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NÚMEROS – IX – ATENÇÃO ÀS PISTAS DE DEUS!

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mayo 2, 2014 by Bortolato

Josué e Calebe

Às vezes Deus nos mostra um caminho a seguir, com poucas palavras, não revelando, contudo, as bênçãos  que estão por detrás das Suas ordens, e os perigos que nos esperam se resolvermos tomar uma outra senda, ainda que esta última nos pareça ser a mais conveniente, ou menos prejudicial, aos nossos olhos.

Algumas vezes, as pistas de Deus estão bem patentes aos nossos olhos; e em outras, estas se esboçam, ou falam num suave tom, em uma linguagem um pouco diferente da que costumamos ouvir; mas uma vez lançadas a nós, será uma excelente coisa, se logo nos valermos dela para tomarmos o rumo indicado, pois será o rumo da vontade do Senhor.

Sigamos as Suas pistas; elas logo revelarão uma doce realidade e surpresas muito agradáveis que Ele preparou para cada um de Seus seguidores fiéis.   A isto denominamos obedecer a Ele.   Assim fazendo, logo estaremos conquistando a nossa terra das promessas de Deus, e gozando de uma vida privilegiada, que somente Ele pode disponibilizar.

Por outro lado, deixar de seguir Suas pistas, isto é desobediência.

A desobediência pode assumir várias facetas:  às vezes sutilmente, às vezes batendo de frente, de maneira grosseira, ou até mesmo violenta, peitando Àquele que detém a máxima sabedoria, conhecimento, amor e poder.

Existem perigos muito disfarçados, camuflados por uma capa que esconde um depósito de gasolina, por trás da desobediência.   Trilhar o este caminho, significa acender um estopim que, uma  vez aceso, pode demorar pouco tempo, até que este alcance um depósito do combustível altamente inflamável, e provoque uma explosão e um incêndio, sempre causando danos a quem quer que esteja nas proximidades.

Em Números 14:1-10 vemos a desobediência, motivada pela falta de fé, então levada a um extremo danoso.    Este trecho da Palavra de Deus exige que prestemos atenção, muita atenção ao que diz.   O Espírito de Deus trabalha em nós, revelando sinais, prodígios e maravilhas.   O povo de Israel os tinha visto em abundância – as dez pragas do Egito, a abertura do mar Vermelho, o maná que vinha do céu, a água que saltou da rocha, a provisão de carne de codornizes, tudo foi feito para que Israel cresse em Javé, o Senhor, foram pistas deixadas no caminho, que apontavam para Ele, Deus.   Tudo isso para que o povo viesse a abrir os seus corações, cresse em Deus, e estivesse atento para as próximas bênçãos que Ele ainda viria a lhes colocar ao seus alcances.   Era para que a todos eles ficassem na expectativa, como que a perguntarem a si mesmos: – “Qual será a nossa próxima dificuldade?  Qual será o próximo desafio que Ele, Javé, vai permitir ser colocado à nossa frente para nos mostrar como Ele é grande, e está do nosso lado, e nos ajudará tremendamente a vencê-los, mostrar Sua glória e nos dar livramentos e vitórias?”   Fiéis, é isto o que Deus espera de nós.

Lastimavelmente não foi este o espírito que pousou sobre o povo de Israel naquela ocasião.

Um negativismo terrível começou a percorrer as tendas daquele acampamento, ao ouvirem o relatório derrotista dos dez espias, os quais demonstraram que não tinham a fé esperada.

Começaram a chorar, e a desejar morrer no Egito, ou no deserto.  Ora, vejam só!  Desejaram morrer!  Literalmente, pediram para morrer!   E de repente, alguém teve uma ideia que julgou ser muito boa:  achou que se voltassem para o Egito, não iriam mais morrer, como estavam deduzindo daquele quadro, ali, às portas da Terra Prometida.   Começaram a sugerir que fosse levantado algum líder, um capitão, que os conduzisse… de volta para o país da escravidão, para tornarem a ser escravos!

