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SALMOS – IV – ESSA GUERRA MILENAR…

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septiembre 24, 2020 by Bortolato

Salmo capítulo 2

Parece não ter fim, continuamente, sem cessar fogo, mesmo sabendo-se que tudo já está muito bem definido: quem serão os Vencedores, e quem serão os vencidos – mas isto parece que não importa, porque essa luta vai prosseguir até o fim, para mostrar ao mundo quem são os bons e quem são os maus, e os métodos indignos a que estes últimos lançam mão.

Dão murros em ponta de faca. E por que agem assim, sabendo que irão ferir-se? Por causa da sua contumácia, insistência no erro. Dão seus murros em ponta de faca apenas calçando luvas que não os protegerão, na ilusão de que ainda poderão ser bem sucedidos. Com isso, terminarão com as mãos cortadas e inúteis para os seu propósitos sinistros.

Essa guerra é levada avante movida pela força da indignação. Indignação dos vencidos e também dos vencedores, cada qual de seu lado. Pensando bem, esta peleja nunca deveria ter começado. Só o fato de sabermos de antemão qual será o seu desfecho final, quem a vencerá, e quem dela sairá como vencido…

Então para que empurrar-se para um futuro incerto aquilo que pode definir-se muito bem desde o presente? Mas não há esperanças de que a paz seja estabelecida antes que venham os dias de muitas vidas perdidas na destruição, muitos dramas, muitas lágrimas e muitas amarguras.

Não estamos falando desta ou daquela nação em específico. Essa guerra é milenar, e tem-se manifestado às vezes por meio de um povo, ou de uma organização política ou militar que se ergue. Esta que se julga poderosa, também cairá depois de alguns anos, dando lugar a uma outra que depois fará as mesmas coisas que as suas anteriores já fizeram, tentando impor-se sobre as demais, e dominar, em sua sede do poder.

Esse conflito é muito velho. Existe no mundo desde antes que umas famílias formaram um clã e os clãs formaram suas tribos, e as tribos reunidas formaram nações. A velha rivalidade que nasceu e cresceu no coração de Caim contra Abel continua até hoje.

Vamos notar bem um detalhe: Abel era pastor de ovelhas, e ao cabo de alguns dias, ele veio à presença de Deus, apresentando o melhor que podia em termos de sacrifício – suas próprias ovelhas. Atenção, isto é um comportamento próprio de um sacerdote, buscar a presença de Deus não se importando com os sacrifícios que terão de assumir.

O mais importante disso é que Deus agradou-Se dessa performance de Abel, o qual reconhecia que não tinha elementos à altura da santidade divina, mas que nEle confiava e colocava o seu coração totalmente nas mãos do Senhor. O sacrifício apenas sacramentou o seu ato de amor ao Criador.

Isso foi o suficiente para enfurecer o seu irmão, que não se conformava com aquela intimidade abençoada que Abel desfrutava diante de Deus, a qual ele também queria, mas não apresentava o mesmo espírito sacrificial, e não aceitava pagar o mesmo preço.

Essa fúria, na verdade, não foi dirigida apenas contra o servo de Deus, mas também contra o próprio Deus, que não Se afeiçoou à maneira de Caim agir. Essa diferença foi crescendo, e efervesceu, culminando com o primeiro assassinato da História, concretizado pelas mãos do irmão indignado, que levou a sua revolta até as últimas consequências.

Dá para se perceber então um triângulo partido e desconjuntado? Na ponta de cima, Deus. Abaixo, os dois irmãos. Em sua ponta, Abel aparece como um sacerdote de Deus. Na outra ponta, Caim, nutrindo sua desavença contra as demais pontas, contrariado, insatisfeito, e revoltado; e como este não podia atacar ao Senhor, atacou ao próprio irmão; e foi assim que começaram as guerras e sua longa história sobre a face da Terra.

Voltemo-nos agora para o Salmo, capítulo 2º. Nos primeiros versículos já podemos identificar a fúria das nações. Contra quem? Contra o Senhor e o Seu Ungido.

Ungidos de Deus eram os Seus sacerdotes, os Seus profetas e os Seus reis.

Davi foi ungido de Deus por Samuel, para ser rei sobre Israel (I Samuel 16:13). Aarão foi ungido, bem como seus filhos, como sacerdotes de Deus (Números 3:3). Eliseu também o foi, como profeta (I Reis 19:16), assim muitos outros, e todos estes foram combatidos pelos seus contrários.

