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I REIS – X – FIDELIDADE, MARCA AGRADÁVEL A DEUS

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febrero 23, 2017 by Bortolato

Tudo o que se semear, é o que também se colherá.   O amor é plantado através da máquina da semeadura que tem feito vingar muitos frutos.   Como que por um trator que semeia por atacado, ou ainda como por uma simples semeadura manual.

Quem dá amor por onde passa, também colherá amor, e esta é a essência de Deus, que semeia amor por atacado, aliás, por superatacado.  Vale lembrar que o amor produz seu fruto, tanto quanto o ódio também produz o fruto que lhe é próprio entre os homens.

Deus criou o homem dentro de um ecossistema muito elaborado por Suas mãos abençoadoras, e por isso é que temos todos os benefícios que temos.   Quer uma prova?   O que seria da raça humana se não tivesse Deus criado os grãos: de trigo, aveia, centeio, cevada ou de milho?  E o arroz e o feijão?  Os cereais criados têm sido a base da alimentação da humanidade – e tudo isso Ele criou para nos dar acesso aos alimentos.  Daí, acrescentem-se os frutos da oliveira, a tão essencial água,  e o charme das estações do ano que vez após vez vêm enchendo os corações de esperança para o futuro.

O amor de Deus tem-se mostrado inigualável e isso conclama ao nosso íntimo para manifestar expressamente o sentimento de gratidão – mas essa gratidão não poderia ser parcial ou temporária, ou até mesmo falível por falta de forças.   Há que haver um outro ingrediente nesta receita: a fidelidade.    O amor tem que ser acompanhado de uma constante fidelidade.

Um amor sem fidelidade é como uma pequena amostra grátis de um remédio vital à saúde, que logo acaba antes de surtir os efeitos duradouros esperados.   Não é completo, e logo chegam os sintomas nocivos de volta à tona.   Em termos de paladar é como um antepasto apetitoso que não é seguido da refeição principal, que aguça a fome,  e não sacia e o desejo pelo alimento, o qual fica até maior, para a frustração daquele que o desejou.

Fidelidade tem uma aliada muito forte que é a constância, que também deve ser acompanhada de insistência, o que forja a perseverança – perseverança em algo que jamais deveria ser deixado de lado, e acabar.

Deus nos tem servido com todas essas coisas em superdoses, até sobrar amor e fidelidade.

Em I Reis, capítulo oito e em II Crônicas, capítulo sete, podemos sentir que Deus faz mostra explícita de que Ele aceitou a casa que Salomão, objetivando agradá-Lo, a edificou depois de cerca de 486 anos em que Israel teve o Tabernáculo da Congregação como o centro da adoração ao Senhor.   O próprio rei de Israel reconheceu que nem o céu e nem o céu dos céus poderiam conter a grandeza e a glória do Senhor, mas ele, dentro de seu limitado entendimento, cria que estava fazendo o melhor que poderia ser feito naquela oportunidade, e mais uma vez se pôde ver a manifestação do brilho e do poder da glória de Deus.

Após ter feito publicamente uma oração que foi escrita quase que totalmente ipsis literis pela mão do escrivão sagrado em I Reis 8 e II Crônicas 6, peticionando várias coisas importantes (temos elencado estas mesmas no comentário sobre o capítulo anterior do livro), dentre as quais, que o Senhor aceitasse a Salomão como rei humano do reino cujo verdadeiro e grande chefe e Rei era Ele mesmo, o Senhor dos Exércitos; e que quando o Seu povo errasse, pecasse, mas, arrependido, quisesse voltar-se para Deus, e, voltados para ali, para Jerusalém, que Ele o perdoasse e ouvisse as suas orações, e os aceitasse novamente como povo Seu, restituindo-lhes milagrosamente a alegria de tê-Lo outra vez como seu único e verdadeiro Deus e Salvador.

A resposta de Deus não se fez por demorar.

