II REIS – X – A INCORRUPTÍVEL GRAÇA DE DEUS
Comentarios desactivados en II REIS – X – A INCORRUPTÍVEL GRAÇA DE DEUSfebrero 8, 2018 by Bortolato
“Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expulsai demônios; de graça recebestes, de graça dai…” (Mateus 10:8)
Esta palavra de Jesus nos foi legada quando Ele enviou seus doze discípulos pelas terras de Israel, a fim de que pregassem que o Reino do Céu chegou a este mundo, fazendo essas obras que somente podem ser feitas pelo poder de Deus.
Foram momentos de grande alegria para todo o povo, pois esses sinais, prodígios e maravilhas vieram a acontecer com um propósito divino: anunciar que o Seu Reino chegou, e consequentemente, onde chega o Seu Reino, não existem enfermidades e nem tristezas. Tudo muda repentinamente, e é uma glória podermos receber esta revelação, e participar do agir de Deus neste mundo.
Há, contudo, que se tomar um certo cuidado, pois as obras de Deus que deixam as pessoas deslumbradas não são vendidas por preço algum que se pague com coisas desta Terra.
Que poderíamos dizer sobre esta Graça? Ela não é só deslumbrante, mas também linda, incomparável, totalmente desvencilhada das obras da carne, é o motivo da maior alegria, alegria esta que não se perde no tempo, e nem se deixa cair no esquecimento. Impossível esquecê-la, tão marcante ela é.
Além disso tudo, a graça de Deus é transformadora, e toma as vidas a quem alcança de uma forma muito irresistível, faz um reboliço, muda as coisas de lugar com muito poder e autoridade, ao ponto de tornar-se tão importante que rearranja as nossas escalas de valores. Ao final, somos chamados e desafiados a esquecermos os valores deste mundo, porque as coisas todas desta vida só passam a fazer sentido quando se encaixam dentro dos valores do Senhor, os quais são eternos, ou seja, ultrapassam os lindes dos séculos.
A Bíblia é repleta de exemplos que nos mostram que o ouro, o vil metal, muito embora às vezes ofereça algum bem estar, temos de ter o cuidado de tratá-lo da devida maneira, pois os que ao dinheiro se apegam, apegam-se a uma ilusão que se desfaz mesmo nesta vida terrena.
Há pessoas que desejaram comprar coisas que não se devem vender por preço algum, e com isto deram um passo que as levou a graves perdas – e dentro deste rol de coisas inegociáveis podemos colocar a Graça de Deus. Ela é sublime, estupenda, inigualável, e não há dinheiro que a pague, pois no Reino do Céu não corre nenhuma moeda de troca.
Com Deus não se pode fazer barganhas. Não há como fazer-se isso. Ele não Se deixa enganar com coisa alguma, principalmente em se tratando de misturar as coisas celestes com as desta Terra.
Às vezes acontece de pessoas confundirem-se ao tratar dessas duas esferas, mal entendendo as coisas de Deus, mas Ele não permite que as manifestações de Seu Reino sejam poluídas pela distorcida maneira dos homens enxergarem apenas sob prisma meramente humano. As obras operadas por Deus não devem ser mal interpretadas, e Ele não dá a sua glória a outrem.
No final do capítulo 5º do IIº Livro dos Reis encontramos um relato dentro desta perspectiva.
Logo após Naamã, o general comandante das tropas da Síria, haver sido curado milagrosamente por Deus, o homem, dantes um leproso, com o seu coração amplamente aberto, desejoso de agradecer a quem teria sido o instrumento usado por Yaweh, quis presentear a Eliseu com uma rica dádiva, que havia trazido especialmente para ele, desde Damasco. Era algo de valor considerável, ao ponto de impressionar pela generosidade.
Eliseu, entendendo que aceitar aquela oferta poderia deixar uma grande lacuna tendente ao erro, dando a entender que o Senhor poderia quiçá ser comprado por dinheiro, ou bens materiais, recusou-se terminantemente a recebê-la, mesmo sob a insistência de Naamã.
