Salmo 112

Seja destemido!

Tem medo? Insegurança? Suas perspectivas de futuro estão incertas? Está preocupado? Tem receio de que algo de ruim lhe aconteça? Este estado psicológico não é bom, pois presume que uma grande possibilidade de derrota está a cercar-lhe, e isto diminui muito as suas chances de vitória.

Está precisando encontrar uma fonte de coragem e energia para lhe fazer levantar-se como um guerreiro, dar combate aos problemas, encará-los de frente, e com bom ânimo ir de encontro à vida. Deixe-me dizer-lhe algo que cairá em seu coração como um remédio que acalmará a alma.

Você poderá desfazer-se de sua insegurança em pouco tempo.

O medo e a ansiedade advêm da insegurança, e esta última se aloja nos corações das pessoas quando estas sentem que algo as abalou, fazendo-as sentir que o seu chão tremeu, que as suas estruturas, que ali estavam firmadas pareceram demolir-se, ou que estavam prestes a ruir abaixo…

Sabia que usufruir de paz e segurança não depende de circunstâncias?

Pois é, podemos na realidade ficar tranquilamente, tanto estando a descansar à beira de uma lagoa, à sombra de uma árvore frondosa, em uma desestressante pesca amadora, à espera do próximo peixe que irá morder a isca; tanto quanto estando debaixo de uma tempestade, debaixo de um bombardeio de inimigos em uma guerra. Em ambos estes casos, podemos gozar de boa paz. Sabia?

A sua pergunta agora é: como? Se está tentando sair de uma prisão psicológica, da qual não consegue desfazer-se, por mais esmerados que sejam os seus esforços, não se apoquente. Há, sim, uma saída, uma rota de escape.

Para melhor esclarecermos, vamos a um fato da vida, que ilustra bem o que temos a lhe dizer.

Certo homem estava muito preocupado com uma perda em seus negócios; sua esposa tentou fazer o que podia para reconduzi-lo à calma, mas não teve sucesso.

Nada, porém, como um dia após o outro.

Ela amanheceu no dia seguinte, dizendo estar muito, mas muito triste mesmo, porque, segundo dizia, sonhou que Deus havia morrido, que todos os anjos do Céu choraram, e todos os santos da Terra estavam com seus corações partidos.

Ao ouvi-la falar assim, seu marido logo lhe disse para não se entregar diante de uma tolice dessas, porque não resta dúvida de que Deus é Eterno, o Único Criador Todo-Poderoso, incontestavelmente imortal, a fonte da vida eterna, que vive para todo o sempre, e nunca deixará de existir para fazer o bem a todos e confortar o Seu povo.

Foi quando ela voltou-se para ele e lhe respondeu, dizendo:

“Eu pensei que levaria você a repreender-se, por ficar sonhando que Deus o abandonou, e agora você vê quão infundada é a sua tristeza. Enquanto Deus viver, o Seu povo estará seguro.”

O que acontece com frequência é que as pessoas se deixam envolver com negócios desta vida, e em alguns momentos (que gostaríamos que fossem pouquíssimos, ou melhor, que jamais houvesse) deixam de relembrar das promessas que estão registradas na Bíblia, como a Palavra de Deus.

Um outro homem estava muito aflito por causa de seus empreendimentos estarem ameaçados, e para tentar aliviar seu estado de ansiedade, foi consultar um psiquiatra, talvez pensando em receber uma receita de calmantes que o pudessem levar a ter noites de sono mais tranquilas.

Como o psiquiatra era cristão, o que foi que lhe receitou foi para fazer leituras pausadas, meditando bem nas palavras do Salmo 23:

“O Senhor é o meu Pastor; nada me faltará…”

Três vezes ao dia.

Foi o melhor remédio já receitado para aquele empresário; foi tiro e queda. Acabou-se a insegurança, e o homem passou a ter noites bem dormidas… e aquele momento crítico foi superado.

Quando lemos o Salmo 112, temos à nossa frente uma outra receita para prevenir tais desgastes emocionais. Já se trata de um remédio para ser ingerido a médio e longo prazo, pois nos mostra como estabelecermos um ritmo de vida tal que se firme como regra permanente de prática.

Este Salmo se inicia com um termo muito comumente falado em várias línguas e culturas: – “Aleluia!”

É a palavra que denota uma atitude de louvor a Deus. Sua tradução do hebraico o revela: o verbo halal (= louvor) e Ya (forma abreviada de Yaweh, o Senhor), que se somam para nos comunicar um ato de louvar a Deus.

Esta palavra é simplesmente fantástica, pois exprime uma fé que nos leva à exultação a Deus, independentemente de circunstâncias. Louvado pois seja Yaweh, o Senhor que está acima de todos, e quaisquer problemas, de modo que estes diminuem de dimensão até vir a tornar-se em um nada, diante da presença maravilhosa e grandiosa do Único Verdadeiro digno de todo o louvor.

Nada O abala. Ele criou as rochas que detêm as ondas do mar. As águas se empolam e batem com violência sobre as rochas de Gibraltar, mas estas jamais se abalam. Ele foi que criou tais rochas para que meditemos: Ele está firme e inabalável, e tem esta firmeza para nos acrescer nos nossos corações.

Ele promete ser dadivoso aos que O temem e se comprazem nos Seus mandamentos (verso 1).

