Arrependei-vos, porque é chegado o Reino do Céu…
Comentarios desactivados en Arrependei-vos, porque é chegado o Reino do Céu…junio 22, 2012 by Bortolato
Este foi o sermão básico que João Batista começou a pregar na banda do além Jordão.
Como iremos colocar tais palavras dentro do seu contexto histórico?
Cerca de quatrocentos anos se passaram,desde que o Senhor tinha prometido, através da Profecia de Malaquias, enviar a Elias, a fim de converter o coração dos pais aos filhos e dos filhos aos pais. Em Malaquias 3:1, é prometida a primeira vinda do próprio Senhor, a quem é chamado de “Mensageiro da Aliança”.
Desde que o Senhor revelou a Sua Lei a Moisés, nunca antes houve tamanho silêncio da parte dEle, deixando de enviar a Sua palavra profética por cerca de quatro séculos.
O povo, a estas alturas, já ansiava por ver os dias de Messias prometido e a chagada do “Elias que havia de vir”. João Batista, na verdade, que veio tal e qual Elias, separado da sociedade como um eremita, vestindo peles de camelos e ovelhas, e comendo somente aquilo que o Senhor lhe permitiu ingerir, na Sua graça e poder, e a sua pregação era muito dura em palavras, direta e cortante como uma navalha afiada. É certo, porém, que Elias era Elias, e João era João. Não há nenhuma alusão à alegada reencarnação para ligar uma identidade a outra. Quando indagado se era Elias, João logo respondeu: “Não sou”. João veio no mesmo espírito profético de Elias, no mesmo tipo de unção, isto sim, dá para se notar claramente.
Durante esses quatrocentos anos, o povo desenvolveu algumas culturas à parte da Revelação Divina, em paralelo. Acreditavam estar no caminho certo, mas… faltava muito para isto!
Sabemos que há caminhos que ao homem parece direito, mas ao final, são caminhos cheios de erros e quem neles confiar não chegará ao lugar que espera chegar.
Enquanto aguardavam o Messias, e ao “Elias que havia de vir”, os judeus desenvolveram tradições e preceitos que excediam às palavras de Deus.
Vamos examinar alguns deles:
ZELOTES:
Os zelotes, por exemplo, eram um grupo de caráter político-religioso, composto por pessoas que se sentia muito seguras de suas convicções, e estavam dispostos a lutar para matar e para morrer pela sua causa.
Poderíamos compará-los hoje com a “esquerda radical”.
Não aceitavam dominação estrangeira em sua terra, pois criam que os romanos eram desses povos idólatras que seriam vencidos e expulsos do seu país pela espada do Messias.
Este grupo causou muitos aborrecimentos ao Governo romano.
A seita dos zelotes era constituída de vários subgrupos, talvez de células.
Os Sicários eram parte dessas células de esquerda radical antirromanista. Poderíamos comparar esta ala de extrema esquerda aos atuais terroristas, que planejam e executam arrojados planos para matar àqueles que julgam ser seus adversários. Os Sicários eram os correligionários mais ousados e violentos dentre os zelotes. Tudo em nome da religião, que criam ter de interferir na política da nação.
O apóstolo Paulo parecia possuir algumas características dos zelotes, embora não pertencesse a esse partido. Paulo era fariseu, e era disposto, como tal, a matar em nome da defesa da fé judaica.
Mais tarde, Paulo procurou mostrar que o zelo radical é antibíblico, uma vez que parte dos que não possuem um verdadeiro conhecimento de Deus.
OS ESSÊNIOS
Os essênios nutriam a mesma hostilidade dos zelotes contra a adulteração da religião.
Apesar disso, divergiam dos zelotes com relação ao método de ação. Em vez de pegarem em armas, para reagirem contra povos gentílicos invasores, acreditavam que era melhor apelarem para a reclusão, o afastamento da sociedade, evitando confrontos violentos.
