II REIS – II – QUEM É O DEUS DA VIDA E DA TERRA
Comentarios desactivados en II REIS – II – QUEM É O DEUS DA VIDA E DA TERRAseptiembre 12, 2017 by Bortolato
A quem pertence nossa casa, nossos terrenos, riquezas, tudo enfim que supomos ter o indiscutível direito de posse?
Alguém dirá: – “É tudo meu, pois comprei com o dinheiro que ganhei com o suor do meu rosto. Tenho até notas fiscais e escrituras lavradas, e o resto é conversa, e nada mais!”
Pode-se ter escrituras lavradas em cartórios, mas digam: por quanto tempo se declarará no específico documento que ali consta um nome como legítimo proprietário?
É claro que podemos comprar, vender e comprar novamente, ou arrematar em leilão, ou adquirir por herança ou usucapião, mas quando tivermos de deixar esta vida nesta Terra, a quem pertencerão?
O fato é que nada possuímos quando nascemos – nem mesmo roupas tínhamos ao sairmos do ventre materno – e quando alguém morre, o tempo se encarrega de consumir até mesmo a roupa com que é enterrado.
Isto porque nossos corpos terrenos não são dotados de estrutura eterna; a carne se desfaz totalmente depois de certo tempo, a menos que alguém seja muito bem embalsamado, o que apenas protela a corrupção do corpo, coisa que, de qualquer maneira, também não garante a vida eterna.
Os Faraós do Egito eram, depois de mortos, embalsamados, mas nem por isso se considera que estes sequer sejam donos de seus próprios corpos, e que dirá das pirâmides onde foram depositados, e muito menos são respeitados os seus direitos de propriedade que outrora possuíram.
Alguns Faraós foram, por algum tempo, considerados como deuses, mas a morte selou –lhes o destino, e hoje nada nos atesta que de fato o fossem, mas muito pelo contrário.
Existiram, contudo, algumas estátuas que indicaram que cultuavam a alguns chamados de deuses – os quais hoje também nada mais são senão estátuas, sem nenhuma vida, e sem nenhum poder sobre a Terra.
Em grande parte da história que se desenrola pelas páginas da Bíblia, constata-se que havia uma crença de que existiam deuses, e que estes eram limitados às circunscrições de seus respectivos territórios. Assim foi que Ben Hadade, o rei da Síria, lá pelos idos anos de 874 a 853 A.C., quis provar esta tese, chamando as tropas de Israel em terrenos de relevo diferentes, achando que o Deus de Israel era apenas um deus que regia sobre os montes, mas que certamente não seria bem sucedido em uma planície, onde perderia o seu domínio para outro, para um deus territorial que reinasse ali ( I Reis 20:23 ). Ele tanto creu assim, que apostou com toda fé nessa hipótese, e perdeu a aposta. Foi vencido tanto nos montes como nos lugares planos. Parece que esse rei sírio não aprendeu nada com a lição que Yaweh deixou quando derrotou todos os deuses do Egito, quando ali derramou dez pragas…
O episódio que aparece no 1º capítulo do Segundo Livro dos Reis de Israel nos revela que o rei Acazias, que então regia sobre Israel Norte, ao sofrer uma queda das grades de um quarto alto de sua casa, ficou ferido, veio a enfermar e caiu de cama. Precisou ser muito ajudado, e ser transportado para dentro do seu palácio. Tendo descansado na cama por vários dias, pensava que ainda iria, talvez, melhorar, mas infelizmente isso não aconteceu. As dores percorriam o seu corpo, e as forças lhe faltaram, tornando-o impossibilitado de cumprir os afazeres de sua vida normal, indo o seu estado a cada vez pior.
Ele era filho de Acabe, e tinha recentemente herdado o trono, tendo recebido uma educação idólatra pela influência de seu pai e de Jezabel, e, apesar de estar ciente da lição exemplar que Elias deixara a todos os israelitas quando o deus Baal foi vencido e desbancado no monte Carmelo, prosseguiu cometendo os mesmos pecados de seu pai. Naquela ocasião foi tirada a prova, e ficou demonstrado categoricamente que única e tão somente o Senhor Yaweh é Deus – assim todos ali confessaram, prostrados com o rosto em terra – mas o rei, bem como a sua casa, persistiu em seguir o mau exemplo de seus pais, cultuando a outros deuses.
