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JOSUÉ – VII – ANDAR COM DEUS PEDE FIDELIDADE

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marzo 30, 2015 by Bortolato

Para se mergulhar nas águas de Fernando de Noronha, é preciso fazermos treinos antes, para  sabermos nadar e prender a respiração.   Para se saltar de paraquedas, é preciso que conheçamos  bem os detalhes desse voo.    Para se pilotar um avião, é preciso que se faça um curso e ser nele aprovado.  Se alguém deseja casar-se, deve, antes disso, conhecer bem o futuro cônjuge. As Universidades exigem pré-requisitos para muitas matérias a serem cursadas, e não há outra alternativa decente, se queremos obter o diploma.     Quando achamos que já sabemos de antemão todo o necessário para tudo isso na vida, que somos “experts inatos”, os privilegiados que nasceram capacitados excepcionalmente, estamos correndo sério risco de nos afogarmos, ou sofrermos queda fatal, ou, no mínimo, sermos frustrados por impedimentos que nos são impostos.  Tudo na vida exige preparação, quando se quer atingir algum alvo.    Privilégios têm seus custos e suas condições, e isso não é diferente quando se trata de andarmos com Deus.

O Senhor prometeu coabitar com Seu povo que escolhera para Si.   Adotou a Israel como Seu filho, nos dias do Antigo Testamento, e, no Novo Testamento, a sua ekklesia como Sua noiva.   Teve prazer neles, mas propôs, ao mesmo tempo, que estes se deixassem ser mudados.   As pessoas, porém, adquirem hábitos na vida que ficam enraizados dentro de suas almas, coisas que nem percebem o quanto as domina, e vão convivendo com isso ou aquilo, até que uma ocasião chega, na qual descobrem segredos das profundezas de sua psique, e então precisam, com rapidez,  evitar o mal, sanear seus erros, e saber como controlá-los, antes que seja tarde.

Doce é a Presença de Deus na vida de alguém, e essa doçura é algo singular, pois ninguém O poderia igualar.    Contudo, quando nos fazemos inconvenientes para Ele, o maior castigo é vermos que Ele Se retira de nossa vida, vai-Se embora, e ficamos à mercê de nossas fraquezas, nossos pecados, nosso ego, e nossas limitações.

Para exemplificarmos melhor esta experiência, tomamos o caso da Sra. Bilquis Sheikh, descrito em seu livro “Aprendi a chamar-Lhe Pai”.

Ela começa a conhecer Jesus e aprende que a Sua doce comunhão lhe dá o privilégio e a liberdade de tratar a Deus, simplesmente chamando-O de “Pai”.   Isso foi extremamente gratificante para o seu coração.   Foi algo muito forte que a atingiu como um raio, com  grande poder, e ela entregou o seu coração a Cristo.   Viveu dias muito felizes, de profunda paz e de uma alegria que lhe invadiu o espírito com uma intensidade tal que jamais havia sentido antes.

Um dia, porém, aconteceu que ela se irritou com uma de suas empregadas, e, como este fato era comum acontecer, assim o fazia por hábito.   Descarregou sua ira, gritando asperamente com aquela sua ajudadora.

Passado aquele incidente, parecia ter-se esquecido daquele momento de desequilíbrio, e que tudo voltara ao normal.   Quando então subitamente foi tomada de surpresa, e percebeu que aquela Presença tão doce, que tão bem fazia a sua alma, tinha-se ido embora.  –  Como foi isso?   Por quê?  O que foi que aconteceu?   Aonde foi o Senhor, que antes estava tão perto?

O Espírito de Deus então lhe revelou:  Ele não comunga com essas atitudes oriundas da vontade mal acostumada das pessoas que não tomam a decisão de dominá-las.   Sentimentos de ódio, de vingança, ou impaciência, ou simples falta de educação são o caso – precisam ser riscados de nossos menus.

Foi uma coisa, a seu ver, bem simples.   Simples demais para que ela notasse, mas a Presença de Deus, que tudo nota e tudo vê, não Se agradou daquilo.   Ele ficou desgostoso, e Se retirou.   Assim Ele é, e não muda jamais.   De uma forma ou de outra, Ele manifesta o Seu desagrado.

Foi preciso então que ela entrasse em um outro processo: o de arrependimento, confissão de pecados e pedido de perdão, para continuar aquela convivência maravilhosa, que lhe encantava o coração, aquecendo-o e confortando-o.

No Antigo Testamento o que mudou com relação a Deus, sim, foi o tipo de aliança que foi feita com Seu povo.   Ele é Deus de Alianças, e é fiel em cada uma delas.   O que Ele fez, narrado  no capítulo 7º do livro de Josué da conquista da cidade de Ai, também foi o retirar-se.   Deixou Israel à sua própria sorte, uma vez que se sentira desrespeitado.

