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LEVÍTICO – XIII – INTERCESSORES ENTRE DEUS E HOMENS

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febrero 17, 2014 by Bortolato

Sacerdote

DEUS USA HOMENS A SEU SERVIÇO

Deus é o maior interessado em que seja transposto o grande abismo que há entre Ele e os homens, pois que nos espera, de braços abertos, do outro lado, esfregando suas mãos em antecipação pelo momento do encontro.

Em Levítico, capítulo 21, os sacerdotes eram os intercessores especiais de Deus para reformarem e reconstruírem uma via espiritual única, outrora destruída, que abria o acesso ao homem para um encontro de esperança por uma reconciliação.

Sim, Deus está muito interessado em você, em nós, com especial interesse e deseja muito que a estrada de acesso até Ele seja britada, nivelada, assentada e repavimentada, para ser liberado o seu trânsito.

O pecado causou sérios danos em prejuízo do próprio pecador, e o maior desses prejuízos foi o escancarar-se desse abismo, um tremendo buraco que se abriu entre nós e Deus, buraco que podemos denominar literalmente de “garganta do diabo”.

Para reparar isto, se fôssemos calcular em termos materiais, os gastos seriam assemelhados aos que se teria se tentássemos tapar com terra a queda de Iguaçu, Estado do Paraná, Brasil, e nivelarmos a garganta do rio, dali até o desaguar-se no rio Paraná, para somente no local da confluência refazermos aquela tremenda cachoeira.   Estaríamos almejando então o extremo dispêndio de recursos humanos e materiais, unindo uma utopia com o inviável, humanamente falando.   Isso seria algo que somente Deus, com Seu imenso e infinito poder de Criador que Ele é, teria condições de fazê-lo com sucesso, a tempo de poder beneficiar a todo cidadão.

Como que começando essa obra gigantesca, de comunicação entre Deus e nós, Ele construiu uma ponte temporária, em caráter precário, quando ordenou que homens vestidos à caráter como sacerdotes, liderassem um povo para sair da reclusão a que o pecado os sujeitou, e fossem, pisando com cuidado aqui e ali, num caminho ainda submerso em águas, tal e qual sob um pântano, sobre algumas pedras que facultassem o acesso à presença e à santidade de Deus.

Essas pedras de apoio para os pés serviam de caminho, na época em que o livro de Levítico foi escrito, mas estas mesmo demonstravam que havia a necessidade de uma grande rocha ser-lhes sobreposta, devido à dificuldade em achar-se onde se pisar com segurança, em uma superfície alagada.  

A rocha é Cristo, e as pedras submersas eram os sacrifícios de animais e aves que seriam adicionados na intercessão dos sacerdotes do Antigo Testamento.

Desse modo, vemos a importância do sacerdócio levítico – eles foram os substitutivos levíticos do sacerdócio de Jesus, o qual  é da ordem de Melquisedeque (Hebreus, cap. 7), eterno.

Jesus é o sacerdote e, ao mesmo tempo, a Rocha que tampa totalmente a “garganta do diabo”, de modo que foi Ele mesmo quem encheu o abismo da separação com o madeiro da cruz, com cimento e com o Seu material de pavimentação.   Cada pecado meu e seu, e de toda a raça humana, Ele removeu como se fosse, cada um deles, uma pequena unidade de brita, cimentando-as todas com a junção destas com Seu sangue, produzindo uma mistura tal que, pôde assim tapar totalmente a grande e terrível brecha, e sobrepôs-lhe a Si mesmo, a Rocha Eterna e imensa, sobre toda a abertura do abismo; e para facilitar o nosso caminhar nEle, pavimentou a Rocha com o betume do Seu amor.

Os sacerdotes levitas, portanto, fizeram o importante papel de mostrar ao povo, ainda que de forma um tanto quanto misteriosa, o grande livramento de Deus em Cristo, para pecadores que se arrependem e voltam-se para Deus, dispostos a cumprir aquilo que lhes for exigido.

