II CRÔNICAS – I – PEDE E RECEBERÁS
Comentarios desactivados en II CRÔNICAS – I – PEDE E RECEBERÁSjulio 22, 2019 by Bortolato
“Se vós estiverdes em Mim e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes , e vos será feito.” (João 15:7)
Esta é a promessa. E aí, alguém diz: – “mas eu pedi, e não recebi. Pedi muito, mas não fui ouvido”.
V. decerto já ouviu isto algures. Uma queixa de alguém que se sentiu prejudicado em alguma coisa, tendo ficado confundido, sem entender, ou desiludido por este motivo.
Qual o segredo, ou melhor, a chave da solução para este problema? Seria uma contradição ou um paradoxo?
Precisamos estudar isto a fundo.
Primeiramente, quando analisamos o texto bíblico acima, vemos que esta foi uma palavra de Jesus endereçada aos Seus onze discípulos fieis, uma seleção de obreiros depurada, escolhida e chamada para serem os portavozes do Evangelho no meio de uma geração perversa e corrompida. Homens que deixaram tudo, tendo suas famílias para cuidarem, deixando seus barcos de pesca e seus afazeres de lado por avaliarem como mais importante o servir ao Rei do Universo.
Eles ficaram fascinados pelo tamanho do privilégio que receberam de Deus, experimentaram uma imensa porção da Sua graça e sentiram-se altamente abençoados. Era até demais para a sua pouca capacidade e fé.
Eles foram contudo pelos povoados pregando o Evangelho do Senhor, curando enfermos e expelindo demônios. Chegaram a alegrar-se ao verem que os espíritos imundos se lhes sujeitavam.
Isto não significa que para sermos ouvidos por Deus, temos que abandonar trabalho, família e tudo o mais, só para ficarmos disponíveis para o serviço sagrado, mas o que temos de considerar, o que pesa não é necessariamente o seu status de apóstolo, e sim, a sua boa vontade de dizer “sim” para as propostas que Jesus lhes fazia.
Eles ficaram ao redor do Mestre por cerca de três anos consecutivos, ouvindo as Suas palavras, que por vezes os confortava, e por vezes os advertia ou repreendia, sempre lhes fazendo sentir que estavam no caminho certo.
Eles mesmos, no entanto, também tiveram problemas no tocante a serem prontamente atendidos atendidos em suas petições. Certa vez, enquanto Jesus subia a um alto monte com os Seus três discípulos mais íntimos, os demais ficaram no sopé da montanha, tentando expulsar o demônio da vida de um jovem, e sem sucesso. Enquanto no alto daquela elevação geográfica os três mais íntimos viam o poder e a glória de Deus em Cristo, os outros, lá em baixo, lutavam muito e sem resultado aparente, tencionando exercer a autoridade sobre forças do mal. Mais do que orações, eles estavam determinando insistentemente para que aquela expulsão se concretizasse, mas isso não lhes foi tarefa tão fácil.
Preciso foi que o Filho de Deus tivesse que descer do monte da Transfiguração para dar um desfecho satisfatório àquela situação vexatória dos Seus discípulos. Expulsou o demônio do rapaz, e imediatamente este ficou são.
Os discípulos ficaram intrigados. Perguntaram depois por que não puderam submeter aquele espírito imundo.
É a mesma situação do lavrador que ora, pedindo chuvas para a sua gleba de terra, e as chuvas não vêm para sua satisfação. A terra permanece seca, e os investimentos acabam negando a esperada resposta. Por que não vieram as chuvas?
Este tipo de indagação mececeu a seguinte resposta de Cristo:
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“ Por causa da vossa pouca fé, porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: – Passa daqui para acolá – e há de passar, e nada vos será impossível. Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum.” (Mateus 17:20,21)
Então alguém pergunta: – “posso pedir mesmo? Então posso pedir um automóvel conversível, com odômetro a zero quilômetro, do último tipo, da melhor das marcas, top de linha, com todos os acessórios e de quebra, uma mansão em uma área nobre de Cancun, com criados e piscina?” Aí faltaria só uma garota de Ipanema para acompanhar suas viagens, né?… Vamos e venhamos, Deus não é o gênio da lâmpada de Aladin, pronto para satisfazer todos seus desejos…
Tiago, irmão de Jesus, que foi pastor da igreja em Jerusalém, esclarece também este aspecto.
“Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e não podeis alcançar; combateis e guerreais e nada tendes porque não pedis.
Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites”. (Tiago 4:2-3)
Isto não significa que ninguém além dos apóstolos estariam aptos a pedir e receber de Deus alguma coisa. Jesus mesmo deixou um repto em Lucas 11:9,10, que se relaciona com o texto de Mateus 6:9-15, o qual entendemos ter sido proferido por ocasião do Sermão da Montanha, dirigido a uma multidão:
“E eu vos digo a vós: Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á
Porque qualquer que pede, recebe; e quem busca, encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á”.
Bem, aquela multidão era composta mormente de pessoas que tinham sede de Deus, e estavam à espera do cumprimento das promessas da vinda do Messias ao Seu povo. Estes percorriam quilômetros e quilômetros, só para poderem ouvir as palavras de Jesus, a quem tinham no mínimo como um grande profeta, com sérias suspeitas de que era o esperado Messias dos judeus.
Quando Jesus se estendia em suas pregações, e a tarde vinha caindo, o que acontecia? Ele não os despedia antes de lhes oferecer uma boa refeição de pães e peixes, o que nem os discípulos ousavam pedir, mas devido à Sua misericórdia para com os Seus seguidores, o milagre acontecia, e os alimentos se multiplicavam diante dos olhos de todos.
Logo, Deus sabe de que estamos precisando. Ele sabe das suas limitações, dos seus desencontros, das suas desilusões, do desencanto com a vida, e tem misericórdia ao contemplá-los.
Assim, as nossas necessidades básicas serão todas atendidas pela mão de Deus, com a seguinte condição:
“Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33)
Existe, porém, um detalhe importante dentro deste escopo que é: se Ele conhece todas as nossas necessidades, e se compadece dos Seus, então por que temos que Lhe dirigir petições?
Dentro de cada um de nós existe um cerne da alma, onde se depositam todas as nossas apreensões, nossos valores, e nossos desejos. Ocorre que se queremos ter, e temos com Ele uma doce comunhão, então é até natural e de muito bom alvitre apresentarmos diante de Deus tudo quanto nos ocupa e sobrecarrega por dentro. Não podemos esconder e nem devemos tentá-lo, ocultando o que quer que seja do olhar divino, pois expor-Lhe o que nos vai por dentro da alma é mais que uma opção, é uma necessidade. Convém abrir-Lhe os nossos corações com reverência, liberdade, sinceridade e fé. Não devemos jamais deixar de apresentar-Lhe tudo, e submeter tudo à Sua apreciação.
Se mantivermos boa comunhão com o Seu Espírito, Ele nos responderá, indicando qual o caminho a ser seguido em cada situação. A resposta poderá ser: “sim”, ou “não”, ou “espere”. Às vezes a resposta de Deus pode educadamente contornar alguma situação delicada, e então Ele simplesmente aponta para uma solução não aventada dentro das nossas expectativas, talvez e possivelmente por nossa falta de sabedoria.
Sabedoria é a forma de nossas mentes apreenderem por insight, visualizarem problemas pertinentes a alguma situação, e aplicarem uma solução para cada caso apresentado.
Existem várias situações por que temos de passar que exigem a maior sabedoria. Sentimos que não fomos dotados plenamente desse dom tão especial, de maneira a sobrepujar as dificuldades que se nos apresentam como que gigantes se nos opondo em nossos alvos. Que fazer?
O mesmo irmão de Jesus, autor bíblico de sua epístola, nos apresenta a solução:
“… se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada.
Peça-a, porém, com fé, não duvidando, porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte.” (Tiago 1:5-8)
O homem que a Bíblia aponta como um dos mais sábios de todos os tempos é Salomão. Como ele pôde receber tanta sabedoria assim?
