Quem inventou o perdão?
Comentarios desactivados en Quem inventou o perdão?enero 16, 2013 by Bortolato
Quem foi o grande personagem da história que concebeu a ideia do perdão pela primeira vez? Vasculhar a história universal toda, até acharmos o primeiro indício de perdão, seria uma tarefa um tando trabalhosa, mas enfim, temos o registro do apóstolo Mateus, que cita uma pergunta do então discípulo de Jesus, Simão Pedro:
-«Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: – Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete».
Jesus é Deus Filho. Deus que Se encarnou um dia neste mundo. Nunca mudou de posicionamento. Sempre foi firme em seus princípios, sua moral, e suas palavras. Mas Deus é eterno, e assim, como se pode perceber este princípío do perdão desde o princípio da Criação?
Vejo Deus perdoando a Adão e a Eva, quando estes são expulsos do Jardim do Éden. Não poderia haver quebra de um outro princípio que diz que «aquilo que o homem ceifar, isto ele ceifará!» O salário do pecado é a morte, e isto não foi quebrantado. Mas vejamos bem que o casal do Éden não morreu imediatamente. Eles tiveram tempo para pensar no que fizeram, no princípio que quebraram, na infidelidade que cometeram para com Deus, na desonestidade deles ao tentar se esconderem, e em desejarem ser solidários com o pecado cometido, tentando encobri-lo. Eles tiveram de sair do Jardim de Deus, mas tiveram uma longa vida depois disso, nesta terra, para poderem ter tempo de meditar nas palavras de Deus que prazeirosamente ouviram por bom tempo. E que bons tempos eram aqueles, os da inocência plena! Pois foi a misericórdia de Deus que lhes permitiu viver ainda por longos anos, até que um dia pudessem ter suas almas colhidas para a eternidade… com Deus! Certamente, houve uma magnífica ocasião para haver perdão para o casal.
O princípio do pecado, porém, parece ser um mal hereditário, e o primeiro filho do casal assassinou o segundo. Caim matou Abel de uma forma terrível, covarde, satânica, sem misericórdia, sem compaixão, sem amor algum em seu coração. E Caim, foi também perdoado?
Também para Caim houve uma longa oportunidade de arrepender-se. Ele, de repente, percebeu que poderia ser morto por alguém, tal e qual ele o fizera a seu irmão mais novo. Não vem ao caso quem seria o vingador, anjo ou homem. O fato é que ele percebeu que fizera um tremendo erro, ao matar seu irmão. Um pecado tão grande, que logo chegou à conclusão de que sua maldade era «maior do que a que possa ser perdoada» (Gênesis 4:13).
Deus lhe deu uma sina, como sentença: viver como fugitivo pelo resto de seus dias, vagueando pela terra.
Caim retrucou a Deus: – «Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei, e serei fugitivo e vagabundo na terra, e será que qualquer que me achar, me matará» (4:14).
O trecho bíblico nos mostra que então Deus proferiu uma outra sentença: quem matasse a Caim, sete vezes seria castigado.
«E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que o não ferisse quem o achasse.»
Este foi um sinal da misericórdia de Deus para com a vida de Caim. Embora tivesse feito um ato horrível, tenebroso, um marcante erro que macularia o resto da história da humanidade, um mau exemplo que alguns ainda o cometeriam, mas ainda assim Deus lhe deu a chance de viver seus dias até o fim, sem que fosse vingado o sangue de Abel. Alguns há que digam que foi mais uma punição de Deus sobre o primeiro assassino da história, mas o contexto nos diz que foi um meio de fazer com que ele chegasse a viver toda a sua vida para se arrepender. E o arrependimento atrai a misericórdia de Deus.
Às vezes, questões como herança, preferências dos pais, maior quantidade de amor dedicado a um filho do que a outro, trazem ciúmes e inveja, de todos os tipos e em todos os níveis, ao ponto de irmãos chegarem a odiar a outros. Ficamos algumas vezes estarrecidos com a extensão do ódio entre familiares, pois os noticiários relatam casos de crimes hediondos cometidos entre pessoas do mesmo sangue.
O ódio entre os descendentes de Isaque e os de Ismael nos dias de hoje é uma mancha de sangue que clama da terra até os céus, e nos deixa aturdidos. Como pode? Não cabe dentro de nosso entendimento como ambas as raças, filhos de Abraão, podem odiar tanto. Enquanto um lado amarga suas perdas, e fica arquitetando planos de vingança contra o outro, nunca haverá paz no Oriente Médio. A solução? Há somente duas: ou o perdão, ou o final apocalíptico de toda a Terra.
