GRAÇA MARAVILHOSA
Comentarios desactivados en GRAÇA MARAVILHOSAdiciembre 10, 2014 by Bortolato
“Porque todo sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados; e possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados; pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza.”
Uma outra versão diz que (no verso 2) “… Ele é capacitado para lidar gentilmente com os ignorantes, e os que estão se desviando, uma vez que ele mesmo está sujeito a fraquezas…”
[Introdução]
O que significa isto? Ser gentil para com os pecadores?
Fico pensando como foi que os sacerdotes do A.T. tratavam com os seus compatriotas, irmãos de nação, quando estes vinham a Jerusalém depois de caminharem vários quilômetros, para ofertarem um cordeiro, ou uma oferta destinada ao sacrifício, e em seus corações um arrependimento, e uma leve esperança mesclada de temor, de que Deus os perdoaria quanto a seus pecados… como será que eles eram recebidos?
Creio que havia vários tipos de acolhimento a estes. Como havia vários tipos de sumos sacerdotes, pois que os temperamentos humanos são diversos; é possível que alguns sacerdotes tratariam a seus irmãos de nação de diversas formas:
(a). Indiferente e formal. Friamente, o sumo sacerdote tomaria as ofertas, e as sacrificaria no altar, ou ali mesmo próximo, como se estivesse trabalhando mecanicamente. “Ligaria o automático”, e deixaria o barco correr. Poderia até estar pensando em outra coisa no momento, estando com seus pensamentos em outro lugar.
(b). Preocupados. Incomodados com a situação espiritual do ofertante, cumpririam, sim, a sua função sacerdotal diante do altar, com a testa franzida, com um certo ar de preocupação, pensando se Deus realmente iria aceitar aquele sacrifício, e o pecador fosse realmente perdoado.
(c). Outros, quem sabe? Tipo xerifes, criticariam ao irmão, talvez lhe aplicasse uma repreensão bem drástica, bem dura, “daria uma dura” no ofertante, chamando-o à responsabilidade que ele tinha de agir corretamente, segundo a Lei de Moisés, antes de alçar aquela oferta diante do altar de sacrifícios: -“Deixe de ser coração duro, de dura cerviz… deixe de ser…”
Em todos esses casos, o sumo sacerdote apresentaria o Cordeiro ou outro animal, ou ave, no altar, levantaria o mesmo, invocaria a misericórdia de Deus, e aguardaria pela atenção e a compaixão do Senhor.
Não vamos elencar aqui o tipo de atendimento sacerdotal que os filhos de Eli faziam, pois que não cumpriam sua função dignamente, não observavam aquilo que Deus lhes ordenara. Estes foram um caso à parte, uma aberração no meio sacerdotal – e Deus mesmo cuidou de julgá-los, e sabemos qual foi o seu fim (I Samuel, capítulos 3 e 4).
(d). Há, porém, um outro tipo de atitude que aqueles sacerdotes poderiam ter, diante dos corações que se apresentavam com sinceridade diante do altar de Deus. Teria sido uma maravilha das maravilhas se aqueles sumos sacerdotes acolhessem e tratassem os pecadores com cordialidade. Eles bem poderiam ter sido gentis. Sim, porque Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é muito gentil para conosco! Deus, nosso Pai, é também, muito gentil! Deus é gentil!
Imagine um sacerdote gentil, mostrando um pequeno sorriso, sacudindo a cabeça afirmativamente, tomando o pecador pelo braço, e dizendo: – “Venha comigo, eu vou encaminhar o seu caso a Deus.”
Não golpearia com socos a cabeça do coitado, não lhe arrancaria os cabelos, não o ofenderia, não o chamaria de idiota e nem de cretino. Trataria o caso com carinho.
Ele tomaria o cordeiro, ou a pombinha, e os imolaria, apresentaria aquele sacrifício a Deus orando e pedindo-lhe o perdão, enquanto o fogo do altar estaria queimando a carne.
Esta atitude encontramos em Jesus
Com a diferença de que Ele mesmo, como sumo sacerdote, ofereceu-Se a si mesmo como um cordeiro para ser imolado e morto pelos nossos pecados.