Na conquista de Jericó, dias antes, tudo foi seguido à risca, rígida e estritamente obedecido, segundo as Suas instruções até que acabasse a tarefa de destruição daquele local.   O resultado foi fantástico, notável, tremendo, uma grandiosa demonstração do que Ele pode fazer pelos Seus, e contra os que O aborrecem.

O tratamento dado após a conquista de Jericó pelos israelitas é que Lhe doeu.  Doeu para Ele, e por consequência, a Sua retirada em espírito, do meio daquela pequena parte das tropas de Seu povo, doeu para muitos.

Não era para ninguém se apossar de nada dali, e isso ficou muito bem esclarecido, antes de iniciada aquela tomada de posse.   A prata e o ouro poderiam ser entregues nas mãos dos tesoureiros da Casa do Senhor.   Os utensílios de bronze e de ferro, se entregues para o mesmo fim, pelo sim ou pelo não, na dúvida, também seriam aceitos.   No mais, tudo o mais, deveria ser queimado a fogo, pois que era terminantemente maldito.

O que fez então Acã, filho de Carmi, da tribo de Judá?   Tomou para si duzentos siclos de prata (cerca de 2 quilos e quatrocentos gramas), e uma barra de ouro de cinquenta siclos (equivalente a cerca de seiscentos gramas), e uma bela capa babilônica, levou-os a sua tenda e os escondeu ali.  Ah, a cobiça!  Ou a cleptomania?   Seja como for, quantos sofrimentos não advêm aos homens por causa desses costumes malfadados?   As histórias que se ouvem de dentro das prisões, o atestam.

O grande mandamento já tinha deixado muito patente aos olhos de todos:  antes de tudo o mais, “amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de toda a tua força” (Deuteronômio  6:5).   O décimo mandamento também já ordenara em Êxodo 20:19  não cobiçar “coisa alguma do teu próximo”.

A capa, a prata e o ouro ao Senhor pertenciam, pois Ele é o proprietário de tudo, e a Ele compete dizer o que deve ser feito com cada coisa desta Terra.   Ele quis destruir a Jericó para exterminar com todo vestígio da injustiça e da impiedade que se alojara ali.   A prata e o ouro desviados, se tivessem sido entregues ao Seu tesouro da Sua Casa, seriam fundidos, e não restariam resquícios de uma civilização abominável aos olhos de Deus.   Acã, entretanto, não quis considerar isso, e em vez de entregá-las a Yaweh, antes apoderou-se do anátema.

E quanto à capa babilônica?   Que dizer dela?   Sabe-se que era uma linda capa, o que significa que devia pertencer a algum rico, nobre ou religioso daquela cidade.   Já imaginou por que Deus a considerou maldita?   Note-se a sua origem:  babilônica.   Como sabia Acã que esta era a sua origem?     Não havia etiquetas naquela época, nem marcas de grife, mas certamente o seu estilo, suas cores, bordados e estampas  a identificavam.   Babilônia, por muito tempo, já desde a época da torre de Babel,  era um lugar famoso por sua maldade, e também por ser terra onde se sabia abrigar muitos feiticeiros.   A profecia de Apocalipse toma o seu nome como parâmetro para referir-se  a alguma cidade que deterá seus mesmos atributos (Apocalipse 18:8, 23 e 24);  o salmista também a define assim (Salmo 137:8), bem como o profeta Daniel deixa evidenciado nas entrelinhas de seu livro.

Em Jericó, uma cidade pagã que recebeu influência babilônica, achava-se normal a corrupção, a perversão dos direitos, os desmandos governamentais, o estupro e a matança de crianças, de jovens e velhos, isso de ambos os sexos.

É muito provável que aquela capa babilônica, que foi tentação para Acã, tivesse sido usada para a prática solene de sacrifícios humanos, ou, no mínimo, para que a pessoa que a vestisse, compactuasse com coisas desse tipo.   Não era sem motivo que o Senhor Yaweh a detestasse.   O nojo de Deus caiu sobre o seu usuário – o seu último dono morreu durante aquela tomada da cidade;  Acã, ao furtivamente tomá-la para si, atraiu sobre sua vida e sua casa essa repulsa e a maldição do Deus, do mesmo Deus que lhe permitira travar aquela batalha cuidando de sua vida, e preservando-a com o Seu poder laborioso em maravilhas.

Yaweh jamais aceitaria qualquer coisa anátema dali, e nunca consentiria com a preservação daquela capa – esta era um elo de ligação com a cultura maligna de Jericó e de Babilônia.   Esta só satisfaria aos Seus olhos, se servisse de combustível, para o fogo, até se tornar em cinzas.

