II CRÔNICAS – VII – FIDELIDADE E LEALDADE
Comentarios desactivados en II CRÔNICAS – VII – FIDELIDADE E LEALDADEseptiembre 20, 2019 by Bortolato
II Crônicas capítulo 8º
É muito bom podermos contar com essas benditas qualidades nos corações e atitudes de pessoas de nosso relacionamento.
Será que você consegue visualizar a diferença entre um destes termos e o outro? Eles são muito semelhantes, e talvez não se consiga encontrar uma clara distinção nos dicionários da língua portuguesa.
O primeiro termo pode assumir o sentido de lealdade, firmeza. Outro significado do mesmo seria o de constância nos sentimentos e afeições, o que pode também ser equivalente a perseverança. Também pode assumir o sentido de observância rigorosa da verdade, exatidão – o que é aplicado para verificar as virtudes de balanças e de instrumentos e sistemas acústicos.
O segundo termo é traduzido por: sinceridade, franqueza e honestidade, ou ainda fidelidade nos compromissos, e neste último sentido equivale a fidelidade.
Segundo os empregos em que tais palavras são aplicadas, notamos que na maior parte dos casos a fidelidade é a qualidade que se prende essencialmente ao profundo de uma alma. Ser então fiel seria alcançar um status quo de virtude que não muda. Isto é mais do que um estado temporário, é uma situação que se firma dentro dos corações.
Uma cópia fiel é algo que transmite integralmente as características do seu modelo original. Então, neste caso não existem cópias parcialmente fieis, pois ou estas são fieis ou não são. Ponto. Não há meios termos, em se falando de fidelidade.
Já a lealdade se prende mais à dinâmica da vida prática, o que não diz tanto respeito à essência das coisas e pessoas. Alguém então pode ser leal em um momento, e no momento imediatamente seguinte passar a ser desleal. É um conceito muito volátil.
Atletas que disputam jogos com seus competidores são o exemplo típico deste caso. Um boxeador pode desferir golpes desleais sobre seu oponente durante um assalto, mas antes da disputa ele é aceito pelos juízes como um adversário leal, até que aconteça um ato que prove o contrário, o que poderá significar perda de pontos para o infrator. Se algum deles assume expressamente ser desleal antes do início da luta, já não poderá sequer iniciar a disputa, pois recebe instruções dos juízes para tanto, e tem de concordar com os termos de lealdade que lhe são impostos. Aí, depois do início da luta, repentinamente as coisas podem mudar…
A vida do rei Salomão, que reinou entre 971 a 931 A.C. tornou-se um exemplo muito comentado de passagem da fidelidade a Deus para a infidelidade, e da lealdade nos seus relacionamentos para a deslealdade.
Por uma pródiga dádiva divina, Salomão tornou-se o mais sábio dos reis de Israel, em resposta à sua petição feita a Deus em Gibeom. Não somente a sabedoria lhe foi acrescentada, mas também muita riqueza, autoridade, extensão de fronteiras do reino, uma organização administrativa rigorosa, e um comércio extremamente ativo e bem explorado, que ligava o Egito à Ásia. Além disso, ele pôde usufruir de uma paz constante em sua gestão, que lhe permitiu desenvolver a literatura dos livros de Provérbios, Eclesiastes e Cantares.
O capítulo 8º de II Crônicas nos fornecem algumas informações sobre o reinado de Salomão, através dos quais se nota que o rei de Israel obteve muitos sucessos nas coisas em que empreendeu, foi muito abençoado, mas, também, por outro lado deixou patente algumas notas que nos revelam que o seu coração não foi perfeito diante de Deus, como o de Davi, seu pai.
Os domínios que Davi conquistara durante a vida deixara já um amplo território para seu filho governar, mas parece que ainda não bastava. Salomão foi guerrear e possuiu algumas cidades como Hamate-Zoba, Tadmor, Bete-Horom, Baalate, e outras, de modo a chegar a possuir todas as cidades-armazéns em Israel e ao seu derredor. Seu domínio tornou-se mui poderoso em todo o Crescente Fértil, entre o Egito e a Assíria. Ele tornou-se verdadeiramente um imperador de sua região.
Para poder controlar esse reino tão extenso, ele contava com 3.850 oficiais (conforme lemos em I Reis 5:16 e 9:23, onde se apresenta a mesma soma de II Crônicas 2:18 e 8:10)
Lealdade para com o próximo
Apesar de sua extrema habilidade para tratar de assuntos delicados, II Crônicas nos conta que Salomão começou a agir de forma atípica de um servo de Yaweh. Ele fez negócios com o rei Hirão, de Tiro, o qual era um antigo amigo de Davi. Esse rei fenício lhe forneceu madeira sem conta e ouro para as construções da Casa do Senhor e do palácio real, além de colocar à disposição muitos homens a seu serviço.
