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JÓ – XVII – POR QUE TEMER A DEUS

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agosto 29, 2020 by Bortolato

Jó capítulos 40 e 41

Nós, humanos, fomos dotados de muitas qualidades e aptidões que nos fazem superiores ao restante da Criação de Deus. Pudera! Pois foi o próprio Deus que nos criou à Sua imagem e semelhança, de forma que, por mais diferentes que sejamos uns dos outros, todos carregamos esta marca: a marca da imagem de Deus em nós.

Temos, contudo, que lembrar-nos de que apesar desta herança magnífica, não somos uma raça de super-homens.

Sim, porque alguns, se não muitos, esquecem-se disso, e chegam a acreditar que são semideuses. Já tenho ouvido de certas pessoas mal informadas que afirmaram que elas eram Deus!!! Incrível, não? Mas elas estavam fora de si…

Basta a estas receberem uma certa dose de boas condições de vida, e já se promovem como poderosas, com muita riqueza material, força física, juventude, saúde inabalável, mente arguta, grande fluência verbal, junto a pessoas que se deixam impressionar por essas coisas, e estes pretensos superdotados pensarão que tudo poderão fazer, e que nada há que os possa impedir.

Quando contrariados por obstáculos que a vida lhes interpõe, ficam nervosos, esbravejam de mau humor, escarnecem dos mais fracos, e a soberba invade os seus corações ao ponto de chegarem a desafiar a Deus.

Uns dizem que acham que tudo neste mundo está errado, que tudo deveria ser destruído para dar espaço para recomeçarem a organizar todas as coisas, principalmente a partir dos sistemas político e econômico das nações.

Outros rejeitam os sistemas religiosos instituídos no mundo por reputarem-nos como arcaicos, caducos, inúteis ou até mesmo prejudiciais à sociedade. Às vezes até com alguma razão, no sentido ritual da palavra religião, mas ao passo em que esta palavra significa religar o homem com Deus, eles estão perdendo uma visão muito importante da vida .

Outros, porém, mais ousados ainda, creem em Deus, mas insolentemente protestam contra as maneiras do Senhor agir nesta Terra. A presença de males que atingem as pessoas no mundo é usada para distorcerem o entendimento, e então, a partir de um elaborado sistema de valores que criaram para convencerem a si mesmos e aos outros, condenam ao Criador, como se isto fosse passível de ser estabelecido perante um Tribunal, onde questões éticas da vida pudessem ser julgadas por eles mesmos! Colocando Deus no banco dos réus!… Isto é uma loucura!

Quando lemos o livro de Jó, nos seus capítulos 40 e 41, notamos que algo maravilhoso estaria acontecendo na vida de um homem que foi duramente castigado pelo destino em sucessivos infortúnios que o surpreenderam desde pouco tempo atrás, quando então tudo corria às mil maravilhas.

Jó, este era o seu nome, o qual, em meio aos seus tormentos terríveis, usando de sua capacidade de filosofar, julgando-se um homem justo, digno e íntegro diante de Deus, sentiu-se injustiçado, perseguido e abatido por El-Shadday, como se o Senhor fora o seu arque-inimigo. E então, depois de muitos debates e discussões ferrenhas com seus amigos, decide que deseja entrar com um processo judicial contra o Céu (!) no qual venha a ser julgada a sua causa de maneira justa, e não como ele achava que fora julgado.

A seu modo de ver as coisas, Deus havia errado, e sido injusto para com ele, que se achava no direito de reivindicar justiça plena, perfeita e eficaz a seu favor.

A respeito disso, Jó fora, de fato, um homem muito mais justo e correto como ninguém na Terra havia semelhante a ele. Sincero, reto, e desviando-se do mal, o próprio Deus dava este testemunho diante do príncipe das trevas, e os seus sofrimentos realmente o fizeram ficar atônito, com mente perturbada, como que entorpecida por bebida forte.

Acontece, porém, que em meio aos seus discursos, movido por raciocínios que lhe roubavam a calma, Jó, em certo momento, ousou querer defrontar-se com Deus, achando que em um julgamento sério, a rigor, ele chegaria a vencer o Altíssimo com sua argumentação, e lograria alcançar a reversão do seu estado lastimável em que estava.

No fundo, Jó não queria ser mais do que ele realmente era, e muito menos ser maior do que Deus, mas a sua situação caótica o levou ao absurdo de provocar um julgamento a ser processado, versando sobre a sua própria vida.

O que faria o leitor, se um menino, uma linda criança, a qual é seu filho, de repente se sentisse transtornado por alguma coisa, e começasse a gritar com o seu próprio pai (no caso, você), exigindo que Vc deixasse de ser omisso, com vistas a afastar algum inconveniente, querendo ser o centro das atenções e o cercasse de privilégios?

