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II REIS – IX – A ALEGRIA DE SER CURADO

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enero 26, 2018 by Bortolato

É muita alegria para a vida de quem é liberto de enfermidades de difícil cura, embora improvável, ou mesmo impossível.   É aquele momento em que um enorme e atormentador incômodo se vai embora para nunca mais voltar.   É também um alívio para a alma.

A alegria é maior ainda quando sabemos que esse presente nos é dado pela bondade de Deus, porque além de nos desfazermos do peso que a enfermidade impõe, ainda ficamos cientes de que Aquele que nos curou tem grande amor e compaixão por nós.

E mais: Ele faz questão de demonstrar esse carinho todo especial, totalmente dedicado a cada um que O tem por seu único Deus e nEle crê.

Neste ponto, vamos nos dirigir às páginas da Bíblia.

Em II Reis, capítulo 5º, podemos ler uma história surpreendente, que causou impacto às pessoas que na mesma se envolveram.

A princípio, a nação israelita foi a grande privilegiada que recebeu uma preciosíssima revelação, aquela em que Deus se mostrou ao povo que Ele é o grande EU SOU.

Nem Abraão havia recebido, durante toda a sua vida nesta Terra, tantas bênçãos oriundas da poderosa revelação estendida a  um grupo de pessoas, quais sejam, as de saber Quem Ele é, como Ele se sente com a dor de Seu povo, como não poupa esforços e nem deixa de demonstrar o Seu poder imenso, movido por um motivo: porque ama àqueles a quem criou – e isto com sinais, prodígios e maravilhas, quantos necessários forem diante de Seus olhos.

Israel é quem foi o povo privilegiado a tal ponto.   Saiu de uma escravidão duríssima, preso nas mãos de um Faraó soberbo, cruel e inflexível.  Mas esse povo foi liberto sem ter que erguer uma só espada ou lança para se ver livre daquela tirania, porque o Senhor foi quem tomou as suas dores e resolveu enfrentar o déspota pessoalmente, para maravilhar o mundo com o Seu poder de livrar aos Seus, e conquistar os corações daqueles a quem Ele amava, e ama.

A cura, porém, de um gentio, como a de um sírio, ainda em tempos do Antigo Testamento, não foi um ato de bondade diretamente estendido a israelitas, e por isso mesmo é que houve impacto desse fato na história de Israel.

Vamos nos remontar àquela época.  O que estava acontecendo naquele ponto do mundo?  Foi em algum momento entre fins do século IX e começo do VIII A.C.

Israel infelizmente não vivia instantes de bom relacionamento com o Deus que o tirou da escravidão do Egito.

Aquele povo de Jacó, que usufruiu das promessas feitas a Abraão, Isaque e Israel, com um desprezo inconcebível, estava desperdiçando a sua gloriosa eleição, a incomparável bênção, desviando-se de Yaweh, o grande EU SOU, lançando-se incontinenti à idolatria abominável.

De um modo geral, o povo de Israel de então escolhera rejeitar a Lei do Senhor, a Torah, e abrigar deuses estranhos no seu seio.

Não fosse a mão do Senhor ter usado poderosamente aos profetas Elias e Eliseu, o baalismo teria não apenas abafado, mas exterminado a adoração a Yaweh, o EU SOU.

Para que esse povo libertino não sentisse que eles eram os poderosos sobre a Terra, qualquer que fosse o deus a quem adotassem, Deus começou a usar a nação síria para lhes infringir derrotas militares, a fim de que os fizessem parar e meditar bem sobre isso.

II Reis 5:1 nos diz que Naamã, o general comandante das tropas da Síria, foi usado por Yaweh para dar vitória a sua nação, de modo que este homem acabou por tornar-se um modelo, um ícone muito conceituado, adquirindo muito respeito entre seu povo, por sua performance em campos de batalha.

Os mais poderosos homens desta terra, porém, também têm seus pontos fracos, e sentem que precisam ser humildes de fato, pois há muitas coisas que os tais não conseguem evitar.

Um leproso naquela época não conseguia fazer nada que culminasse em ser curado da lepra, uma vez que esta se instalasse no doente; isso estaria fora de seu alcance, e esta era uma guerra em que Naamã estava lutando e perdendo para a doença.

