II CRÔNICAS – VIII – À PROCURA DA SABEDORIA
Comentarios desactivados en II CRÔNICAS – VIII – À PROCURA DA SABEDORIAseptiembre 24, 2019 by Bortolato
II Crônicas capítulo 9
O que fazer para tornar-se uma pessoa sábia? Veja-se bem, não estamos aventando a hipótese de nos tornarmos como um dos famosos sábios da antiguidade, mas sim, alguém que sabe reter aquilo que é bom, e rejeitar o que é mau, sabendo conviver com ambas estas partes.
Não seria exatamente o centro do nosso alvo termos a capacidade de discursarmos fluentemente, muito embora esta qualidade, de quebra, também nos possa ser acrescentada.
Almejamos ter sabedoria, porque esta é, por natureza, um dom que faz bem tanto para quem a possui, como para os que nos cercam. Seus benefícios são incontáveis.
Mas o que vem a ser essa tão decantada sabedoria?
Primeiramente vamos definir o que não é sabedoria. Sabedoria não se trata de amplitude de conhecimentos, muito embora a estes possamos bem recorrermos em momentos oportunos. Acontece que os conhecimentos ficam na esfera do teórico, e a sabedoria é prática por excelência. É aplicativa, e seleciona as partes da ciência em ordem para destas fazer uso da maneira certa e no momento adequado.
Sabedoria também não é sinônimo de poder, autoridade, ou de acesso a riquezas materiais.
Neste ponto, a sabedoria é humilde, muito embora alguém que a detém possa ficar orgulhoso ou arrogante quando se mostra como sábio, mas nisto até se denota a falta de sua plenitude.
Como então obtê-la? Uma das maneiras mais usadas é fazer aquilo que o profeta Oseias nos recomenda em seu livro, capítulo 14, verso 9:
“Quem é sábio, para que entenda essas coisas? Prudente, para que as saiba? Porque os caminhos do Senhor são retos, e os justos andarão nele, mas os transgressores neles cairão.”
Nestas palavras, nota-se dois procedimentos a serem seguidos: ( 1 ) a observação e ( 2 ) a meditação.
Podemos observar tudo quanto ocorre ao nosso derredor e no mundo inteiro, mas isso demanda uma infinidade de reportagens, que, quando analisadas, umas são contrárias a outras. Se não temos um ponto de referência para avaliarmos os fatos que se nos mostram dia a dia, não visualizaremos o fio da meada e não saberemos como traçar uma direção reta e segura para a vida, e assim, a meditação também fica um tanto prejudicada.
Seria como estarmos navegando no mar, mas sem uma bússola, rumando para um fim não bem definido. Muito provavelmente iremos assim nos perder, e não chegaremos ao porto onde desejamos chegar.
Queremos muitas coisas nesta vida, mas algumas são mais importantes do que outras. Como elaborarmos uma tabela de hierarquia dos valores a serem alcançados?
Esta busca pode durar anos a fio. Podemos até estarmos em alguma posição social de destaque, e ainda não termos encontrado aquilo que plena e realmente nos satisfaz. Um sentimento de vazio existencial nos sinaliza que está faltando algo dentro da alma.
Vamos tomar como exemplo disso a história de uma mulher, que desejou muito encontrar a verdadeira sabedoria, mas sentia que estava faltando achar algo nessa empreitada. Ela era a líder de sua nação, e certamente que toda a sabedoria deste mundo era pouco para que pudesse desempenhar bem o seu papel perante seu público.
Já temos ouvido falar de Indira Ghandi, de Margareth Tatcher e de Golda Meir. Todas elas de países diferentes, líderes influentes, e gozando de excelente reputação.
Houve, porém, uma outra líder de governo que obteve um destaque maior do que estas, porque foi feita uma referência a ela no livro mais conhecido e lido em todo o mundo: a Bíblia, e assim ela é conhecida por uma pequena parte de sua história que resiste ao tempo e à enorme gama de informações da História Universal.