Vc. logicamente consideraria que o vazio, provavelmente provocado por uma dor na alma, o estivesse incomodando muito, mas com um sorriso nos lábios lhe passaria a mostrar que os privilégios de filho não lhe foram negados, apesar de todos os sofrimentos por que estivesse passando, na esperança de confortá-lo.

Pois foi isso que Deus fez! Apareceu a Jó no meio de um redemoinho que baixou à terra, e começou a falar-lhe com carinho e ternura, mas ensinando-o coisas relevantes, e colocando os pingos nos ii naquilo em que o sofredor tivesse errado em suas palavras.

Nos capítulos 38 e 39 do livro, Deus mostrou a Jó que este estava julgando-se capaz de avaliar as coisas da vida e dar a estas a interpretação correta, propondo as alterações devidas, segundo o seu entendimento, mas por outro lado o homem não tem o condão de sequer conseguir controlar e muito menos administrar alguns seres dispostos na natureza, tais e quais feitos pelo Criador.

No capítulo 40 do livro de Jó, o Senhor então diz a ele que “acaso quem usa de censuras contenderá com o Todo-Poderoso?… quem assim argui que responda”.

Depois de receber um Visitante tão importante, que começou a lhe mostrar um lista de coisas que figuram como itens da Sua Criação, apontando-lhe características e suas prerrogativas, Jó não se acha mais na condição de se defrontar com o Senhor; compreende que é um ser indigno, um nada, um zero à esquerda, que errou, falando besteiras, mas que já reconhecia a sabedoria imbatível do Senhor. Por isso, o homem tapa a sua boca, e dispõe-se a tão somente ouvir.

O Senhor passa a mostrar que se Jó quisesse mesmo anular os juízos e aquilo que Deus faz, antes de tudo teria que ser ornado de excelência, de glória e majestade, para ter a autoridade necessária para tanto.

E depois disso, que tal se Jó tivesse que atentar para cada soberbo, abatê-lo, humilhá-lo, despojá-lo da arrogância, tolhê-lo da presença dos seus parentes e amigos, matá-lo e enterrá-lo? Parecer-lhe-ia isto uma tarefa fácil? Se Jó tivesse todas as condições de fazê-lo, que o fizesse, e então Deus o condecoraria, e lhe concederia toda a glória por este feito.

No capítulo 40 o Senhor enumerou uma série de animais e aves aos quais dotou de capacidades específicas, que os tornaram admiráveis, sem que haja condições de um homem dominá-los com facilidade. A pergunta é: será que Jó lograria controlá-los todos, anotando e cercando-os com o seu cuidado a cada momento? Isto seria tarefa que somente o Onipresente, Onisciente e Onipontente poderia fazer.

No capítulo 41, no entanto, Deus se restringe a descrever apenas mais dois astros expoentes da zoologia de sua época.

Antes de tentarmos identificar que animais eram esses, temos de considerar o período em que tais bichos viveram nesta Terra, e também imaginar o período em que se deu a história de Jó..

Como exemplos, no capítulo 40, um desses, o onagro, ou jumento selvagem, tornou-se um tanto raro, tendendo a desaparecer, e o outro, o auroque, uma espécie de boi selvagem, já está extinto há mais de três séculos, os quais nos dão mostras de que realmente o livro de Jó é de produção muito antiga.

Outros dois animais que passaremos a comentar trazem descrições que não podem ser totalmente inseridas dentro da identificação dos seres vivos que conhecemos na era atual. Paira a dúvida se não seriam animais já extintos, que deixaram seus primos como seus semelhantes, espécimes menos impressionantes que os tais; mas também estes últimos, apesar de seus perfis não serem exatamente como o de seus ancestrais, não deixam de causar muito respeito e temor no homem.

O primeiro desses expoentes é o beemote, animal que, como os hipopótamos, vivia nos rios, junto a juncos, na lama e comia a erva como o boi. O que nos dificulta a aceitarmos defini-lo como um hipopótamo é quando a palavra do Senhor diz que “os montes lhes produzem pasto”, e os “lotos e salgueiros o cobrem com sua sombra”, expressões que não condizem com hipopótamos.

Ademais, como entendermos que um hipopótamo é provido de espada? Podemos dizer isso de elefantes, ou dos extintos mamutes. Dizer, porém, que os dentes do hipopótamo são espadas, isso não faz uma ligação muito clara e nem convincente.

Os elefantes africanos realmente são muito ferozes e agressivos, o que se encaixa dentro dessa descrição dos beemotes, mas estes atualmente não vivem no norte da África; teriam vivido na época de Jó? Quanto aos elefantes asiáticos, por sua vez, muitos deles são domesticados, tornam-se animais dóceis, servem de montaria e são usados no trabalho dos campos e bosques. Quanto aos mamutes, alguns destes se teriam extinguido há cerca de 4.000 anos atrás, e viveram em climas temperado e/ou glacial do planeta, tendo sido encontradas suas ossadas no norte da África, da Ásia, e da Europa. Também, devido à extinção dos mamutes, de longa data não se tem notícia alguma, em literatura de origem antiga de que tenham sido encontrados seus espécimes vivos, isso dentro dos últimos 4000 anos, e assim estes provavelmente não se contextualizaram na época de Jó, na Palestina.