Salomão lhe entregou vinte cidades localizadas ao norte de Israel, na Galileia, as quais se mostraram problemáticas, pois que tinham terras desérticas. Hirão reclamou, desapontado. Flávio Josefo nos fala que as tais cidades foram devolvidas e o negócio foi desfeito daquela forma (cf. I Reis 9:11-14), de modo que as tais tiveram que ser, depois, edificadas e povoadas pelos filhos de Israel.
Isto não nos faz pensar que Salomão fez negócio desleal com o amigo de seu pai? Assim, como um rei portador de uma fama de ser justo e sábio, ele decepcionou, comportando-se inexplicavelmente como um judeu sujo, que usava de propostas indecentes e subterfúgios inescrupulosos para alcançar seus objetivos.
Os primeiros passos da fidelidade à infidelidade para com Deus
Com tantas terras sob seu domínio, era necessário serem colocados recursos humanos e bélicos de norte a sul, em pontos estratégicos, para não perder o controle. Carros e cavalos faziam parte desse contingente militar. Aonde buscá-los?
Então veio uma proposta do sul da Palestina, precisamente do Egito, que era um país onde se criava muitos cavalos, e iniciou-se um relacionamento comercial entre as duas nações. A Lei de Moisés já havia advertido para os israelitas não se voltarem mais para aquele caminho, e por aí já começou a displicência para com a Palavra do Senhor Yaweh…
Salomão viu, nos seus contatos internacionais, a bela princesa egípcia, a filha do Faraó, que lhe foi mostrada como uma “excelente opção diplomática”, a união do útil ao agradável, e esqueceu-se de observar a Lei.
A Lei de Moisés já havia previsto a possibilidade de mulheres estrangeiras, isto é, carregadas de costumes idólatras, libertinos e até extremamente indecentes e imorais se oferecerem com promessas de serem grandes e boas companhias ao povo de Deus, mas… é sempre bom ponderar muito sobre essas “oportunidades fantásticas”.
Eis aí o perigo que muitos não querem saber e nem ouvir falar, pensando que TUDO o que lhes parece ser bom seria dado pela providência divina. Pois nem tudo!
Uma isca pode parecer muito apetitosa para um peixe, mas quando este avança e a morde, na maioria dos casos o peixe perde a sua vida, e o pescador, que pouco se importa com o que a sua presa pensa, alegra-se. E quanto maior o peixe, maior a festa do pescador…
Salomão deve ter pensado: eu as converterei ao judaísmo, com a sabedoria que Deus me deu! Mas o que a Bíblia diz não nos faz pensar assim. A princesa do Egito deve ter vivido uma paixão e tanto, e ofertado a Salomão noites estupenda e intensamente bem vividas, ao ponto dele até construir uma casa especialmente para ela, até porque esta não ter dado mostra alguma de disposição para abandonar os seus ídolos.
Quantos casamentos naufragaram por causa dessa excessiva confiança de que “não há mal nenhum nisso”… mas o pior da história dos casamentos mistos é quando a parte idólatra consegue levar o seu cônjuge para o seu lado, em prejuízo à fé em Cristo…
Em suma, foi o que Salomão fez! Não uma e nem duas vezes, mas espere aí! Ei, Salomão, uma mulher não lhe é o suficiente? Duas? Não? Três? Também não? Quatro, cinco, seis… às vezes lhe apareciam várias de uma vez, mas… vá com calma, ó rei! Não tenha tanta sede para ir ao pote! Quantas você quer? Uma centena? Ainda não basta? Ó rei, você parece alucinado! O rei parecia um jovem adolescente que de repente descobriu o que é sexo. Ei! Pense no Senhor Deus Yaweh, e coloque a cabeça no lugar! Uma centena de mulheres são suficientes para arranjar problemas ao ponto de não se ter tempo sequer para governar uma nação! Pense nisto! Não? Não mesmo?
Pois Salomão não pensou nisto, e continuou. A bigamia era permitida em sua época, um costume bastante praticado pelos homens ricos daquele Oriente Médio… o próprio rei Davi, seu pai, teve mais de uma dezena delas, o que já constituía um perigo, mas… foi bem mais modesto que Salomão.
Ó rei Salomão, tenha paciência! Mil mulheres? Mil vezes paciência!
Conselhos não adiantaram. As advertências da Lei também não, e cada jovem que se lhe apresentava já lhe ensejava a criação de “santas” imaginações na cabeça dele, apontando para as noites de núpcias. Algumas das jovens talvez eram até de origem humilde, que nem sonhavam em lograr conquistar o coração do rei, mas ele parecia insaciável, e continuava na sua saga incontida.