Assim foi que então Naamã, regozijando-se pela enormidade da Graça recebida das mãos do Deus Yaweh, pôs-se a caminho de sua casa, tendo dentro de seu coração adorar somente Àquele que o havia curado, sem nada receber em troca. Ele havia saído da Síria com sua alma sofrida, cheia de apreensões, mas com uma doce esperança acesa dentro de si; mas agora ele caminhava saudável, jubiloso, e cheio de vida, disposto a contar a todos como o Senhor foi bondoso para consigo. Era outro homem, transformado pelo poder de Deus.
Em meio àquela preciosíssima bênção de Deus, porém, houve um homem, um dos discípulos de Eliseu chamado Geazi, que não conseguiu conservar os seus olhos somente dentro do plano espiritual, e permitiu que a cobiça preenchesse sua alma. Ele viu os presentes que Eliseu recusou-se a receber das mãos de Naamã, e não se conformou em deixar tudo como estava. Tudo ia bem até aí, quando então Geazi engendrou um plano: como fazer dinheiro rapidamente, dentro daquela conjuntura.
Ah, o coração do homem! Enganoso e maldoso, mais do que todas as coisas, o coração, sede dos desejos de uma alma, é um desafio para aquele que queira acima de tudo viver uma vida digna diante de Deus. Demanda uma vigilância constante. Bem aventurado aquele que consegue discerni-lo a cada instante, e dominar os instintos naturais da carne.
Geazi parecia ser boa gente, e estava assistindo Eliseu com bastante perseverança. Eliseu tinha-o por seu imediato – até que este vergonhoso incidente aconteceu.
Geazi corre atrás de Naamã, que já estava a certa distância de Eliseu, e prega-lhe uma mentira. Diz haver chegado dois jovens seguidores dos profetas da região montanhosa de Efraim, os quais poderiam ser beneficiados com um talento de prata (peso de 30 ou 60 Kg., conforme o caso) e duas mudas de roupa.
O que pretendia Geazi? Tal ato tendia a repetir-se toda vez que Eliseu orasse por alguém de posses, e assim ele estaria prosperando em escala ascendente. O fato de desejar ser rico não teria sido um problema para ele, não fosse a maneira como estava agindo para alcançar esse seu alvo.
Geazi poderia ter escolhido ser um comerciante, um industrial, ou ainda um oficial do alto escalão do Governo de Israel, com vistas a enriquecer-se. Afinal a prosperidade não foi uma pedra de tropeço para Abraão, nem para Isaque, e nem para Jacó, homens que souberam bem aquilatá-la, colocando-a debaixo do grande valor que é o próprio Deus.
Optar então por ser um discípulo de profeta, que se aproveita da vida dedicada a Deus que um outro tem, vindo este último pagando um alto preço espiritual para tanto, é um abuso, é sonegação de valores.
Naamã, ao vê-lo, parou o seu carro, saltou do mesmo, sem demora deu ordens a dois moços para acompanhar Geazi, carregando o então cobiçado talento de prata. A peça era tão pesada, que convinha ser levada por duas pessoas, que a ergueriam com uma barra de madeira ou de metal, passando esta pelo furo que esta exibia, apropriado para assim ser transportada.
Geazi traz o talento de prata, bem como as duas peças de roupa, guardou tudo em casa, e despediu-se dos jovens que o ajudaram a trazê-los.
Tudo parecia estar certo, certíssimo, aos olhos do discípulo do profeta. Ele fez aquilo que achava que devia ter feito, e estava contente com o resultado. Aquela foi uma oferta gorda, e a vida prometia ser-lhe bem próspera dali para a frente. Eliseu sendo usado por Yaweh para operar milagres, e ele, o seu discípulo, captando cada vez mais valores em sua casa.
O coração de Geazi estava satisfeito, mas ele havia cometido um erro crucial: misturou a Graça de Deus e Sua glória com uma maneira de fazer dinheiro, e estas duas não combinam entre si.
