei tão restrita e limitada, que, para que não fossem vitimados pela mesma, e tivessem de arcar com o troco pesado que mereciam receber, eles necessitavam assim da intercessão de alguém. Quem então?

O Senhor apontou-lhes um sacerdote que por eles intercedessem: Jó, como Ele mesmo Se expressou, referindo-Se ao homem:- “o meu servo Jó”!

Você oraria em favor de pessoas que não lhe pouparam críticas intensas, severas e precipitadas, e acusações infundadas quando da maior crise emocional, financeira, econômica e agravada por uma doença terrível e incurável? Teria sinceramente condições de fazê-lo, representando-os diante de Deus, e pedindo por Sua misericórdia sobre eles? Devolveria amor para com os que usaram de tenaz maldade contra sua pessoa?

Aí está uma prova de fidelidade a Deus: amar e favorecer aos que nos aborrecem. Orar pelos que nos maltratam. Bendizer aos que nos maldizem. Por mais antigos que sejam os acontecimentos narrados sobre a vida de Jó, este conceito é o mesmo que Jesus pregou no monte das bem-aventuranças. (Mateus 5:44)

Pois se o próprio Deus lhes ordenou que assim o fizessem… é porque Ele não tem prazer em ver a destruição de quem quer que seja, mesmo dos Seus inimigos. Os amigos de Jó erraram gravemente, mas a misericórdia divina lhes ofereceu uma chance para que não recebessem a paga devida pelos seus atos de falta de misericórdia para com seu semelhante e mau juízo acerca do caráter de Deus.

Jó então, sempre fiel a Deus, apesar de sua condição tão desfavorável, vai e oferece sacrifícios de sete novilhos e sete carneiros que seus amigos lhe trouxeram para apresentá-los ao Senhor, como prova de arrependimento e aceitação da ordem dada.

Isto promoveu um reboliço no Céu.

Jó, precipitado em meio à sua tribulação, falou coisas que não devia ter falado a respeito de Deus, e ao ser repreendido, aceitou a repreensão divina, e tudo quanto o Senhor faz.

Os amigos de Jó também mudaram de atitude a respeito da justiça divina, voltaram atrás acerca do que tanto defenderam acirradamente, reconheceram seus erros, e pediram a Jó que orasse por eles.

Realmente, precisamos ter cuidado com cada palavra que desprendemos de nossas bocas, porque daremos conta de cada uma delas no Juízo Final.

Deus assim usou a vida de Jó para desfazer um conceito errôneo, que as pessoas faziam a Seu respeito, isso desde tempos mui remotos.

Pois enquanto orava Jó pelos seus amigos, o Senhor começou a desfazer-lhe todo aquele quadro amargo que o oprimia. Começou dando-lhe o dobro de tudo quanto antes possuía; e o que dantes já era uma imensa fortuna, ficou muito maior.

Os irmãos de Jó e todos os que o conheciam também vieram visitá-lo a fim de comerem com ele, e procurar confortar o seu coração ferido.

Na sequência e a seu tempo, o Senhor também lhe deu outros sete filhos e três filhas.

Renovou-lhe as forças e pôde Jó ainda viver 140 anos depois de tudo isso. Não se sabe exatamente a idade que ele chegou a alcançar, mas essa longa vida era comum na era patriarcal de Abraão e Isaque, os quais viveram mais de 170 anos.

Assim ficou demonstrado àquela geração que Deus tem todo o poder de abençoar a quem Ele escolher destinar todo tipo de bênçãos. Na época, as bênçãos materiais eram muito mais valorizadas do que hoje, visto que muitos não criam na vida após túmulo.

A maior lição que restou, no entanto, é que Deus, em Seu generoso coração, tem mui ricas bênçãos aos que Lhe são fieis, e mais do que isso, tem misericórdia dos pecadores que se arrependem e voltam-se para Ele.

Para que Ele nos perdoe e não nos trate segundo requerem os nossos pecados, enviou o Seu próprio Filho, Jesus, na plenitude dos tempos, para que Este oferecesse a Si mesmo como o único sacrifício aceitável aos Céus, muito mais precioso do que o de novilhos e carneiros.

Assim, Jesus morreu, oferecendo-Se como se fora um cordeiro, e por isso também é chamado de Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

Aqui cabe uma pergunta. Quantas vezes já julgamos o nosso próximo precipitadamente?

Assim como o Senhor falou aos amigos de Jó, Jesus veio a este mundo, e, ao inaugurar o Seu ministério terreno, fê-lo pregando a mensagem:

  • Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus” (Mateus 4:17)

Quem pois reconhece seus erros, e tem o firme desejo de receber o perdão e o amor de Deus, que nos é oferecido através do sacrifício que Jesus apresentou na cruz, será também recebedor do cumprimento da promessa de ser um dia um cidadão do Reino dos Céus.

Jesus é o Sumo Sacerdote de Deus, que ofereceu sacrifício com o Seu próprio corpo, a fim de que sejamos nós os beneficiários do Seu amor e perdão.

Uma condição é imposta para que usufruamos dessas valiosas bênçãos: recebermos em nossos corações o Seu senhorio, para que sejamos transformados por Seu poder, de forma a nascermos de novo.

Receber perdão dos pecados… ter uma nova vida… com Jesus ao nosso lado… a supervisão do Céu a nos dirigir os passos… receber a alegria que é reinante no clima do Reino de Deus… uma paz indescritível no coração, fazendo os males da vida se tornarem sem grande importância… e essa vida é eterna, começando aqui, e indo além…

Esta é a oferta de Deus aos que O buscam em espírito e em verdade. Quer receber?

Vamos lá, vale a pena. Vai ser a melhor coisa que iremos a fazer nesta vida. Vamos a Jesus!


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