O deus adotado pela Síria na época era Rimon, e Naamã já se havia desiludido quanto à possibilidade de ser sarado pela ação sobrenatural daquela deidade, e de outras mais.   Os seus sacerdotes e magos tentaram atendê-lo, mas todos eles falharam.   Era frustrador.

Na verdade, Naamã chegara ao ponto em que estava crendo que não haveria deus algum que pudesse socorrê-lo.

Como, no entanto, a lepra é uma doença progressiva, que se vai crescendo gradativamente, até matar lentamente o afetado, infringindo dores por todo o corpo, maltratando e ameaçando aos que atinge com um promitente fim, terrivelmente doloroso e humilhante.  Membros são feridos de feridas profundas, ao ponto de fazer se perderem narizes, orelhas, dedos e outras partes do corpo.

Este era o futuro de Naamã, que ele antevia à sua frente, nada de esperançoso.  Isto era muito inconveniente,  um sofrimento constante.  Ele desfrutava de glórias conquistadas do passado, mas estava diante de um fim tenebroso à sua espera.

Há, contudo, uma coisa que Deus colocou nos corações dos homens: o instinto de sobrevivência.   Apesar de todos os pesares, a esperança de uma cura surgir, ainda que repentina, aparecendo do nada, esta jamais deixa os corações dos enfermos.

Quando se fala hoje que descobriram mais um remédio para combater o câncer ou a AIDS, ou qualquer outra doença tida por incurável, os ânimos se levantam.   Pessoas procuram saber mais, viajam de um país para outro, buscando encontrar aquele pequenino raio de luz que fez acender um novo brilho dentro de suas almas.   É o brilho da esperança que lança uma nova chama, acesa, mas não está perto, está ao longe…

No caso de Naamã não foi uma descoberta científica que se acendeu dentro de seu coração, mas uma boa notícia, com certeza.  Era um pré-evangelho, uma promessa diferente, mas muito palpitante.

Uma das meninas israelitas, que foi tomada de sua terra após uma campanha militar bem sucedida pela Síria, veio a ser uma criada da esposa de Naamã, e esta foi quem trouxe a boa nova que fez iluminar os olhos do general leproso.

E qual foi a boa nova?  A de que existia, sim, então, um único Deus, o Deus que abriu o Mar Vermelho, que tornou as águas do rio Jordão atrás para o Seu povo passar, o Deus que fez e faz milhões de maravilhas, que salva, que cura e preenche, por que não dizer, que batiza no Seu Espírito – esse Deus é vivo, está ativo, operando na terra de Israel, através de um servo Seu, um profeta – Eliseu, de Abelmeolá.

Ah, como é bom um povo poder usufruir das bênçãos de ter um profeta, um porta-voz do Reino do Céu.   O impossível passa a ser possível.   Dores são aliviadas, e moléstias são removidas de vez para sempre.

Onde havia desespero, nasce a esperança, porque um homem, um indivíduo apenas, ainda que seja o único na Terra, é um canal legítimo de ligação direta com o Altíssimo, e portanto coisas estranhas, espantosas, admiráveis acontecem através de sua atuação no meio desses homens.

É o Deus surpreendente, o Único, o Verdadeiro, que faz milagres que nenhum outro faz, que está ali perto, e o resultado disso é que mudos falam, cegos veem, surdos ouvem e muitas coisas assim acontecem, só porque Ele está muito vivo, e Se manifesta aonde quer.

A menina logo aplicou o caso de seu senhor ao ministério de Eliseu.  Ela falou e insistiu, foi enfática e convincente, apenas narrando coisas que ouvira falar, e testemunhara da boca de outras pessoas, dentro e fora de sua casa.  Aquilo fez com que Naamã colocasse em seu espírito ir visitar o tal profeta, para ser curado.

Não foram necessárias muitas outras palavras mais.   Naamã creu.   Ele entendeu que se fosse a Israel, à casa onde estava Eliseu, seria atendido e o Deus de Israel, o Senhor Yaweh, lhe dispensaria do Seu poder sobre sua vida sofrida.   Quem abre um mar e faz um rio voltar atrás pelo simples pronunciar de Sua boca, logo, também pode curar um leproso.  Isto é intuitivo.  Quem pode o mais, também pode o menos, e a doença de Naamã era de somenos para o Deus de Israel.