Como sua função junto a Eliseu era de assistência constante e leal, logo ele voltou para perto de seu senhor. Foi quando o profeta lhe pergunta: – “De onde vens?” ou melhor se traduzindo: “Aonde estavas tu, ó Geazi?”
Esta pergunta traz em seu esboço um significado profundo. Também quer dizer:
“- Por onde V. tem andado é o caminho do Senhor? V. fez tudo quanto O agrada? Não pecou em nenhum momento? Não procurou locupletar-se de algo em um momento supostamente distante da presença de Yaweh? Os olhos de Deus tudo veem, e não adianta esconder-se dEle, pensando que tudo irá bem, depois de pecar.”
Geazi tentou disfarçar, e fez que não tinha nada a ver a preocupação de Eliseu. Pensava que podia enganar, mas não entendeu que, com isto, estava tentando também enganar a Deus, e Deus não Se deixa escarnecer.
O costume de enganar a outros é um defeito da alma. Quando este costume se enraíza dentro de um ser, a tendência é a de multiplicar mentira após mentira, com o propósito de manter de pé a sua tentativa original de enganar. Faz pé firme. Chega ao ponto esquizofrênico de achar que está falando a verdade, apesar de todos os pesares. Pode até jurar, cruzando os dedos das mãos e beijando-as por duas vezes.
A realidade, porém, é sempre a realidade. Fatos são fatos, e estes falam mais alto do que palavras, não se deixando obscurecer pelas mesmas.
Eliseu então, vendo teria que acabar com a farsa, rasga o verbo, e diz claramente o que Deus havia mostrado em seu coração. Eliseu conta-lhe o que foi que o Senhor lhe revelou a respeito daquele infeliz incidente.
O profeta discorre, pois, que foi tomado pela mão do Senhor, e levado em espírito até onde houve o ponto em que Geazi e Naamã se encontraram. Foi um encontro oculto aos olhos de muitos, mas Deus levou Eliseu até ali na dimensão espiritual para presenciar todo o ocorrido, tomar ciência deste, e saber que, devido àquele desfecho, haveriam providências a serem tomadas, pois o que houve naquele local foi algo muito sério, que exigia uma intervenção divina.
Jesus nunca ordenou a seus discípulos que estes andassem por Israel pedindo contribuições daqui e dali. Como Ele mesmo tinha dito, o que de graça recebemos, de graça devemos repassar.
Graça é graça. Não exige pagamentos em troca, e a Graça de Deus é imensa. Se Ele opera, ninguém neste mundo tem o direito de pedir ou exigir retorno material como forma de pagamento. Isto é inegociável, não há barganhas neste campo, e não há argumentos que possam convencer o Altíssimo a voltar atrás.
Deus faz coisas maravilhosas com vistas a conquistar corações dos homens que nEle creem, como o foi com Naamã. O general sírio voltava maravilhado, com um coração todo devotado para com Yaweh, meditando em como ele fora um alvo do amor divino para sua felicidade, e admirado de saber que tudo correu sem nenhum custo material. Deus estava trabalhando profundamente no coração do militante sírio, começando a desenvolver um relacionamento muito carinhoso, pleno de um amor sem limites, e sem igual neste mundo.
Geazi chegou interrompendo aquele estado de Graça, devido à sua cobiça, adulterando o trabalho que o Senhor estava fazendo. Yaweh não se agradou daquilo.
A palavra do Senhor então foi muito incisiva sobre a vida de Geazi. Ele não aprovou aquela atitude de um discípulo de profetas, e não aceitou aquela manobra tida por oculta. Aquela atitude inaceitável aos Seus olhos traria conseqüências no Reino do Céu. Naamã foi tratado de maneira inapropriada, o que ofuscou a revelação da Sua Graça àquele homem que antes era um sofredor leproso. Certamente que Deus haveria de tentar corrigir o desvio a que fora conduzido o sírio, isto a nível pessoal, mas paralelamente, uma coisa haveria de ser registrada: quem tentou mercadejar a Graça de Deus, teria de arcar com o ônus deste feito. Os profetas e seus discípulos todos teriam de saber disso; Israel também; e hoje, também o teriam todos os que lêem a Bíblia, para que ninguém se desculpe com escusas esfarrapadas.