Imediatamente, logo após acabar de pronunciar-se a oração de Salomão, aquela mesma gravada nas Escrituras Sagradas, algo aconteceu que passou a mudar surpreendentemente o andar daquele cerimonial.

Fogo caiu do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios.   Os olhos de todos ali se abriram para entenderem que a presença de Deus se fazia marcar muito claramente.   O povo viu aquilo e, quem ainda estava de pé, logo caiu sobre os joelhos, temendo e louvando ao Senhor.   Não havia lugar para dúvida alguma quanto a isto, naquele momento.   Ele estava presente bem ali, defronte todo o Seu povo.   Um espírito misto de reverência, louvor e alegria os envolveu quando seus rostos se aproximaram do solo.

Não bastasse isto, a Casa do Senhor, o Templo, ficou cheio de uma fumaça que brilhava com o brilho da glória de Deus.

Uma verdadeira adoração tomou conta daquela congregação.   Todos os israelitas tiveram que colocar seus rostos em terra, puseram suas bocas junto ao pó daquele pavimento e ouvia-se um grande murmúrio de vozes louvando a Deus, umas entoadas mais baixo e outras mais alto, e outras bradavam palavras que exaltavam ao Supremo Deus ali presente.   Foi uma experiência e tanto!   Impossível era ficar de fora daquele mover do Espírito Santo de Deus. Quem o viveu, pôde contá-lo para as gerações seguintes.   Maravilhoso e sublime!  Nada superava aquele instante de diálogo interativo do rei humano com o seu Deus, e aquela adoração ao Grande Rei.

A aceitação de Deus para aquela Casa era inegável.   A resposta foi dada, sem palavras, mas muito bem evidente e com atos de inequívoco poder.

Uma resposta mais clara e tangível ao entendimento humano, no entanto, veio a Salomão naquela mesma noite.

Salomão pousa sua cabeça no seu travesseiro, e com o coração satisfeito pelo dia cheio de trabalhos, mas mais ainda pela manifestação divina em resposta imediata àquela oração que moveu o céu de forma a fazer cair o espírito de temor e louvor a Deus sobre o povo presente, ele não imaginava que ainda iria ouvir a voz de Deus mais uma vez, mas foi o que lhe adveio.

O Senhor fala-lhe que ouviu a sua oração e escolheu aquele templo para colocar os Seus olhos e o Seu coração ali todos os dias, diariamente.   Ele fez-lhe muitas promessas, mas todas condicionadas a um pequeno “SE”, partícula que faz uma enorme diferença quando certos requisitos não são observados…

“SE andares como Davi andou perante mim… confirmarei o trono de teu reino sobre Israel para sempre…”

“Porém se vós e vossos filhos vos apartardes de mim… eliminarei Israel da terra que lhe dei e a esta casa que santifiquei ao Meu Nome lançarei longe da minha presença e ante todos os povos.

Esta é a questão.  As promessas de Deus são condicionais.  Nossas atitudes podem modificar as ações de Deus, tanto para bem como para mal   Suas promessas são condicionais à fidelidade, e esta há que estar ligada de forma inseparável à perseverança.

Deus ama a fidelidade, e a recompensa amplamente.   Temos que ser mordomos fieis, e não há meio termo neste pré-requisito.

A promessa de Deus cumpriu-se exuberantemente na vida e reinado de Salomão enquanto este se manteve fiel .   As suas infidelidades, porém, foram tratadas na devida medida.

Nosso grande exemplo de fidelidade está no próprio Deus.  Em que pese Sua destra de justiça ser muitas vezes terrível, paradoxalmente Ele é fiel às Suas promessas mesmo quando o povo é infiel.  Como explicar essas duas forças que aparentemente se opõem na Pessoa Divina?   O mesmo Deus implacável para com os pecadores impenitentes é o Deus que tem misericórdia e não raramente perdoa os pecados dos que O ofenderam.