É uma questão de poder da Palavra de Deus. Quem O serve terá paz em seu coração, e esta paz será uma bendita herança para os filhos do homem que põem no Senhor a Sua confiança.

Essa paz será uma constante decorrência do caráter que o Espírito de Deus implanta dentro dos Seus. Pois não é assim? Filhos bons imitam os bons procedimentos dos seus pais, e isto agrada ao Senhor, que tudo vê, e abençoa aos que procuram ser moral e espiritualmente semelhantes a Ele.

Os justos são benignos, misericordiosos e bondosos; têm corações compassivos, são generosos, abençoadores para com os necessitados, de modo que nesta Terra produzem paradigmas a serem seguidos de forma a honrar Àquele que nos criou à Sua imagem e semelhança. (versos 4, 5).

O Senhor defenderá a sua causa em juízo, de modo que não será jamais abalado.

Os versos 7 e 8 deste Salmo nos trazem uma promessa que deriva da abundante providência de Deus.

Já parou para pensar que uma árvore frutífera produz frutos que, de tantos que são, alguns caem ao chão, outros são comidos pelas aves e/ou animais, e outros servem para o consumo dos homens?

Assim é o Senhor: Deus de abundâncias, muita fartura, que supre com folga até exageradamente a todos quantos Lhe são agradáveis.

O verso 7 diz que o homem que teme ao Senhor e se compraz nos Seus mandamentos…

”não se atemoriza de más notícias”. O seu coração está bem firmado… não teme.

Vejam: não se atemoriza! Mesmo quando lhe declaram uma guerra.

É comum que, neste mundo onde o mal se alastrou, possamos encontrar pessoas que se portem como nossos inimigos, por melhor que tentemos ser diante de Deus e dos homens. Ainda que façamos o possível para termos paz com todos, não devemos ingenuamente crer que agradaremos a todos, pois este mundo está assentado sobre bases corrompidas e malignas ( João 16:8 a 11).

Enquanto os justos trazem socorro aos pobres e primam por exercer uma justiça exemplar persistentemente, Deus lhes concederá e manterá o poder que os seguirá sempre, fazendo-o respeitado e honrado.

Isto é algo que fará com que os maus se incomodem, se enraiveçam até se remoerem por dentro, de tanto ódio; intentarão destruir aos bons, mas a Palavra de Deus nos diz que “o desejo dos perversos perecerá” (verso 10).

Este Salmo se solidariza com as palavras do Salmo 38, que diz:

“Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenha inveja dos que praticam a iniquidade, pois eles dentro em breve definharão como a relva e murcharão como a erva verde.” (versos 1 e 2)

Poderá ser que haja um aparente sucesso dos malfeitores, mas a que devemos olhar? Para as circunstâncias passageiras, ou para o fim destas? Diz um velho ditado: “Ri melhor quem ri por último”.

A Bíblia é um livro profético, e sua inspiração divina é como um sopro que impeliu os seus escritores a registrar as palavras de Deus, de tal forma que ainda que esses autores humanos tivessem cometido erros sob o ponto de vista humano, o Senhor os inspirou a fazê-lo, porque a sabedoria de Deus vai muito além do saber do homem, e no decorrer do devido tempo, aquilo que se tiver parecido com erros será esclarecido e honrado como a verdade que ficou incompreendida por certo período, vindo depois à luz.

Então neste Salmo 112 vemos uma palavra profética para o tempo do fim, mas parcialmente cumprida nos nossos tempos:

“Porque os malfeitores serão exterminados, mas os que esperam no Senhor possuirão a Terra. Mais um pouco de tempo, e já não existirá o ímpio; procurarás o seu lugar e não o acharás; mas os mansos herdarão a Terra e se deleitarão na abundância de PAZ”. (vv. 9 a 11)

Esta é a paz que o Senhor nos dá. Paz duradoura e verdadeira, alicerçada nos preceitos divinos, diferente da paz que o mundo oferece. Quem viveu no mundo em busca desta paz, e não a encontrou, sabe confirmar isto.

O apóstolo S. João escreveu em sua Primeira Epístola, capítulo 4, verso 18:

“No amor não existe medo, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor.”

Por fim, vale sabermos que Jesus é a perfeita paz que cabe dentro de nossos corações. Ele é paz, porque Ele é aquele que nos reata nossas relações com Deus, o Pai.

Daí termos que considerar que o Pai nos enviou o Seu próprio Filho para nos chamar deste mundo para nos achegarmos à presença de Deus, através do sangue que correu da cruz onde Jesus morreu para nos salvar de nossos pecados.

Quando ainda exercendo Seu ministério terreno, Jesus nos deixou esta palavra:

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, e nem se atemorize” (João 14:27).

Se pois o leitor deseja esta paz, eis aí o caminho: Jesus!

E o melhor disto é que Jesus não é um mito, ou uma lenda; Ele é o Filho de Deus que morreu, mas ressuscitou, e hoje está vivo, mais vivo do que nunca – e eis aqui a cereja do bolo: Ele lhe espera para ser um discípulo, um seguidor, uma pessoa abençoada verdadeiramente.

E então, o que fazer?

Vamos a Ele, sem mais demora.

Um abraço. Jesus ama você, e nós também.