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SALMOS – I – A VIDA ESPIRITUAL MAIS INTENSA

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septiembre 11, 2020 by Bortolato

Como reagir diante das múltiplas vicissitudes que surgem na vida? Isso irá depender das circunstâncias, ou da nossa momentânea disposição.

Temos momentos cruciantes; outros, de muitas alegrias; às vezes ficamos tristes, às vezes como que armados e prontos para partirmos para uma guerra; às vezes bem dispostos, às vezes abatidos com os revezes da vida; às vezes somos impetuosos e, às vezes, retraídos; às vezes queremos falar muito, mas, em outras ocasiões, queremos ficar calados; muitas vezes queremos a quietude absoluta para descansarmos, mas há momentos em que queremos correr, brincar, trabalhar bastante ou exercitar-nos até a exaustão.

Em tudo isso refletimos, procuramos encontrar momentos de estamos a sós, e ali nos encontrarmos conosco mesmos, no mais íntimo dos nossos corações. Buscamos achar as causas das nossas dificuldades, a fim de bloquearmos nossas atitudes incorretas, e darmos largas à que nos leva por bons caminhos. Queremos luz para nossas almas , e ter aquela paz que nos faz sentir seguros e abençoados.

Quem trilhou por esses caminhos sabe que pode encontrar a cura interior, mas quem pôde ter uma experiência e um encontro místico com Deus, sabe que encontrou alegria da salvação, em momentos em que a nossa mente estava cercada de dúvidas, apertos no coração, desespero, angústia, desencontros, falta de uma visão de um futuro promissor e uma busca constante por acharmos uma saída de escape satisfatória e honrosa. Quando O achamos, vem-nos aquele júbilo e um alívio em nossos corações, que nos faz desprender louvores, exaltando a Ele, que nos tem beneficiado.

Onde poderemos encontrar inspiração para desafogar o grito primal de dentro de nossas almas?

Um primeiro passo será… lendo o livro dos Salmos e viajando juntamente com os seus escritores. Estes deixaram, por trás de cada palavra, um convite a darmos um passo de fé que sobrepuja as limitações humanas e momentâneas, e assim parece que embarcamos sobre uma nuvem do céu, e chegamos às alturas, onde fica o Trono do Senhor, o Criador do Universo. Ali nos vemos a salvo, dentro de um misterioso e cativante ambiente que nos enche de paz.

O Livro dos Salmos! Que poder estranho têm suas palavras que parecem ultrapassar os lindes da nossa vida natural, e embalar a alma atribulada como uma criança é embalada nos braços de seus pais, que encontra um consolo alentador, e lá se acalma.

Muita literatura é produzida neste mundo, e aquelas, que se prendem à visão tacanha de homens sem Deus, nem podem imaginar aquilo que estão perdendo…

O mundo, com seus clamores ruidosos, chamam a atenção dos seus habitantes, procurando concorrer com o silêncio bendito daquele que se refugia no abrigo do Senhor; por isso é necessário fecharmos os ouvidos e tampar os olhos aos apelos constantes daqui, a fim de que possamos achar a paz, o conforto, a segurança e a alegria que Deus nos oferece através das Suas poderosas palavras. Fechemos, pois, os olhos e os ouvidos da carne, e busquemos abrir os outros olhos e ouvidos que temos no nosso espírito, pois o Altíssimo deseja nos falar.

Os salmistas lograram sucesso, pois descobriram esse tesouro infindo que suas almas buscavam. Acompanhemos, pois, esses benditos escritores de Deus, e nós também seremos enriquecidos com as bênçãos preparadas aos que buscam as riquezas dos tesouros do Céu.

Fascinante é o adjetivo que mais se adapta para definirmos essas viagens dos que seguem as sendas dos salmistas.

Quem afinal foram esses homens, os compositores dos salmos? Que faziam eles? Em que circunstâncias da vida trouxeram à luz tais pérolas?

Seus autores foram vários: Etã e Hemã, ambos ezraítas, Jedutum, Asafe, os filhos de Coré, Salomão, Moisés, desfilam nessa galeria, mas aquele que mais se destacou na composição do livro foi Davi, o “mavioso salmista de Israel” (II Samuel 23:1). Como músico que era desde cedo, aprendeu a dedilhar a sua harpa. Ungido por Samuel, o Espírito do Senhor Yaweh apossou-se dele, e passou a estar constantemente com ele ( I Sam. 16:13, 18). O Salmo 23 o revela como um jovem pastor que acalmava as ovelhas de seu pai, ao som de seu instrumento musical, que muito louvava a Deus – e as ovelhas se deliciavam em ouvi-lo.