Imaginem como não se sentiu Moisés e Aarão.  Estes dois caíram no chão, com seus rostos em terra.   Buscaram a Deus, humilhando-se ao máximo diante do Altíssimo e de todo o povo, naquele momento cruciante.

Josué e Calebe, inconformados com aquela rejeição à oferta de Deus, rasgaram os seus vestidos, e, num gesto de tentativa que mesclava os limiares do desespero com um último esforço de salvarem a situação, desenvolveram um enfático discurso, mostrando a todos que a terra era (e é até hoje) muito boa, e que, se o povo não fosse rebelde, e como o Senhor já Se agradara deles, então lhes era dado possuir Canaã.    As pistas de Deus estavam dadas, era como ter a faca e o queijo nas mãos.   A fertilidade da terra, os frutos, tudo de acordo com as promessas do Altíssimo, o poder que Ele já tinha sobejamente mostrado a todos, a ordem que receberam através de Moisés de lá adentrarem, tudo aquilo indicava que era chegada a hora de partirem para a luta, e prosperarem.   Não haveria perigo de serem derrotados pelos inimigos.   Era só questão de obedecerem.

Durante esta fala, Josué e Calebe quiseram dissuadi-los, a fim de que o povo não temesse aos moradores da terra – porque deles lhes foi retirado o amparo.

Afinal, a quem pertencia e pertence a Terra?   Quem é o seu verdadeiro dono?   Quem a criou?  Ao seu Criador, com toda certeza, ela pertence.   Ele é o seu legítimo proprietário.   Os homens são simples arrendatários que, na maioria das vezes, não pagam os devidos tributos a Quem de direito.

Os moradores de Canaã de então ainda faziam mais para afrontar a Deus: pagavam o tributo que era devido a Deus, aos deuses estranhos, ainda usando, para tanto, das riquezas que o Senhor lhes dera – entregando até mesmo aos seus próprios filhos em sacrifício, em altares sangrentos.

O Senhor Deus Jeová, cansado de ser ultrajado, malquisto e mal compreendido pelos homens, estava querendo destronar tais falsos deuses, e expulsar da Sua terra aqueles inquilinos inconvenientes.   O Deus dos paradoxos e dos impossíveis estava desejoso de dar uma lição ao mundo:  usar um povo recém liberto da escravatura, que não era nem um pouco composto de qualquer raça tradicionalmente guerreira, que eram apenas fugitivos que milagrosamente escaparam vivos, com bastante ouro, das garras do Faraó, o rei de um dos maiores impérios do mundo, em sua época – e usar a esse povo despreparado para, imbuídos de uma fé excitante, corajosa, cheia do Espírito, invadir a terra, guerrear, “engolir” gigantes e exércitos mais preparados e poderosos do que eles, e mostrar Quem é esse Deus.   O Deus que ignora aos grandes, mas dá graça e favor aos Seus pequenos.

Para sua infelicidade, Israel não entendeu isto.   Antes, via somente a desgraça delineando-se, quando olhava para a terra de Canaã.

Ao ouvirem a prédica de Josué e Calebe, começaram, dentre o povo, a gritar:  – “Apedrejai-os, apedrejai-os!”  Que delicadíssima situação!   Alguns do povo já estavam olhando para o chão, em busca de pedras para executarem sumariamente àqueles quatro servos de Deus.   O povo que antes pedia para morrer, agora estava querendo matar aos seus irmãos benfeitores.   Era uma cena muito estranha, de inspiração diabólica, prestes a ser precipitada ali.

