Levítico (IV) – Como obter Comunhão com Deus
Comentarios desactivados en Levítico (IV) – Como obter Comunhão com Deusenero 6, 2014 by Bortolato
Depois de quebrada, esta precisa urgentemente ser restabelecida, e a multiplicidade de tipos de sacrifício nos ilustram o fato de que um pecado nunca é cometido como que por acaso, e sempre é acompanhado de algo importante no Reino espiritual, que foi quebrado, além da comunhão com Deus. Quebra-se a comunhão, quebra-se a paz, o derramar do amor de Deus, quebra-se a primazia que devemos dar a Ele, e muitas vezes se quebra a liberdade espiritual para nos relacionarmos com o nosso próximo, e concomitantemente com o Senhor. Conforme a situação, permanece também quebrado o destino eterno junto ao Reio de Deus. Daí o porquê de vários sacrifícios, para cada um tentar reparar uma faceta daquilo que ficou prejudicado depois do incidente. O sacrifício de Cristo, sendo único, não nos dá ensejo a pensarmos nesses detalhes todos que se aglutinam em um ato pecaminoso – e por isso é que veio a Lei, para nos alertar que muitas são as perdas, a cada transgressão, e por isso mesmo, muitos eram os sacrifícios exigidos no Antigo Testamento. Esta questão nos leva ao fato de que precisamos estar constantemente buscando encontrar o caminho da paz com Deus, sempre confessando e confiando no Senhor, todos os dias, e continuamente apresentando nossos corpos como sacrifício vivo perante Sua face (Romanos 12:1-2).
Em Levítico, capítulo 3, surge o termo “sacrifício pacífico”, ou “sacrifício de paz”. Logo após a oferta do sacrifício pelos pecados “Olah”, que era posta “em cima do holocausto”, os servos do Senhor podiam prestar esta oferta “shelamin”, que tinha o significado de comunhão com Deus, pois que era uma refeição de comunhão após a reconciliação. As partes gordurosas eram completamente queimadas no altar, e assim também os órgãos como os rins, estômago, fígado, o sangue e intestinos.
Podia ser um boi, um cordeiro, ou uma cabra, sem mancha. Deus exige a perfeição, e nunca artigos de segunda classe.
Pensamos: por que Deus ficava com a gordura, os rins e o fígado dos animais? Levítico 3:16 diz que toda gordura será do Senhor; gordura e sangue eram dois itens que eram proibidos no cardápio dos israelitas.
Falemos sobre o sangue. Este elemento é portador das cargas bioquímicas que energizam os corpos vivos. Querem crer alguns que este seja um excelente nutriente, mas tem lá suas restrições, pois que o sangue é líquido, e corre nas veias como transportador de substâncias aproveitáveis e inaproveitáveis para os organismos, e estas últimas devem ser eliminadas.
Desde o Jardim do Éden houve o derramar de sangue, pois o casal de lá excluído saiu dali vestido de peles de animais (Gênesis 3:21).
Também ao saírem da Arca, à família de Noé Deus recomendou não comerem carne com sangue, e nem tampouco derramarem o sangue de pessoas (Gênesis 3:6).
Quanto à gordura, esta é verdadeiro combustível. Pega fogo com facilidade. O seu acúmulo é sinal de acúmulo de reservas de energias. Tanto é assim, que uma pessoa que se alimenta insuficientemente, vai emagrecendo cada vez mais, isto é fatal. Os campos de concentração, das duas grandes guerras, são prova disso. Muita gordura em nossos organismos não é bom, bem como a escassez das mesma. Como este elemento já é sintetizado em nossa digestão a partir de vários alimentos, a gordura animal se torna excedente que necessita ser eliminado já da ingestão dos mesmos.
De certa forma, esta proibição de gorduras de animais é, de acordo com a relação custo X benefício, um sábio conselho que Deus resolveu dar a Seu povo, a fim de que este desfrutasse de boa saúde, evitando depositar excesso de colesterol nas nossas veias e artérias, e dando mais qualidade de vida aos nossos miocárdios.