QUEM SÃO OS CHAMADOS DEUSES?
O ministério do engano de Satanás é que fica constantemente a cegar os olhos dos homens, e sobre os de Acazias foi colocada uma venda com a finalidade de impedi-lo de saber que o fato é que existe UM SÓ DEUS, e não há nenhum outro. Aqueles que são chamados de deuses, na verdade nada são, conforme o apóstolo Paulo nos diz na IIª Epístola aos Coríntios, capítulo 3, versos 4 a 7:
“Assim que, quanto ao comer das cosas sacrificadas a ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão Um só.
Porque ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no Céu, quer na Terra (como há muitos deuses e senhores);
Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo, e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por Ele.”
Entretanto, não há este entendimento em todos…
Ficamos, pois, pensando: como foi que a idolatria chegou como uma praga a vingar na Terra, e penetrar tão fundo nos corações como os de Acabe, Jezabel, Acazias e todos os demais que assim creram e se entregaram a essa prática?
O que acontece é que precisamos tomar cuidado, porque nas palavras do Senhor Jesus, “o mundo jaz no maligno”. O mundo tem sofrido as penas de ser enganado e castigado por espíritos das trevas. Desde o pecado ter logrado abrir entrada na raça humana, os homens têm entregado o poder e o domínio da Terra a… Satanás, servindo-o como que “em uma bandeja de prata”. Deus dera a Terra aos homens para sujeitá-la (Gênesis 1:27,28), mas desde Adão houve uma abertura de brecha – o pecado, conforme Gênesis 3 – por onde nosso fidalgal inimigo penetrou e surrupiou parcialmente de nossa raça o poder que nos era dado legitimamente, e continua pelejando para ainda obter maior autoridade neste mundo. Por isto também é que Jesus o definiu como o “príncipe deste mundo” (João 12:31; 14:30; 16:11), porque ele usurpou com engano o poder de reinar sobre a Terra.
E qual é o principal alvo de Satanás? Não é exatamente enganar. O engano é apenas uma ferramenta sutil, um instrumento mentiroso (falto de escrúpulo, por sinal) pelo qual ele anela alcançar o seu supremo alvo, que delatamos aqui, com as palavras do profeta Isaías (14:13-14):
“Tu dizias a ti mesmo: subirei ao céu, elevarei o meu trono acima das estrelas de Deus e me assentarei no monte da congregação, nas extremidades do norte. Subirei além das nuvens e serei semelhante ao Altíssimo”
O profeta Ezequiel, por sua vez, o denuncia como aquele que era… “o selo da perfeição, cheio de sabedoria e perfeito em beleza,” que esteve no Éden, jardim de Deus, adornado de toda pedra preciosa: a cornalina, o topázio, o ônix, o crisólito, o berilo, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda. De ouro foram feitos os seus tambores e suas flautas…(Ezequiel 28:12-13)
Por isso é que não é de se admirar, então, que as pessoas cheguem a atribuir certos dons, dádivas e bênçãos transitórias aos ídolos. A luz limitada que ele transmite hipnotiza aos fracos de espírito, e, se possível fora, enganaria até mesmo aos escolhidos do Senhor.
Isaías 48:4,5 relata como a ilusão satânica cintilou, enganou e envolveu e os seus conterrâneos, de cerca de 712 A.C.:
“Porque Eu sabia que tu (nação dos judeus) eras duro e tua cerviz um nervo de ferro e a tua testa, de bronze… Por isso faz muito tempo que Eu as anunciei antes que acontecessem, para que não dissesses: O meu ídolo fez estas coisas, a minha imagem de escultura e a minha imagem de fundição as ordenou…”
Até aqui temos associado o termo “ídolos” com os falsos deuses, mas, no fundo, quem são estes?