Recebi uma certa história através de email, e portanto não sei se o caso se tratou de um fato da vida real ou não, mas de qualquer forma, ilustra muito bem o que queremos enfocar, pois o princípio visualizado é verdadeiro. Assim estava escrito:
…havia dois irmãos que viviam em sítios vizinhos, mas não se comunicavam. Um dizia que não tolerava ao outro. Na verdade, eles tinham mesmo era ódio que nutriam um pelo outro.
Eram irmãos de um mesmo sangue, e tinham sido educados juntos, em família. Moravam próximos, isto é, em sítios vizinhos.
Havia um pequeno ribeiro que separava os dois sítios.
Um dia, um deles chamou um carpinteiro. Buscou referências, e diziam-lhe aquele era um dos melhores profissionais que se conhecia naquela área, homem muito habilidoso e capacitado para o trabalho.
Aquele irmão que o chamou, conversou seriamente com o carpinteiro, e disse-lhe que queria que ele, como hábil profissional, construísse uma cerca bem fechada, beirando o ribeiro, de modo que ficasse alta ao ponto de tampar a sua visão do terreno, e da casa de quem morava ali, ao seu lado, pois não queria sequer ver mais o rosto de seu irmão.
Seu coração estava em guerra, e o muro, assim pensava ele, iria evitar maiores aborrecimentos. Acertou o preço do serviço, ofereceu o material para a execução de seu projeto «Muralha da China», e incumbiu o carpinteiro de tudo o mais.
Por uma certa atividade que aquele irmão exercia, teve que deixar o sítio nas mãos do referido marceneiro, e se ausentou por certo tempo.
Quando voltou, o carpinteiro já havia terminado o trabalho, e tudo já estava pronto, mas não foi como o contratado.
Aquele marceneiro, em vez de construir um muro de separação, construiu uma ponte, que ligava os dois sítios.
O dono do sítio, que o contratou, ficou furioso e lhe disse:
-«Eu lhe havia pedido para construir uma enorme cerca fechada, como um muro para me separar de meu irmão, e agora, que voltei da minha saída, o que vejo? Em vez de um muro, eu vejo uma ponte!»…
Praguejando, o homem foi até a ponte para ver o que foi feito, o serviço executado, quando se deparou com o seu irmão vindo, de braços abertos, do outro lado, e falando:
-«Você fez uma ponte, não é? Meu mano, que feliz ideia!»
Correu para o irmão e o abraçou. Choraram. Houve alegria. Houve perdão.
Voltando-se para o carpinteiro, este já estava de saída. Não quis receber paga pelo seu serviço, mas só disse que:
-«Tenho que andar depressa, tenho mais pontes para construir, por aí.»
Quando Jesus disse setenta vezes sete, não estava limitando o número de perdões que se deve exercer na vida para uma determinada pessoa. Como sete é o número da plenitude, do completo, e Jesus estava querendo dizer que devemos perdoar infinitas vezes, quantas forem necessárias e oportunas.
A matemática de Deus é diferente da nossa. Setenta vezes sete, em nossos cálculos, resultariam em 490 (quatrocentos e noventa), mas na matemática divina o resultado tende ao infinito. Assim como Ele é bondoso para nos perdoar de todos os nossos pecados, assim também devemos ser.
O perdão é ideia de Deus, bem como o Seu maior executor. Ele tem coração perdoador, desde a eternidade. E todos os Seus filhos também devem imitá-Lo. Como poderemos dizer que somos filhos do Pai Celeste, que faz com que o sol nasça sobre os maus e os bons, e a chuva desça sobre justos e injustos (Mateus 5:45), se não formos perdoadores, tal e qual Ele o é?
O fato é que o perdão faz mais bem do que a vingança. Quer ser feliz por um momento? Então vingue-se, para se sentir melhor – mas isto não será por muito tempo. Quer ser feliz eternamente? Então perdoe, pois o perdão pertence ao Eterno, e, conforme disse o mesmo Senhor Jesus, o Cristo de Deus:
-«Bem aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra» (Mateus 5:5).
-«Bem aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia».(Mt.5:7)
-«Bem aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus». (Mateus 5:9)
Tenham todos uma excelente viagem com Jesus; em breve seremos removidos desta terra, e se formos seus seguidores fiéis, alcançaremos misericórdia e Seu perdão, herdaremos esta terra, e seremos chamados filhos de Deus. Breve nos veremos lá!
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