O rei lhe concedeu licença, desejoso de que Naamã seja alcançado por essa graça tão especial, e lá se foi o general em busca de um simples profeta (melhor dizendo, nem tão simples assim), para pedir, suplicar por um imenso favor.

Seguindo um protocolo diplomático, Naamã leva uma carta ao rei de Israel – mas a carta era muito lacônica.   Apenas dizia que o seu general estava chegando em suas terras para ser curado de lepra!

Por que ser tão breve nas palavras?  Aquilo parecia ser um pedido, ou ainda uma ordem impossível de ser cumprida.   Algumas pessoas realmente não possuem boa fluência verbal, e têm por handicap falar de forma resumida.   Mas aquela carta tão resumida foi assinada por um rei, e um rei poderoso de seu tempo, o que desencadeou uma confusão.  O rei de Israel tomou o caso como se fosse uma provocação.   Pareceu-lhe um modo muito zombeteiro de provocar um conflito internacional.   Uma desculpa para se provocar uma guerra, não bastassem as que já haviam causado tantos danos aos israelitas.

A preocupação e o medo de uma desgraça iminente causados por aquela missiva tão curta, e usando termos tão absurdos, foi tanta, que extravasou a notícia por toda Israel.   O desespero  temperamental do rei foi propagado tão rapidamente por toda parte em uma reação em cadeia, que o resultado foi como se um pombo correio chegasse até onde Eliseu estava.

O profeta do Senhor ouviu a notícia.   Era uma nova que tendia a produzir o receio de uma guerra a curto prazo.   Isso moveria as pessoas a pensar seriamente em esconder-se, ocultar o seu gado, trancar suas casas, morar em cavernas ou fazerem sua mudança do campo para as fortalezas das cidades muradas.   Criou-se um momento de suspense para a nação.

O Senhor já sabia que isto aconteceria, e pensou de antemão com carinho sobre essa questão; e resolveu interferir no problema, usando da autoridade espiritual que concedera a um servo Seu – o próprio Eliseu.

Ao ficar ciente do que acontecia, Eliseu não se abalou, porque conhecia muito bem o Deus a quem servia.  Ele já conhecia as palavras do Salmos de Davi, e com toda certeza também as proferia em tom de canções.  Ele sabia que no livro  dos Salmos, capítulos 27 e 46, se liam as seguintes palavras:

“Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (46:1)

“O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo?” (27:1)

“Aquietai-vos e sabei que EU SOU Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na Terra.   O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.” (46:10-11)

Nada demorou para que Eliseu recebesse a certeza vinda do céu de que o Senhor queria interferir nessa história, operando um milagre que daria um desfecho glorioso a essa confusa questão diplomática, o que exaltaria o Seu nome na Terra.

Com bastante presteza, Eliseu, ao saber que o rei rasgara as suas vestes, envia-lhe uma mensagem, dizendo:

“Por que rasgaste as tuas vestes?   Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel” (II Reis 5:8).

O rei recebeu o recado como se estivesse ingerindo um remédio milagroso para suas dores de estômago, e começou a perceber que ele, tendo andado longe dos caminhos do Senhor, estava longe de nutrir uma fé tão inabalável como aquela que Eliseu estava lhe mostrando.   Ele reagira de uma forma muito bipolar, deixando a desejar aos olhos de Deus; mas Deus, o Senhor Yaweh, estava disposto a fazer algo que chegaria aos ouvidos de todos, e mais uma vez todos saberiam quem era o Verdadeiro Deus de Israel, o Criador, que ainda amava o Seu povo e tinha planos para reacender a Sua chama nos corações dos Seus, e estava disposto a fazer algo que chegaria aos ouvidos do mundo, e todos haveriam de saber quem era o Verdadeiro Deus de Israel.

Naamã então recebe a notícia de que um mensageiro, provavelmente o mesmo que entregou a boa nova para o rei de Israel, e o mesmo pois os conduziria até onde estava o profeta Eliseu.

