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XV – I CRÔNICAS – ANTEPASTOS DO REINO DE DEUS

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julio 13, 2019 by Bortolato

O reino de Deus não vem com aparência exterior; nem dirão: – Ei-lo aqui, ou: – Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós.” (Palavras de Jesus, o Cristo, conforme Lucas 17:21)

O reino de Deus não está bem visível, a olho nu, ao alcance de todas as vistas, mas se manifesta dentro dos corações, e exterioriza-se de forma espiritual. Privilégio e alegria dos que dele fazem parte. Daí alguns desejarem vê-lo de maneira carnal, física, mas Deus faz as coisas à Sua própria maneira, pensem o que quiserem pensar, e julguem como quiserem julgar, pois Ele não Se abala e nem muda.

Quando Jesus veio a este mundo, os judeus esperavam pelo seu Messias, mas não da forma como Ele se manifestou. Houve um grave desencontro de ideias. Jesus teve de discutir muito com muitos, porque cada cabeça pensante dos homens sempre está bitolada dentro de seu círculo vicioso.

Inserida a Antigo Aliança pela Lei de Moisés, viabilizada pela redação do monte Sinai, os israelitas fizeram uma leitura e formaram uma ideia que traçava um perfil do seu futuro Messias, mas não O esperavam como humilde, um carpinteiro, sofredor, sem influência política, sem usar armas tais como espada, lança, arco, flechas e escudo.

Houve uma disparidade entre o que os homens esperavam de um Messias e a maneira como Deus quis que viesse a este mundo, porque os pensamentos humanos são eivados de erros tais que distorcem as verdades divinas, desde a queda do Jardim do Éden.

O Senhor quer reinar visivelmente nesta Terra? Isto é mais do que certo. Pois bem, Ele virá, e reinará. Imporá com rigor uma justiça que não falhará. Quando? Isto é que é incerto para nós, mas apurando-se os fatos, há um advento cujo fato é líquido e certo: Ele já veio, voltou para o Céu, e em breve novamente voltará à Terra, pois assim o prometeu.

Isto é incompreensível para alguns; diríamos melhor que para muitos. A distância entre os pensamentos de Deus e os dos homens é tão grande, que quando se fala de Jesus, o Cristo, muitos não O entendem. Não entenderam quem Ele é, e nem por que veio de uma forma tão diferente daquela que O esperavam.

Ele teve que ser inserido dentro do transcurso da História Universal de alguma forma. Isto teria de acontecer em algum ponto, em algum reino deste mundo, sim, mas no qual houvesse pelo menos alguma expectativa pela Sua chegada.

Muito embora Israel não fosse o povo e nem o lugar plenamente adequado para receber a honra e o privilégio de recebê-Lo, aconteceu que Israel foi escolhido e onde Ele quis surgir para… oferecer um antepasto preparatório do reino de Deus.

E assim foi. Israel teve que sentir que devia ser guiado pela mão de Deus, e a Lei veio para trazer um rústico ensaio, cheio de formas, formalidades e protocolos que, embora fossem apenas sombras do reino da Luz, estes foram necessários serem estabelecidos e cumpridos para preparar homens para a chegada do seu Rei Eterno.

Sim, porque o Rei de Israel verdadeiro haverá de impor-se de tal forma que Seu reino não terá jamais um ponto final. Quando Jesus veio a este mundo, não foi bem compreendido, e até os Seus não O receberam, mas quando Ele voltar, compreendido ou não, todos terão de vê-lo, e que Deus nos prepare para essa hora.

Daí então a maneira como Deus ordenou tudo para que as coisas estivessem bem ordenadas cronológica e contextualmente para a chegada do divino Messias.

Já viram como algumas cerimônias de casamento são ensaiadas para que tudo transcorra bem, de acordo com o planejado, no dia do enlace matrimonial?