Apesar de todo o stress que esse choque da bivalência dentro do Deus ao mesmo tempo amoroso e justiceiro possa acender, e lançar-se sobre este mundo de modo surpreendente e inusitado, Ele ainda lança uma válvula de escape aos que se arrependem verazmente.   Essa válvula de misericórdia fica muito bem evidente em II Crônicas  7:14.

“Se meu povo, que se chama pelo Meu Nome se humilhar e orar, e buscar a Minha face, e se arrepender de seus maus caminhos, então Eu ouvirei dos céus, perdoarei o seus pecados e sararei a sua terra.”

Isto não se trata de incentivo à indisciplina, mas pelo contrário, é o coração amoroso de Deus prevendo que em algum tempo alguém irá pensar e pesar aonde foi que errou, quererá voltar atrás para buscar a reconciliação, e só o conseguirá se o Senhor abrir-lhe o caminho para o perdão e um novo recomeço.

Assim, se as promessas de bênçãos estão condicionadas à fidelidade e perseverança do povo, as palavras proféticas que amaldiçoam os pecadores também estarão suspensas se houver genuíno arrependimento e retorno aos braços do Pai, tal e qual o filho pródigo que voltou ao seu lar.

Na oração de Salomão, isso que chamamos de apostasia temporária também já era contado como certo – mas mais certo ainda é que Ele é misericordioso, e quando as pessoas se voltam a Ele com todo o coração, o Seu coração também se volta aos tais, porque Ele é amor, e é extremamente fiel.

É muito lindo o amor de Deus que não somente aceita ao pecador contrito, mas também já proveu o sangue que o resgata do pecado.

Os sacrifícios de animais foram apresentados aos milhares no altar dos holocaustos, naquele dia, prefigurando o maior sacrifício de todos os tempos: o do próprio Filho de Deus!

Vale a pena repisar no tema que nos leva a meditar a maneira como Deus via o correr do sangue daquelas milhares de vítimas oferecidas no altar.

A cada instante em que o sangue de um cordeiro corria, mostrando o seu brilho e a sua cor, o Pai o contemplava, e com doçura em Seu coração, abria a porta da restauração espiritual e da comunhão com Ele, porque aquele sangue de animais O fazia lembrar-Se de que o Seu próprio Filho Jesus viria a entregar-Se para verter o Seu santo sangue com vistas a salvar as almas daqueles pecadores contritos.

Eis a chave da restauração da comunhão com Deus.   Não bastaria o arrependimento pura e simplesmente – este, por si só, é impotente para comover o coração de Deus, muito embora seja um primeiro passo esperado como a atitude cabível da parte de cada pecador.

O Sangue de Jesus!  Já percebeu que o Pai não fez este sangue recair sobre todos os que O crucificaram e os que participaram das decisões que culminaram com o ato da crucificação do Senhor?   E sabe por que?

Porque Ele mesmo anelava, tanto quanto o próprio Jesus, por receber aos que pecaram e se arrependeram.

O Pai olhou para a cruz que ergueu o corpo de Cristo ali em Jerusalém naquele dia, e em vez de ouvir do Filho alguma palavra de ódio, vingança ou maldição àquela turba, ouviu a frase mais linda e abençoadora que o mundo jamais ouviu:

“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem…”

Pondere-se bem que se Jesus, o Deus Filho, tivesse lançado uma só maldição que fosse contra o seus algozes, a Sua palavra teria produzido efeito imediato, assim como a figueira sem fruto se secou diante da Sua voz.

Não foi, entretanto, proferida maldição alguma da boca do Cordeiro santo de Deus ali.

Como o Pai já esperava, Jesus , totalmente em consonância com o Seu plano de salvação destinado ao pecador, imbuído do mesmo espírito de pura misericórdia, visando ao mesmo alvo que sempre tiveram, desde antes da fundação do mundo, com toda abertura de Su’alma.  Isto foi literal, terrível e maravilhosamente lindo de morrer…

Lindo, porque AMBOS ficaram satisfeitos com a crucificação.  Lindo e terrível ao mesmo tempo.  Este é indiscutivelmente um grande paradoxo que encontramos quando analisamos os corações do Pai e de Jesus.