Logo, o destacamento do exército sírio que acompanhava Naamã se assegurou de que chegaram ao destino almejado, parando à porta de uma casa, a casa onde estava Eliseu.

É curioso, mas Eliseu nem saiu de casa para saudar e receber ao nobre general – em vez disso, envia-lhe um mensageiro para dizer ao leproso: – “vai, lava-se sete vezes no Jordão, e tua carne será restaurada, e ficarás limpo”.

Na verdade, esta era uma precaução que a Lei advertira a Israel – de separar-se dos leprosos, e não manter contato muito próximo a estes.

Essa recepção um tanto fria aos olhos de Naamã o deixou um bocado decepcionado e ofendido.   Ele era um homem respeitado por todos, por onde quer que fosse, e não estava acostumado com esse tipo de tratamento.   Ele esperava receber uma oração presencial de Eliseu, e ao menos ser tocado no lugar da lepra para ser curado.   Ele mal sabia dos preceitos da Torah, e não entendeu o proceder de Eliseu.   Esfriou o seu ânimo.  Ficou desiludido.

Ele esperava receber uma oração a Yaweh, e pelo menos trocar algumas palavras com o profeta.   Queria ter sido tocado pelas mãos de Eliseu, o que não lhe fora dado.   O toque receitado pelo profeta deveria então ser dado nas águas do rio Jordão, mas isso não lhe fazia nenhum sentido.

Por quê?  Águas por águas, ele nem precisaria ter saído de Damasco, por onde dois rios cortavam a cidade com águas, a seu ver, mais  limpas e mais cristalinas do que as do Jordão.

Tantos remédios ele tentou usar para lograr alcançar a cura e sem sucesso; e quantas vezes não se lavara com água as suas chagas e as erupções de pele que a doença lhe provocava, e agora… o profeta,  que ousou nem mesmo cumprimentá-lo pessoalmente, estava a lhe mandar um recado que lhe dizia para banhar-se sete vezes no rio Jordão?   Aquilo lhe soava como um desaforo.

E o que mais dizer?   Como contestar a um homem muito bem conceituado como profeta do Deus que abriu o Mar Vermelho?   De qualquer forma, aquilo lhe parecia que, no mínimo, foi um engano.  Ele se sentiu logrado, achando que nunca deveria ter saído de Damasco com aquele propósito ilusório que o levou até Eliseu.   Não quis ofender a Deus, mas estava equivocadamente repudiando o método adotado por Eliseu.

Ele, na verdade, ficou indignado.  Sentiu que perdeu o seu tempo e a viagem, vindo de Damasco até ali.   Deu ordens aos seus homens para irem com ele embora, sem nada dizer a respeito ou reclamar para Eliseu, mas com o seu coração muito contrariado.

Pelo caminho, sim, ia protestando, e os seus imediatos o ouviram, acompanhando os seus raciocínios, que se despejam de sua boca com muita fúria, na seguinte linha de pensamento:

– “Por que ele não fez como eu queria, ou de um outro jeito, que não fosse como ele fez?   Tinha que me receber como me recebeu?   E ainda me dá uma receita totalmente descabida?  Isto é inaceitável!  É uma lástima!”

Entre os seus oficiais, entretanto, havia homens que foram humildes o suficiente para entenderem melhor o ocorrido, e que interpretaram tudo de outra forma.   Estes achegaram-se a ele e, dialogando, ouvindo-o sem deixá-lo ainda mais contristado, incentivaram-no a não perder aquela viagem, e mais que isso, a não perder a bênção que lhe havia sido prometida.   Afinal, a cura já era uma promessa colocada em suas mãos, como um cheque de grande valor.

É isto o que se deve fazer quando alguém se desespera, fica como que ferido, expondo todo o seu desencontro:  apegar-se às promessas de Deus, que são maravilhosas.

Depreendemos deste fato que nem tudo o que Deus faz é da maneira como queremos ou esperamos.   Muitas vezes acontece que o melhor que Ele tem para nós nos parece algo sem sentido. Isto ocorre quando Ele fecha algumas portas e nos deixa aberta apenas uma, aquela que não nos oferece nenhum atrativo; mas o caminho de Deus será sempre o melhor para cada um daqueles que O buscam.