O primeiro capítulo do livro de II Crônicas nos mostra com detalhes como isto aconteceu. Vamos procurar saber e analisar detidamente os pormenores desse fato.
Eram os primeiros dias do mandato de Salomão como rei de Israel. Ele havia sido escolhido por Deus e por seu pai Davi, para sucedê-lo no trono (I Cr. 22). Salomão ainda era jovem, possivelmente ainda um menino, quando teve que fugir de Jerusalém com Davi e seus homens de confiança, devido à perseguição de Absalão, e depois teve que ser ungido às pressas para não deixar que Adonias usurpasse o cetro de Davi. Se isto não tivesse sido feito rapidamente, Adonias teria sido reconhecido como rei de Israel, e Salomão ficaria de fora da sucessão ao trono, ainda que fosse ele o preferido do rei Davi, que havia prometido assim a Bate Seba, ao sacerdote Zadoque, ao chefe da guarda real Benaia, Simei, Reí, aos valentes do exército e ao profeta Natã. A usurpação de Adonias, por conseguinte, se vingasse, poderia redundar em uma perseguição em série, culminando com a execução do jovem Jedidias e de sua mãe Bate Seba. (I Reis 1)
Cedo, então, ele percebeu que precisaria ter muita sabedoria para não ser engolido por armadilhas de pessoas que poderiam querer destroná-lo, ou maliciosamente subjugá-lo como um rei vassalo de outros reinos.
A nação de Israel já contava com numerosa população, e um grande exército. Era preciso ser muito firme em momentos certos, para não perder a coroa – o que podia parecer fácil de acontecer, e o que seria uma atraente tentação para alguns, visto que Salomão ainda era jovem e inexperiente quando assumiu o trono de Israel. Os inimigos de sua nação não eram poucos, que foram vencidos por seu pai através da espada, os quais, ao saberem que Davi não era mais o rei, e que o famoso e terrivel general Joabe já não era mais líder das tropas israelitas, esperavam uma chance para tentar declarar sua independência.
Além de ter de administrar toda a máquina pública de Israel, ele teria que encarar também uma tarefa não pouco desafiadora: construir um monumental templo para o Deus de Davi, de Abraão, Isaque e Jacó – obra que não poderia ser feita em tempos de tumultos ou guerras, por razões óbvias de incompatibilidade de dedicação de atenção, tempo, recursos financeiros e humanos.
Exortado publicamente por seu pai, Salomão foi muito bem instruído a não deixar de servir ao Senhor dos Exércitos com todo o seu coração, pois esta era a condição sine qua non para alcançar sucesso no exercício de suas múltiplas funções, próprias dos reis de então.
Diz-nos a Escritura que ele um dia foi até Gibeão, onde estava o altar dos holocaustos que foi trazido por Josué para a Terra Prometida. A Arca da Aliança já havia sido removida dali, quando Davi a trouxe para Jerusalém.
Apesar da última localização da Arca ter sido fixada dentro da cidade de Jerusalém, havia ainda uma grande reverência para com o local onde estivera o Tabernáculo e o altar que estava em Gibeão, pois seu significado ainda era de grande importância, ao ponto de comover o povo a adorar a Deus ali.
Então Salomão, movido por um forte desejo de agradar a Deus, resolveu fazer um grande sacrifício, e foi para Gibeão. Lá ele ofereceu mil animais que foram completamente queimados naquele altar. Seu espírito de adoração a Yaweh estava fervendo em seu coração, e Deus o viu.
Naquela mesma noite o Senhor lhe apareceu em um sonho, facultando-lhe expressamente a fazer uma das maiores opções que um ser humano possa receber:
-
“Pede-me o que queres que eu te dê.” (II CR. 1:7)
Deus viu nele um coração devoto e ao mesmo tempo preocupado com fazer a justiça em cada momento em que lhe fosse exigida a sua atuação como rei.