Quem afinal adorou a tais ídolos tidos por deuses, a quem adorou? A quem então deitou as honras e as ofertas de louvor?
Paulo, o apóstolo, diz com todas as letras em I Coríntios 10:19-20:
“Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios”
O Rei Acazias, supondo que o deus que o protegeria, ou lhe daria o alívio de uma cura para o mal que o atingira, lançando-o no leito de dor, fosse o deus da cidade filisteia de Ecrom! Vejam só! E deu ordens a mensageiros para que fossem consultá-lo.
O nome desse falso deus era “Baal Zebube”, também chamado de “Belzebu”, que se traduz por “senhor das moscas”. Essa tradução já nos conta como é nojento. Moscas são insetos que sentem atração por lixo, matéria em decomposição, e nesse ambiente elas vivem e se multiplicam com muita facilidade. Voam, e transmitem doenças por onde vão. Este é o ambiente em que esse demônio vive – no lixo, material em decomposição, no mau cheiro, e a contaminação e do contágio de doenças. Totalmente diferente do Lugar em que o Deus Verdadeiro aceita ser adorado…
… e foi a esse pretenso deus que Acazias quis recorrer no momento de sua maior fraqueza… Tsk, tsk, tsk…
O Senhor Yaweh, muito aborrecido com o que o rei Acabe havia feito na Eretz Israel, Terra Prometida aos Seus, que mana leite e mel, dádiva preciosa oferecida aos filhos de Jacó por herança, agora teve que se haver com mais um rei que dava todo crédito, louvores e adoração a um falso deus asqueroso e intragável diante de Si. E agora, ainda por cima disso, atribuía a Baal Zebube o nome, a fama e a glória de um deus que pretensamente reinava na terra.
Acabe já havia sido ceifado da Terra por cerca de um ou dois anos antes, e, a propósito, já havia sido amaldiçoada a sua descendência devido à idolatria e à injustiça que permeava sobre a terra que tinha, anteriormente, a fama de ser santificada por Yaweh, a qual ele profanou. Agora o seu filho, seguindo o mesmo caminho, vinha desrespeitando ao Único Deus, o único que tinha nas mãos o poder de levantá-lo do seu leito de enfermidade.
O Senhor Deus então fala com o Seu profeta – Elias – pois sabia que este não teria temor e nem arrependimento para falar ao rei que o seu destino estava selado: a morte mui próxima. Logo a morte o alcançaria e não sararia e nem viveria para contar vantagens a favor de Baal Zebube.
Elias se apressa. Cinge os seus lombos, vestido de sua tradicional veste de pelos de animal, anda rápido, vai ao encontro dos mensageiros de Acazias que iam a Ecrom, e lhes abre o jogo, vaticinando a morte iminente do seu imperador:
“ Assim diz o Senhor: porventura não há Deus em Israel, para que mandaste consultar a Baal Zebube, deus de Ecrom? Portanto, da cama a que subiste, não descerá, mas sem falta morrerás” ( II Reis 1:6).
A palavra profetizada deixou claro quem é o Deus da Terra. Sim o Senhor Yaweh reina sobre as nações , e Ele é o verdadeiro, o legítimo Rei de toda a Terra (Salmo 47). Em Suas mãos está o cetro do poder, e exerce-o conforme ordena, de acordo com as Suas deliberações. Não se confundam as coisas. Os fatos de os homens se entregarem à idolatria e praticarem a injustiça não significam que Ele não detém nas mãos o poder de fazer tudo quanto quer. Ele apenas espera com paciente amor que os maus se arrependam, e quando não…
Se Ele faz o que quer em toda a Terra, que dirá então da Eretz Israel?
Os mensageiros do rei ficaram espantados. Não era exatamente isso que Acazias queria saber da boca de um falso deus? De qualquer forma, era a Palavra do Senhor Deus Yaweh, o Deus de Israel. O Seu profeta era bem conhecido, e não havia dúvidas. Era pegar ou largar, e arcar com as consequências.
