ESDRAS – VII – PARA ENFRENTARMOS PERIGOS
Comentarios desactivados en ESDRAS – VII – PARA ENFRENTARMOS PERIGOSfebrero 15, 2020 by Bortolato
Esdras capítulo 8º
Há momentos em que temos de tomar atitudes firmes, com força e às vezes até mesmo radicais. Não teremos então uma alternativa bem ponderada e razoável para escolhermos. Como dizem as más línguas, “se corrermos o bicho pega, e se ficarmos, o bicho come”. Resta-nos então reagir mesmo.
Quando nos encontramos em um beco sem saída, porém, não vemos soluções humanamente passíveis de estar ao nosso alcance.
O que então nos resta? É enfrentarmos o “bicho” de frente. Mas com as poucas forças e recursos que nos restam? Isso pode ser uma receita suicida. Quais as chances de vencermos a parada? 10%, 5% ou 1%? Essas probabilidades nos desanimam, se ficarmos olhando para elas. Essa nossa missão acaba se emaranhando na casa dos casos impossíveis, levando-nos ao desânimo.
Nem é bom pensarmos nas nossas possibilidades, neste caso, porque se assim o fizermos, já entramos nessa luta como vencidos. É esquecer as estatísticas e esses números negativos e malfadados. Eles não nos ajudam em nada, quando os desafios são imensos.
Vamos então com a cara e a coragem, fechando os olhos para os perigos iminentes e para tudo? Ou ficaremos parados, quietos, esperando o momento da fatalidade nos alcançar?
Os nossos corações não se conformam com esta situação e erguem os olhos para o céu, lembrando do que um dia escreveu o salmista:
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“Elevo meus olhos para os montes. De onde me virá o socorro? “ (Salmo 121:1)
Ele mesmo responde a esta pergunta:
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“O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra. Ele não permitirá que os meus pés vacilem, não dormitará Aquele que me guarda. É certo que não dormita, nem dorme o Guarda de Israel. O Senhor é quem te guarda, o Senhor é a tua sombra à tua direita. De dia não te molestará o sol, nem a lua de noite. O Senhor te guardará de todo o mal, guardará a tua alma. O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre.” (Salmo 121:2-8)
Que maravilha esta, hein? Quando nossas possibilidades se esgotarem, há um Deus, o único na verdade realmente digno de assim ser chamado, e Ele tem olhos atentos para com os Seus.
Isto não é fantasia, e muito menos um “conto do vigário”, da caronchinha, ou de qualquer estelionatário. Ele é realidade. Ele é perfeitamente real, e quem nEle confia não ficará confundido.
O fato é que não se pode evitar problemas ou tribulações na vida; estas de fato acontecem a todas as criaturas deste mundo. Ninguém está isento a estas, e conosco não é diferente.
O que nos faz brilhar os olhos, porém, é que com a ajuda do Todo Poderoso os impossíveis acontecem, e de certo modo, podemos contar com isto, se estamos andando perfeitamente alinhados com Ele.
Exemplos desta verdade é que não faltam. Abram-se as páginas da Bíblia.
O mar Vermelho se abriu para o povo de Deus passar a salvo e se fechou para afogar os Seus inimigos.
O rio Jordão também se abriu, não só uma vez, mas quem diria? Por três vezes para os servos de Deus Yaweh passarem a pé enxuto. Não tiveram de aprender a nadar, e nem precisaram de canoas.
Pela fé no Senhor, ruíram as muralhas da cidade dos contrários a Josué, em Jericó.
As bocas dos leões se fecharam diante de Daniel, e se abriram para devorar seus inimigos.
Gigantes foram derrotados em confrontos, frente à frente, no peito a peito, diante do povo que fora munido da força do Senhor para os enfrentar.
Mortos foram ressuscitados, doentes incuráveis foram curados, e espíritos demoníacos foram expulsos.
Temos um caminho tortuoso para trilhar?
Quando tivermos de fazer uma viagem cheia de inúmeros riscos, lembraremos daquela que o sacerdote Esdras fez, da Babilônia até Jerusalém, no ano 457 A.C., conforme narra o livro que leva o seu nome – Esdras, capítulo 8º.
Conforme narra Esdras, capítulo 7º, este sacerdote do Senhor, versado na Lei de Moisés, foi recebido em uma audiência perante o rei Artaxerxes, da Pérsia, na qual conseguiu convencer ao monarca que o Senhor Deus de Israel é o Todo-Poderoso, que merece ser louvado e adorado, e que Ele escolhera Jerusalém para ali Se manifestar, sediado em Seu santo Templo.
Algum tempo antes disso, Artaxerxes havia ordenado para que se paralisassem as obras da restauração dos muros de Jerusalém (Ed. 4:21).
