RSS Feed

LEVÍTICO – XVIII – VOTO: UM PACTO COM DEUS

0

marzo 1, 2014 by Bortolato

100_0898

Esta prática foi amplamente usada para se fazer algum tipo de pedido a Deus, oferecendo-Lhe algo como uma oferta especial, como veículo que serve de testemunha e de acesso ao acordo.

Um fiel que passasse por alguma fase crítica em sua vida, ansiando por ver algum milagre redentor acontecer, ou alguma coisa que lhe pareça difícil, vislumbra pela fé uma saída, entendendo que a situação enseja a entrar em um pacto com Deus.   Trata-se, porém, de um acordo muito sério.   Deus não é Deus de confusão, e isto requer que, se a Ele promete-se algo, essa promessa precisa ser muito bem cumprida, pois caso contrário, a parte devedora do cumprimento ficará tida como um devedor inidôneo perante Deus, o que  comprometeria a fé, e os resultados disso, detalhe muito mais importante do que muitas coisas desta vida.

A maioria desses casos envolve entrega de algo a Deus, seja um bem, ou uma obra.   O que acontece às vezes é que pode haver certas condições que impeçam que os votos sejam honrados – neste caso, haveria a necessidade de haver um resgate.

O que vemos de real importância nessa questão é que, como disse Jesus, seja o nosso falar, “sim, sim”, e “não, não”.   A palavra falada e mantida é mais que um documento – esta é como que um atestado que revela o caráter de uma pessoa.   Uma palavra não sustentada é um certo tipo de Atestado de Inidoneidade.   Quando, porém, se assume tudo aquilo que se diz, a recíproca também é verdadeira, i.e., atesta a idoneidade da pessoa.

Quando se faz a pergunta: – “Quem é você?”, seja esta verbalmente expressa ou não, a resposta, em geral, só será dada de forma clara, com a convivência com a pessoa – convivência esta que irá mostrar qual é a essência de sua alma, revelando se o que a pessoa faz condiz com o que ela fala, se o seu lay-out pessoal, ou o seu folder de publicidade não mentiu.

Em I Samuel, capítulo primeiro, há o caso em que Ana, esposa de Elcana, faz um voto (I Sm.1:11), no caso, dando ao Senhor um filho, o seu primeiro filho varão, ao qual ela daria todo o tratamento dado a um nazireu de Deus.   Este foi um exemplo de um voto cumprido, de doação de uma pessoa ao Senhor (Levítoco 27:2).    Não houve necessidade de resgate, porque foi cumprido na íntegra, mas Ana ainda apresentou uma oferta de três bezerros, um efa de farinha (= medida de capacidade de 37 ou 40,5 litros), e um odre de vinho.

Em tempos idos, não havia necessidade de papel, nem de contratos assinados, nem de cartórios para os registrar.   Para dar-se crédito a uma palavra dada, bastava que o credor tomasse alguns fios da barba do devedor.   Isso, logicamente, só funciona quando se faz negócios com pessoas de palavra, isto é, pessoas cujo caráter se mostra transparente, de modo que a palavra dada  seja realmente aquilo que está no coração – isto se chama sinceridade.   A pessoa é aquilo que mostra ser com suas palavras.  Pois este é o tipo de corações que Deus procura.

Nada se esconde aos olhos de Deus, mas há pessoas que parecem ignorar isto.  A isto chamamos de falsidade, além de constituir-se em uma grande bobagem, um tremendo equívoco.

Pois Deus procura por pessoas que, quando dão um palavra, não voltam atrás, mesmo que em prejuízo próprio (Salmo 24:4).   Por este motivo, se alguém fizer um voto, que o cumpra, pois Deus não Se agrada de tolos (Eclesiastes 5:2-7).

A santificação de uma propriedade, de um campo, de parte de uma colheita, porém, não era algo de definitivo, pela Lei.   As propriedades rurais tinham um vínculo indissolúvel com seu dono original, e por isso tinham que ser restituídas por ocasião do ano jubileu – portanto, poderiam ser avaliadas pro rata tempori, ou seja, em razão do seu tempo útil, e poderiam ser resgatadas pelo seu preço avaliado, acrescido de sua quinta parte.