Naquele mesmo instante, quebrando todo aquele clima de tensão e de conflito, bem ali ao lado de onde eles estavam todos reunidos, surge de sobre a Tenda da Aliança com Deus, um resplendor da glória do Senhor, invadindo-lhes o local rapidamente, difundindo-lhes o terror do Todo-Poderoso Jeová.   Tudo ficou muito iluminado, ao derredor, devido a um clarão ofuscante de luz.   Como foi isto?   O termo usado para insinuar tal forma de aparição, em hebraico kabhodh, significa “honra”,  “resplendor”, “majestade”, “riqueza” de tal monta, que este termo é mais apropriado para definir a glória de Deus Javé, mais do que para tentar traduzir a glória de qualquer rei da terra.

Recapitulando comentários passados, lembramos que a coluna de nuvem já repousava sobre o Tabernáculo, fazendo aguardar o povo pelo momento da próxima partida, desta vez de Cades, onde estavam.   Algo diferente então aconteceu, chamando a atenção de todos.   Um brilho, muito acentuado, quase que cegando a visão dos presentes, cujo foco partia da Tenda do Concerto, fez com que todos ficassem paralisados de temor.  Era Ele, marcando a Sua presença naquele momento oportuno em que não fora convidado.   Ele é presente em todos os quatro quadrantes da Terra.   Como não saberia o que estava ocorrendo?   Quanto mais ali, lugar onde consentiu em habitar com aquele povo…

Os israelitas que pensavam em pegar pedras, repentinamente mudaram de ânimo.   Os que já haviam-se apressado para apanhá-las, deixaram-nas caírem ao chão, como que querendo disfarçar, e desvencilhar-se de um objeto incriminador.    O clima do ambiente transformou-se totalmente, de um momento para o outro.   Os que pretendiam assassinar a Moisés, Aarão, Josué e Calebe, viram-se então não mais como pretensos apedrejadores, mas como pessoas potencialmente sentenciadas à morte.

Moisés, ainda com o seu rosto em terra, começa a ouvir a voz de Jeová.   O Senhor estava muito irado, àquelas alturas dos acontecimentos.    Foi preciso a Sua intervenção  para salvar a vida daqueles que Lhe agradaram, paralisando de medo os pés e as mãos dos que estavam prestes a se tornar assassinos.   Os israelitas não iriam apenas assassinar aos quatro servos de Deus, mas também matar a fé, e a esperança por um amanhã radiante de todo um povo, e destruir todo um relacionamento de confiança mútua, cultivado entre eles e Javé.

O Senhor diz, então, a Moisés, que está a ponto de matar a todos aqueles seus irmãos, todo o restante do povo hostil, para fazer de Seu servo fiel um povo maior e mais forte do que aquele Israel, que Lhe parecia, então, nada mais que uma “pedra em seu sapato”, um estorvo incômodo e nojento nos Seus caminhos.   E Ele detinha em Suas mãos poder para dizimá-los com um só golpe de Seu dedo das mãos.   Esta já, pois, se tornara em uma outra situação delicadíssima, fazendo o fiel da balança agora propender para o lado contrário ao que estava antes propendendo.

Moisés então intercede mais uma vez, apelando para a preservação do bom nome de Jeová.   Pede mais uma vez que os perdoe, e, num gesto mui longânimo, e cheio de misericórdia, Deus permite que Moisés O faça mudar de ideia.

O momento foi propício para que fossem ensinadas algumas coisas, com este ocorrido.  O perdão ao povo foi concedido, muito embora este não o merecesse.   Assim, vemos que o perdão do Senhor pode alcançar a pessoas que não reúnam o mínimo mérito, mediante a intercessão de um Seu profeta.