Pois então atentem bem: um ritual, um templo, um sacerdócio ativo, os padrinhos, as testemunhas, e a multidão assistindo a tudo… Ah, sem dúvida que é de bom alvitre haver um ensaio, um treinamento para que nada falhe, e cada procedimento seja inserido no lugar certo e no momento certo.

E como foi o ensaio de preparação para a chegada do Messias de Deus a este mundo? (Ficamos a pensar também: se Ele está para voltar, como deverão ser encenados os preparativos para a Sua segunda vinda?)

A princípio, isto é, nos tempos do Antigo Testamento, foi necessário que os povos todos entendessem que o Senhor dos Exércitos, o verdadeiro Rei de Israel tem muito poder, e para isso Ele mostrou-Se ser muito forte. Poderoso nas guerras, e para isso foram levantados alguns líderes como Seus co-generais, os quais foram corroborados com milagres inéditos, a fim de revelar esta Sua força. Dito e feito. Os povos que estavam assentados ao redor da Eretz Israel tiveram que entender isto, pela força da espada, pois não havia outra linguagem mais clara para que O pudessem entender assim. A espada era o meio de comunicação dos mais terríveis que havia nos tempos do Antigo Testamento, e, infelizmente e por sinal, era muitas vezes o único de fato respeitado. Não havia outro modo mais eficaz para Deus mostrar quem é o grande Autor da Criação, o grande Provedor, o Senhor das guerras e quem sem dúvida alguma tem todo o mais legítimo poder e capacidade para governar este mundo.

Um detalhe: Ele não deseja reinar sobre uma humanidade que respeita apenas o poder da espada. Deus é também Deus de paz!

Veja-se pois o rei Davi. Este homem quis construir um templo que pudesse ser considerado estar à altura da majestade divina, e até fez alguns preparativos, acumulando peças materiais de ouro, prata, bronze, pedras preciosas, madeira, ferro e outros elementos que deveriam servir para essa almejada construção – um santuário para abrigar a Presença de Deus nesta Terra!

A sua intenção era muito boa, mas o Senhor lhe falou através de um profeta, Gade, que ele, Davi, não deveria empenhar-se nessa tarefa, porque… o motivo é que Davi era um guerreiro, que matou muitas pessoas, fez verter muito sangue que caiu marcando indelevelmente a terra. Deus não quis dar a impressão ao mundo de que Ele é satisfeito com a morte dos ímpios, por pior que estes fossem. Não! E Ele tampouco estava afeito somente ao povo israelita. Não era esta a intenção de Deus. A Sua casa seria chamada “Casa de oração para todos os povos”. Um lugar onde todos, todos, todos os que quisessem de fato aproximar-se do único Deus verdadeiro, pudessem achegar-se, sejam lá de que origem, raça, cor ou povo fossem. Isto não combinaria com uma construção elaborada por um homem que impôs a força da espada sobre os povos que o rodearam, espalhando o terror e o ódio sobre os que quisessem medir forças com ele.

Entenda-se: o reino de Davi teve que ser aguerrido como foi, por causa das circunstâncias, pois os povos circunvizinhos não entendiam outra linguagem senão a da espada, mas isso foi assim por certo tempo, para que se colocassem as coisas em ordem perante o Rei dos Reis.

Um convite a todos os povos não haveria de ser poluído pela força da espada. Convite é convite. Não é uma obrigação, e muito menos algo imposto pela força, a menos que fosse pela força do amor – e para tanto, o rei que deveria construir a Casa do Senhor deveria ser um rei de paz, que mantivesse a paz no seu relacionamento com outros povos.

Por este motivo é que Deus escolheu um outro homem para tal obra, um dos filhos de Davi, que por sinal tinha o nome de Salomão, que traduzido do hebraico embute o significado de “pacífico”, aliás também chamado de Jedidias (= amado do Senhor), conforme narrado em II Samuel 12:24-25.

Pois então, sendo Deus o Criador, o Provedor, e o Príncipe da Paz, foi para esse mesmo propósito que Ele providenciou que fosse Salomão levantado ao trono de Israel.