Dá-nos até uma impressão – falsa, diga-se de passagem – de que Eles, o Pai e Jesus, juntamente com o Espírito Santo, não sofreram com a cruz, mas isso não é verdade, absolutamente.   Como não Se importariam – o Pai em ver o Seu Filho morrer, e Jesus, em sofrer na carne tanto assim – impressão falsa, ingênua demais e de mente obtusa.   Qual o pai deste mundo que gostaria de ver seu filho querido sofrer e morrer nas mãos de homens injustos e cruéis?

Ele mesmo criou a família e foi Quem implantou o amor nos corações dos pais pelos filhos e vice-versa – e este amor humano é apenas uma sombra que imperfeita e toscamente projeta uma vaga ideia produzida, se comparada ao amor de Deus.

Acontece que Deus é amor, e muito inteligente amor, mais do que possamos imaginar.  Com este ato de renúncia e de entrega de Seu Filho amado em uma cruz, Ele e Jesus conquistaram  milhões de almas que dantes estavam perdidas, e puderam ingressar no Reino do Seu amor.

Dentre essas almas, a quem Ele almejou remir com sangue, reconquistar com o Seu amor, salvá-las  e abençoá-las, estamos nós, V. e eu – mas tem um detalhe:  precisamos aceitá-Lo, recebê-Lo e sermos transformados através do Seu poder para sermos parte de Seu povo salvo pela cruz.

Que os nossos corações se abram para nos entregarmos a uma doce tarefa: a de nos arrependermos, e então o passo seguinte seria sermos alcançados pelo Seu amor, remidos pelo Seu santo sangue, lavados das nossas culpas, purificadas as nossas almas, selados para o dia da redenção, e salvos por toda a eternidade.   Daí então é que veremos o que de fato e realmente é vida.

Tenham os nossos leitores esta excelente redenção e eternamente sejam felizes com o Deus Triuno.

O capitulo 9

º do 1º Livro dos Reis ainda continua dizendo que depois de dezenove anos Salomão terminara a casa do rei, e a Casa do Senhor.

Como paga pelos materiais, tais como madeira, cedro e cipreste, e ouro, Salomão deu como garantia de pagamento vinte cidades da Galileia.

Os sacrifícios previstos pela Lei eram oferecidos a Deus anualmente a cada ano, três vezes por ano, sobre o altar perante o Senhor.

Salomão recebeu uma grande recompensa das mãos do Senhor, pois que prosperou muito em seu reinado.  Teve um riquíssimo reino, onde o ouro era o metal mais preferido como moeda, e o mais significativo, ao ponto de ser desvalorizada a prata naqueles seus dias.   O ouro era buscado em Ofir (um lugar de localização incerta), de onde anualmente procediam 420 talentos.  Se fosse usado o “talento leve”, isto equivaleria a c. de 12.600 Kg, e o “talento maior” seriam cerca de 25.200 Kg.

Eis o grande segredo da prosperidade: servir ao Senhor fiel e incondicionalmente.   A bênção do Senhor é que enriquece e não acrescenta dores (Provérbios 10:22).

Salomão casou-se com a filha de Faraó e também construiu um palácio para ela, usando a desculpa de que isto foi assim, com a finalidade de separar o santo do profano.

As obras concluídas em seu reinado, a prosperidade, a abundância de víveres e bens fez com que o reinado de Salomão,  que a propósito é a quem se atribui a autoria final do Salmo nº 72, deixasse prefigurar a grandeza e a glória do reino do Messias.

“Bendito seja o Senhor Deus, os Deus de Israel, porque só Ele opera prodígios… que a Sua glória se estenda sobre a Terra, amém e amém.”


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