Salomão então respondeu a Deus, primeiramente reconhecendo ter sido muito agraciado por poder estar naquela posição tão importante, no lugar de seu pai Davi. Continuou o jovem rei, referindo-se ao grande número de israelitas que estavam sob o seu poder, debaixo de sua tutela, e mencionou que, para tanto, ele necessitava muito de sabedoria e conhecimento, a fim de que pudesse levar a sua tarefa a contento aos olhos do Senhor.
E foi o que, em essência, ele pediu, aquilo que mais estava ambicionando o seu coração: a sabedoria!
Sábio pedido, que indicava que ele já estava usando um pouco daquilo que pedira a Deus. Assim também nós devemos ser movidos a pedir as bênçãos com sabedoria, ainda que o nosso alvo seja obter mais sabedoria. Eis uma diferença entre a oração respondida afirmativamente, e a que não é acompanhada desta peculiaridade. Temos que pedir a Deus, sim, e com sabedoria.
O próprio Salomão escreveu mais tarde que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria”.(Provérbios 1:7)
Isto quer dizer que não devemos fazer uso da sabedoria pela sabedoria, mas o que precisamos observar bem é que, antes de tudo o mais e de qualquer coisa, temos que amar a Deus, que é o autor e o doador da sabedoria.
Logicamente se O amamos acima de tudo, a sabedoria passará a ser um reforço espiritual em forma de ferramenta que tem por finalidade honrar e exaltar a Deus na Terra como Ele é honrado e adorado no céu.
Será um reforço porque, se pedirmos sabedoria, já estamos fazendo uso da mesma, e por conseguinte, já a possuímos em certa intensidade e quantidade – e quando a pedimos, estamos almejando ter maior porção deste dom divino que nos é naturalmente liberado.
Vamos atentar também para o fato que demonstra que Salomão está avidamente interessado em fazer tudo quanto agrada e enaltece ao Senhor, que o fez assentar-se no trono de seu pai Davi. Em outras palavras, Salomão quer ter mais sabedoria para colocá-la a serviço do Rei dos Reis, sinal de que ele reconhece que acima do poder que o cetro lhe deu, está o Deus que é o verdadeiro Rei, régio dominador do Universo, de modo que todo rei de Israel deve-se posicionar apenas como um co-regente, a serviço do Grande Rei – o que aliás todos os reis deste mundo deveriam fazer.
Salomão pediu a Deus o básico, a essência necessária para lograr ter um reinado digno de ser chamado de reino dirigido pelo Senhor Yaweh.
E Deus lhe deu não somente o básico, mas muitas coisas mais. Isto nos faz lembrar de Jacó, quando fugia da fúria de Esaú, de Berseba para ir a Padã-Harã, ao encontro de suas raízes. Passando por Betel, sonhara com uma escada por onde anjos subiam e desciam. Ouviu então Deus lhe prometer que daria aquela terra à sua semente, e que não deixaria de cumprir a Sua palavra. Naquela oportunidade, ele condicionou ser adorador do Senhor se ele tivesse comida para comer, roupas para vestir-se, fosse guardado na sua viagem de ida, e pudesse voltar. Pois Deus já planejara e lhe havia prometido muito mais do que isso…(Gênesis 28:13-22)
Assim, o Senhor interage no diálogo com Salomão, dizendo que Se agradara da humildade com que Salomão se houvera diante dEle; e que além da sabedoria lhe acrescentaria mais: riquezas, fazenda, e honra, tal como nenhum outro rei de Israel teve, e nem depois dele teria. (IICr. 1:12)
E foi assim que se sucedeu.
Como vimos, a humildade precede a honra. Humildade de entender-se de todo o coração que nada se é, sem a anuência e a misericórdia de Deus, e que tudo podemos ser com a Sua bênção e ter a aprovação aos nossos pedidos.
Pedir não nos é proibido. Convém entretanto que, ao lançarmos nossas súplicas ao Senhor, o façamos com a motivação e a expressão correta diante de Seu olhar.
Deseja ser ouvido por Deus? Ele tem tudo nas Suas mãos, e promete que tudo é dado ao que crê.
“Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa” (Atos 16:31)
A fé, pois, é outro ingrediente que não deve ser esquecido para compor uma atitude de um pretendente que almeja obter o favor de Deus.
Pois que saibamos também pedir mais fé para os nossos corações alcançarem condições de melhor agradarmos a Deus.
Saibamos, também, que a fé é muitas vezes provada, principalmente com a finalidade de podermos compreender que, quando nos saímos vencedores dos testes a que nos submetemos, ficamos mais conscientes de que temos este elemento precioso dentro de nossos corações em um nível mais alto do que pensávamos, de modo a estarmos psicológica e espiritualmente à altura de enfrentarmos situações cada vez mais desafiadoras.
Um outro enfoque que temos que observar é que pedimos muitas coisas, das mais variadas, e de diversos níveis de importância, mas o que seria mais importante para pedirmos?
O que de maior importância teríamos para pedirmos a Deus, seguindo-se a escala de valores do Céu?
Esta pergunta exige que tenhamos um acurado conhecimento acerca de nosso estado de alma. Existem muitos valores visíveis dentro deste mundo material, mas se um dia tudo se acaba, e a morte termina com todos os projetos e ambições humanas nesta Terra, vindo depois disso o dia eterno, qual seria o de maior valor para pedirmos a Deus?
Por maior que seja o tempo de nossa vida terrena, este nunca ultrapassará a linha de limite que Deus estipulou para cada um de nós, seres humanos. Pensando bem, depois disto virá a eternidade, um período sem fim, totalmente diferente do que hoje vivemos. Como há de ser a nossa passagem desta para a outra vida de além?
Quem já sentiu que a morte um dia se aproximou de si, poderá ter uma ideia mais sensível a respeito deste assunto, pois que viu-se na iminência de partir em um instante da vida. Quer se queira ou não, isto leva o candidato à vida eterna a pensar, meditar sobre esta matéria e chega às vezes a incomodar: “o que será de minha alma depois que eu tiver que partir para o além túmulo?” E de fato este é um tema importante, que nunca deveria ser subestimado por quem quer que seja. Como será o depois?
E, se podemos ainda em vida, alterar de alguma forma a rota que nos leva para um obscuro desconhecido, o que está só nosso alcance fazer? O que, afinal, pode hoje ser feito para melhor prepararmos o nosso amanhã que não terá retorno?
Muitos dizem muitas coisas até contraditórias a respeito disso. O que mais deixa as pessoas confusas é que não se tem informações seguras de gente que foi para lá, para o mundo dos mortos, e conseguiu voltar, de forma a terem logrado obter a vida eterna com todas as benesses de Deus, exceto… uns raríssimos casos de ressuscitação.
Já temos ouvido relatos de pessoas que estiveram pisando e ultrapassando a linha limiar entre a vida e a morte, e foram presenteados com a possibilidade de retornarem, para mais tarde outra vez enfrentarem esse momento que não se deseja enfrentar. Mas muitos desses já morreram depois disso, e pouca informação puderam nos fornecer, apesar de sua experiência mortal.
Há, no entanto, um, apenas um caso de ressurreição que nos enche de informações e de detalhes sobre a vida eterna. Falamos da ressurreição de Jesus, o Messias. Morreu, ressuscitou, e está vivo hoje, para todo o sempre!
Ele, isto é, o Seu corpo, passou três dias na sepultura depois de morto, e ao terceiro dia, ressurgiu. Mostrou-Se então para os Seus discípulos, deixou ser tocado, mesmo tendo um corpo diferente mas tangível, e chegou a comer peixe e pão com os Seus amados. Deu-lhes instruções para que estes proclamassem ao mundo o Seu Evangelho, a Sua Boa Nova de perdão de Deus e vida abundante e eterna.
Certa vez, abordado por um interessado, este lhe disse:
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“Senhor, que hei de fazer para herdar a vida eterna?”
Jesus lhe respondeu:
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“Conheces os mandamentos: não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falsos testemunhos, não defraudarás ninguém, honra a teu pai e a tua mãe…”
O jovem respondeu:
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“ Mestre, tudo isso guardei desde a minha mocidade”.