Josué, capítulo 7º, mostra que Israel, após estrondosa vitória, acaba tendo que fugir e voltar atrás diante de poucos soldados de Ai, uma pequenina cidade próxima de Jericó.   Por quê?   Porque a mão de Deus, que tanto os ajudara até ali, de repente retirou-Se deles.   Eles perderam a companhia dAquele que fez ruir os muros de Jericó.   De repente, em um dado momento, eles sentem que Yaweh os abandonara naquela manobra militar mal sucedida, dantes considerada como fácil para o contingente dos homens de Israel.   Eles sentiram, com aquela derrocada, que ficaram sem o escudo protetor do Deus de Abraão, vulneráveis e fracos demais para qualquer peleja.

Ao se entregarem à luta, inicialmente vieram com muita autoconfiança, mas após perceberem que estavam sofrendo perdas importantes, umas após outras, isso rapidamente, eles pasmaram.  Espantaram-se.    Aqueles homens valorosos, que estavam na linha de frente da batalha, os mesmos que iam à frente dos sacerdotes durante o cerco de Jericó, começaram a cair feridos no chão, próximos aos portões de Ai.   O aclive que subia até a porta da cidade permitiu que todos os que vinham atrás fossem testemunhas oculares daquela temeridade acontecendo.   Eles puderam ver tudo com os seus olhos, estarrecidos.   Não foi assim a tomada de assalto de Jericó.  Não esperavam tal desdita.   Os demais, ao presenciarem isso, ficaram apavorados com aquela surpresa extremamente desagradável e amarga, e perceberam que, se continuassem insistindo na busca de seu alvo, que era a posse daquela pequena cidade, poderiam morrer todos os três mil, ali mesmo.    Alguém, de repente, dá um grito de retirada, com todas as forças de seus pulmões. Perdendo as esperanças, então, na tentativa de salvarem suas vidas, todos resolveram fugir, usando todas as forças e agilidade de suas pernas – e ainda são perseguidos tenazmente pelos inimigos, por um bom trecho.    Por fim, conseguiram retornar, derrotados, a Gilgal, subtraídos de trinta e seis deles, que morreram na peleja, e ali se via, mesmo ao longe, jazeram seus corpos.    Isso foi causa de uma tristeza enorme que se apoderou de seus corações.

A surpresa deixa a todos os israelitas boquiabertos, ao terem conhecimento da notícia.   Seus corações ficaram cheios de dúvidas, medo e confusão.    Não sabiam o que pensar.    Sentiram-se como órfãos da presença de Deus.

Josué, então, se vê em aperto.    Ele era um representante, um mandatário do Deus Yaweh, e o Senhor não lhe revelara nada a respeito das razões daquele iminente desastre, até então.   Afinal, o que foi isso?   Ele se põe de joelhos, com o rosto em terra, diante da Arca do Senhor até a chegada da noite.   Os anciãos de Israel o acompanharam nessa busca por uma resposta de Deus.

Josué ora, então.   Clama.   Ele quer que Deus o ouça, e veja que aquela situação se tornou extremamente desconfortável para eles.    Os povos cananeus, ao saberem disso, perderiam o temor, e poderiam unir-se para tentar destruir a Israel.   Mas não é só isso que incomoda a Josué – ele sabe que o nome de Yaweh está envolvido nessa história, como a carne está unida às unhas, e o seu amor ao Deus que Ele conheceu, e sabia que não é infiel, não poderia permanecer difamado, malgrado o rumo dos acontecimentos.

O Senhor nos incita a clamarmos no dia da angústia, e nos deixa a promessa de que nos livrará e o glorificaremos por isso (Salmo 50:15).

O Senhor, pois, lhe responde, falando com o profeta, e revelando o que Lhe fez ausentar-se daquela batalha.    Alguém tomara para si do anátema, e trouxe maldição para sua própria tenda, abominação para Deus.   O anátema não poderia começar a corromper ao povo já naquela altura dos acontecimentos.   Ele não o permitiria.      Com  Ele é assim.   Ou as coisas são ou não são.    Ou se tem compromisso de fidelidade, ou não.   Ou andamos juntos com integridade, ou qualquer  aliança não vale mais nada.   Não há meios termos.   Não há conversa que mude isso.   A retirada dos exércitos diante de uma pequena congregação de cananeus comprovara o desgosto de Yaweh.

A solução!   Qual o próximo passo para se refazer de uma crise como esta?   A noite era chegada, mas na madrugada que a seguiu, o Senhor ordenou que se fossem achegando  tribo por tribo à Sua presença, e, dentre todas, Ele apontou para a tribo de Judá.   Da tribo de Judá, apontou para o clã dos zeraítas, e dentre estes, apontara para a casa de Zabdi.   Da casa de Zabdi, foi apontado Acã, filho de Carmi.