Os capítulos 22 a 29 de I Crônicas relatam como as coisas foram dispostas em ordem para o exercício do sacerdócio levítico, com cantores, porteiros e guardas dos tesouros, especialmente preparados para dirigir os cânticos de louvor a Deus e controlar o fluxo de fieis pelas portas e ao redor do Templo. Além disso, foi dada a ordem para uma boa organização de um exército armado, e também para uma administração financeira do reino. Tudo isso se apresentou diante de Davi, com vistas a deixar tudo em ordem na passagem do cetro para as mãos de Salomão.

Apesar de Salomão ter sido um rei de paz para Israel, ele teve que palmilhar uma rota conturbada para chegar ao trono. Seus irmãos mais velhos Absalão, e depois também Adonias, tentaram, cada qual por sua vez, usurpar o trono de seu pai Davi, que já havia prometido deixar para Salomão.

Davi precisou coroar a Salomão às pressas, devido ao golpe de Adonias que já estava em curso, quando este estava sentindo-se já com uma das mãos no cetro de seu pai. (I Cr. 23:1)

Passado aquele momento de urgência, “apagado aquele incêndio”, então Davi resolveu fazer as coisas com mais vagar, usando de toda a pompa que era exigida para a ocasião, desta vez contando com a presença de toda a comitiva de súditos do reino.

O motivo principal dessa tremenda reunião, porém, não foi para apenas confirmar Salomão diante de um público mais abrangente dentro daquela nação.

Salomão era, já, coroado rei de Israel, mas o coração de Davi estava preocupado com algo muito importante para aquela nação teocrática: a construção de uma Casa para o seu Deus.

Isto foi mui relevante, porque não se tratava apenas da execução de uma obra de alvenaria, porque aquela Casa teria uma função insubstituível e de incomensurável valor espiritual.

Assim, o então ex-rei de Israel desenvolveu um discurso no qual deixou bem enfatizado que o povo devia guardar e buscar todos os mandamentos do Senhor, para que pudesse possuir a boa terra de Canaã, prometida por Deus aos patriarcas, e que pudesse dar continuidade a essa herança de geração para geração.

O próprio rei Salomão é advertido para servir a Yaweh com um coração perfeito, disposto e voluntário, pois se O buscasse, seria achado para sua própria ventura; mas se abandonado, seria rejeitado para sempre, um desastre espiritual.

Uma planta da Casa de Deus a ser edificada foi dada a Salomão, além de muito material precioso para a construção.

Emocionado, Davi então orou ao Senhor, louvando-O e bendizendo-O, e rogando que do céu fosse Salomão contemplado com um coração perfeito para fazer tudo de forma a honrar ao Deus que tudo proveu para que pudessem chegar ao ponto de poder fazerem essa passagem de incumbência ao novel rei.

O povo todo também louvou a Yaweh, inclinando-se e prostrando-se perante o seu Deus, e perante o rei.

Naquele dia, pela segunda vez, foi Salomão coroado e ungido rei, tendo o Senhor por seu guia, e a Zadoque por sacerdote, e Benaia por comandante dos exércitos.

Toda uma grandiosa organização estava composta e preparada para que fossem dadas as coisas em ordem nas mãos de Salomão para este poder reinar com autoridade e toda a liberdade.

O Templo, a coroa, os sacerdotes, os levitas, os soldados guerreiros, todos estavam a postos, cada qual para a função a que foram incumbidos com vistas a revelar a glória de Deus a todos os povos.

Salomão então foi uma raridade, uma peça especialmente preparada para difundir a sabedoria e a glória de Deus ao mundo de então. A visita da rainha de Sabá a Jerusalém foi um dos indicativos de que essa glória estava realmente impressionando a todos quantos puderam constatá-lo, e despertando interesse de muitos que desejaram achegar-se, quer por inicial curiosidade, quer por devoção.

Os homens queriam ver algo extremamente valioso dentro do conceito de reino dirigido por Deus, e viram, sim, ao nível material, uma glória sem precedentes.

