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I REIS – VI – PREPARANDO UM LUGAR PARA DEUS

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diciembre 29, 2016 by Bortolato

Eis aí um grande propósito a ser traçado dentro de nossos corações.   Reservar um lugar apropriado para que o Senhor do Céu e da Terra possa receber todo o louvor, e honras, do povo com quem Ele deseja manter um sério e profundo relacionamento.

Queremos nós fazer parte desse povo que habita junto a Deus?

Que Ele há muito já ansiava por aproximar-se do povo desta Terra, isto é manifesto desde o Jardim do Éden.   O Seu prazer junto a nós seria o de mantermos um contato tal como o que tiveram o primeiro homem e a primeira mulher – todos os dias, na viração do dia, face a face, em um colóquio de amor muito grande, e, vale dizer, também inescrutável.

O pecado entrou na raça humana, e esse contato ficou parcialmente prejudicado, mas muito prejudicado mesmo.   Apesar disso, Ele não desistiu.   Com Abel, Sua comunhão foi um perfeito caso de amor, que até causou ciúmes terríveis em seu irmão.  Depois, quando nasceu Enos, os homens começaram a invocar o nome do Senhor.   Sabe-se também de um Enoque, que desenvolveu tamanha comunhão com o Senhor, que acabou recebendo um premio fabuloso:  partiu deste mundo, trasladado para os Tabernáculos eternos, na presença maravilhosa do Deus que o amou, e o livrou da passagem pelo rio da morte.  Depois disso, veio Noé, que foi salvo pela Arca que Deus mesmo lhe instruiu a construir, para daí começar uma nova geração de pessoas mais tementes a Ele neste mundo.

A corrupção dos planos divinos pelo homem, porém, obstinadamente continuou, mas Ele encontrou um com quem achou prazer, muito embora esse tal, Abraão, ainda demonstrasse algumas imperfeições.   Desse homem, Ele, no decorrer do tempo, extraiu uma descendência para com esta manter doce comunhão.   Tanto o próprio Abraão, como Isaque e Jacó não puderam ver toda a extensão dessa descendência, mas foram participantes das mesmas promessas.

Por fim, Ele mesmo resgatou da escravidão o povo descendente dessa linhagem, e os conduziu a um deserto para ali poderem conhecê-Lo, e iniciarem uma nova fase de suas vidas, fase esta até então inédita, na qual havia um relacionamento muito próximo entre o Senhor e toda uma multidão, a qual Ele reivindicou para Si como Sua propriedade, concedendo-lhe um privilégio jamais antes concedido a uma nação.

Naquela ocasião, Ele mesmo disse que queria ter um lugar onde o Seu povo pudesse ver e sentir de perto a Sua presença santa, o Seu caráter, a Sua santidade, Seu amor e Sua justiça.   Assim, Ele estipulou minuciosamente como deveria ser construído o referido lugar.   Deveria ser uma Tenda, uma habitação móvel, portátil, de vez que todo o povo no deserto habitou em tendas.   Ele também quis uma tenda, como que não se importando com a simplicidade e a humildade de compartilhar aqueles momentos de peregrinação juntamente com os Seus amados.

Por todos os favores que lhes concedera, Ele poderia requerer a construção de um palácio aonde quer que fossem, mas aceitou morar em uma Tenda – porém esta teria que ser especialmente feita para Ele – de acordo com o Seu gosto, com dimensões altas, com tecidos resistentes e bem apresentáveis, e cheia de detalhes em seu mobiliário.   Teria que ter uma antessala, onde ficariam o candelabro, a mesa dos pães da propiciação, e um pequeno altar para preparação e queima de incensos aromáticos.    Além desta antessala, Ele ficaria ali, mais ao fundo, na sala vizinha, no Seu compartimento preferido: o Lugar Santíssimo, de onde falava audivelmente com Moisés, dando todas as coordenadas para a condução do Seu povo.

O Tabernáculo poderia parecer algo sem muita expressão, visto pelo lado de fora, mas por dentro revelava o bom gosto de Quem o planejou e ordenou a sua construção.   Peças como o castiçal, e a Arca da Aliança e seu propiciatório refletiam o brilho do ouro.  Ninguém se espante com isso, pois o que eram uns poucos quilos do metal nobre, diante de Quem criou todas as riquezas deste mundo?   E Ele é muitíssimo rico, santo, puro, e abençoado, e por isto não podia deixar de exigir menos do que exigiu.     Como V. acha que um rei gostaria de uma morada?   Os reis humanos foram e são rodeados de luxo e riquezas; os povos que os sustentaram não abriam mão de viver sem os seus respectivos rei, e procuravam agradá-los caprichosamente.   E Ele, Deus, é o Rei dos Reis, e Senhor dos Senhores..