Aqueles homens sabiam da fama de Elias, e ao ouvirem-no, temeram. Temeram porque se não fossem dar a má notícia a Acazias, estariam provocando mais ainda a ira de Deus. E se voltassem, não estariam cumprindo as ordens que receberam.
Pensaram bem, e acharam melhor obedecerem ao profeta que logrou matar os 450 profetas de Baal no monte Carmelo. Deram meia volta e retornaram ao palácio de Samaria.
Ao darem ciência do que lhes havia sido notificado ao maior interessado, o rei enfermo e acamado, Acazias pesa a situação. Pede uma descrição do profeta que os abordou pelo caminho. Eles lhe descreveram as vestes do tal, e assim lhe fizeram saber um fiel retrato do mesmo.
Acazias não teve dúvidas. Era Elias… Elias, aquele profeta ousado, um tição de fogo que causou uma revolução, alvoroçando o povo contra os profetas idólatras; aquele mesmo a quem Jezabel não conseguiu sequer por as mãos nele; que andava livremente pela Terra, e estava agora ali, ostensivamente, dando lições de moral e de teologia prática para a casa real, não se importando se aquilo que fazia importunava ou não…
Acazias logo se sente incomodado com a situação, e resolve: se nem seu pai e nem a rainha Jezabel deram contas de puni-lo, quem sabe se não chegou a hora de fazê-lo gemer, trancado em uma cela de prisão, para depois ser até mesmo executado… não lhe seria uma má ideia. Ele chega até a sentir-se um pouco exultante com essa pretensão. Só assim ele lavaria a sua alma do peso por que o “inconveniente” profeta fez sua família passar.
O rei dá ordens, então, a um capitão de seu exército, um dos que lhe inspiravam confiança, para que fosse até onde estava o profeta. Suas ordens demonstravam o quanto estava contrariado. Que o tal oficial ainda levasse com ele mais cinquenta dos seus comandados; isto era o bastante para impressionar a qualquer atrevido que ousara desafiar ao rei daquela forma. Ora bolas, além de interceptar os seus mensageiros, ainda lançou uma maldição sobre o rei que necessitava de um alento… Que falta de educação, diriam alguns! Esse homem precisa ser castigado, para não se deixar assim um exemplo para outros fazerem o mesmo que ele fez…
Elias não estava muito longe de Samaria. Tinha deixado o recado, e esperava calmamente, assentado no alto de um monte. Estava aguardando novas ordens de Deus. Por enquanto, era só esperar ali…
E lá se foi o destacamento de cinquenta soldados. Humanamente falando, não haveria chance de Elias resistir. Magricela como era, seria derrubado e vencido no primeiro tranco que levasse, mas no campo do Espírito de Deus, muitas surpresas surgem pelo caminho.
O capitão chega com os seus cinquenta homens armados ao sopé da montanha e, seguindo um programa de rotina padrão, imbuído de um espírito autoritário, sob o qual estava acostumado a agir; foi logo dando ordens a Elias, querendo impor-se como um xerife, um policial se posta diante de um criminoso, pronto para persegui-lo se fugisse, derrubá-lo ao chão, imobilizá-lo, amarrar suas mãos, e forçá-lo a vir até Samaria, ao palácio do rei. Aquele capitão decerto duvidou que Elias seria mais uma vez usado por Deus como o foi em Carmelo. Em certas circunstâncias é muito bom não duvidar…
Bradou lá de baixo o capitão para o profeta, em seu tom agressivo, característico de uma ordem de prisão:
– “Homem de Deus, o rei diz: Desce!”
Aquele brado não soou bem aos ouvidos de Elias, e este logo discerniu as intenções daqueles homens. A coreografia da soldadesca também os denunciava. Não vieram como bons amigos, isso estava claro. Acazias não os enviara para lhe oferecer uma honrosa e diplomática escolta. E aquilo também não soou bem aos ouvidos do Senhor Yaweh, que enviara Elias…
Elias sentiu no seu espírito que aquilo não era o tom de voz que denotaria boas vindas e nem tampouco uma reconhecida submissão de Acazias à voz de Deus. Era, ao contrário, uma ameaça. Estava por um fio a liberdade de Elias, em um expresso desacato à Palavra do Senhor Yaweh, que já estava irado com o posicionamento de Acazias.