Assim foi preparado o reinado de Salomão, que sobrepujou a todos os seus contemporâneos em extensão, glória e poder.

Essa excelência, pois, teve um propósito dado pela mão de Deus: o de prefigurar o reino do Messias, de modo que esse reinado salomônico configurou-se em apenas uma rústica figura, um desenho imperfeito, mas inteligível aos olhos humanos, um antepasto do reino do Céu que está ainda por manifestar-se nesta Terra.

Tudo, entretanto, tem um início. Um princípio. Nenhum rei se estabelece sem que possa estar firmemente alicerçado, e aceito por boa maioria do povo, porque em caso contrário, não prevalecerá.

Este princípio está naquela palavra de Jesus: o reino de Deus está no meio de vós. Não aqui, ou ali, em lugares deste mundo, mas dentro dos corações. Daí ser necessário que os cidadãos do reino celeste tenham sido alertados, convocados, bem informados e transformados pelo formão de Deus, o que afinal é uma introdução ao Seu Reino. Não devemos, entretanto, confundir a introdução com o ponto principal, o seu real escopo.

Assim como os homens de Davi eram imperfeitos, assim também nós outros, mas temos que ter aquela submissão e disponibilidade para sermos plenamente conformados à imagem e semelhança de Deus.

Então o Templo do Senhor será luminoso nesta Terra, como é cheio de luz no Céu.

Então os guerreiros da luz do Senhor estarão bem preparados para toda e qualquer batalha espiritual.

Então os sacerdotes de Deus se haverão revestidos de pureza, santidade, amor à causa, fidelidade e amor a Quem eles servem.

Então todos os recursos deste mundo serão submetidos e reconhecerão Quem é o seu Criador e Provedor, dedicando-Lhe tudo aos Seus pés.

Na verdade, nenhum ser humano poderá descrever a deslumbrante glória do Reino de Deus na Terra, nem mesmo depois de sua chegada, pois faltarão palavras para isto.

Está chegando a hora, e rapidamente se aproxima do dia mais glorioso do planeta Terra, quando o Messias, Jesus, voltar a este mundo, quando colocará todas as coisas em ordem para a glória de Deus, o Pai. Todos os povos, raças e nações o verão – uns para sua maior bênção da vida, mas outros, infelizmente, para sua desonra eterna.

Uma das coisas básicas que precisam estar em ordem antes da Sua chegada, então, são os corações dos homens. Vale pois refletir como anda o nosso coração. Como está? Preparado? Ele vem, e não tardará. Preparado?

É preciso cada um ser franco e sincero consigo mesmo. Se sim, sim. Se não, não, e então é necessário fazer ajustes para a vinda desse Reino de Justiça e Paz. É mister pedir misericórdia do Altíssimo para que, quando Ele chegar, estejamos com os nossos corações limpos, lavados pelo poder do sangue de Cristo, sempre disposto a louvar a Deus em qualquer momento, pois quando Ele vier, o Seu louvor encherá a Terra toda, como as águas enchem a plataforma dos mares.

Sejamos um desses bem-aventurados que desfrutarão deliciosamente da Presença do Deus de amor que enviou Seu próprio Filho a este mundo para nos preparar para desfrutarmos assim eternamente.

Pensemos bem, aquilo que hoje podemos desfrutar da Presença de Deus em nossas vidas ainda é apenas o antepasto da Ceia do Cordeiro. Gosta de banquetes? Pois este será o mais glorioso, mais deslumbrante e maravilhoso de todos os tempos.

Vale a pena preparar o nosso apetite espiritual, rejeitando os pratos infectados pelo pecado que este mundo oferece a todos, porque quando Jesus se manifestar, então seremos plena e realmente saciados.

Por ora vemos como que por espelho, ainda de forma embaçada e limitada, mas quando Ele vier, então poderemos vê-Lo face a face, como Ele é, e como é o Seu reino de Luz (I Coríntios 13:12).

Prepare-se. Jesus vem logo aí.


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