Por incrível que pareça, apesar dessa fama toda, não sabemos o seu nome. A Palavra de Deus a denomina de “a rainha do Sul”, “a rainha do meio-dia”, ou ainda “a rainha de Sabá”. As lendas árabes a chamam de Bilquis.
A RAINHA DE SABÁ
Quem era ela? Que reino seria esse, tão pouco conhecido, denominado de Sabá?
O reino de Sabá, ou de Seba, era ao que tudo indica, um reino árabe, hoje ocupado pelo território do Iemen. A economia desse reino dependia muito do comércio, nomalmente efetuado através do uso de camelos, que viajavam cerca de 1.900 quilômetros, também atravessando o território de Israel, que, na época, era controlado por Salomão nessas rotas, o que poderia ameaçar as rendas que os sabeus estavam acostumados a angariar nessas viagens.
O reinado de Salomão durou entre 931 a 971 A.C., que foi extremamente comentado entre todos os povos da redondeza, tanto pela sua riqueza como pela sabedoria do referido rei.
Essa rainha viu no caminho aberto para Jerusalém uma necessária oportunidade de construir um relacionamento que pudesse servir para ambas as nações, mas ela não foi para lá apenas disposta a assinar contratos comerciais.
Uma das qualidades desta rainha era o uso de inteligência para decifrar problemas intrincados. Para então saber se a fama da sabedoria de Salomão era de fato verdadeira, ela montou uma série de problemas enigmáticos, para apresentá-los ao rei de Israel, e assim testar a sua capacidade de resolvê-los. Talvez ela, tendo lá suas dúvidas, pensasse que, por mais sábio que fosse Salomão, ele não poderia ser capaz de trazer solução a todos os seus enigmas apresentados, pois assim ela fazia com outros homens poderosos de sua época, de quem as respostas muito costumeiramente não eram dignas de uma “nota dez”. Contudo, a fama do rei de Israel muito lhe chamava a atenção para este detalhe, e sua curiosidade a levou até Jerusalém.
Se Salomão de fato fosse digno de toda aquela fama de sábio, ela então ficaria encantada com o achado, e aquela teria sido a grande oportunidade para que pudesse sacar enfim a tão cobiçada chave da sabedoria que julgava ainda estar continuamente em sua busca.
Isto foi muito além do que apenas um jogo político para se alcançar mais poderes. O Senhor Jesus elogiou essa mulher pelo fato de ela empreender uma viagem muito custosa para ter um tempo com Salomão, como está escrito em Mateus 12:42:
-
“ A rainha do sul se levantará no dia do juízo com esta geração e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão…”
Realmente, a sabedoria é um quesito muito importante para um líder de nação ter condições de bem regê-la, e ela estava ciente disso. Para ela, a sabedoria era a coisa mais importante. Este prêmio valeria a pena de uma custosa viagem por regiões desérticas, de várias horas montada em camelos, sob um sol escaldante.
Chegado o dia planejado, dispendendo todo aquele sacrifício, ela chegou a Jerusalém acompanhada de uma grande comitiva. Seus camelos traziam em seus dorsos muitas especiarias, ouro e pedras preciosas em grande quantidade.
Sua principal preocupação era testar a sabedoria do rei Salomão, o que, logo que teve a oportunidade de se apresentar , pôs-se a fazê-lo. Sua primeira surpresa foi constatar a facilidade com que o rei de Israel desembaraçadamente resolvia cada pergunta, e solucionava todos os problemas por ela expostos. Isto já a deixou impressionada, como que marcando positivamente aquele primeiro encontro, mas na sequência vieram várias situações que a fizeram ficar de boca aberta de admiração.
Como boa observadora que era, ela não deixou de notar a qualidade da comida que lhe era servida, o palácio real que Salomão construíra, bem como o nível de apresentação dos apartamentos dos funcionários, a organização do trabalho do pessoal palaciano, e até mesmo a estilosa indumentária que estes usavam.