Nesta mensagem cheia de símbolos, os sacerdotes israelitas deviam apresentar-se de maneira estrita e especificamente preordenada por Deus.

Levítico, em seus capítulos 21 e 22, nos traz essas mensagens subliminares.

Levítico 21:1-4 nos fala que os sacerdotes não deviam contaminar-se pelo tocar no corpo de algum morto, à exceção dos parentes mais próximos:  pai, mãe, filhos, e irmãos chegados.

Os sacerdotes levitas eram, tal e qual o foi Jesus mais tarde, intercessores que conduziam o povo segundo os caminhos predeterminados por Deus.  Jesus é o sacerdote perfeito, muito embora os levitas nem tanto o foram, mesmo sendo conclamados a serem e andarem em perfeição, segundo os caminhos de Jeová.

Os mortos, segundo as tradições dos povos gentílicos, especialmente os egípcios, eram alvo de uma grande veneração por parte de seus parentes e amigos.   Tocar em seus corpos era-lhes um costume muito frequente entre eles.   Alguns mortos eram tidos por divinos, como era o caso de Faraós; e tocá-los era tido por um privilégio entre o vivos.

A morte, entretanto, é o resultado da maldição sobre nossa raça, tanto é que os corpos dos tais mortos, ainda que muito bem conservados, com o tempo se decompõem e se corrompem, de modo a trazerem contaminação física aos que os tocarem.

Como temos já visto, Deus é Deus de limpeza, clareza, pureza e separação de toda e qualquer imundície deste mundo – por isso os sacerdotes do Senhor deviam abster-se de tocar indiscriminadamente em mortos.

A dedicação dos sacerdotes exigida pelo Senhor era em muito alto nível, porque estes prefiguravam o papel de Jesus, nosso Sumo Sacerdote.   Jesus é perfeito.  O Senhor disse: – “Sede santos como Eu sou santo”, e Cristo disse: – “Sede vós pois perfeitos como é perfeito o vosso Pai que está no céu” (Mateus 5:48).

Nem o povo deveria, e muito menos os sacerdotes, apresentar-se a Deus sem uma dedicação muito especial.   Se nem as vítimas oferecidas no altar deviam ter qualquer defeito, tampouco os sacerdotes, que as apresentavam ali, deveriam portá-lo, espiritual e fisicamente.

Espiritualmente, porque jamais deveria suceder que algum sacerdote cortasse seus cabelos à moda dos povos estrangeiros, cujos costumes e religião eram idólatras.

Moralmente, porque conforme versículo 21:6, as mulheres dos sacerdotes não podiam ser prostitutas (fato comum entre os gentios), nem divorciadas, ou repudiadas por marido anteriormente, porque tudo o que devemos oferecer ao Senhor tem que ser o melhor.  O melhor seja para Ele (21:7).

No campo material, Israel deveria ser santo e perfeito também, pois é só assim que um povo deve mostrar-se perante o Deus do Universo.   Não deveria contaminar-se com contatos físicos que eram tidos por imundos.

Não deveriam ter defeitos físicos: cegos, coxos, mancos, nariz chato, pé quebrado, ou com alguma deformidade, mesmo sendo anões, ou de membros demasiadamente compridos, portadores de sarna, impigem, ou de testículo quebrado (conforme versos 18 a 21).

Por que tal exigência?  Jeová queria apenas homens sãos e perfeitos para trabalharem para Ele.   Seria isto uma rejeição aos menos favorecidos pela natureza?   Não seria este o caso, senão Jesus não teria curado tantos e tantos desses durante o Seu ministério.

O que ocorre é que um rei, normalmente, quando faz um alistamento, seleção e recrutamento de soldados e oficiais para seus exércitos, logo dispensa aos que têm algum problema que os impeça de bem haverem-se em qualquer emergência ou guerra.   Ora, se o rei pode fazer essa seleção em seu contingente militar, logo, irá deixar que os doentes e defeituosos que restarem desse processo sejam os que irão servir a Deus?   Logicamente isso seria um desdém, um menosprezo ao Senhor dos Exércitos, que no céu conta com uma milícia totalmente perfeita, e na terra Ele requer outra que bem represente os Seus no céu.   Ora, os sacerdotes eram figuras do Senhor Jesus, o Deus-Homem perfeito em tudo.