Lutavam pela santidade, esperando assim preparar a sociedade para estar apta a receber o Messias e apressar a vinda dEle.
João Batista parecia ser muito afeito com a forma e a filosofia dos essênios, mas não há provas de que tenha pertencido a esse movimento.
Supõe-se que tenham tido pouco conhecimento das obras de João e de Jesus, devido à sua segregação, ao seu separatismo da sociedade.
Isto nos mostra que o isolamento, se por um lado é bom para nos ajudar a fazer um autoexame com o fim de nos purificarmos dos nossos pecados, por outro lado chega a perder o que de bom Deus tem para fazer no meio do Seu povo. Este isolamento demonstra certo temor de abrir suas portas para o evangelismo, o que atrapalharia os planos divinos de conquista dos povos desta Terra.
OS SADUCEUS:
Os Saduceus se insurgiram a partir da insurreição dos Macabeus – quando a estirpe sacerdotal de Matatias se levantou contra a imposição da idolatria grega, perto do ano 150 Antes de Cristo, lançando mão às armas e à guerra. A revolta armada dos Macabeus continua sendo uma das mais patrióticas recordações da história dos judeus. Na época de Jesus, apesar do movimento já ter sido esmagado militarmente, ainda havia alguns que desejavam fomentar movimentos revolucionários semelhantes ao dos Macabeus.
Os saduceus, foram os descendentes diretos da linhagem macabéia, que, à época do Novo Testamento, controlavam muitos aspectos da vida judaica:
1º) Controlavam o templo e as práticas religiosas.
2°) Controlavam também o cargo de sumo sacerdote, que conseguiram “comprar” por meio de manobras corruptas – e conseguiram manter esse controle por vários anos, pelo poder do dinheiro.
3º) Detendo o cargo de sumo sacerdote, retinham em sua suas mãos o poder de liderança do Sinédrio. Isto, apesar de não serem majoritários em número, pois eram poderosos nas decisões importantes.
Não criam em ressurreição, na existência de anjos, na vida eterna da alma.
Criam que não eram corruptos, mas que usavam do poder econômico do vil metal para alcançar objetivos bons, porque Deus, para eles, estava mais ocupado com assuntos mais importantes que as coisas desta Terra.
Com uma filosofia tão materialista e deísta, o confronto com Jesus foi inevitável. A popularidade de Cristo lhes incitou os ciúmes por causa da multidão que O seguia, e por isso temiam perder o controle do povo.
O ponto máximo da discórdia entre os saduceus e Jesus foi a ressurreição de Lázaro. O coração deles estava endurecido para não crerem no Senhor, e não O creram.
Este foi os pontos críticos que teriam de mudar – de fé, de pensamentos e de comportamento.
A mensagem de arrependimento não os alcançou como classe, devido a essa dureza de coração. Que os nossos pontos de vista não nos venham a cegar ao ponto de perdermos a visão de fé que Deus nos quer acrescentar por meio de Cristo, e não deixemos de dar crédito à Sua breve vinda, pois Ele nos prometeu, e logo o cumprirá.
OS FARISEUS:
Já estes se confrontaram com Jesus devido à maneira com que interpretavam a Lei, e à forma com que Jesus Se lhes apresentava, como Deus.
Estes se apegavam muito à formalidades da Lei, enquanto que Jesus lhes mostrava o espírito da Lei.
Os fariseus temiam a Deus por medo da vingança divina, enquanto que Jesus apresentava o Senhor como o Pai amoroso, e isto parecia nunca convergir em harmonia, mas pelo contrário, ensejou vários confrontos muito ríspidos.
Apegavam-se a minúcias da Lei e a tradições criadas por eles mesmos, tais como: dar o dízimo de inúmeras coisas: salsa, coentro, linho, cominho; o lavar das mãos, etc. Isto os ocupava tanto ao ponto de perderem o bom senso, pois cuidando desses pequenos detalhes, esquecia-se da justiça, da misericórdia e da fé.