Geazi tratou a Graça de Deus, o dom do céu, como meio de se obter recompensas desta Terra pelas mãos de seus intermediários. Esta é a maneira pela qual Deus nega-se a dispensá-la, mas esta já havia sido dispensada ao sírio. Naamã veio buscar o melhor, e levou o melhor para sua terra natal, para o seus, e para todos quantos quisessem saber e compartilhar esta Graça. Geazi agiu de maneira terrena, carnal e teve de sofrer o prejuízo desta conta. Deus não Se negou a abençoar a Naamã, mas a lepra terrivelmente foi transferida para a vida de Geazi, que teve de suportá-la pelo restante de seus dias, fato que chegou até a ser estendido a seus descendentes.
O Reino de Deus é diferente dos reinos deste mundo. Sua atmosfera também, que é cheia de Sua Graça, e esta Graça é personificada na pessoa de Jesus, o Cristo, o qual nos amou e graciosamente deu-Se a si mesmo para sofrer e morrer em nosso lugar, em uma cruz. Impossível é aquilatar todos os nuances, detalhes e decorrências do Seu amor sem igual. Quem O recebe, mal pode imaginar acerca de tudo quanto é libertado.
Quem tem Jesus, tem a vida, e vida com abundância; já passou da morte para a vida.
Quem, porém, não tem Jesus, não tem a vida, e ainda, de quebra, sobre o tal permanece a ira de Deus. Não desprezemos este inefável amor que de Graça nos dá aquilo de que mais precisamos nesta vida e no porvir. Avaliar a Graça de Jesus, rebaixando-a ao nível do vil metal, ou de outro valor qualquer desta vida terrestre, é um terrível engano.
Fazer promessas, votos, penitências, romarias, obras de caridade, obras de religiosidade são outros valores que não compram o amor do Senhor, e tampouco se podem comparar com a dádiva da Graça de Deus. Reencarnações são outro ledo engano, pois não compram a nossa justificação perante o santo e justo Juiz Eterno. Quem quer ter entrada no Reino de Deus tem somente um caminho, cujo nome é JESUS, O CRISTO, que derramou o Seu sangue bendito por amor de pecadores, dentre os quais estamos nós, eu e você.
Sem o derramamento do santo sangue de Jesus, não há paga que nos redima da triste condição de pecadores. E não há um sequer que escape desta regra. Todos, todos, todos pecaram, toda a humanidade é pecadora, e todos foram destituídos da gloriosa condição de filhos do Deus Altíssimo.
Alegre-se, porém, porque mesmo sabendo que seríamos confirmados como pecadores, portadores dessa herança maldita, Deus nos prova o Seu grande amor, em que pesem nossos pecados, quando ainda nem ainda havíamos pecado (mesmo antevendo nossa infeliz condição de rebeldia), enviando-nos o Seu Único Filho para morrer em nosso lugar, fazendo deste sacrifício de sangue, o único veículo legítimo para sermos resgatados e recebermos a Sua redenção.
Um importante pormenor, porém, convém salientar: somente os que receberam Jesus, o Filho de Deus, como seu Salvador e Senhor, é que desfrutarão dessa bênção sem igual.
Receba-O. Receba-O hoje, agora, sempre e seja feliz para todo o restante de sua existência, aqui nesta Terra e também, no Céu!
Category 2º LIVRO DOS REIS, BÍBLIA, LIVROS HISTÓRICOS DO AT | Tags: corrupção, cura, Eliseu, Geazi, lepra, Naamã, prata, riquezas, Salvação, vestidos
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