Não e não!  As primícias, os primeiros frutos da terra, já nos dizem algo a respeito.   Em primeiro lugar, em tudo, que o Senhor seja servido, louvado e adorado.   Que adoração seria essa, de dedicar-lhe as “sobras” da sociedade?    Ele merece o melhor, pois que nos tem dado o melhor para nós!   Deus nos deu o Seu próprio Filho – Jesus!

Sejam os sacerdotes, pois, homens sem defeitos físicos, morais, psíquicos e espirituais.  Hoje, contudo, na era da graça de Jesus, muitos desses defeituosos têm sido usado por Deus, na Sua santa misericórdia.

Devemos considerar também que na eternidade, na presença de Deus, não haverá servos coxos, cegos, ou defeituosos, pois todos serão transformados, e feitos completamente sãos!   Todos os nossos defeitos serão sanados, se não antes, nesta terra, então, com certeza, no céu.

Os sacerdotes levitas, contudo, eram homens que deviam apresentar um padrão de perfeição, pureza e santidade, para que neles o povo pudesse inspirar-se a amar e a louvar a Deus, e, por este motivo, eles deveriam ser os melhores representantes do céu o quanto possível.   Não poderiam deixar de ser pecadores, mas pecadores regenerados e restaurados por Deus.   O fato de terem sido escolhidos pelo Senhor para representá-Lo não os coloca em um alto patamar de uma casta, pois que não deixavam de ser homens como os demais – mas a escolha foi de Deus, e esta não se baseou em qualidades excepcionais de homens – basta ver que Samuel, filho de Elcana, não sendo filho de pai levita, Deus o fez sacerdote e profeta.   Assim vemos que as qualidades morais e espirituais são mais importantes do que as conformações físicas.

Tais homens teriam que levar uma vida totalmente diferente da dos demais, pois teriam que servir continuamente no altar e na entrada do Santuário.  Não poderiam contaminar-se por contato com cadáver, não poderiam retirar-se do pátio da Tenda durante o seu turno de trabalho, para não deixarem de assistir o seu ofício (verso 21:12).    Não poderiam casar-se com quem quisessem, mas somente com mulheres de perfil especial, do seu povo, só virgens; e não deveriam tampouco ter concubinas de outros povos (21:14-15).

Mesmo quando o sacerdote tivesse alguma enfermidade passageira, não deveria sequer oferecer o pão consagrado a Deus, mas deveria antes ser curado para então servir no sacerdócio.

Levítico, capítulo 22 – Aqui continuam as proibições aos sacerdotes, de um modo ainda mais rígido, pois os que porventura viessem a ser contaminados por contato com cadáveres, ou o leproso, ou aquele que tivesse algum sangramento, ou mesmo aqueles que tocassem em um réptil, ou ainda tivessem de alguma forma expelido do líquido seminal, sequer poderiam achegar-se para comer do pão sagrado.

Mais uma vez nota-se que Deus não aceita quaisquer tipo de impurezas.   Ilustraríamos esta questão com o fato de uma pessoa desejar oferecer a alguém um copo com água 99% pura, apenas acrescida de 1% de água suja, colhida de enxurrada.   Como classificaríamos essa água?   Seria água limpa, ou contaminada?   Assim não devemos oferecer a Deus nada contaminado, por mínimo que seja.

Em Levítico 22:17-32 vemos que alguns da casa de Israel desejavam oferecer a Jeová sacrifício pacífico, ou oferta de votos, voluntárias.    Também para isso aplicava-se a mesma regra que se aplicou para os sacerdotes.   Deus não aceita ofertas de animais defeituosos , isto é, viciadas.

Que a nossa devoção a Ele sempre queira apresentar-Lhe o melhor de nós, pois Ele é o melhor dos melhores.

 


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