Ao que Jesus disse:
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“ Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no Céu; e vem, segue-me.”(Marcos 10:17-23)
Quanto ao interrogador, este retirou-se triste e frustrado, porque possuía muitas propriedades, e estas estavam muito apegadas ao seu coração. Ele não queira dispor delas, e este é que foi o problema. Mas afinal, perguntamos: o que vale mais? esta vida tão rápida, que escorrega das nossas mãos com o tempo que passa nesta Terra, ou a vida eterna, que não tem fim? .
Este diálogo do pretendente à vida mais abundante com Cristo bem ilustra a situação em que nos encontramos: estamos neste mundo, queremos herdar a vida eterna, e temos de conviver com problemas desta Terra. Jesus não disse que todos os casos são iguais ao desse homem, mas deixou claro que não basta sermos bons cumpridores dos mandamentos da Lei de Moisés.
Nem também foram todos os ricos deste mundo condenados por esta palavra, porque Abraão, Isaque e Jacó foram homens muito abastados, mas (este mas é muito importante) com uma fé que os levava a valorizar acima de tudo o Deus que os abastou.
Para herdarmos o Reino de Deus, temos de reconhecer que TUDO pertence a Deus, inclusive nós mesmos. As bênçãos materiais que possuímos são apenas um detalhe de somenos nessa história, pois que estas também pertencem a Ele, integralmente. Até mesmo nossas famílias, cônjuges, filhos, netos, etc., nos são apenas… emprestados por certo tempo. Devemos ter cuidado de não nos apegarmos demais a estas coisas, para desocuparmos espaços para termos um coração totalmente preenchido com o Espirito Santo de Deus.
Um outro homem que pediu a Jesus um gesto de misericórdia para poder entrar no Reino de Deus foi um dos ladrões que ladeavam o Mestre no monte Calvário, lá pregado em uma outra cruz, prestes a consumar a sua pena de morte. É o chamado de Dimas pela tradição da igreja.
Esse homem viveu de forma totalmente em desacordo com a Lei, mas de repente, sofrendo o castigo que mereciam os seus atos, reconheceu a si mesmo como pecador, e a Jesus como o santo de Deus. Sentiu que poderia ser agraciado se pedisse, mesmo não merecendo misericórdia, e na sua dor de morte, ousou e pediu:
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“ Senhor, lembra-Te de mim quando entrares no Teu Reino.”
Jesus gostosamente lhe respondeu:
-
“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”. (Lucas 23:39-43)
Que graça, a de Deus!
Estranhamente o homem cheio de qualidades não foi aprovado para o Reino do Céu, mas um ladrão o alcançou! Impressionantemente incompreensível à nossa lógica de humanos falhos, e marcados pelo pecado em nossas almas.
E mais: outros cheios de defeitos, imperfeições da alma, foram alcançados pela graça de Jesus: Maria Madalena, uma mulher que era endemoninhada; Zaqueu e Mateus, os publicanos; Simão o zelote, um agitador afeito ao terrorismo; e tantos outros, como o próprio apóstolo Paulo, ex-Saulo de Tarso, o perseguidor da Igreja…
O que ocorre é que Ele vê o coração de cada um de nós, como se fosse através de um raio X – e sabe pesar o que de fato se passa dentro de nosso ser, ainda que queiramos escondê-lo até de nós mesmos – e sabe recompensar devidamente a cada um, julgando segundo o Seu critério divino e soberano.
É muito para se entender o que Deus faz?
Não importa entendermos, e sim, crermos e seguirmos a Jesus.
Se temos por mui relevante o destino de nossas almas, Ele o verá, e se pedirmos a Sua graça e misericórdia, usando de fé, Ele nos responderá, porque ama a cada criatura.
Peça hoje mesmo a salvação, humildemente, fervorosamente, crendo na graça de Deus, e amando-O com sinceridade acima de todas as coisas.
E siga-O. Ele assim está à sua espera para começarem uma venturosa caminhada juntos.
Um abraço, e que Deus o abençoe.
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