Elias, porém, sabia muito bem a que viera até ali, e que o Senhor não o deixaria envergonhado e nem confundido. Ele sente então em seu espírito que Deus quis agir naquele momento, não somente defendendo ao Seu profeta, Seu embaixador do Reino do Céu, mas também demonstrando a Sua soberania e a Sua autoridade sobre a Terra.
Se alguém ali tivesse o discernimento do que estava acontecendo por trás das palavras e atitudes, veria que Elias não estava sozinho. Havia anjos do Senhor para ajudá-lo naquela tarefa. Eles estavam invisíveis, mas com muito poder a ser liberado do céu naquele lugar.
Havia ali um confronto de forças espirituais, como aquele que houve no monte Carmelo. Os falsos deuses pressionando as pessoas de quem fazia uso para se imporem como os deuses da terra – e de outro lado, o Senhor Yaweh, que estava oferecendo a todos a honra de ouvirem a Sua voz, expressão da Sua bendita vontade, mas não muito bem compreendida por muitos… infelizmente para uns, e desastroso para outros, pois era hora de se tirar a prova para ver quem é o Deus Verdadeiro, e não de mentirinhas.
As tensões chegam até ao céu, morada do Altíssimo, que fica bem ciente do que está ocorrendo.
Elias sente no seu espírito que o Espírito de Yaweh está sobre ele para ser duro e fazer valer a justiça divina, a demonstrar a todos Quem é o verdadeiro Deus de Israel, e o grande Rei de toda a Terra. A palavra que sai da boca de Deus vem imediatamente ao seu espírito, que a faz passar pelo seu entendimento, e a seguir aos seus lábios, dando não somente uma resposta, mas também exercendo o seu poder:
– “ Se, pois, sou homem de Deus…”
Esta palavra é lançada como um desafio, e uma vez que aqueles soldados e aquele capitão reconheciam que Elias era homem de Deus, então que fosse feita a Sua vontade, e dada toda a honra ao Seu nome. Aqueles cinquenta e um não O honraram, não O temeram e nem se humilharam diante do Seu porta voz. Então… o que veio em seguida foi a consequência.
“ – desça fogo do céu e te consuma a ti e aos teus cinquenta!”
Pois não foi o que de fato aconteceu? Logo ficou provado: o homem de Deus estava ali, a serviço do Deus Verdadeiro, para trazer a Palavra de Deus.
Fogo veio do céu, não apenas uma fagulha, nem uma faísca, mas em grande labareda que os alcançou e os queimou vivos! Isto foi terrível, mas nos fala que com Deus não se brinca. Aqueles corpos foram consumidos até a carbonização. Um certo cheiro de churrasco, de carne humana queimada ficou permeando no ar, enquanto se levantava uma fumaça que se podia ver de longe.
O rei, porém, não havia visto nada disso. Ele apenas percebeu que ninguém voltava daquela missão. Ele esperava que voltassem logo, dentro do mesmo tempo em que os mensageiros que encontraram a Elias pelo caminho tinham voltado, mas a demora se prolongava excessivamente…
Dúvidas pairavam nas mentes dos que compunham a corte real. Aquela fumaça não lhes trazia uma mensagem clara do que realmente teria acontecido, embora parecesse algo de estranho. Deviam imaginar que com Elias, não custava descer fogo do céu… Mas sem saber o que houve, o que fazer?
Para desvendar o mistério, outro pelotão de cinquenta soldados, liderado por outro capitão da sua maior confiança, pois então, é enviado para o mesmo fim, incumbido da mesma missão que a do anterior.
Saindo os cinquenta com seu capitão a liderá-los, logo chegaram ao pé do monte onde Elias estava.
A mesma situação se desenrola ali, com a agravante de que os corpos do primeiro destacamento estavam lá, carbonizados, e o cheiro característico de carne queimada ainda não havia se desvanecido.