Embora haja não menos que 73 salmos canônicos cuja autoria se atribua a Davi, nos manuscritos do Mar Morto descobertos desde 1947 em cavernas de Qumran, local a leste de Jerusalém, e a noroeste daquele mar, ali se acharam relatos de que Davi era homem de Deus, sábio, erudito, instruído e perfeito em todos os seus caminhos ante Deus e os homens, e teria escrito muitas peças mais, além das que foram incluídas no Cânon Sagrado, de sua produção.

Consta que Davi teria escrito 52 canções , e 30 para serem usadas em festas religiosas. Também diz que ele teria produzido 446 cânticos espirituais sob o espírito da profecia.

Além disso, apontam que Davi teria produzido, em termos de textos poéticos, 360 para salmos e 364 para canções.

Escreveu ainda 52 canções para acompanhar o momento das ofertas mensais (festas de lua nova), além de outros dias festivos. Para o dia Nacional da Expiação, compôs 30 cânticos. Para cantar em ocasiões em que haveria de exorcizar pessoas endemoninhadas (uma destas pessoas foi Saul) ele elaborou quatro destes.

Segundo os manuscritos de Qumran, ao todo, Davi compôs 4.050 canções para serem cantadas nos 364 dias do ano, conforme o calendário judaico. (Estes dados foram colhidos do manuscrito A, achado na caverna 11, que versa sobre os Salmos.)

Asafe era dos levitas o que chefiava os grupos de louvor junto ao Tabernáculo dos tempos de Davi. Os filhos de Coré também eram levitas, e tinham participação ativa na regência dos louvores, e junto ao povo.

Salomão era seu filho, que compôs dois salmos, além de ter deixado vários escritos.

A música era a poderosa chave que desvendava o trilho por onde a Palavra de Deus despontava, abrindo o caminho para o refrigério da alma, de modo que podemos notar que vários salmos apresentam indícios de que eram cantados ao som de algumas melodias conhecidas de então.

O título hebraico que deram à coletânea dos salmos é Tehilim (= Livro dos louvores), e a tradução grega LXX do Antigo Testamento o intitulou de Psalmoi. A Vulgata de Jerônimo o denominou Psalmorum, que vem do termo psalterium (=um instrumento musical de cordas).

Davi aparece nos subtítulos dos Salmos como autor de 73 deles, e ainda há mais outros dois que no Novo Testamento também se lhe atribui a autoria: o Salmo 2 (conf. Atos 4:25) e Salmo 95 (conf. Hebreus 4:7). Como músico, cantor, poeta e compositor que era, isto se pode bem depreender dos livros de I e II Samuel e I Crônicas 29:10-15, ressaltando palavras que exaltam a Deus como o Rei de Israel, Criador e Salvador de Seu povo. Tamanha era a comunhão que Davi mantinha com Deus que, embora tivesse sido coroado como rei, ele considerava-se apenas um mandatário do Reino do Altíssimo (o que não era pouca coisa, e o bastante para ocupar e satisfazer a alma do rei salmista), deixando ao Senhor a autoridade maior de seu governo.

Os Salmos falam muito de Jerusalém, referindo-se a esta como a amada cidade de Sião, a cidade do Senhor, como também ressaltam a sabedoria que impele homens a fugir da impiedade e serem retos de coração. Alguns desses salmos aplicam a tônica de suas mensagens de forma penitencial, nos quais o autor confessa ao Senhor que pecou, mas pede e recebe o perdão, acrescentando assim mais um motivo para adorá-Lo por Sua misericórdia e amor. Os Salmos imprecatórios, nos quais o salmista ora a Deus pedindo a vingança sobre os inimigos, porém, devem ser interpretados sob a luz do Sermão da Montanha, onde Jesus pregou o perdão, abstinência ao juízo temerário, e amor aos que nos odeiam e nos aborrecem “a fim de que sejamos filhos do Pai que está no Céu” (Mat. 5:45).

Tão abençoado foi Davi em seu espírito de louvor a Deus, que pôde instituir os cânticos na adoração do Tabernáculo, os quais, depois, passou a reger a vida espiritual no Templo que Salomão construiu,e influenciou a todo o povo de Israel, conclamando-os à adoração, e elevando-lhe o nível de vida espiritual. Cercado por Asafe e pelos filhos de Coré, esse espírito de adoração tornou-se um elemento sempre presente nos eventos em que o Senhor Yaweh deveria ser cultuado.

Não temos certeza sobre quem fez a compilação que resultou na arte final do livro dos Salmos, mas sabe-se que os mesmos foram escritos desde a época de Moisés (Salmo 90) até a de Esdras e Neemias, percorrendo um período de cerca de mil anos.