Tal fora a habilidade com que Esdras se mostrou naquela oportunidade, que tanto o rei persa como os seus conselheiros encheram-se do temor de Deus, e com isso, deu-se ordens para que fossem pagos com os recursos daquele império todas as ofertas de animais a serem apresentadas aos sacrificadores no altar de Yaweh.
Todo apoio real foi dado a Esdras para que os cultos e cerimônias prescritas pela Lei de Deus se fizessem, e que ninguém ousasse impedi-lo.
Artaxerxes ainda determinou por carta escrita que os sacerdotes e levitas que ainda estivessem em Babilônia ou outras partes do império persa, para estes se disporem a servir ao Deus de Israel, que tanto impressionara àquela corte com as palavras ditas por Esdras, embasadas na Lei do Senhor. Sendo assim, que nada detivesse aos ritos e cerimoniais devidos ao grande EU SOU.
Esdras ficou exultante. De posse daquela preciosa carta, que tinha a força de uma procuração legal, foi logo tratar de convidar outros sacerdotes para organizarem uma migração de volta para Jerusalém.
Tal e qual o alvoroço que se deu na noite em que Israel saiu do Egito, em cerca de 1450 A.C., aqueles israelitas se aprontaram e se fizeram prestos para partir, ajuntados às margens do rio Aava, e ali ficaram acampados por três dias. Fazendo o quê? Esperando para que levitas fossem buscados em Casifia, mais de 220 deles para engrossarem o número dos hebreus para aquela empreitada.
O mais importante, porém, foi que aqueles homens e suas famílias sabiam que, percorrer aquela distância pelos caminhos oficiais, onde teriam que se impor perante povos inimigos, hordas de ladrões, salteadores, violentos e muito maus caráteres, isto não seria nada fácil. Caravanas e caravanas eram dizmadas por grupos nômades do deserto, em busca de presas ao seu alcance.
Com aquela prédica tão convincente com que Esdras desenvolveu diante do rei Artaxerxes, nem se cogitou se aqueles viajores precisariam ou não de uma boa escolta real para os proteger.
O Deus de Israel foi exposto eloquentemente e com fervor espiritual tal, como tão poderoso e valente nas guerras, que ficou até um tanto implícito que Ele seria a forte defesa de Seu povo naquele momento em que Seus servos se levantariam da terra do cativeiro para irem adorá-Lo no Seu santo monte.
A fé foi fundamental ali, tanto em Esdras como naquela corte persa. Ninguém duvidou se aquele retorno seria bem sucedido ou não. Para eles, estava tudo certo: Yaweh era o forte defensor dos Seus servos sacerdotes e levitas, e não haveria de dar nada errado.
Sacerdotes não são treinados para guerra, certo? Teoricamente certo. Logo, aquela caravana seria um alvo fácil para alguma tropa mercenária que os achasse pelo caminho, certo? Humanamente correto, mas não é assim com o povo de Deus.
Esdras sentiu que aquela hora era para buscarem ao Senhor dos Exércitos, e apregoou ali, junto ao rio Aava um jejum, para se humilharem perante o seu Deus. Para pedir-Lhe uma jornada feliz, para eles, suas famílias, para seus pertences e para tudo quanto estavam transportando.
Muitos anos antes deste episódio, os judeus, em cerca de 473 A.C., tiveram que se armarem e se prepararem para serem atacados por seus inimigos, que ansiavam loucamente pela sua destruição, em todo o território persa. Tudo estava então sendo preparado para a extinção da raça judaica.
Com a intervenção divina, porém, a intrepidez da rainha Ester e seu primo Mordecai, um decreto da parte de Assuero, imperador daquela época, foi expedido para autorizar ao povo judeu a preparar-se e defenderem-se, pois um outro decreto anterior havia incitado forças armadas de povos cobiçosos a atacarem e saquearem a todos os judeus daquele reino.
Com muita garra e fé, eles conseguiram vencer aos seus adversários com estrondosa vantagem. Não eram poucos os seus inimigos que tinham vindo para os atacar, daquela feita. Os judeus tiveram que matar 75.000 homens armados, mas com bastante felicidade conseguiram vencê-los e voltaram a usufruir da paz. Interessante, mas não por acaso, aquilo também foi precedido de três dias de jejum e orações, súplicas perante Deus, que os ouviu e os atendeu.
No capítulo 8º de Esdras lemos que “a boa mão de Deus estava sobre nós, e livrou-nos das mãos dos inimigos e dos que armavam ciladas pelo caminho”.
Eles estavam levando como ofertas dadas pela casa real e por todo Israel que se cientificou dessa migração, um carregamento de bom peso, que poderia ser avaliado entre 25 a 39 toneladas, na forma de talentos de prata, e 3 a 6 toneladas em talentos de ouro, além de vinte taças de ouro e dois objetos de lustroso e fino bronze. Se calculássemos o seu valor, provavelmente ultrapassaria a casa dos três milhões de dólares. Um atraente despojo para milícias assaltantes que lhe vieram a armar ciladas pelo caminho.