Em I Reis, capítulo 5º vemos, então, que chegou o dia pelo qual Davi teria muito esperado, quis muito chegar a viver até essa data, mas lamentavelmente não o lograra ver.   Davi acumulou muito ouro, prata, madeira e pedras preciosas, mas em que pese tudo isso, ainda havia muito mais a se adicionar para que uma casa pudesse ser feita para a morada do Deus Altíssimo, a melhor possível ao nível humano, e da qual Ele pudesse agradar-Se.

Sem dúvida alguma, uma construção material  jamais poderia estar à altura da santidade, do brilho de glória, da sublimidade e majestade que o Senhor dos Exércitos detém em Sua habitação celestial. Na verdade, a rigor, o Templo da glória celeste é inigualável.   Não há elementos nesta Terra capazes de imitá-lo à altura, mas…  À medida em que homens se desprendem de tudo para tê-Lo junto a si, buscando imitar os padrões de vida dAquele que é o máximo de perfeição, a fim de obter a Sua aceitação, contando que, na Sua extrema sabedoria e compreensão, Ele com certeza aquilataria todos os fatores, pesando-os  em uma balança, e aceitaria com prazer essa oferta que partiria de um sentimento muito profundo dos corações daqueles a quem Ele criou.   Seria como que um pai amoroso sendo contemplado por um presente que seus filhos ainda pequenos, na sua simplicidade, puderam trazer a Ele.  Esse ambiente seria cheio de alegria, para ambos o lados.   Afinal, o grande prazer dEle é poder compartilhar a Sua presença junto aos seus pequeninos.

Uma vez tendo sido dados todos os detalhes do Tabernáculo do deserto pelo próprio Deus, os israelitas já teriam uma ideia do que poderia trazer um clima satisfatório para o Grande Eu Sou, ao tentarem construir uma Casa para Ele.   Este conceito já pairava pela mente de Davi, e foi repassado para a de Salomão, seu filho.

Os utensílios e o mobiliário deveriam ser mantidos tais e quais Ele prescreveu quando passou os detalhes a Moisés.   O edifício, porém, seria um tanto diferente:  bem maior, mais vistoso e lindo também pelo lado de fora.   A Tenda da Congregação do deserto media cerca de 15 metros de comprimento por 5 de largura, e o Templo que Salomão construiu era de 27 por 9metros.   O estilo arquitetônico teria de ser algo excepcionalmente bonito, dentro dos padrões da época, e das paragens do Oriente Médio.   Salomão vivia dias de muita riqueza em seu reino, e isto implica em possibilidades amplas como nunca, o que não poderia deixar por menos do que foi.

Para realizar o sonho de um fervoroso adorador, no entanto, Salomão necessitaria de muito mais madeira, e pedras lavradas, além de muitos outros materiais.   Os olhos do rei então se voltaram para as terras do Líbano, de onde poderia obter tantos ciprestes e cedros quantos quisesse, e alugar muitos trabalhadores para viabilizar a obra.

Davi havia mantido uma firme amizade com o rei de Tiro, Hirão.   Este último, então, ao ouvir que Salomão havia sido ungido como o novo rei de Israel, enviou subordinados seus a saudá-lo, como sinal de boas vindas, e de bendições.

Salomão, rodeado de paz com seus vizinhos, tinha em seu espírito um alvo principal:  a construção do Templo.   Ele não precisaria deixar de aproveitar o ensejo, e logo envia uma carta a Hirão, na qual solicita o fornecimento da madeira e a mão de obra necessária  para que a Casa do Senhor pudesse ser edificada a contento.   Por que árvores do Líbano?  Não porque em Israel não houvesse as árvores pretendidas, mas porque no Líbano estas eram exuberantes, bem mais abundantes, e  a fim de que não se depredassem os bosques de área menor da região israelita, pois que isto teria um custo ecológico muito alto, e desnecessário.

Ao receber a missiva, Hirão ficou muito contente, e louvou ao Senhor Yaweh, que colocou um filho de Davi sábio e prudente, temente a Deus, no seu trono, e responde-lhe que atenderia ao pedido com muito gosto.

O preço do material e dos serviços ficou estabelecido, de forma que Salomão enviaria, durante certo período, a provisão de sustento do palácio do rei Hirão, em trigo e azeite – cerca de 20 milhões de litros de trigo e  vinte mil litros de azeite, mensalmente.

Trinta mil homens foram aplicados em trabalhos por Salomão, enviados ao Líbano, para o trabalho mais pesado, a cortar árvores.   Setenta mil faziam o serviço de carregadores, além de oitenta mil homens que eram cortadores de pedras, e três mil e trezentos que supervisionavam o andamento das obras.

Estes eram apenas os que preparavam os materiais destinados à construção da Casa do Senhor.