O segundo capitão engrossa a voz, tentando impressionar a Elias. Seu tom autoritário sugerindo truculência à vista, dava a entender claramente que exigia uma urgente submissão do profeta ao seu comando:
– “Homem de Deus, assim diz o rei: Desce DEPRESSA!”
Como nada mudou nos corações dos soldados, assim como da outra vez, a mesma resposta que Elias deu aos primeiros, também foi dada a estes:
– “Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu e te consuma a ti e aos teus cinquenta”.
Foi o bastante para que o fogo de Deus incendiasse àqueles outros cinquenta e um.
Aquele cheiro forte de churrasco então ficou duplamente acentuado.
Realmente, nosso Deus é fogo consumidor. Ai de que brinca com o Seu fogo.
Elias já teve o privilégio de ser contemplado com aquele fogo por várias vezes: no monte Carmelo, no monte Sinai, e agora, por mais duas vezes consecutivas, no mesmo lugar, próximo a Samaria. Ele sabia muito bem que quando o Senhor resolve dar um basta a algumas situações, o fogo desce do céu – mas sempre dentro dos propósitos e planos de Deus.
Poderíamos nós também fazer isso? O autor da carta de Tiago deixa, nas entrelinhas, a impressão de que sim (Tg. 5:17, 18), mas Jesus advertiu aos seus discípulos que isto não deve ser conduzido por um espírito de impaciência, vingança violenta e de falta de perdão (Lucas 9:54-56). Nos últimos dias, porém, haverá duas testemunhas que serão dotadas do poder de Deus para fazer tal e qual Elias, com ligeira diferença: o fogo do céu virá através de suas bocas, para devorar aos que lhes intentarem fazer o mal e os eliminará desta Terra.
Como a mesma situação de espera sem resposta deixava o rei Acazias intrigado e impaciente, talvez até mesmo indignado, mas contendo um pouco seu nervosismo, percebendo que um confronto com Elias deveria ser algo muito perigoso, um terceiro grupamento de cinquenta soldados foi levado por um terceiro capitão.
Este comandante, desta terceira companhia de soldados armados, porém, teve a graça de Deus para compreender melhor que ordens reais são ordens, que devem ser cumpridas, mas também que há maneiras e maneiras de executá-las. E como seria a melhor para ambos os lados?
Ao chegarem ali, aquela terceira turma de militares subordinados ao rei, o seu capitão pôde avaliar a situação, e teve temor de Deus – e do profeta, a quem veio buscar.
Se o rei tinha dúvidas, e estava intrigado com a ausência de resposta dos dois primeiros capitães que para lá foram, este terceiro compreendeu logo o que havia acontecido.
Ele viu cento e dois corpos queimados jazendo ali, ainda aquecidos pelo efeito do fogo que os carbonizara, deixando aquele cheiro característico inconfundível e expondo sem palavras o que tinha havido.
A fama de Elias era inconteste. Ele era muito bem guardado pelo Senhor dos Exércitos, que não teve vacilação para queimar vivos aqueles corpos, assim como queimara o sacrifício, o altar, as pedras, a terra e até a água ofertados a Ele, no monte Carmelo.
O fogo do céu caiu duas vezes ali, logo concluiu o capitão, o que deixou no chão os restos mortais dos que foram por ele atingidos. A soldadesca que o acompanhava também permanecia em forma, mas temerosos por suas vidas. Alguns chegaram a murmurar seus ais.
Aquele oficial, diferentemente dos demais, foi mais prudente do que os dois que o antecederam. Ele soube da gravidade das ordens do rei dadas aos demais, e sentiu que, em vez de potencializar a ira, era hora de procurar acalmar os ânimos. Ele sentiu-se não mais como um homem cheio de poderes e de autoridade, mas sim, como alaguem que estava prestes a ser surpreendido de repente, e ser a próxima vítima da vaidade e presunção da casa real.
Ele sentiu que ser fossem mandados os milhares de todo o exército de Israel ali para fazer mal ou maltratar a Elias, eles seriam todos dizimados drasticamente e da mesma maneira.
Ele sentiu que os exércitos do seu rei Acazias era tacitamente refém dos exércitos do poderoso Deus de Elias.