Com tais distorções de propósitos espirituais, alguns deles procuraram por Jesus para entender como fazer para ser salvo, como foi o caso de Nicodemos. As práticas legalistas não preencham as suas almas. Infelizmente, estes eram poucos, pois na sua maioria, os fariseus procuravam a Jesus para tentar desmoralizá-Lo, fazê-lo cair no descrédito.
Seus seguidores buscavam encontrar a paz numa vida cercada de vários limites do comportamento, no afã de querer “aperfeiçoar e aprimorar as leis de Deus”.
Para estes, buscar a Deus consistia principalmente em observar todos os detalhes e indo além no zelo. Com isto, desviavam-se do primeiro e Grande Mandamento do Senhor, que é: amar a Deus.
Dentro de uma seita assim, é claro que o povo se viu vazio interiormente, e se viu perdido , sem a proximidade do Senhor que toda alma anseia ter.
Arrependei-vos seria, pois, um desafio também para os que pensavam estar no caminho certo, mas desviados da essência da verdadeira adoração.
OS ZADOQUITAS:
Estes eram algo como a ala direita dos fariseus. Pouco mais de um século antes da era cristã, houve início nos círculos sacerdotais , um movimento de reforma visando a um reavivamento religioso, bem como a correção de irregularidades no culto do Templo. Como esse movimento provocou reações negativas da parte dos fariseus e saduceus, foram chamados de “filhos do fogo”.
Estes eram algo como a ala direita dos fariseus. Pouco mais de um século antes da era cristã, houve início nos círculos sacerdotais um movimento de reforma visando a um reavivamento religioso, bom como a correção de irregularidades no culto do Templo. Como esse movimento provocou reações negativas da parte dos fariseus e saduceus, foram chamados de “filhos de Zadoque”.
Esperavam pelo Messias como um Mestre de Justiça, e rejeitavam, em grande parte, a tradição oral dos rabis.
Davam grande ênfase ao arrependimento.
É claro que estes se acharam mais afeitos ao cristianismo e provavelmente foram arrebanhados ao movimento cristão.
OS HERODIANOS:
Eram uma ala esquerdista dos saduceus, um partido de caráter quase puramente político. A religião era para estes, de interesse secundário.
Eram partidários de Herodes, porque olhavam para a sua dinastia como se esta fosse cumpridora da esperança messiânica.
Logo se vê que estavam muito distanciados dos caminhos de Deus, depositando sua fé numa política cega, que aceitava um homem corrupto, assassino e cuel, que enganava o povo, oferecendo-lhes um Templo para cultuarem ao seu Deus, e, por outro lado, perseguindo a todos quantos lhe representassem alguma ameaça ao seu trono.
Isto não é muito diferente dos nossos dias, à medida em que confiamos em partidos e políticos ímpios, em partidos compostos de ideais truculentos, em torça de “favores” para a construção de uma igreja aqui ou ali.
Não é de religião ou de seitas políticas que o povo precisa, mas sim, de Jesus.
Arrependei-vos, chama-nos para uma vida em que não deixa de lado os valores principais que Jesus nos ensinou.
João, no seu ímpeto por ver o povo convertido ao Messias, chegou até a “rasgar o verbo”, e chamou a alguns de “raça de víboras” e “hipócritas”.
Tudo isso nos serve de alerta para não deixar nossas almas serrem levadas por um “espírito de religião”, ou a “brincar de igreja”.
Temos uma alma que dará contas a Deus por tudo o que tivermos feito em nossas vidas aqui.
Nossas consciências nos permitem ser levados até aos pés da cruz, e ali deixar o nosso homem de pecado ser crucificado com Jesus.
Arrependimento é mudança de atitude e de caminho. Deixar de andar segundo os nossos corações enganosos, para andar com Jesus.
Viva Jesus em nossos corações!
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