Reis se levantaram contra o ungido de Deus, e também contra Deus.

Lembramos de Faraó, no Egito. Ele dizia a Moisés: – “Quem é Yaweh, para que Lhe ouça a voz e deixe ir a Israel? Não conheço Yaweh, nem tampouco deixarei ir a Israel.” (Êxodo 5:2) E daí se desenrolou uma luta que rendeu dez pragas sobre o Egito, em que o Faraó fazia o papel de uma das pontas – a da discórdia – que combatia contra Deus e o Seu ungido.

Davi teve de lutar com muita bravura para não ser consumido totalmente pelos seus inimigos, que ficavam na outra ponta do triângulo partido. Naquela ponta estavam os filisteus, os moabitas, os amonitas, os amalequitas, e isso ainda depois de ter sido perseguido por Saul – mas o Senhor Yaweh foi quem lhe ajudou a vencê-los em uma série enorme de batalhas, e foi vencedor em todas estas. Muitos quiseram roubar-lhe a coroa, mas todos estes foram vencidos.

O Salmo 2º, porém, não tem o caráter educativo, de instrução, que permeia o Salmo 1º. Trata-se de um Salmo Real, que toma a realeza e os sucessos de Davi como exemplo ilustrativo, e transporta essas considerações para a realeza do Messias.

Essa luta é fidalgal, que se desenrolou, ainda se desenrola através dos séculos, e continua tendo duas pontas desse triângulo milenar que são invencíveis: o Senhor, no alto, e o Seu Ungido.

Este Salmo então se inicia com a voz do salmista, o qual passa com uma rápida olhadela pela voz dos reis da Terra, que se levantam em rebelião contra Deus e o Seu Ungido; e de repente a voz do Senhor se faz presente, anunciando que o Seu Rei reina sobre as nações, malgrado toda a ira e indignação destas. Vale frisar que o verdadeiro Rei de Israel é o Senhor dos Exércitos, e Davi seria o seu corregente.

Aí é que podemos visualizar uma bênção preparada a todos quantos estão posicionados a favor do Seu Rei. Davi é um homem cheio do espírito de profecia, e deixa-nos uma rica promessa: a do Messias. Ele recebe uma palavra que diz que Deus é o Pai deste Rei eterno, e que em breve será instalado e estabelecido esse Reino sobre TODAS as extremidades da Terra.

Ora, sabemos que Davi não foi o Rei de toda a Terra, muito embora seu domínio se tenha estendido sobre uma vasta áreia do Crescente Fértil da Palestina. E a palavra ainda se reporta a esse Rei como Deus. Logo, a quem se refere?

O livro de Atos dos Apóstolos, em seu capítulo 4º, versos 24 a 28, reconhece a autoria davídica do Salmo 2º e a Igreja, a Ekklesia que Jesus deixou nesta Terra orou fervorosamente a Deus, aplicando a esta passagem do Velho Testamento a interpretação messiânica, chegando até a identificar quem estava fazendo o papel da ponta da qual Caim fez parte no passado.

… que disseste por intermédio do Espírito Santo por boca de Davi, nosso pai, Teu servo: – Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs? Levantam-se reis da Terra e as autoridades ajuntam-se à uma contra o Senhor e o Seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade (Jerusalém) contra Teu Santo Servo Jesus, ao qual ungiste: (1) Herodes e (2) Pôncio Pilatos, com (3) gentios e (4) gente de Israel, para fazerem tudo que a Tua mão e o Teu propósito determinaram…”

Esta é a guerra. Esta pergunta didática – “Por quê?”- denuncia o espírito contencioso que luta contra Deus. Está neste mundo, mas de forma invisível, usando covardemente homens revestidos de alguma autoridade, com vistas a se mancomunarem e armarem revolta contra o Senhor e Seu ungido, e assim esse espírito não se expõe clara e diretamente.

Jesus enfrentou esse espírito que desde o Seu nascimento queria matá-Lo. Herodes tentou, matando as crianças de Belém, logo que Jesus nasceu. Lucas 4:29-30 e João 8:59 revelam outras tentativas dos judeus, que mais tarde se arremeteram contra Ele para matá-Lo.