Quando Ele fez isso, Seus discípulos fugiram. Aliás, um deles o seguiu de longe, e o negou por três vezes antes que o galo cantasse por duas vezes. Essa história, narrada na Bíblia, revela que nem por isso Jesus se deixou ficar magoado com aqueles Seus discípulos.
Imagino Jesus, oferecendo-Se como um Cordeiro bem branquinho, sem mancha, sem mácula…Os cordeiros têm uma característica de não reagirem, não gritarem, mas apenas chorarem quando percebem que chegou o dia da sua matança.
NO DIA DA EXPIAÇÃO NACIONAL:
Os irmãos se lembram do que acontecia no dia da Expiação Nacional?
Em Jerusalém, no sétimo mês, aos dez dias do mês de Etanim, ou Tisri, que cai mais ou menos em Outubro do nosso calendário, os sacerdotes imolariam um novilho, um carneiro, um bode, e soltariam um outro bode para morrer no calor do deserto. O novilho era para oferta pelo pecado do sacerdote, e o carneiro seria queimado totalmente, todo ele, no altar dos holocaustos, que ficava à porta de entrada do Tabernáculo ou do Templo. O primeiro bode, que seria degolado, era pelos pecados do povo. O segundo, iria morrer no deserto, fora da cidade.
O sacerdote tomaria o sangue do novilho, por seus próprios pecados, e depois também do bode degolado acompanhado de um incensário. Pegaria o incensário cheio de ervas aromáticas moídas, colocaria fogo nestas, de maneira a deixar soltar uma densa fumaça. Daí ele se dirigiria ao Tabernáculo/Templo, entraria no primeiro estágio, este próximo da entrada, e começaria a tomar as providências para adentrar na segunda dependência, que ficava por detrás do chamado véu, que era constituído de cortinas de três cores.
Antes de tomar esse passo decisivo, havia uma certa tensão nos pensamentos daquele sumo sacerdote. Era um privilégio, mas ao mesmo tempo, uma prova de fogo para ele. Ele teria, já, então, ficado uma noite toda acordado, lendo a Torah, a Lei de Moisés, a fim de que não pecasse nem por sonho naquele período, e se achegasse limpo ali no Santuário.
Ele teria que levar o sangue do novilho, (e depois também do bode) nas mãos, o incensário aceso, e uma corda que era amarrada no seu tornozelo, para que, se morresse ali dentro, as pessoas pudessem puxá-lo para fora sem receber o mesmo destino.
Antes de entrar ali, no Lugar Santíssimo, ou Santo dos Santos, ele teria que se agachar, ajoelhar-se, e de gatinhas, andando como que sobre quatro pés, afastar o véu, abrindo ali uma brecha, apenas para poder colocar o incensário lá dentro do segundo recinto, o Lugar Santíssimo. O incensário então iria enchendo aquela sala de fumaça, de modo que ninguém poderia enxergar direito, como se fosse tomada de uma densa neblina. Ele mal poderia ver a Arca e sua tampa, que era o propiciatório.
Por que a fumaça? Porque o Senhor os avisou por meio de Moisés que Ele apareceria ali, assim que baixasse aquela nuvem sobre o propiciatório. E ninguém poderia ver a face de Deus sem morrer.
Só depois de alguns minutos, o sacerdote adentraria ao recinto sagrado, levando nas mãos o sangue do sacrifício do novilho, e do bode, e ali o aspergiria, sobre o propiciatório.
Aonde mesmo ficava o propiciatório? Sobre a Arca da Aliança, peça que deveria ficar no meio daquela sala. A fumaça estaria encobrindo tudo, e por isso o sacerdote só poderia mirar mais ou menos para onde estaria o propiciatório, e ali teria de arpergir o sangue do novilho e, em uma segunda etapa, naquele dia, o sangue do bode expiatório.
Se ele chegasse a ver alguma silhueta de alguém ali, era para baixar o seu olhar, porque ninguém veria a face de Deus e viveria. Nem Moisés a pôde ver. Não era esta a ocasião para ser curioso, porque isso poderia custar-lhe a vida.