Tendo sido convidada para um banquete, ela pôde ainda notar mais e mais o esplendor e a glória do reinado de Salomão em ação.
Não se contentando em apenas observar, ela também pôs-se a falar e elogiar tudo quanto estava presenciando naquela visita que, a princípio, seria apenas cheia de protocolos de diplomacia.
Ela não escondeu que foram mais que duplamente superadas as suas expectativas, e que se sentia privilegiada em poder estar ali para ouvir as palavras da sabedoria do rei de Israel.
O que será que Salomão lhe teria dito, além de simplesmente responder com acerto a todas as suas indagações?
O autor do Livro de Provérbios é enfático em afirmar e reafirmar:
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Pv. 1:7 e 9:10), é onde esta se intrui (Pv.15:33), prolonga os dias (Pv.10:27), é fonte de vida (Pv.14:27) e evita muitos males (Pv. 1:22-33). Feliz aqueles que porfiam por buscá-la, e infelizes os que a desprezam.
Estas palavras centrais traçaram solidamente a base da sabedoria, e foram certeiras para alcançar o coração da rainha do Sul, de tal forma que ela não poupou tampouco os louvores ao Deus de Israel, Yaweh, por ter achado graça na vida e no reinado de Salomão, pois que Ele, o Senhor, assim procedeu por amar à Sua nação, e querer conservar o povo israelita como gente de Sua propriedade; e fazer ao filho de Davi o seu sucessor no trono, foi apenas um detalhe para que Ele fizesse valer a Lei e a justiça. (II Crônicas 9:8)
A estas alturas, podemos até concluir que essa rainha se tenha convertido sua fé para passar direcioná-la somente ao Deus de Israel; aliás o comentário do Senhor Jesus a seu respeito nos faculta a pensar assim.
Não é difícil se deduzir que a rainha de Sabá se tenha apaixonado pelo rei de Israel, uma vez diante de suas confissões tão lisonjeadoras ao mesmo. Ela entregou a ele os presentes que tinha trazido, com um destaque maior para as finas especiarias que jamais o povo judeu havia conhecido.
Nesse ponto, houve troca de presentes e o rei não fez economia de gentilezas. Salomão deu à rainha de Sabá tudo quanto ela quis e pediu, além dos presentes que a mesma recebeu de sua parte.
Nas lendas etíopes, particularmente no Kebra Nagast (=Glória dos Reis) consta que essa rainha deu à luz um filho a Salomão, o qual foi o primeiro rei da Etiópia. O fato é que realmente havia na antiquidade um íntimo laço entre o sul da Arábia e o leste da África, tanto que Flávio Josefo a denomina de “Rainha do Egito e da Etiópia” (Antiguidades VIII, 6:5,6), o que é também reafirmado por Gregório de Nissa (In Cant. Hom. VII).
Salomão foi mesmo o mais rico e mais sábio do que qualquer outro rei conhecido de sua época no Oriente Médio e além, e todos os outros reis desejavam ir a Jerusalém para ouvi-lo. Todos eles, quantos chegavam, traziam presentes de prata, ouro, roupas, armas, especiarias, cavalos e mulas – o que não falhava acontecer, ano após ano.
Um grande destaque, porém, que Mateus 12:42 nos deixa é que Salomão não foi insuperado. O próprio Senhor Jesus diz que a rainha do Sul se levantará no juízo contra aquela geração, não somente porque ela buscou a sabedoria indo à presença de Salomão, mas principalmente pelas palavras finais deste versículo:
-
“ … e afirmo que o que aqui está é maior do que Salomão!”
É de pasmar! O grande rei Salomão, apesar de toda a sua glória, poder e sabedoria, ainda não logrou o prêmio máximo de todos os tempos, que somente o Juízo Final poderá lhe dar.