Um detalhe importante: coisas consagradas pela Lei não são resgatáveis.   Exemplo disso são os dízimos do campo, sementes e frutos (Lev. 27:30)   Por força da Lei, os dízimos já pertencem ao Senhor, por direito.   Resgatá-lo é como que querer-se tomá-lo de volta, depois de já o haver entregue a Deus.    Este é o tipo do negócio que não O agrada, e por isso, ficou estabelecido que, se alguém quisesse retomar para suas mãos as dízimas do campo, deveria então  tornar a entregá-las, em um lote diverso do consagrado inicialmente, acrescentadas do seu quinto.

O ser humano tem um coração enganoso, e muitas vezes nem sequer se dá conta disso.   Animais que abrissem a madre eram consagrados a Deus, por natureza, mas sempre houve quem almejasse fazer uma troca destes por um outro, a fim de ficar com o melhor.   Para que não houvesse dúvidas a respeito, de que Deus requer o nosso melhor, quando alguém apresentasse o segundo animal para fazer a troca, ficou estabelecido que ambos, tanto o primeiro como o segundo, seriam santificados; logo, não era permitida a troca, mas somente uma dupla consagração.

Em outras palavras, não se faz negociatas com o Senhor.  Infeliz aquele que deixa subir ao seu coração negócios sujos com Deus.   Ele não Se deixa envolver  em tramas e nem tampouco ser enganado.   O que o homem prometer, cumpra-o, sem mais delongas, e ponto final.   Passo seguinte, é desfrutar das bênçãos que Ele nos dá.

Algumas dessas leis, sob o ponto de vista da cultura ocidental moderna parecem ser um tanto inflexíveis.   As sentenças de morte aos blasfemos, por exemplo, podem chocar a alguém, quando este tal se mostrar unilateralmente fixado em um espírito de permissividade, isto é, não considerar que a Lei do Senhor, legada no Sinai, teve um determinado e específico papel a ser cumprido.

Um forte ponto em que nos firmamos é na seguinte questão: – Como seria recebida a Graça de Deus em Cristo, sem que antes fosse revelada a Lei?

Todos precisam entender o que é certo e o que é errado aos olhos de Deus, e a Lei serviu para isto.  Não somente isto, mas a Lei também serviu para demonstrar que preceitos morais não servem para erguer um proscrito, um transgressor ignóbil, um condenado, elevando-o a um estado de regeneração.    Isto não poderia ser demonstrado, senão com o tempo, e com a contínua observação dos casos que despontavam, para decepção e desilusão dos próprios homens, e ineficácia da Lei.

O amor de Deus estava se retendo no coração do Pai, de Jesus e do Espírito Santo, desejoso de derramá-lo sobre os transgressores da Sua lei, mas  havia mister que a Lei fosse mostrada para esclarecer a Israel, e, indiretamente, ao mundo todo, que Deus é Altíssimo, muitíssimo grande, Santíssimo, puríssimo, e poderoso mais que ninguém.   Ele sabe de tudo, antes mesmo que uma palavra venha às nossas bocas – e o homem corrompido pelo pecado precisa conscientizar-se disso antes de querer aproximar-se dEle, a fim de que possa tomar as devidas cautelas, a fim de não ser instantaneamente consumido, pois esse Deus é Fogo Consumidor.   Não fosse assim revelado, através da Lei, muitos mais iriam perecer na sua ignorância e precipitação.   A Lei ensina ao homem como não sofrer más consequências da ira de Deus. 

Truculento?  Não, à medida que vemos homens matando homens, mulheres, crianças, maltratando-os, mutilando-os, usando-os como se fossem objetos descartáveis, e depois, quando não mais lhes interessam, menosprezando-os como se fossem lixo.   Tinha que haver sanções, proibições e sentenças drásticas para se evitar que o pior acontecesse.

Ao chegar, então, a cruz que Jesus levou e ali morreu, o mais dramático castigo sobre os pecados trouxe a nós um “basta” para a força, dramaticidade e implacabilidade da Lei.