É muito glorioso podermos ver a face de Deus, e contemplá-Lo de frente, mas estes olhos mortais, se receberem tal sorte, só O verão uma vez, e a seguir, então, passaremos de imediato para a eternidade. É muito lindo, sublime, e ao mesmo tempo dramático.
Isso era terrível, porém, para aqueles sacerdotes. Imagine o medo por que passou Zacarias, o pai de João Batista, quando ainda estava na antessala, onde havia uma pequena mesa que chamavam de altar do incenso. Ele estava ali para lidar com o incensário, porque ele era o escalado para entrar no Santo dos Santos. À direita daquela mesa, de repente, ele vê um anjo, muito bonito e forte anjo, presumo, de vestes brancas talares, de um branco brilhante, um ser celestial uma presença muito marcante, sem dúvida alguma. Era o anjo Gabriel. Ele deve ter pensado: -“ Pronto! Chegou a minha hora, é agora mesmo que eu vou partir!” Mas o anjo o acalmou com suas palavras. Deus tinha outros planos para ele, naquele momento, que não morrer.
Mas sossegue! Não fique tenso, pensando que o próximo será V. O rigor da Lei não demonstra com clareza a faceta do amor de Deus.
Vamos adiante.
JESUS, NOSSO SUMO SACERDOTE:
Jesus é o nosso Sumo Sacerdote, e ao mesmo tempo o Cordeiro imaculado que Se ofereceu em holocausto, fora da cidade de Jerusalém.
Quando Ele ouviu o ladrão da cruz a pedir-Lhe: “- Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no Teu Reino”, creio que Ele esboçou um leve sorriso, como o Sumo Sacerdote que Se compadece gentilmente dos pecadores que se arrependem.
Ele quis sorrir, e balançar a cabeça afirmativamente, mostrar que estava aberto o caminho da Graça de Deus para aquele pobre homem condenado, que se mostrava até conformado com a sua condenação de cruz, MAS as dores dos pregos nas mãos e nos pés de Jesus, aquela posição incômoda de braços esticados e pés sobrepostos, aqueles espinhos da coroa cravados sobre a carne de sua cabeça, aqueles vergões e cortes expostos em carne viva, provocados pelos açoites nas Suas costas, as quais tocavam naquele madeiro rústico, depois de uma noite em claro em que foi covardemente esmurrado e esbofeteado, somados ainda com o esforço de carregar a cruz até o Gólgota… tudo isso parecia um peso muito grande que esmagava e desfazia o Seu sorriso.
Ele sabia que todos aqueles sintomas eram prelúdios da morte, que Ele estava morrendo, e sabia também que aquilo tudo era porque Deus amou ao mundo de tal maneira, ao ponto de entregá-Lo à morte naquele dia.
Ele só pôde dizer algo, concordando com a vontade do Pai, para aquele já ex-ladrão, que era um daqueles a quem o Pai amou, que era uma das pessoas por quem Ele estava passando por todo aquele drama:
“- Em verdade te digo que ainda hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23:43)
Ao expirar, Jesus entregou nas mãos do Pai o Seu espírito. O que aconteceu bem naquele momento? O véu do Templo se rasgou em duas partes, de cima a baixo. Por quê? Porque o verdadeiro, grande e único Sumo Sacerdote de Deus estava lá fora da cidade, oferecendo-Se como Cordeiro no holocausto, ofertando o Seu próprio sangue, o único sangue imaculado que nos tira o pecado, lava-nos das nossas culpas, purifica nossas almas, e nos faz aprazíveis diante do Pai.
Não era mais necessário qualquer outro sacerdote levar o sangue de novilhos ou bodes ou carneiros para dentro do Lugar Santíssimo, pois o Senhor mesmo rasgou o véu, e saiu de lá.
Deus saiu do Santo dos Santos naquele momento e foi ao encontro das gotas de sangue de Jesus e foi tomar em Seus braços o espírito que Jesus entregou em Suas mãos, em um brado, antes de dar o último suspiro.
Este ato sacerdotal de Jesus marcou a história e iniciou-se a Era da Graça de Deus.