Por vezes intentaram matar a Jesus, mas a Sua morte só se deu quando Ele consentiu livremente em assumir os nossos pecados, tomar a cruz sobre Seus ombros, levá-la ao Calvário e ali ser crucificado.

Pensemos em um Messias assim, altruísta, com um coração cheio do mais venerável amor, mas amor até pelos seus inimigos! Hoje Ele está assim, aberto a todos quantos O queiram receber em suas vidas.

Assim Jesus nos ama, e o melhor de tudo é que Ele, depois de morto, ressuscitou e está agora mais vivo do que nunca, vencedor sobre a morte, chamando-nos para uma vida plena.

Jesus nos ama assim, incondicionalmente, e nos quer sempre junto de Si. Hoje Ele ainda insiste que deseja entrar na vida de cada um de nós. V. quer abrir a porta do seu coração e convidá-Lo a entrar? Pois hoje Ele hoje Se propõe como o nosso Salvador e Senhor.

Amanhã, ninguém sabe como serão os dias. Em breve Ele virá novamente a este mundo, mas desta vez será para reinar sobre toda esta Terra que Ele mesmo criou. Quem hoje ainda continua dando murros em ponta de faca, ainda tem a oportunidade de arrepender-se, voltar-se para Ele, confessar seus pecados, e aceitá-Lo em seu coração de forma sincera e permanente – mas não abuse da sua sorte, porque em breve Jesus virá para separar o bom do mau, o joio do trigo, os justos dos injustos, quando Ele será o Juiz que julgará este mundo com autoridade e inflexível com o Seu cetro ferro.

O salmista nos incentiva a amá-Lo e até a beijá-Lo, segundo o costume de sua época e lugar. Notar, porém, que quando Ele voltar, será Juiz sobre todos os juízes deste mundo, de modo que ninguém escapará do seu cetro real, e que também não deixará de demonstrar a Sua ira sobre os que não temem a Deus. Não deem, pois, murros em ponta de faca. Quem faz isto só se fere, e terá um futuro nada agradável, quando tiver de comparecer diante de Deus.

Este Salmo se encerra com a única saída que cada um de nós terá, quando tivermos de enfrentar as intempéries da vida:

Bem-aventurados todos os que nEle se refugiam”. (verso 12)

Deus é o nosso refúgio e fortaleza; socorro bem presente na angústia” (Salmo 46:1)

Refugiarmos no Senhor…

Qual a vantagem em proceder-se assim? Muita, em muitos os sentidos, mas dentro de uma perspectiva de constantes lutas, porque nos importa entrarmos no Reino do amor de Deus enfrentando muitas lutas e tribulações (Atos 14:22). Por este motivo, não há que se pensar apenas em vantagens imediatas, visando a fruirmos somente o aqui e o agora.

Ergamos os nossos olhos para o alto, e fixemos o nosso enfoque para o futuro a longo prazo. Tudo passa nesta vida, inclusive os sofrimentos que esta traz no seu bojo, mas este tempo logo acabará.

Quem desprezar o seu futuro, então quererá obter todas as vantagens possíveis e impossíveis em tudo quanto o mundo possa lhe dar, não se importando se o Senhor o aprova ou não, mas desta forma não se poderá adentrar aos campos da eternidade junto a Deus. Com esta visão errônea, não se trilha o caminho certo e reto.

Quem quiser Jesus, precisa saber que o caminho hoje é estreito, e a porta tem batente baixo, que obriga os transeuntes a se abaixarem e se ajoelharem para poderem passar, parecendo até um tanto sem atrativos, mas saiba que este é apenas o estágio inicial para a vida eterna; e este caminho se abrirá iluminado, cheio de luz e beleza, conforme os seus viajores perseverarem nesse trajeto.

O Senhor nos convida a perseverarmos, e promete amparar-nos com Seu poder, Sua força e o Seu amor em meio às lutas e provas.

Está cansado? Esgotado? Desanimado? Sem forças para lutar? Sem perspectivas para o futuro? Sem amor nesta vida? Ele sabe de tudo isso, e conhece os motivos de cada passo que damos, e não nos negará o Seu auxílio e proteção. Vamos a Ele, que nos espera com um maravilhoso troféu em Suas mãos para nos outorgar. Vale muitíssimo a pena. Façamos assim. Só o futuro poderá dizer tudo quanto teremos lucrado por aderirmos ao caminho do Senhor.

Deus abençoe aos leitores.


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