Naamã então ouve os seus subordinados, pensa melhor,  e foi quando uma luz raiou em seus pensamentos, banindo todo o pessimismo.   Com a mente mais clareada, resolve tentar como lhe havia sido proposto.   Era um teste de fé.  Fé na palavra que Deus coloca na boca de Seus profetas.

Ele então vai até o rio Jordão, e pára junto à margem.   Estancou um pouco, mas desceu do seu carro, despiu-se de seu lindo e singular capacete, de sua capa vistosa, de suas vestes pomposas, e entrou nas águas do rio.   Ele não viu, mas havia um anjo esperando por ele ali, como o anjo que tocava nas águas do tanque de Betesda, nos dias de Jesus (João 5:4), com uma bênção milagrosa em suas mãos para alegrar a sua vida.

Naamã mergulhou uma vez, e saiu à tona.  Nada aconteceu.   Mergulhou outra vez, e olhou para suas feridas, e estas continuavam ali, em sua pele.   Imergiu três, quatro, cinco, seis vezes, e tudo parecia estar do mesmo jeito, desafiando-lhe a fé.   A enfermidade, sendo um dos frutos do pecado original, aloja-se na carne e não aceita receber ordens de despejo – e, de sobra, lança sua zombaria sobre os que a enfrentam, ainda que o façam com ousadia – mas esta senhora não pode resistir à Palavra de Deus proferida, que lhe diz para retirar-se, e por fim não tem outra saída senão obedecer.   Por isto temos que nós também obedecer à Palavra do Senhor, pois assim fazendo, estaremos colocando tudo: nós, nossos cuidados, nossas necessidades, nossas dores, debaixo da vontade do Supremo Deus.   E tudo isso tem que obedecer a Ele.

Como Naamã chegara até aquele ponto, não haveria de desistir, faltando tão pouco para obedecer cabalmente à palavra que lhe foi dispensada.

Mergulhou mais uma vez, a última vez.   Voltou à tona, e ao olhar para a sua pele, viu que mesma estava não somente curada, como totalmente limpa.   Estava sedosa como a pele de uma criança.   Seu semblante mudou instantaneamente.   Isto foi muito lindo, muito glorioso, muito abençoador.   Dali em diante, houve mudança de vida, para muito melhor – e para sempre!

Assim se sucede com a Palavra de Deus proferida.  Ela se cumpre a seu tempo, bastando que o homem creia, e obedeça.  Não há outro desfecho.  Não há mister em duvidar-se, mas é preciso ser criterioso, e fazer tudo como ela diz, até o fim.   Então se verá que valeu a pena crer.

As águas do rio Jordão tipificaram o sangue poderoso do Senhor Jesus, que salva, cura, liberta, limpa-nos de todo pecado e nos torna mais alvos que a neve perante Ele, o Senhor nosso Deus.

Naamã creu e foi purificado da lepra de forma que o próprio Senhor Jesus o honrou por sua atitude, exaltando-o acima da atitude que os judeus dos dias do Novo Testamento estavam assumindo diante dEle, o Senhor (Lucas 4:27).   Foi um dos protoevangelhos da Velha Aliança, que se abriu para as nações, mostrando que o Deus que escolhera a Israel um dia Se revelaria e Se doaria para todos os povos, raças, tribos e gentes de todas as línguas.

Prova de que Naamã passou a ser adorador exclusivamente de Yaweh é que ele pediu uma carga de terra que seria levada por dois mulos, para levá-la à Síria, onde ele iria assentá-la e colocar sobre a mesma um altar e oferecer sacrifícios somente ao verdadeiro Deus que ele passou a conhecer, neste seu rápido processo de iniciação.   Ele queria desenvolver, doravante, um longo percurso de amor ao Deus de sua cura e salvação.