O CASO VALDIMIR TOMAREVSKI:
Em 1983, em São Caetano do Sul, Estado de S.Paulo, vivia uma família feliz. Valdimir Tomarevski, Laura sua esposa, e uma menina, ainda bebê com sete meses, Talita. Um dia foi Laura com sua menina no colo e entrou em um banco, quando então aconteceu uma tentativa de assalto. A criança começou a chorar, e um dos bandidos encosta uma arma na cabeça da criança, e ordena que a mesma pare de chorar. A mãe, instintivamente, procurou tirar a menina da mira do revólver, tentando defendê-la, e a ameaça se realizou, a arma disparou, matando a ambas.
Houve na ocasião um tiroteio com a polícia, cinco dos assaltantes foram mortos, e outros foram presos.
Naquele mesmo dia, ficou Valdimir sem a querida esposa e sem a sua filhinha. Sua vida entrou dentro de um ciclone, mudando tudo de pernas para o ar.
Valdimir, que pertencia a uma igreja em Vila Gerte, em S.Caetano, entrevistado, disse que aquilo tinha uma causa, que era a falta de Cristo nos corações das pessoas. Não estava com raiva, nem apresentava revolta, mas sim, muito triste. E ele foi até a prisão, para pregar o evangelho de Jesus para os assaltantes que foram presos.
Como resultado daquela pregação, um dos bandidos presos aceitou aquela palavra de amor e de perdão. Seu nome era Paulo. Era chamado de “Paulinho Bang Bang”. Depois que ele recebeu Jesus em sua vida, passou a ser o Paulinho de Jesus, e um pregador do evangelho do Senhor Jesus.
Isto é manifestação da Graça. É a misericórdia de Deus estendida.
É não olhar para os defeitos do próximo, mas oferecer-lhes Jesus. É um sacerdócio gentil, misericordioso. A esposa e o bebê se foram, mas os bandidos um dia também irão – e para onde? Pois poderão ir para Jesus, se aceitarem este sacerdócio.
Acaso Deus está de braços abertos para ladrões? Dizemos que sim, e não somente para ladrões, como quaisquer outros tipos de criminosos ou boas pessoas, porque todos pecaram, e ficaram destituídos da glória de Deus (Romanos 3:23). Todos nós carecemos da misericórdia de Deus.
Temos, contudo, de considerar o que o autor do livro de Provérbios diz sobre transgressores:
“O que encobre suas transgressões, jamais prosperará, mas o que as confessa e as deixa, alcançará misericórdia”. (Provérbios 28:13)
CADA CRISTÃO, UM SACERDOTE:
Dou graças a Deus por Martinho Lutero, que descobriu que cada cristão pode ser um intérprete da Biblia, desde que iluminado pelo Espírito Santo.
Graças a Deus também por mais alguém que um dia descobriu que cada cristão é um sacerdote de Deus.
- é um sacerdote e eu também.
Olhe agora para seu irmão ou irmã ao seu lado. Jesus a ama também. Olhe com simpatia para ele/ela, porque Jesus nos olha assim para nós também. Ela não é perfeita, pode ter certeza disso, mas dê-lhe um sorriso gentil. Isto é graça de Deus se manifestando através de nós. Não importa o que ela tenha feito de errado, não somos chamados para julgar-nos uns aos outros, mas para deixarmos transparecer a Graça do Senhor Jesus que nos acolhe e nos transforma.
Quando sairmos pelas ruas da cidade, iremos notar que muitos estão por aí pecando, fazendo aquilo que não convém, atraindo o juízo de Deus sobre si mesmas. Por meio de gestos, atitudes e palavras, podemos perceber o que as espera, mas através de nossos gestos, atitudes e palavras, podemos mostrar-lhes que há um caminho, um único caminho para serem felizes eternamente: Jesus, nosso Sumo Sacerdote.
Se fizermos isso, Jesus ficará feliz conosco. Se fizermos coisas boas, também, mas saiba que não é por essas boas coisas que seremos justificados diante do Pai, mas unicamente pelo sangue do nosso Sumo Sacerdote, Jesus. Nada além do Sangue de Jesus.
Category Evangelho, Meditações | Tags: estendida a todos, formal, gentil, Graça sem medida, Jesus Sumo Sacerdote, Ladrão da cruz, preocupado, Tipos de sacerdotes, xerife
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