É bastante intuitivo que a sabedoria de Jesus é muito, mas muito mais atual, abrangente e profunda do que a de Salomão. Dentro de sua época, sem dúvida que Salomão foi o supra sumo, inédito, até então jamais superado, tanto que as suas palavras têm um alto valor até hoje. Insurge, porém, que no início de nossa era cristã, Jesus vem não somente superando a todos, como também aperfeiçoando o conhecimento e a sabedoria como nenhum outro.
Pois então, quem deseja de fato obter a sabedoria, tem que obedecer ao seu princípio, que é o temor a Deus – e quem realmente alcançou a graça de abraçar o temor de Deus dentro de seu espírito, não deixará de enxergar que só tem um caminho a seguir: Jesus!
Ninguém melhor do que o próprio Jesus para afirmar categoricamente isto, pois que Ele mesmo disse, com uma propriedade que ninguém mais poderia dizê-lo:
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“Eu sou o caminho, a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.”(Jo.14:6)
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“Eu sou (o Messias), Eu que falo contigo.” (João 4:26)
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“Eu sou o Pão da vida.” (João 6:35)
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“Eu sou a Luz do mundo.” (João 8:12)
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“Eu sou a porta das ovelhas”(João 10:7), e “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, será salvo.” (Jo. 10:9)
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“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.” (Jo. 10:11)
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“Eu sou a videira verdadeira, e o meu Pai é o Agricultor.” (João 15:1)
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“Eu sou a videira verdadeira; vós os ramos”. (Jo.15:5)
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“Antes que Abraão existisse, EU SOU.” (João 8:58)
Uma última palavra de Jesus colocamos aqui, que encerra toda a busca pela verdadeira sabedoria. Ele disse isto a Marta, antes de ressuscitar ao seu irmão Lázaro:
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“Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, ainda que esteja morto, viverá!” (Jo. 11:25)
Se alguém deseja ter sabedoria, precisa, pois, aproximar-se de Jesus, para absorvê-la de Suas palavras, e saber que Ele tem em Si, intrinsecamente, o caminho para o Céu, a verdade que nos liberta, a vida mais abundante de todas, a água da vida, o pão da vida, a luz, e tudo isso de maneira santíssima, abençoada pelo Pai e pelo Santo Espírito.
Durante Seu ministério terreno, no último dia da Festa dos Tabernáculos, que se sucedia logo após o dia nacional da expiação, no auge da festa, o povo de Deus sentia que estava chegando a hora de ir para suas casas, com muitos corações estavam partidos ou ainda frustrados, pois que viviam sob dominação romana, eram oprimidos por toda a truculência, violência, e humilhação de serem explorados financeiramente por homens ímpios, que colocavam guardas por toda a cidade, fazendo-os tacitamente lembrar dessa sua desdita em todas as suas peregrinações: eles, os judeus, eram o povo escolhido por Deus, mas que tinham de submeter-se a um jugo estrangeiro e idólatra.
Naquele dia, Jesus lançou-lhes o Seu repto:
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“ …Se alguém tem sede, venha a Mim e beba. Quem crê em Mim, como dizem as Escrituras Sagradas, rios de águas vivas fluirão do seu interior.” (Jo. 7:38-39)
Em que consiste a sede do leitor?
De sabedoria? Ou de vida com satisfação? Talvez, sede de riquezas que não pereçam… ou ainda sede de um amor que jamais conheceu. Seria então sede de segurança diante de opressões de inimigos, ou mesmo a morte?
Jesus diz: – “EU SOU…” aquele que salva dos nossos pecados, do temor e da morte, de modo tal que não há sabedoria capaz de oferecer algo minimamente melhor.
E Ele ainda diz: – “Vinde a Mim, todos vós cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei”… (Mat.11:28)
Ele é a porta que Se abre para Vc adentrar para o Seu Reino de amor, luz e paz. Um dia, porém, ela se fechará, encerrando toda oportunidade que hoje se pode desfrutar.
Venha agora! O tempo urge. Não espere cessar a oportunidade que Deus lhe dá.
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