Salmo 104

Bendito seja o Criador de todo o ecossistema, ao qual compôs, gerou e abençoou.

Tudo parece ter o seu lugar e a sua função, de forma que Ele providenciou para que todos pudessem viver bem nesta Terra.

O autor do Salmo 104 inicia esta peça da literatura sacra magnficando a Yaweh, o Senhor Deus de Seu povo, ressaltando a Sua glória e majestade.

Essa glória é refletida pela luz que emana do Seu Trono do Céu, e também através da Criação, que com diversos nuances nos mostram parte – apenas uma pequena parte – da grandeza divina, o que para nós já é uma inestimável porção que nos encanta, e nos deixa admirados pela beleza, e pela inteligente maneira de fazer com que tudo seja encaixado sutilmente dentro de uma série de coisas que vão-se ajustando e sendo colocadas, umas junto a outras, como se fossem tijolos que levantam uma tremenda construção.

Um desses pequeninos detalhes é a cadeia de recursos alimentares, dentro de um plano universal que abange tudo quanto podemos conhecer da Criação de Deus.

Assim a Terra está inserida dentro de um contexto astronômico que por si só já proclama a glória de Deus. Quem pode em uma noite dessas apreciar a grandeza do firmamento estrelado, fazendo isto longe das luzes da civilização, certamente ficará pasmado, se não extasiado, diante de tamanho espetáculo, repleto de pontos de luzes que se estendem pelo espaço sideral, como se fossem um exército, tão ou mais numeroso do que o pó da terra.

Este é o nosso Universo físico, que ainda não expõe aos nossos olhos o mundo espiritual, onde moram anjos poderosos, que servem a Deus em Sua maravilhosa e misteriosa morada.

“Fazes aos Teus anjos ventos e a Teus ministros, labaredas de fogo.” (Salmo 104:4)

O salmista ressalta a firmeza das estruturas terrestres: abismos e montanhas que contrastam veementemente entre profundezas e alturas, sendo que os mares cobrem, como que com uma vestimenta, muitas montanhas que jazem mergulhadas debaixo de toneladas de água que nunca foram esgotadas.

Nos versos 6 a 9 lemos algo que nos faz lembrar do Dilúvio Universal que houve nos dias de Noé.

“… as águas ficaram acima das montanhas…”

“à Tua repreensão fugiram, à voz do trovão bateram em retirada.”

“Elevaram-se os montes” é expressão que nos dá a entender que assim que cessaram as águas do céu, surpreendentemente os montes começaram a reaparecer.

Então as águas começaram a retrair-se e, deixando os montes, “desceram até o lugar que lhes havia sido preparado”.

Daí em diante as águas ficaram dentro dos limites estabelecidos pela mão de Deus e os lagos, fontes e rios ficaram para dar de beber a todos os animais do campo. (verso 11)

Regadas pelas chuvas, então as árvores crescem e aparecem com seus ramos verdes, onde as aves do céu pousam e ali entoam seus cantos. ( v.12)

Para que não esquecêssemos de que tudo isso foi e é controlado pela mão mais poderosa que há, o salmista enfatiza:

“Do alto da Tua morada regas os montes; a terra farta-se do fruto de Tuas obras”. (verso 13)

Após o Dilúvio, a Terra começou a fazer fluir o curso natural que as chuvas, com suas nuvens que se ajuntam aqui e ali, deixando o céu aberto para a luz do Sol voltar a brilhar neste mundo, e as coisas atinentes à vida neste planeta recomeçassem a oferecer condições favoráveis às raças que aqui continuassem a multiplicar-se.

Aves e animais recomeçaram a viver em um meio ambiente propício à sua sobrevivência, e a tomar os espaços que lhes propiciaram a obedecer a uma rotina diária que melhor lhes convinha.

Quanto aos homens, estes também passaram a usufruir das bênçãos provenientes da terra: o sangue da uva, o azeite, o pão e tudo o mais que lhes serviu e serve de alimento.

Vale, porém, frisar que sempre que achou necessário, Deus providenciou o alimento de forma excepcional para o homem, pois não? Se não, vejamos:

• O maná caiu do céu para que os israelitas, no deserto, pudessem apenas colhê-lo pelas manhãs, sem que o tivessem que trabalhar para produzi-lo. A condição para recebê-lo continuamente era permanecer ali, cultivando a fé e a adoração a Deus, que lhes enviou tal bênção para o seu sustento. (Êxodo 16:1-10)

• Elias foi sustentado por corvos, junto ao ribeiro de Querite (I Reis 17:1-6)

• Elias comeu o pão que os anjos lhe ofereceram (I Reis 19:4-6)

• Eliseu aumentou o azeite da viúva (II Reis 4:1-7)

• Vinte pães satisfizeram a cem homens (II Reis 4: 42-44)

• Jesus multiplicou pães e peixes para alimentar de quatro a cinco mil homens (Mateus 14:21 e 15:32 a 38)

• Este que escreve também tem um relato a informar. No ano 1982, dentro de uma Casa de Recuperação para viciados em drogas, o Senhor fez com que, em uma compra de pães em número insuficiente para os presentes se alimentarem, no momento de pô-los sobre a mesa não faltou e nem sobrou para ninguém, e assim todos puderam ingerir sua refeição, cada qual com sua porção de pão. Deus cuida de cada um de nós.