Como vieram eles a livrar-se daquelas forças inimigas que os seguiam à distância a observá-los pelo caminho, esperando uma boa oportunidade para desferirem um ataque surpresa fulminante? O autor sacro não menciona ter havido qualquer confronto ou combate, mas nas entrelinhas deixa a entendermos que algo diferente teria acontecido naquele trajeto. (Ed. 3:31)
O que então deteve a audácia dos inimigos?
Notório é que os tais inimigos não puderam chegar das vias aos fatos para atacá-los e saqueá-los. Chegaram a avistá-los, mas não reuniram a coragem para executarem os seus maus intentos.
Por que razão? O que aconteceu? Os adversários se acanharam? Não estavam bem organizados? Ficaram sem forças? Confundiram-se? Sofreram algum acidente que os impediu de prosseguirem em seus planos?
A resposta a esta pergunta está sucintamente escrita em Gênesis, capítulo 32, versos 1 e 2, onde está escrito:
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“Também Jacó seguiu o seu caminho e anjos de Deus lhe saíram a encontrá-lo. Quando os viu, disse: – Este é o acampamento de Deus. E chamou àquele lugar de Maanaim (em hebraico, um duplo grupo de exército acampado).
A localização de Maanaim é incerta, apenas sabemos que se trata de algum lugar próximo às margens do rio Jaboque, mas onde quer que algum servo de Deus for encontrado em situação de perigo, ali os anjos estarão. Por sinal, na viagem que Jacó empreendeu na ocasião, entre o IXº e o XVIIIº século A.C., ele percorreu uma parte semelhante do trajeto feito por Esdras e seus companheiros bem anos depois.
Davi também sentiu isto quando se fingiu amalucado na presença do rei Abimeleque, em Gate, e por este foi expulso, e assim pôde livrar-se das ameaças que o rondavam de perto, depois de ter sido preso na fortaleza dos filisteus. Naquela ocasião ele escreveu:
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“ O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que O temem, e os livra. Os olhos do Senhor estão sobre os justos e os Seus ouvidos estão abertos ao Seu clamor”.(Salmo 34:7, 15)
E um dos salmistas também escreveu:
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“Porque aos Seus anjos dará ordens a teu respeito para te guardarem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos para que não tropece com teu pé em alguma pedra”. (Salmo 91:11-12)
Vale lembrar que o título “Anjo do Senhor”, no Antigo Testamento, tinha as conotações de “mensageiro”, ou ser celestial enviado por Deus para tratar com homens como Seu agente pessoal e porta-voz. Em muitas passagens esse Anjo fala como se fora o próprio Deus, na primeira pessoa do singular.
Em Gênesis 16:13; 18:18,26,30,33; 32:22-30; Josué 5:13-15; Juízes 2:1-5; 6:22-23; 13:3,9,13,18,20-23, e em muitas outras passagens podemos constatar uma identificação entre o Anjo do Senhor e a figura de Cristo pré-encarnado.
Esta fé é alguma coisa de tremendo. Coisas impossíveis acontecem. Algumas são qualificadas de verdadeiros milagres.
Temos porém que ressaltar que o poder de Deus é desprendido com muito mais facilidade quando se tem fé incondicional. Isenta de dúvidas, apesar das circunstâncias.
Como expressar esta fé, de modo a agradar a Deus?
Através do louvor. O louvor é a voz da fé, porque antecipadamente visualiza a intervenção divina sobre a vida do adorador. Existem muitas bênçãos embutidas no louvor a Deus, e esta, que traz-nos livramentos, é apenas uma delas.
Com o louvor, encontramos a presença do Espírito de Deus bem juntinho a nós, e esta é a maior bênção que qualquer pessoa poderá obter em sua vida. Estar junto a Deus, em comunhão com o Seu Espírito, é um fato que nos faz crer que Ele não nunca nos abandonará, nem nesta vida, e nem no porvir, pois que seremos dirigidos pela Sua vontade, e tomaremos as decisões que não somente nos livrarão de perigos, como nos levarão à plena felicidade.
Esta felicidade está franqueada junto à Pessoa do Filho de Deus, Jesus, o Cristo.
Quem tem Jesus, tem a vida eterna, não entra em condenação, e quem não o tem, infelizmente já está condenado.
Eis o convite de Jesus:
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“Vinde a mim, todos vós que estais cansados e oprimidos, e vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas allmas” (Mateus 11:28,29)
Atendamos, é Ele quem nos convida. Vamos a Ele.
Category BÍBLIA, ESDRAS, LIVROS HISTÓRICOS DO AT | Tags: adoração, Artaxerxes, Babilônia, Jesus, levitas, louvor, Rio Aava, Sacerdotes
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