E quanto aos rins? Além de este ser também um órgão inapropriado para ingestão, devido a uma série de fatores, sobre este par de órgãos localizam-se as glândulas produtoras de adrenalina. Os rins são tidos como sede das nossas emoções. Um animal sacrificado certamente produziu grande dose de adrenalina no sangue, ao perceber que estava para morrer, e quem o ingere… Deus quis que o produtor das nossas emoções mais fortes fosse entregue a Ele, no Seu altar. Que as nossas emoções sejam totalmente controladas pelo poder do Espírito Santo. Que Ele queime tudo o que não é bom, e tenhamos uma vida calma, tranquila, cheia das bênçãos do Todo Poderoso.
Do fígado, temos que, na antiguidade havia o costume dos povos idólatras de fazer adivinhações, tendo como veículo este órgão dos animais.
Requerendo para Si, o Senhor está excluindo esta prática, malfazeja, aos que creem nesta superstição. Ao Senhor pertence nossas vidas, Ele é nosso Criador, Salvador, Sustentador e Doador de toda boa dádiva. Em Suas mãos está o nosso presente e nosso futuro, e toda sorte de bênçãos para nossas vidas. A Ele pertence a palavra profética, e por isso é a Ele que devemos recorrer, tanto em tempos bons como em tempos de angústia (Salmo 9:9).
Levítico, capítulo 4º – Moção pelos pecados dos sacerdotes, líderes e qualquer outra pessoa.
Sacerdotes, e líderes do povo de Deus são pessoas especiais, que surgem como ícones de seu clã ou de sua nação. Muito embora estes apontados neste capítulo devessem demonstrar uma conduta impoluta, sobe-se que o princípio do pecado os atinge como a qualquer outra pessoa, e, não raro, estes também cometem seus erros diante de Deus.
Já temos ouvido falar de Davi, de Saul, de Aarão, de Moisés, dos filhos de Eli, e se formos verificar na história, sempre houve alguém que cometeu algum tipo de pecado, e ficou assim marcado para o restante de sua vida. Pastores, padres, presbíteros, diáconos, e até mesmo apóstolos, também.
Isso não quer dizer que os tais não teriam mais chances diante de Deus, mas que estes precisam tomar atitudes sérias para reabilitar sua comunhão com o Senhor. Dependendo do seu tipo de erro, isso poderia acarretar em perda de mandato ou ministério, como foi o caso de Abiatar (I Reis 2:26-27), mas todos aqueles que pecaram e desejaram arrependidos voltar-se para retomar os justos caminhos de Deus, tinham a opção sempre única: o sangue do sacrifício. É aí que vemos a misericórdia do Senhor, o desprendimento e a abnegação de Quem entregou o Seu próprio Filho para resgatar a vida de pecadores. Os sacrifícios exigidos em prol de um restabelecimento da comunhão após pecados nada foram, perto do sacrifício de Jesus.
Levítico, capítulo 5º – Por pecados ocultos
Em 5:1 vemos que Deus se desagrada tanto de blasfêmias, que até mesmo as pessoas que as ouvissem teriam de denunciá-las, a fim de que não se contaminasse todo o povo.
O pecado de blasfêmia devia ser punido com morte de apedrejamento (Levítico 24:10-16), mas as pessoas que teriam ouvido as palavras daquele ato deveriam participar da acusação, como testemunha e como júri, impondo as mãos sobre o réu. Os que não acusassem estariam pecando contra Deus.
Este pecado de blasfêmia é uma afronta contra o Senhor, é maldizer Àquele maior benfeitor de toda a terra. É transgredir contra o primeiro dos mandamentos. É um veneno que, uma vez proferido, é borrifado no ar e se espalha para contaminar a outros também. É o estigma da morte espiritual levantando a sua bandeira, desafiando aos exércitos de Deus. Quem comete tal pecado tem sérios problemas espirituais, que precisam ser energicamente resolvidos. Jesus disse certa vez que os que pecassem contra o Filho do Homem careciam de perdão, o que estaria ao seu alcance, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo, esta não tem perdão.
Um pecado desses no meio de uma congregação que acabava de sair do Egito, e testemunhado das prodigiosas obras salvadoras de Deus, era como que incitar o povo a abandonar ao Senhor, em favor dos Seu inimigos. Era conspirar contra e conspurcar o Nome do Senhor, como que cuspir em Seu rosto bendito, enojando-se dEle. É rejeição levada ao extremo, contra o Autor da vida. Para que um fermento como esses não levedasse toda a massa, convinha ser eliminado, antes que causasse mais prejuízos ao povo escolhido.