A providência divina concede aos filhos de Deus o pão de cada dia, continuamente – apenas cabendo a nós o trabalho de sair de nossas casas para ir buscá-lo, e recolhê-lo. Esta é a nossa parte, dentro do sistema que Deus estabeleceu para o nosso sustento.

Hoje ainda nos resta suar ao buscarmos pelo pão nosso de cada dia, pois assim ficou determinado desde a queda no Jardim do Eden, mas isso há de ser suavizado à medida que o Reino de Deus se manifestar na Sua plenitude, de modo que haveremos de colher safras abundantes e benditas, sem tristezas e sem esforço escravo.

Deus dá a comida tanto para as aves e animais, como para todas as espécies da fauna marítma e fluvial, tanto para baleias, como para pequenos lambaris, que se alimentam, crescem, multiplicam-se e assim vivem seus dias rotineiramente.

Em Lucas 12:22 a 34 lemos que Jesus, o Cristo, nos garante que nada nos faltará. Notemos que Ele disse isto para um povo que estava debaixo de uma dominação estrangeira, que lhes oprimia com pesados impostos.

Nos tempos de Elias e Eliseu também havia muitos problemas de pobreza e falta de suprimentos, mas o povo que confiou em Deus recebeu seus alimentos vindos das mãos do Supremo Senhor.

Assim como disse um dia Davi:

“O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.” (Salmo 23:1)

Sim, este é o segredo, e note-se o detalhe importante para todos nós: o Senhor é o Pastor de todos quantos O têm como seu Senhor.

Pobreza e miséria não fazem parte do Reino de Deus.

Ele nos tem como joias preciosas, quando nos colocamos em Suas mãos benditas, mas para isto é necessário que estejamos em Suas mãos .

Muitos sofrem por não terem colocado suas vidas de forma a agradar Àquele que nos fez. Somos obra de Suas mãos e, como tal, necessário é que sejamos guardados por Ele, que tem o amor e o zelo poderosos para nos preservar de todo mal.

Os inimigos de Deus odeiam àqueles que pertencem ao Único Verdadeiro, e isto por si só já é motivo suficiente para que nos acheguemos a Ele e nos posicionemos dentro do Seu aprisco como ovelhas do Seu rebanho.

Ele tem-nos enviado um só Pastor para nos apascentar: Jesus o Bom Pastor (João 10:11)

Hoje é o dia e a hora da oportunidade para que nos coloquemos debaixo da proteção e provisão do nosso Bom Pastor.

Disse Jesus: – “Eu Sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a vida pelas ovelhas”. (João 10:11)

E assim foi. Jesus deu-Se a Si mesmo como se fora uma ovelha nas mãos de seus matadores. Há quem não O tenha entendido, por ter permitido que, com tanto poder em Suas mãos capaz de livrá-Lo, homens maus O maltratassem e ainda O tivessem levado à cruz.

Este Seu ato dramático só tem uma explicação: o amor de Deus. Se o amor que homens e mulheres dedicam aos seus pares chega às raias de uma extrema abnegação, o amor de Deus é infinitamente maior, e por isso Ele jamais deixaria de socorrer a um só de nós, principalmente nos nossos momentos de maior necessidade.

Este fato nos inclui maravilhosamente em Seus planos.

Jesus morreu na cruz em lugar de nós, pecadores, a fim de que pudéssemos nos ver livres de uma terrível condenação.

Há pessoas que duvidam, ou têm dificuldades para crer, porque os seus pecados se avolumaram tanto que chegam a lançar uma cortina de fumaça em suas almas, e por isso não conseguem ver a Deus, pela fé.

Lembre-se de que Ele morreu por sua vida; e isto significa que naquele ato sacrificial ainda nem existíamos senão potencialmente, nos lombos de nossos antepassados que, por sinal, também eram pecadores.

Mas veja o que nos diz Romanos 5:8 a 10):

“Mas Deus prova o Seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.

Logo, muito mais agora, sendo justificados por Seu sangue seremos salvos pela Sua vida.

Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela Sua vida.”

A sua vida, pois, é algo muito precioso aos olhos de Deus. Ele não nos criou para a perdição. A morte é um fato que muito incomoda aos homens; incomoda porque não fomos feitos para desperdiçarmos nossas vidas em um lago de fogo e enxofre.

Jesus está nos chamando. Hoje Ele ainda nos chama a fim de podermos gozar das benesses das Suas maravilhosas misericórdias. Vamos a Ele; sigamo-LO com muita fé, zelo e amor. Quem faz isto, adiciona a esperança de uma vida muitíssimo melhor.

Jesus lhe abençoe. Ele está de braços abertos à sua espera. Aproveite este momento. Depois, as portas da vida se fecharão, e então cessará a Era da Graça do Senhor.

A hora é agora. Vamos lá.