Esta unção do Espírito Santo foi tão insipirativa que os Salmos não foram mais esquecidos nas festas dos hebreus, sempre presentes na ordem dos cultos a Deus. Com o tempo cada Salmo foi sendo adicionado, formando cinco partes, id est, cinco livros, como o temos hoje.

Esses cânticos preencheram a vida espiritual do povo de Deus e preenchem-na até os dias atuais. José e Maria os cantavam; os apóstolos e escritores sacros do Novo Testamento também. Jesus, o Senhor, citou o Salmo 82, conforme João 10:35, atribuindo-lhes um valor de inerrância plena, canônica, dizendo que “a Escritura não pode falhar”, ou seja, sempre diz a verdade.

No Novo Testamento os Salmos são mencionados por cerca de oitenta vezes, sendo apontados como profecias que se cumpriram fielmente, de forma a conferir-lhes autoridade divina do Espírito Santo, que os inspirou de forma admirável e inequívoca.

Antes de Jesus ir ao Monte das Oliveiras, após haver ceado pela última vez na Terra com os Seus discípulos, Ele cantou um hino juntamente com eles, o que supomos ter sido um dos salmos adaptado àquela conjuntura cruciante da vida do Mestre dos mestres (cf. Marcos 14:26 e Mt 26:30).

O livro dos Salmos é, pois, o mais inspirativo dos demais livros do Velho Testamento, e revela a vida espiritual, o estado emocional dos fiéis, em circunstâncias boas e ruins, em seus momentos de alegria ou de tristeza profunda. Os salmos fazem parte de um livro repleto de oportunos temas que levam o leitor a adotá-lo como um livro de orações, ressuscitando as experiências antigas dos seus escritores para as nossas tão semelhantes de hoje, surpreendendo-nos com tamanha precisão de detalhes, ao ponto de adentrar-nos e calar fundo, dentro dos corações.

A composição do livro de Salmos iniciou-se com a reunião de 37 destes, cujos subtítulos afirmam ser da autoria de Davi, adicionados de outros de autoria desconhecida, mas provavelmente do próprio rei Davi, e assim se reuniram e completaram os 41 capítulos do Livro I.

Os livros II (capítulos 42 a 72) e III (capítulos 73 a 89) têm todo o perfil de que teriam sido compilados pelos homens de Ezequias (Provérbios 25:1), sendo este um outro rei que também era escritor de poesia sacra (Isaías 38).

O livro IV (de 90 a 106) teria sido coligido e acrescido à biblioteca sagrada dos Salmos pela época de Esdras (Eclesiastes 7:1-10) e o livro V (de 107 a 150), embora tenha partes sem indicação do nome do autor, teria sido totalmente da autoria de Davi, os quais, uma vez encontrados, foram adicionados na parte final.

Quem, uma vez necessitado, com o coração contrito, ou quase explodindo de alegria, abriu a Bíblia e leu um dos salmos que lhe caíram bem num momento propício, sabe valorizar a bênção e a autoridade espiritual que se denota nesses escritos.

Registrar cada experiência que leitores puderam vivenciar ao lê-los, seria termos de escrever uma coleção de testemunhos que não poderiam caber em pilhas e pilhas de livros deste mundo.

Cada leitor, pois, deve apreciar aquilo que autores sacros escreveram, colocando seus corações abertos à disposição do Espírito Santo, e não temos dúvidas de que, se assim o fizer, será surpreendido com um antepasto convidativo, uma pequena amostra de degustação que o atrairá aos atrativos manjares do Rei dos Reis, às profundezas da sabedoria divina.

Podemos então concluir que a adoração a Deus, coroada com as mais ricas bênçãos espirituais, é dada a quem levar uma vida de constante busca a Ele. É para quem sabe valorizar a Presença de Deus acima de tudo, custe o que custar; o restante da vida lhe é secundário, em uma honesta escala de valores. O preço destas bênçãos poderá ser alto para alguns, mas irrisório para outros, diante da recompensa que espera aos que são perseverantes neste caminho.

Adorar a Deus é uma realização da doce e atrativa chamada para nos aproximarmos da Presença do Senhor Altíssimo, cientes de que Ele é o Deus amado, que tem prazer em receber mostras do nosso amor e devoção, que merece toda a glória, honra e louvor, e assim sermos privilegiados em uma interação cujas possibilidades excedem a todos os limites do alcance do nosso entendimento.