Josué o inquire, e o homem confessa tudo o que fez.    Buscado o anátema em sua tenda, foi constatado que era verdade.   A prova real estava ali.  Tomaram Acã, e o levaram para o vale da Acor, para ali, ele e sua casa, com tudo o que possuía, inclusive aquela capa, a prata e o ouro que estava em sua posse, serem apedrejados e queimados ao fogo.   Para que o caso ficasse sepultado, amontoaram pedras sobre tudo que era ligado ao cobiçoso, e ali, naquele vale, morreu a questão.  Solução drástica, sem dúvida!    Contudo, Deus a ordenou como necessária, ou a corrupção do povo já estaria desencadeada.   Outros episódios a Bíblia nos narra acerca de quebra de integridade e de palavra, que redundaram em queda geral do povo, como corrupção institucionalizada também tiveram finais infelizes para os corruptos – como o caso do bezerro de ouro (Êxodo 32), a prostituição com mulheres de Moabe em Sitim (Números 25), e inúmeros outros.

Acã, decerto, ao passar por capitães, por companheiros, por Eleazar, o sacerdote, e por Josué, achava que era o homem mais esperto de Israel, pois que lograva enganar até ao Deus, e que Deus poderia deixar-Se enganar – isso ele o demonstraria  a todos, quando se apresentasse em público com aquela “belíssima capa”.  Seu coração cobiçoso o enganara, pensando que ninguém o descobriria, pois tudo foi feito às ocultas.  Mas não existem “malandros de Yaweh” que prosperem.   Em algum momento alguém lhe perguntaria: – “onde a obteve?   Não diga que foi no deserto!”  E ele não poderia dar outra resposta senão:  de Jericó!   Seus filhos, sua esposa e seus servos o saberiam, e dali começaria uma rebelião contra o Deus que se teria deixado enganar, e que restaria subestimado e ridicularizado, se Ele Se omitisse quanto àquele anátema, e isso naquela hora.

Se um anátema fosse permitido, outros anátemas também o poderiam ser.   Era hora de decisão.   Deus decidiu à Sua maneira, a Seu estilo, e o povo entendeu que Ele é santo, é Onisciente, e nada se lhe oculta aos Seus olhos.   Que os homens saibam disto, e saibam também que devem ter respeito por Ele.    Se é comum temer-se a homens muito poderosos, muito mais devem temer a Deus.

Foi menos dramático como Yaweh assim o decidiu, do que verem, mais tarde, uma derrota após outra, até que se noticiasse a extinção dos sonhos e do povo de Israel – mas Ele é fiel às promessas feitas a Abraão, a Isaque e a Jacó.   Ele é fiel às Suas Alianças.   Ele assim preservou o futuro de Seu povo Israel, e também nos preservará, nas lutas de nossa vida.

O pecado gera a morte, e sabemos que diante dEle, não há um justo sequer, nem sequer um.   O apedrejamento foi apenas um detalhe tipicamente veterotestamentário, no caso.     Se alguém condena a atitude de Acã, saiba que não somos melhores do que ele.   Somos indiscutivelmente uma raça condenada à morte por causa de nossas  prevaricações…

Convém lembrar, entretanto, que Jesus posicionou-se de maneira muito mais branda, quando se tratava de sentença de morte, sem tirar a força moral da Lei.

Não se desespere, pois temos boas notícias – o dom maravilhoso de Cristo Jesus nos concede a vida, e vida eterna!   Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar, e o sangue de Jesus, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.    Estamos em tempos de uma Nova Aliança.

Podemos encetar uma aliança de sangue com Ele.   Aliança através do sangue de Jesus, o Seu Filho Unigênito.   Ele é fiel, e cumprirá Suas promessas até o fim, a todos os Seus.   Apesar de nossos pecados, Ele nos dá a chance de vivermos, nos lava com esse maravilhoso sangue, e nos torna alvos como a neve (Isaías 1:18), de sorte que ficamos livres da condenação da morte eterna.   Vale a pena andarmos em aliança com Ele.     Há uma venturosa eternidade à nossa espera, que merece ser bem aproveitada.

Para podermos desfrutar de uma eternidade bem-aventurada, Jesus nos deixou o Seu caminho para O seguirmos.    Em que ponto do caminho V. se acha neste momento?   Se parou, ainda é tempo de recomeçar a caminhada.    Como?    Falando com Ele, pedindo-Lhe por Sua misericórdia, e dando cada passo com muita reverência, humildade e amor.

Que Deus nos abençoe!


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