Deus, o Pai, e o Espírito Santo, olharam para Jesus morrendo de uma forma tão terrível e cruel, dolorosa, difícil de suportar, e, como que dizendo que a Lei já foi totalmente  cumprida, e seus castigos foram satisfeitos, o Pai até deu-Lhe as costas, para não ver aquela cena fatal.   Deus disse, então, “basta” para tantos castigos.   Já era além do suficiente.

Era então chegada a hora de instaurar a Era da Graça, a qual também denominamos de “a Era da Igreja”.

Chegado então foi o momento em que o amor de Deus abriria os portões do céu para a entrada de muitos que jaziam nas trevas.  Agora, não só para Israel, mas para o mundo todo, Deus é o Deus de todos os povos, cheio de amor, perdão e graça para conceder a todos quantos bem receberem ao Seu Filho Jesus.

Começado o novo período, uma nova dispensação, daí para a frente, novos problemas surgem.  O Novo Concerto, ou Novo Pacto só funciona com quem resolver crer em Jesus, nascer de novo e segui-Lo.

Jesus disse ser igual ao Pai, que é cheio de amor, e cremos que realmente o seja.   E onde foi parar o Deus implacável, justiceiro, terrível de grande, poderosíssimo em obras de deixar o mundo boquiaberto?   Ele acaso mudou?    Não, não mudou.   Ele continua o mesmo.  E Ele não viu o que aconteceu nas Cruzadas, nas duas Grandes Guerras, no Holocausto de judeus, nas Tsunamis, ou toda a criminalidade?   É claro que Ele viu, e mais coisas ruins ainda, mas agora vivemos em um tempo em que Ele Se retrai, conforme a atitude dos corações dos homens ousa avançar sem Ele, pois estamos na Era da Graça.   Um detalhe importante, porém, é que embora Se retraia, Ele continua não cedendo, e a Sua Lei é santa.   O certo é certo, e o errado é errado, ainda que queiram enfeitar o diabo, e tentar dar nomes bonitos ao pecado.

O evangelho é de boa nova, boa vontade de Deus para com os homens, ainda que estes não o compreendam, e está valendo muito o livre arbítrio.  Sim, por causa dessa livre vontade do homem, Jesus nunca levantou Sua mão para ferir a quem quer que seja.   Ele mesmo nunca agarrou ninguém à força para segui-Lo, mas apenas os chamou.  

Pode parecer absurdo isso, mas enquanto durar essa Era da Graça, Ele apenas estará nos chamando parar segui-Lo.   Foi assim com Nicodemos, com o jovem rico, e com todos os Seus discípulos.   Ele até  sabia o que Judas iria fazer, traindo-O, mas não o impediu – e a todo instante estamos diante de circunstâncias que nos dizem que chegou a hora de decidirmos – segui-Lo ou não – e Ele não o decidirá em nosso lugar.   Temos essa liberdade, mas queira Deus que tenhamos também sabedoria e a força do Espírito Santo para decidi-Lo de forma a agradar a Deus.

Um dia essa Era vai terminar…  Se não terminar quando ainda estivermos vivos, então a morte fará encerrar nossas oportunidades de decidirmos qual caminho tomaremos.   Então será aguardarmos o dia do final dos tempos.  Então tudo será pesado, tudo julgado, até cada palavra da nossa boca, e até nossos pensamentos.

Por este motivo, devemos pensar bem e tomarmos a melhor atitude hoje, pois que Nova era virá, com o Seu reino,de Jesus, e Ele dominará de mar a mar, e regerá esta Terra com uma “vara de ferro”.

Concluímos dizendo que a Lei de Deus foi dada no Sinai, e a graça em Jesus, mas tudo tem o seu devido tempo – e o mesmo Deus do Sinai é o de Jerusalém, do passado, e do Trono Branco, do futuro até o fim; que aproveitemos enquanto Ele nos ouve do Seu Trono de Graça, pois esta é a nossa maior oportunidade – e sejamos felizes eternamente.


0 comments

Sorry, comments are closed.

Asesorado por:
Asesoramiento Web

Comentarios recientes

    Archivos