Os salmistas apenas nos ofereceram um start, um empurrãozinho inicial, ao qual podemos aderir para começarmos a entrar no clima celeste do Rei do Universo, Senhor de tudo quanto existe, Criador, Salvador e o nosso grande Benfeitor.

Depois desse start descortina-se um universo infindo de amor e prazer inundantes dentro de nossas almas. Quem for sábio o apreciará e aproveitará ao máximo, por horas e horas a fio.

Sejamos sábios, escolhamos o melhor. Escolhamos viver com Quem nos deu o Seu próprio Filho para nos remir e salva da condenação e da presença do pecado em nossas vidas.

Disse Jesus: – “Quem crer em Mim, como diz a Escritura, rios de águas vivas fluirão do seu interior” (João 7:38).

Pois os salmos nos revelam coisas a respeito de Cristo, revelando acerca dos principais acontecimentos que se sucederiam com relação ao Messias. Estes são os salmos messiânicos. Estes nos apresentam Jesus como sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (Salmo 110), profeta e rei (Salmo 2), como o Filho de Deus, seus sofrimentos até a morte vicária e expiatória, sua ressurreição e suas duas vindas a este mundo.

Isto é significativo, pois Cristo, o Messias, é o tema mais palpitante e constantemente voltado à tona, no que nos toca quanto à vida eterna e nossa ligação com Ele, tanto no Livro dos Salmos, quanto em toda a Bíblia. A Sua importância é vital, e o Espírito do Senhor encarregou-Se de nos deixar estes traços proféticos escritos com muita precisão e clareza no Livro dos Salmos.

Considerando que há inspiração divina que impulsionou fortemente com o sopro do Céu no espírito dos autores salmistas, e que, nos tempos áureos da poesia sacra entre os hebreus, vemos que Deus providenciou para que, neste ensejo, todos os leitores, tanto do Antigo Testamento como os do Novo Testamento, ficassem cientes de mistérios que envolveram a encarnação e o ministério do Senhor Jesus Cristo…

Isto tem um motivo todo especial.

O Senhor quis que todo os Seus fiéis fossem alertados para o ponto mais importante da Revelação de Sua Palavra: o Messias e a Sua obra.

Tinha que ser assim, porque este mundo todo, desde a Criação, até o final dos tempos, teve e ainda está tendo uma alta ligação com o Filho de Deus.

Jesus é, pois, o ponto de enfoque para o qual os crentes do Antigo Testamento deviam olhar atentamente, para um acontecimento em um futuro que estava à sua frente. Ao mesmo tempo, Ele é este mesmo ponto culminante da História passada, que nos impele e atrai os nossos olhos para o Seu primeiro advento neste mundo, sem nos esquecermos de que o Seu segundo advento, isto é, a Sua segunda vinda está prestes a revelar-se.

Hoje Jesus, o Cristo, é a esperança de uma salvação iminente de vida eterna para todo aquele que nEle crê.

Amanhã, em um dia que está por vir, Ele exercerá fisica e visivelmente a Sua missão de Juiz e Rei de toda a Terra, quando os Seus se tornarão mais semelhantes a Ele do que nunca, em todos os sentidos, quando fruirão da graça e do regozijo de reinar juntamente com Ele, o Senhor dos Senhores.

Hoje o Messias está nos chamando para abrirmos os nossos corações de forma a permitir que Ele reine sobre nossos desejos, atos, impulsos, e no profundo de nosso ser, lança-nos o Seu convite irrecusável de sermos um com Ele.

Amanhã esta oportunidade cessará, e aquele que abriu o porta do seu coração receberá a régia recompensa, mas quem deixar que a mesma se feche, terá perdido a maior bênção de Deus reservada para a sua vida.

Temos, pois, agora, o momento mais promissor, uma porta aberta para a felicidade que nunca mais passará.

Isto é agora: amanhã é incerto, e não sabemos se ainda permanecerá aberta, pois somente os vivos é que podem decidir como tratarão com esta chance magnífica.

Hoje e agora é a mão de Cristo que está estendida em nosso favor, para nos fazer eternamente felizes.

Não deixemos que Ele passe sem que levantemos as nossas mãos e sejamos agarrados e amparados por Ele.

É a grande chance das nossas vidas. Não podemos deixá-la escapar.

Vamos a Ele, a Jesus. Ele disse certa vez:

  • Todo o que o Pai me dá, virá a mim, e o que vem a Mim, de maneira alguma o lançarei fora”.(João 6:37)

  • E dou-lhes a vida eterna,e nunca hão de perecer; e ninguém as arrebatará da minha mão”. (João 10: 28)

Eis a promessa de Deus. Apossemo-nos dela desde já.


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