A prosperidade reinou nos dias de Salomão em Israel.  Realmente, a prosperidade é uma bênção que podemos ambicionar alcançar, mas esta precisa ser, antes de tudo, submetida a uma outra que é receber de Deus um coração aproximado ao coração do Mestre divino.   Um coração que ame, como Ele nos ama, generoso como Ele também o é, firmemente decidido a amá-lo em primeiro lugar, o que significa que será decidido a amar ao nosso próximo como a nós mesmos.   Quando chegamos ao conhecimento do quanto Deus nos amou, ao ponto de ceder o Seu próprio Filho para morrer  em nosso lugar, encontramos o alvo padrão que precisamos alcançar, para sermos semelhantes a Ele.

Quando se fala em Casa do Senhor nos dias de hoje, logo se pensa em um templo de alvenaria.   É muito digno e bonito ver espíritos de homens, mulheres e até mesmo crianças empenhando-se para reunir recursos, a fim de que se construa um edifício da melhor forma possível, mas a Casa em que o Senhor mais anseia por habitar é o nosso corpo.

“Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?  Pois fostes comprados por preço; por isso, glorificai a Deus no vosso corpo.” (I Coríntios 6:19-20 – versão Almeida Séc. XXI)

Estes preparativos nos falam muito quanto à necessidade que temos de nos prepararmos para recebermos o Espírito do Senhor dentro do Seu templo que é o nosso corpo.   Como já disse um dia o poeta romano Juvenal, mens sana in corpore sano, o que significa que o equilíbrio entre o corpo e o espírito devem ser observados.   Isto também sugere que, para que tenhamos um corpo sadio, precisaremos ter um espírito sadio.   Em outras palavras, adicionamos que para termos um templo aceitável a Deus em nosso corpo material, devemos antes de tudo preparar os nossos corações para receber o Espírito dAquele que nos conhece desde antes que nascêssemos.

Como edificar um trono de adoração a Deus, dentro de nossos corpos?

A chave principal, antes de tudo, é o nosso coração.   É parte do primeiro mandamento: amar a Deus de todo o nosso coração.  Temos que ter um coração totalmente aberto para adorá-Lo na medida em que Ele bem merece – e Ele não merece pouco.   Ele não é Deus de misérias, e nós também não devemos fazer economia de louvores a Quem merece muitíssimo mais além daquilo que podemos dar.

Ele sabe que não temos capacidade e condições espirituais para adorá-Lo de forma plena e do tanto quanto deveríamos fazê-lo, e sabe também de que dimensões está feito o nosso vaso.   Gostaríamos de possuir a fé que teve Abraão, a tenacidade por lutar como a de Jacó, a intimidade com Ele como a que tiveram Enoque e Moisés; a pureza e integralidade de Samuel e a de Daniel; a sabedoria como a de Salomão, ou o espírito de sacrifício como o da Igreja Primitiva.   Se nos avaliarmos a nós mesmos, veremos que, comparados a estes exemplos de heróis de Deus, estaremos sempre nos deparando com muitas limitações, mas não é para desanimarmos.

A mulher cananita sabia de suas condições, e que ela, por si, não poderia exigir nada de Jesus, mas logrou obter o que almejava, porque humildemente soube insistir na fé, que depositou na Pessoa certa.

Raabe também não teria nenhuma condição moral de querer compor, juntamente com os seus, a única casa que seria salva quando da invasão dos hebreus em Jericó, mas apesar de todo o restante do muro ter ruído abaixo, a seção onde ficava a sua casa permaneceu de pé, e ela não somente foi salva com sua família, mas também passou a pertencer ao povo de Deus.

Nas palavras do apóstolo Paulo em II Coríntios 4:7:

“Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que o poder extraordinário seja de Deus e não nosso…”

Somos como vasos de barro, uns mais bonitos, e outro menos, mas esta parte é de barro, e  portanto não é a parte mais importante.   O que devemos valorizar mais é o tesouro de Deus que Ele deposita dentro de nossos espíritos.   Os tesouros de Deus são tão santos e gloriosos que estes mostram o seu brilho, mesmo através do tosco barro que somos nós.

E cada qual é um vaso de barro feito com características especiais, sem iguais no mundo todo.  Ora, cada vaso tem a sua capacidade em litros – poucos ou muitos litros das águas vivas do Espírito, mas que tenhamos sempre este conteúdo, que é o tesouro do céu dentro de nós.   Não importa muito o quanto é a capacidade de cada vaso, pois no caso isto não se trata de uma competição ou exibição, mas é importante, sim, que lutemos para aumentar a nossa capacidade de suportar a porção do Espírito de Deus que Ele deseja despejar em nós – e que a graça do Senhor nos seja abundante quando nossa capacidade limitada não puder comportar tudo quanto ainda teremos de receber da Sua parte.

Que ampliemos as medidas deste templo que é o nosso ser, como nos exorta o profeta Isaías:

“Amplia o lugar da tua tenda, e estendam-se as cortinas das suas habitações; não o impeças; estica as tuas cordas e firma bem as tuas estacas, porque transbordarás para a direita e para a esquerda; e os teus descendentes possuirão as nações e povoarão as cidades devastadas”.  (Isaías 54:2-3)

 

 

 

 

 


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