Como a paciência de Deus esticou-se até o limite máximo, Ele diz então, para que todos os que duvidaram dEle fiquem sabendo que, tão certo como Ele vive, e que a glória dEle encherá toda a terra… (esta profecia mostra que Deus, um dia, num futuro mais distante, ainda à nossa frente, fará com que TODA a Terra receba uma porção da Sua glória.   Esta é uma promessa escatológica, para o tempo do fim.   Quer os homens creiam ou não, Ele o fará, e não é para se duvidar de tal afirmativa, pois Ele o quer assim, e o fará)…

Números 14:22-23“… todos os homens que viram a minha glória e os meus sinais que fiz no Egito, e no deserto, e me tentaram estas dez vezes, e não obedeceram à minha voz, não verão a terra que a seus pais jurei, e até nenhum deles que Me provocaram a verá”

Dez vezes foi Deus tentado pelo povo que saiu do Egito.  Quando?  Vamos procurar e encontrar os seguintes acontecimentos:

  1. Quando estavam à praia do Mar Vermelho, e o exército do Faraó veio com intenções de aniquilar ao povo de Israel (Êxodo 14:10-12).
  2. Em Mara, ao encontrarem água amargosas (Êxodo 15:22-24).
  3. Quando tiveram fome, no deserto do Sinai (Êxodo 16:1-3).
  4. No deserto de Sim, quando armazenaram o maná para o dia seguinte, querendo proverem-se, e o Senhor disse-lhes que não fizessem assim. Até Moisés se indignou contra eles (Êxodo 16:19-20).
  5. Ainda no deserto de Sim, ignoraram o aviso de Deus quanto a não colherem do maná no sétimo dia, no Shabbat (Êxodo 16:27-30).
  6. Em Refidim, murmuraram porque diziam que lhes faltava água, e esta saiu da rocha (Êxodo 17:1-4).
  7. Pelo episódio do bezerro de ouro (Êxodo 32:1-35).
  8. Em Taberá, conforme Números 11:1-3, quando houve pura murmuração.
  9. Em Quibrote Hataavá, por causa da gula por carne   (Números 11:4-34).
  10. Em Cades, no infeliz incidente que ora abordamos e comentamos (Números 14), que resultou na peregrinação pelo deserto por quarenta anos.

Por todos estes motivos, e não por um ou dois deles apenas, os israelitas não veriam a Terra, com exceção dos menores de até vinte anos de idade, acrescidos de Josué e Calebe.

É talvez até lamentável que nem Moisés e nem Aarão puderam participar da bênção de verem a Terra conquistada.   Moisés, por causa de sua fraqueza diante de Massá, quando Deus fez sair água da rocha;  e Aarão, certamente porque ele foi feito líder daquele movimento que levou o povo a fabricarem e adorarem ao bezerro de ouro.    Isto significa que dos Seus maiores exponenciais humanos nesta terra, o Senhor exige maior rigor do que do restante do Seu povo.

Naquele preciso instante, então, em que a glória do Senhor lhes apareceu em Cades, os dez homens que espionaram a terra, menosprezaram as pistas que Deus lhes oferecera, e acionaram o estopim da desobediência e da murmuração, inflamando a todo o povo com rebeldia, morreram de uma praga, ali mesmo, na presença de Deus (Números 14:37).

Fazendo o espírito da rebelião chegar ao cúmulo do extremo, os israelitas, mesmo ouvindo da boca de Moisés o que o Senhor disse sobre darem meia volta e partirem novamente para peregrinarem outra vez pelo deserto, pelo caminho do Mar Vermelho, ainda assim foram alguns até ao monte onde habitavam os amalequitas e os cananeus para guerrearem, mas voltaram dali até Hormá derrotados e feridos.

A promessa de Deus, porém, ficou ainda de pé  quanto a Josué, Calebe e os menores de vinte anos do povo.   Na ira, o Senhor ainda outorgou-lhes a misericórdia, pois Suas promessas não são vazias e os que esperam nEle em Sua graça não ficam confundidos.

Observemos bem as pistas que Deus nos coloca à nossa frente.   Podem parecer algum grande desafio, ou uma luta, uma prova para por esta passarmos, mas sigamos o caminho de Suas pistas.   As lutas passarão, e logo veremos a nossa Terra Prometida.   Ele não nos desamparará, pois que é fiel.    Ele nos susterá, dará forças, e haveremos de encontrar as nossas vitórias, e então as gozaremos eternamente.


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