Não devemos também ser extremistas ao ponto de lançarmos um fardo indevido sobre irmãos. Este tipo de punição era a forma mais clara de Deus tratar com certos tipos de pecados, mas não deve ser estendida a todo e qualquer pecado. Os diversos tipos de sacrifício demonstram que há pecado que não é para a morte do pecador que se arrepende. No Novo Testamento só é apontada a blasfêmia contra o Espírito Santo.
Temos também que considerar que a época dos apedrejamentos já passou, quando Jesus perdoou aos pecados da mulher adúltera ( João, capitulo 8).
A marca do pecado, diante de Deus, porém, esta ainda permanece. O pecado continua a ser pecado, e sempre o será enquanto o mesmo continuar a existir.
Jesus, porém, veio como Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João1:29). Jesus veio para morrer como o único sacrifício poderoso para apagar o pecado da memória de Deus, e das nossas memórias, muito embora ainda fiquem as cicatrizes do mesmo, apenas para nos lembrar quão grandes misericórdias o Senhor tem-nos estendido.
Nas palavras do apóstolo S. Pedro:
“Fostes resgatados… pelo precioso sangue, como de Cordeiro sem defeito, e sem mácula, o sangue de Cristo… carregando Ele mesmo em Seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça… Cristo morreu uma única vez, pelos pecados o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus (I Pedro 1:18-19; 2:24; 3:18).
Levítico 5:2-3 nos fala de imundícias que são adquiridas pelo contato com coisas imundas: corpos de animais e répteis mortos, ou de homens imundos por algum estado de enfermidade ou emissão de sêmen, ou dejetos. Tanto fazia se isto ocorresse em oculto ou não.
A pessoa que assim se contaminasse ficaria restringida de participar de atos religiosos, e até mesmo de ter contato físico com outras pessoas. Eram impuros cerimonialmente. Nestes casos, a impureza a atingia somente no campo físico – o que não dá para se dizer que estas cometeram algum pecado contra Deus ou alguém mais. É bastante notório como o Senhor cuidava para que Seu povo não contraísse quaisquer tipos de enfermidade através do contágio. Não havia, naquele momento, qualquer noção sobre microbiologia, mas a norma foi escrita para a saúde e o bem estar do povo .
Sobre juramentos em falso (5:4). Aqui se aplica o princípio da palavra falada, tal como uma semente que é lançada na terra. Cada uma delas produzirá o seu fruto, conforme a sua espécie, e jamais outro tipo de fruto. Um juramento para se fazer o bem, como o que fosse para fazer o mal, era um comprometimento que a pessoa fazia, envolvendo a sua alma.
Lembramos o voto de Saul, que, uma vez feito, traria como consequência a morte de Jônatas (I Samuel 14:24, 36-39); e o de Jefté, que ocasionou a morte de sua própria filha (Juízes 11:30-31). Tais votos mostraram ser estultícia diante de Deus. Não deveriam ser cumpridos, por se tratarem de coisas contrárias à vontade do Senhor, mas a palavra , uma vez dita, não tem como engoli-la, pois já saiu da boca para fora. Prevendo tais situações, bem como aqueles casos em que se promete fazer um ato benemérito tão inatingível, que não se possa cumpri-lo, o Senhor estabelece o caminho para a expiação deste comportamento precipitado: o sangue, sempre o sangue, que aponta para a Cruz.
Em Levítico 5:14-16 fala-se de transgressão por se usar das coisas sagradas do Senhor. Tais casos revelam que aquilo que for consagrado a Ele não deve ser retomado, nem direcionado a outro fim. Devemos estar conscientes disso, dando sempre a primazia a Ele.
Se tratarmos as coisas consagradas a Deus como se estas profanas fossem, estaríamos como que dizendo a nós mesmos que estas não foram santificadas, e por conseguinte, que Deus não se importa em ser tratado de forma leviana ou impura, o que não é verdade. Tal conduta deve ser corrigida, e por isso, a necessidade de haver uma retratação, mas nunca haverá expiação sem o Cordeiro da Aliança – Jesus!
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