Penso que ele nem teve tempo para ter núpcias com todas elas…
Imagine quantas daquelas mil mulheres não pediam um momento especial de audiência, tempos e tempos com qualidade para dizer ao rei o que lhes seria imprescindível, inegociável, que queriam, porque queriam, porque eram princesas do palácio, porque não abriam mão de obter um espaço de tempo na agenda real – e quantas delas não fizeram pressão para que Salomão as acompanhasse em seus cultos aos deuses que serviam… até que ele cedeu! E o diabo aplaudiu, bateu palmas, sentindo-se vitorioso, pois conseguiu fisgar o maior peixe de Israel! Foi uma lástima… Daí, como Salomão cedeu para uma, as outras também não deixaram por menos! Também queriam vê-lo servindo aos seus outros deuses, e pressionaram por isto.
Depois da primeira vez, veio a segunda, a terceira, e outras de uma série incontável: as sidônias o levaram a adorar a Astarote; as amonitas o conduziram a Moloque, o deus que exigia sacrifícios de crianças; ele chegou até a constuir lugares de adoração a deuses como Quemós, dos moabitas e assim foi também com outras mulheres estrangeiras, e por aí foi esse caminho nojento.
Salomão poderia até explicar como é que isso foi acontecer, narrando uma série de fatores que se juntaram sucessivamente, pressionando-o até que, quando ele se deu conta, estava entalado até o pescoço na idolatria. Passou então a salvar as aparências diante dos sacerdotes de Yaweh, continuando a prestar os cultos e as práticas que eram prescritas pela Lei cerimonial, mas a fidelidade a Yaweh foi lamentavelmente quebrada, e isto não tem justificativas.
Pareceu-nos que o rei de Israel passou de fiel a infiel a Yaweh, completamente desviado do Senhor, mas quando chegou-lhe os dias da velhice, deixou claro que toda aquela onda de idolatria em sua vida foi apenas um vento que passou, deixando marcas indesejáveis, levando-o a remoer-se de arrependimento, e por fim cessou aquela nuvem escura de sobre seu reinado.
No final de sua vida, Salomão escreveu Eclesiastes, onde explicita com veemência: tudo aquilo era vaidade. – Vaidade de vaidades! O que concluiu afinal é que todos teremos de prestar contas a Deus de tudo quanto fizermos, seja bem ou mal, de vez que a finalidade para a qual fomos criados é a de crermos, confiarmos , temermos e obedecermos a Deus em quaisquer que sejam as circunstâncias. (Ecl. 12:1)
Os três amigos de Daniel: Sadraque, Mesaque e Abdenego se apresentarão no juízo final para mostrar que vale a pena recusar-se a adorar um deus estranho, ainda que debaixo de ameaças de morte, ou de espada, pois eles assim agiram, e o Senhor os livrou da fornalha de fogo ardente.
Jesus também nos adverte:
-
“Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Apocalipse 2:10)
Cuidado com o apego ao dinheiro…
O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.
De que vale ao homem ganhar todas as riquezas deste mundo, se ele não poderá levar nada, nada, nada, absolutamente nada para o além-túmulo?
Salomão ainda teve sucesso em empreender certa viagem de navios, com a ajuda dos fenícios enviados por Hirão, e assim os israelitas puderam usufruir da perícia daqueles para aprenderem a navegar. Para quê?
Para navegarem à terra de Ofir para de lá trazerem mais de quinze mil quilos de ouro ( I Crôn.8:17-18).
O ouro passou a ser tão abundante em Israel nos dias de Salomão, que a prata passou a ser desvalorizada nos termos de seu reino.
É claro que ouro representa um ativo financeiro de alto valor comercial. Chega a substituir o valor de moedas, tanto as nacionais como as estrangeiras, de modo a facilitar o comércio internacional.
A pergunta que nos vem então insistindo é: – “Para quê?” – se não podemos levar nada nas mãos para nos apresentarmos diante de Deus no juízo final…
Aonde Salomão guardou tanto ouro assim?
Parte do ouro comprado foi utilizado para adornar a Casa do Senhor, o que reputamos por louvável, uma vez que Ele mesmo, o Senhor, é quem reivindica: – “Minha é a prata e meu é o ouro”… nada mais justo do que destinar a melhor parte de nossos recursos para a glória dEle.
Mas Deus não pediu tanto ouro assim para ser aplicado em Sua Casa. Aonde foi parar o restante, ou seja, a sua grande parte?
Escudos de ouro foram feitos, os quais serviram para ostentar as riquezas do reino, pois que eram usados só para mostrarem seu brilho quando passava o monarca pelo salão da Floresta do Líbano (um salão que era usado para o rei assentar-se no seu trono de marfim e de ouro puro quando queria proceder julgamentos de casos difíceis, como aquele das duas mães que disputavam a posse legítima de um bebê).