Resta-nos que geralmente o termo beemote é atribuído ao hipopótamo, o qual também é um fortíssimo animal e responsável pela maioria dos casos de ataques agressivos, causando ferimentos mortais ao homem, conduzindo muitos a óbito, dos que ousam invadir os seus territórios.  Mas o ser terrível ao qual Deus o apresenta diante de Jó, é tão temível como se fora um demônio fortemente dotado da capacidade de ferir ou matar alguém

O outro animal ao qual Deus se refere, recebe uma atribuição de maravilhosa engenharia genética natural, é, pois, o chamado de leviatã. O Salmo 104:26 traduz esta palavra por “monstro marinho”.

Há que se aquilatar que, exageros poéticos à parte, embora neste mundo atual não haja nada que possa em realidade ter características tão fantásticas, na era dos dinossauros viveram vários répteis, dos quais não podemos imaginar todas as peculiaridades biológicas que cada um possuía em seus portes físicos e comportamentos.

Alguns tradutores bíblicos menos ousados preferem atribuir esse nome ao atualmente conhecido por crocodilo, mas neste capítulo 41 do livro de Jó, o assim proceder levaria a outros problemas que nos dificultariam a fazermos uma perfeita identificação.

A título de aprofundamento da questão, como pois entendermos que esse monstro, quando espirra “faz resplandecer a luz” (verso 18)? E que da sua boca, “tochas e faíscas de fogo saltam dela”? E da suas narinas “procede a fumaça”, e “seu hálito faz incender carvões”? (versos 19 a 21)

Debaixo de seu ventre há escamas pontiagudas”… “arrasta-se na lama como instrumento de debulhar”(v. 30)… “as profundezas faz ferver como uma panela” (v. 31)… “atrás de si deixa um sulco luminoso” (v. 31).

Para muitos isto parece ser a descrição de um dragão, um animal meramente mitológico, mas temos de considerar muito bem ter havido algum arroubo de ênfase poética que se prenderia mais à ideia que os homens tinham ao ver tal animal, do que o que realmente este demonstrava com seu porte e comportamento. O Senhor, ao ter feito a sua descrição, não estava querendo causar terror nos homens, mas Jó sentiu-se como frente a frente com um espécime do tal ser, e se encolheu totalmente.  Deus queria, sim, relembrar as impressões que tais animais já produziam nos corações de quem os avistava. O que Deus quis ressaltar para Jó é que este, bem como tais homens impressionados com os leviatãs, os temiam, fazendo vários construtos fabulosos a seu respeito em suas mentes, e Jó não estava mostrando temor ao Senhor tanto assim,uma vez que Ele, o Senhor, é muito mais poderoso e temível do que o tal animal que por Ele foi criado.

Deixando de lado questões detalhistas, o fato é que a descrição desse tal leviatã se prende por definição e princípios à incapacidade humana de dominar essa espécie, seja ela a de um monstro extinto ou não.

A maioria dos teólogos atuais preferem traduzir o termo pela palavra crocodilo, pois realmente este é bem conhecido, e formidavelmente uma fera terrível, mormente os seus espécimes maiores. Seu ancestral, o Sarcosuchus imperator, do período Cretáceo, cujos fósseis foram encontrados no deserto do Saara, de um período tido por uma centena de milhares de anos atrás (considere-se que o teste de carbono 14 não tem comprovação segura de idades muito antigas, tanto quanto das mais recentes), alcançava 12 a 15 metros de comprimento, sendo que os maiores crocodilos de hoje chegam a atingir apenas a metade disso.

Hoje também temos por monstros as baleias, mamíferos de enorme porte. As baleias azuis, por exemplo, pesam de 50 a 150 toneladas, mas estas não são agressivas. A maioria dos cetáceos são mansos, com exceção dos seus primos, os cachalotes e as orcas.

Seja este leviatã uma espécie atual ou extinta, portador de estranhos poderes ou não, os seus parentes crocodilos, os maiores representantes desta espécie, metem terror a qualquer ser vivente que esteja ao seu alcance. Nunca queira beber água no rio Nilo, como fazem os gnus, isto é uma temeridade, e pode levar os incautos para dentro das mandíbulas desse monstro. Acontece tão rapidamente que pode não dar tempo de arrepender-se… Até os aligatores da América do Norte seus outros parentes menores, chegaram a capturar e devorar em poucos minutos uma pessoa que se coloque à beira da água onde estes vivem.