Na sua sinceridade de um militar disciplinado e fiel, ainda pediu a Eliseu que o compreendesse se ele, em algum momento, tivesse que entrar no templo de Rimom, obrigado por seu rei, que se encostaria na sua mão de forma a ambos terem de se encurvar – mas Naamã não se permitiria colocar ali o seu coração, pois estaria apenas cumprindo uma formalidade militar de obediência ao seu rei terreno.   O seu Deus, no entanto, seria sempre e sempre, somente o Senhor Yaweh, oferecendo com isto uma lição a um Israel inconstante e infiel ao único Deus Verdadeiro.

Eliseu compreendeu que aquela fidelidade estava dedicada ao Senhor Yaweh tão somente; e tudo estava esclarecido.   O profeta apenas lhe diz: – “ Vai em paz”.

Vejamos o caminho trilhado pelo general sírio:

1 – Foi portador de uma enfermidade incurável.

2 – Recebeu uma palavra de boas novas, da parte de Deus.

3 – Creu, e agiu sobre a sua novel fé.

4 – Viajou para ir ao encontro do Senhor de Israel.

5 – Contatou com o profeta do Senhor. (Experimentemos nós também fazermos isto)

6 – Apesar de vacilar, continuou crendo, e obedeceu.

7 – Recebeu a bênção de uma cura impossível para os homens.

8 – Passou a honrar e a adorar somente ao Deus Yaweh.

9 – A alegria tomou conta do coração de Naamã, ao ponto dele sentir-se muito grato ao Senhor Yaweh, de tal forma que ele não quis mais nenhum outro deus para a sua vida.   O único e verdadeiro Deus já havia tomado conta de seu ser, curando-o e abençoando a sua alma e espírito.  Não por acaso, ele foi batizado sete vezes em águas, assim como a figura do batismo marca o início de uma carreira de fé em Deus.   Naamã não apenas passou da limitada e dolorosa vida de um leproso para a de um homem são, mas também passou a ser, no seu interior, um novo homem, renovado, que amou ao Deus que o agraciou, e recebeu-o, apesar dele não pertencer ao povo que fora escolhido para levar a Sua Palavra.   Como um filho adotivo, um prosélito fiel que serviu a Deus mesmo estando distante da terra de Canaã, a terra das Promessas, Naamã achou aquela felicidade que todos buscam mas não sabem onde encontrar.   Como esta mudança de coração não pode deixar sem ser notada, ele também passou a ser um testemunho para seus correligionários, para seu rei e para seu povo – povo que dantes o respeitava como exemplar servo da Síria, que então passou a admirá-lo como “o grande general leproso que foi curado por Yaweh, o Deus de Israel”.   E, por conseqüência, Yaweh passou a ser ainda mais respeitado pelos sírios, e por todas as nações que ouviram o que Ele lhe fez.

Se seguirmos os mesmos passos de Naamã, estaremos fazendo o que agrada a Deus, e receberemos recompensa certa e boa.

Olhemos agora para as águas do rio Jordão.   Foi lá que os israelitas passaram a pé enxuto, antes de tomarem posse da Terra Prometida.    Também foi ali que Elias fez o mesmo, antes de ser arrebatado e elevado ao Céu.  Por ali mesmo foi que Eliseu também pôde fazer o mesmo, antes de iniciar o seu ministério profético.

Também no Rio Jordão foi que João Batista batizava, e chegou até a batizar o Senhor Jesus.  Ali também os discípulos de Jesus batizavam para arrependimento dos pecados do povo.

A graça de Deus se manifestou no rio Jordão por diversas vezes.  Por quê?   Entendemos que essas águas, por invocarem o poder curador de Jesus, trouxeram à memória do Pai o sangue de Seu Filho, que verteu sangue purificador que lava-nos de todo pecado e sara as nossas almas.   Nas palavras do profeta Isaías 53:4,5:

“Verdadeiramente Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades e levou sobre Si as nossas dores; mas Ele foi ferido pelas nossas transgressões, e ferido pelas nossas iniquidades ; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados.”

Quem tem enfermidade, seja qual for, deve ser perseverante,  orar incessantemente até que o Senhor lhe responda, e sabemos que Ele falará de paz para o Seu povo.

Aproveitemos a lição de Naamã.  Nada há impossível para o Senhor nosso Deus.   Aproveite, enquanto ainda há tempo.   Faça isto agora!


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