Ora, tais escudos não podiam ser usados em guerras, e nem seriam úteis em prestar guarda ao rei, porque o ouro não é um metal tão sólido quanto o ferro e o bronze. Tais escudos somavam quinhentos destes, e só serviam para esbanjar riqueza e ostentação.
Qual o fim que foi dado a tanta riqueza? Pois que esta foi acumulada oriunda de pesados impostos ao próprio povo de Israel – e esta foi, mais tarde, a reclamação que fizeram depois a Roboão, o herdeiro do trono de Salomão, e o princípio da divisão que se irrompeu entre os reinos do Norte de Israel e o Sul, Judá.
Roboão herdou também a cobiça por ouro que tinha seu pai, e quis ser ainda mais extorsivo sobre seus patrícios, do que estes vinham sendo oprimidos por Salomão, e isto custou-lhe ter de aceitar serem dez tribos rasgadas do seu reino para cedê-las a Jeroboão, antigo servo de seu pai. E à moda de seu pai, entregou-se também à idolatria – e o Senhor então permitiu que Sisaque, o rei do Egito o atacasse em Jerusalém e levasse embora todos os tesouros do Templo e do palácio e também os escudos de ouro que Salomão havia feito.
Antes ele tivesse ouvido e meditado quando seu pai falou e deixou escrito no Salmo 119:72, que diz:
“ – Melhor é para mim a Lei da Tua boca do que toda a riqueza do mundo”
Jesus mesmo nos advertiu sobre o perigo de sermos envolvidos e embromados pelas riquezas deste mundo. Em Lucas 16:1-13 lemos que o Senhor nos orienta a fazermos uso dos nossos recursos materiais com a mesma sagacidade que têm as pessoas mundanas, mas para conquistarmos amigos para Deus, porque no dia em que tivermos que deixar tudo e passarmos para a vida eterna, estes nos recebam no Céu. Afinal, quem é o real dono da prata e do ouro? Aquele que as criou, por ocasião da criação desta Terra, pois não?
Perguntamos pois: – o que lhe parece ser mais importante, ao ponto de levar você a ambicionar com tanto anelo as coisas que perecem e que ficam aqui?
Diremos então: Jesus é mais importante do que todas as riquezas ou prazeres deste mundo. Ele é a Pérola preciosa, o Tesouro escondido, o bálsamo que cura toda enfermidade. Ele é a nossa maior riqueza.
Os tesouros deste mundo podem ser roubados, corroídos pela ferrugem, pela decomposição da matéria, ou pela simples desvalorização dos mais nobres metais. De que adianta a um homem viver abastado toda a vida, e ser sepultado dentro de um caixão de ouro?
A maior riqueza que se pode avaliar está em Jesus.
Quem O conhece sabe do que estamos falando.
Jesus é o grande amigo de todas as horas. Ele é o grande Rei que Se desprendeu das riquezas de Sua glória celeste, e veio a este mundo para curar enfermos, livrar homens e mulheres das garras de Satanás, livrar-nos dos laços pegajosos do pecado, Ele é o médico dos médicos, o Primeiro e o Último, o Alfa e o Ômega, o Filho do Deus Verdadeiro, o grande vencedor sobre as trevas, o nosso libertador, o nosso amado Salvador, que não Se cansa de trabalhar para nos trazer as verdadeiras alegrias que não passam, que não se vão embora como as alegrias deste mundo.
Ele conquistou para nós a Redenção, remindo-nos com o Seu sangue. Ele é o grande exemplo de fidelidade. Ele é fiel. Fiel às Suas promessas, à Sua Aliança, fidelíssimo ao Pai.
Todo aquele que nEle crer de verdade, obterá vida eterna e em muita abundância. Não vida intensa como a que foi a de Salomão, mas algo muito melhor e abençoado.
Eis aí a nossa chance de encontrarmos o grande real valor que a vida proporciona: encontrando Jesus!
Como encontrá-Lo? Isto pode acontecer em qualquer lugar, e pode ser bem rápido, ou bem longo, e esta última opção é muito melhor que a primeira.
Requisito para encontrar a Jesus: crer nEle, e orar com o coração sincero e quebrantado, pedindo-Lhe que acesse inteiramente o coração, transformando-o conforme a Sua boa vontade.
Faça isto! A recompensa é certa e muito boa.
Category 2º LIVRO DE CRÔNICAS, BÍBLIA, LIVROS HISTÓRICOS DO AT | Tags: Cavalos, Egito, estrangeiras, Jesus, mulheres, o Rei dos Reis, Ouro de Ofir, riquezas
Comentarios desactivados en II CRÔNICAS – VII – FIDELIDADE E LEALDADE
Sorry, comments are closed.