Tomemos, então, pelo sim, ou pelo não, o crocodilo como exemplo do que Deus quis ensinar a Jó.

O Senhor lhe pergunta se Jó é capaz de capturar um crocodilo (o leviatã). Dificilmente o conseguiria, mas se porventura, a um alto custo, o fizesse, o que é que faria com ele? Não poderia ser domesticado. Ele não serve como bicho de estimação (41: 3 a 5). Não poderá jamais brincar com ele como se fosse um brinquedo. Ninguém queira cometer a loucura de lutar contra ele, porque se é que, por um raro acaso, puder sair ileso da luta, de qualquer maneira, nunca mais o tentará novamente. Ele é um assassino armado de cem punhais que se enfileiram dentro de suas mandíbulas, e voraz devorador de qualquer ser vivo que lhe apeteça. Para ele, os seres humanos são doces petiscos.

As pessoas e outros animais fogem dele, aterrorizados, se se lhe deparam frente a frente, mas ele não foge destas.

O Senhor menciona oito armas usadas na antiguidade, que não causam nenhuma espécie de mal ao crocodilo: setas, paus, flechas, lanças, pedras das fundas, e até instrumentos de ferro e de cobre; nada disso o amedronta.

O desfecho moral dessas descrições levam-nos à conclusão final: os homens não ousam enfrentar a estas duas espécies em um confronto cara a cara: o beemote e o leviatã, e muito menos têm a audácia de provocá-los a uma luta corpo a corpo.

Os animais descritos por Deus eram terríveis, e Deus é quem teve que lidar com os mesmos, porque eram produtores de males e desgraças na Terra e no mar.  Quando um ser humano é morto ou ferido por um daqueles, somente o Senhor é quem podia detê-los, ou lutar contra eles.  Eram produtores de desgraças.  Tais ameaças e assassinados que faziam eram na verdade frutos do pecado do homems – mas somente Deus, na pessoa de Seu Filho, é que pôde, na plenitude dos tempos, lutar para vencer a força do mal, e venceu-o na cruz.

Ora, se tememos tanto a animais como esses, criaturas que figuram no rol da Criação de Deus, não é o caso de despertarmos para o fato de que Ele, o Senhor, as criou para, entre outras finalidades, indiretamente mostrar aos homens que a força e o poder maior está nas mãos de Quem as criou?

E se homens indignados, como foi o caso de Jó, os teme e procura evitar contato com os mesmos, como ousar erguer-se diante de Deus para confrontar-se com Ele? Eis aí a questão.

O temor do Senhor é o princípio da sabedoria. Deus nos inspira amor, e portanto devemos amá-Lo, mas não nos esqueçamos também que Ele é terrivelmente grande e poderoso. Não há ninguém que O possa derrotar em uma disputa judicial, e muito menos em um ringue. É pura insensatez querer enfrentá-Lo; seria o mortal, finito, limitado e rodeado de fraquezas ousar defrontar-se contra o Imortal, Infinito, Ilimitado, dono de toda força e poder que se possa encontrar no Universo (e também fora do Universo material). Não há termos de comparação. Pintos de galinhas, patos e marrecos não devem ousar querer haver-se com águias.

Assim também homens não deveriam superestimar-se ao ponto de peitar a Deus. E por que voltar-se contra o Ser mais maravilhoso, bondoso, e amoroso que possa existir?

Todos temos dificuldades na vida. Isso faz parte do viver. Temos de considerar que muitos dos sofrimentos por que os homens passam, afinal são consequências dos seus atos impensados, ou do seu orgulho exaltado.

Temos de considerar que Deus amou tanto a este mundo, que DEU o Seu próprio e Único Filho perfeito como ninguém, para morrer em nosso lugar, a fim de nos salvar dos nossos pecados (João 3:16).

Não façamos como os que O rejeitaram, escandalizados, mas aceitemos o modo como Deus agiu e age em nosso favor.

Faça-se uma experiência: vamos dar dois passos na direção de Deus, e fiquemos bem atentos, porque então Ele dará infinitos passos em nossa direção. Aliás, a morte de Jesus Cristo na cruz do monte Calvário já foi uma enorme pisada de Deus na cabeça do diabo, e os grandes beneficiários desse gesto de amor somos nós.

Usufruamos do amor de Deus. Deliciemo-nos com Ele. Há um imenso jardim florido no qual Ele nos espera para que O conheçamos em maior profundidade. Façamos isto cientes de que Ele é muitíssimo grande, maior do que possamos dimensionar como grandeza – e Ele quer compartilhar das maravilhas do Seu Reino conosco.

Façamos assim, e o mundo mudará completamente de colorido.

Nunca mais seremos os mesmos; desta partiremos para outra muito melhor.

Com o nosso abraço, saudando-o com boas vindas para o futuro mais feliz que possa imaginar.


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