Quando alguém inteligente reconhece que está empunhando uma bandeira que será facilmente vencida, que deve fazer? Tentar fazer as pazes com o seu inimigo, pois caso contrário…
Aquele capitão então dá ordem aos seus comandados para pararem ali, perto dos corpos de seus companheiros que jaziam ao pé do monte, e diz-lhes que esperassem por ele, pois que iria sozinho tentar alcançar a graça diante do porta voz do Senhor Yaweh, que estava no alto daquele relevo montanhês.
O temor de Deus alcançou o coração daquele homem, ao ponto deste esquecer-se das suas honras e divisas militares. Usando de autocontrole, não usou de tom grave na voz, esquecendo-se da gravidade da voz do rei e do conselho real. Ele viu-se apenas como um homem que foi colocado em uma missão delicadíssima, na qual sofria sério perigo de ser morto dentro de um instante.
Humildemente ele sobe devagar, medindo seus passos naquela escalada ao encontro do profeta que ordena e o fogo de Deus devora a quem quer. Ele não vê outra maneira de portar-se. Ele precisava conversar com o homem de Deus, parlamentar, trocar ideias, revelando tudo o que se passava em seu coração.
Ao chegar diante de Elias, ele nem sequer pensa em mostrar a sua espada. Nem a toca com sua mão. Longe disso…
Mirando bem nos olhos do profeta, o capitão cai de joelhos e de mãos vazias implora por sua vida e dos seus cinquenta. Ele reconheceu o estado dos que o antecederam e não teve dúvidas de que aquilo fora efeito do poder tremendo do Deus do Céu e da Terra.
Ao ser abordado daquela maneira, Elias ainda teve uma dúvida pendente: seria sincero este capitão de Acazias? Pois afinal, ele é servo de um inimigo seu e do Senhor. Ou não seria um perfeito artista dissimulando os seus reais intentos, o qual passaria a mostrar suas garras assim que tivesse condições favoráveis?
A comunhão com Deus, porém, não engana e nem confunde os servos de Deus, e a ligação entre o Senhor e Elias era constante. Naquele preciso momento o servo de Yaweh ouviu a voz do Seu anjo, dizendo para acompanhar aquela tropa sem medo, dando um sinal verde para aquele trajeto até a casa do rei. E assim foi.
Levado à câmara onde estava acamado Acazias, Elias então repete as mesmas palavras ditas aos mensageiros, aos quais havia interceptado pelo caminho.
O fato é que Deus não muda, e o homem feito rei também não havia mudado, isto é, não havia mostrado arrependimento por seus pecados cometidos contra o Senhor Yaweh. Logo, estava de pé aquela sentença proferida ante um quadro clínico da alma de um pecador impenitente: o seu fim estava próximo. Não haveria cura.
Assim também todos os idólatras sofrerão o mesmo juízo, a menos que se arrependam e cessem de provocar a ira de Deus, isto enquanto ainda é tempo.
Para o rei Ezequias, de Judá, porém, veremos que para um servo de Deus fiel ao seu Senhor, até uma sentença de morte proferida no Céu pode ser mudada, pois o canal de comunicação entre o homem e o Todo Poderoso não está truncado. E a oração de um justo pode muito, trazendo efeitos os mais maravilhosos.
Acazias, desventurado , morreu daquela enfermidade, naquele mesmo leito de onde buscou a Baal Zebube, o falso deus que também é cognominado de Belzebu.
As oportunidades que Deus dá aos Seus servos são inúmeras, bem como aos pecadores para estes se arrependerem, deixarem suas más obras e converterem-se a Ele, que espera por nós de braços abertos.
Entretanto, assim como nossas vidas terrenas têm suas datas de chegada, também tem as de partida, e ninguém sabe quando será o dia.
Aproveitemos hoje como o nosso dia da graça, da salvação, do arrependimento e conversão. O Senhor está prestes a manifestar-Se.
Sejam estas as palavras do Senhor aos nossos ouvidos, naquele momento:
“Bem está, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor”
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