Salmo 76

Olhem bem para Jerusalém. Cidade muitas vezes atacada por inimigos. Estes que a atacaram, porém, tiveram que se haver com o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores.

Homens do passado pensavam que com seus arcos, flechas, escudos, espadas, torres de guerra e aríetes poderiam derrubar suas muralhas e invadi-la, no afã de fazer prosperar seus planos ambiciosos e ousados de expansão de seus domínios, e propositalmente contra o povo de Deus.

Não o lograram enquanto Yaweh, o Senhor dos Exércitos ali habitava e ali manifestava a Sua presença com poder e glória.

Quantas vezes os poderosos desta Terra intentaram o mal e investiram contra a cidade de Deus!

Desde que Davi, o então corregente do Senhor, instalou ali o Tabernáculo Santo e ali foi depositada a Arca da Aliança que Ele fez com um povo, ao qual adotou como Seus filhos, muitas coisas estranhas aconteceram naquele local.

Sob a regência de Davi não houve sequer uma nação inimiga que se aproximasse do Lugar onde Deus habitava, levando alguma ameaça séria.

E antes daquela Arca chegar a pousar em Jerusalém? Como foi que os israelitas se houveram diante de nações que os oprimiram?

Lembramos de alguns casos. Houve vários desses. No Egito, sofreram muito, mas Deus os visitou enviando dez pragas milagrosas para lhes dar a liberdade. Outros casos sucederam, nos quais o Senhor usou a vida de Moisés, Josué, Gideão, Baraque, Sansão, Jair, Eúde, Jefté, Samuel, e estes são apenas alguns da espécie. Todos os inimigos destes conheceram o poder e o furor da ira de Deus.

Não podemos nos esquecer também de Josafá, que venceu uma multidão de inimigos, os quais enchiam a terra para lhes fazer guerra; mas sem o disparar de uma só flecha, o vale do deserto de Jeruel naquela época passou a chamar-se “Vale do Louvor”, por causa da bênção daquele livramento. Enquanto os levitas iam cantando louvores a Deus, caminhando à frente dos exércitos de Jerusalém para se encontrarem com os inimigos, estes últimos entraram em confusão, e feriram-se uns aos outros, de modo a não sobrar nenhum para sequer levantar a voz em tom de ameaça contra o povo do Senhor.

E do rei Ezequias, que foi pressionado pelos assírios, desafiado e desacatado, através dos embaixadores daquela nação? 185.000 soldados assírios, em uma só noite foram mortos pela espada do Anjo do Senhor (Isaías 37: 36 a 37).

Que falar também das guerras enfrentadas pelos Macabeus? Os números são impressionantes, os quais revelam que os Macabeus venceram por muitas vezes aos exércitos selêucidas, quando estes colocavam, em campo de batalha, soldados numericamente muitas vezes superior que o dos judeus, até que, depois de vários anos de confrontos, o reino de Judá pôde declarar sua independência das forças opressoras daqueles reis gregos que governavam sobre o norte do Oriente Médio, da Síria.

Então Asafe, no Salmo 76, exclama:

“Ante a Tua repreensão, ó Deus de Jacó, paralisaram carros e cavalos. Tu, sim, és terrível; se Te iras, quem pode subsistir à Tua ira? Desde os céus fizeste ouvir o Teu juízo; tremeu a Terra e se aquietou ao levantar-Se Deus para julgar e salvar os humildes da Terra.”(Salmo 76: 6 a 9)

Homens podem querer levantar-se, enfrentando o Senhor dos Exércitos. Pura insensatez. Até a ira humana aumenta a glória e o louvor que Lhe é devido, de uma forma incrível. Faraó que o diga. Senaqueribe, Golias, e Hamã, o agagita, são nomes que o sentiram assim… e tantos outros sem conta.

Ele humilha os príncipes, governantes, exulta-Se sobre estes, e faz-Se temível a todos eles.

Servos de Deus, não se deixem intimidar! Seus inimigos reais podem ser insistentes, persistentes e infames em suas estratégias usadas em seus ataques, mas isso não ficará assim.

A mão de Deus é intercessora e está sempre desprendendo o Seu poder. Ele não vacila e nem dorme; antes, prestamente socorre os que são Seus e levanta aos que estão prestes a cair.

A Jerusalém terrestre apenas representou a Jerusalém Celeste, de onde o Rei Jesus quebra “as flechas flamejantes, os escudos, as espadas e as armas de guerra.”

Essa Nova Jerusalém nos inspira. A sua simples existência nos incentiva a buscá-la com denodo e profundo afeto. De lá é que vem a mão de Deus sobre a Terra cá embaixo. Lá residirão todos os que foram lavados epurificados pelo enormemente poderoso sangue de Jesus, o Rei imaculado que tomou a iniciativa de assumir os nossos pecados até morrer em uma cruz.

Aquela cruz era nossa por obrigação de uma dívida adquirida por nossos delitos, contravenções e pecados. Era aquela cruz o carrasco real da nossa condenação diante de Deus, que, por ter sido cravejada no Filho de Deus, dá o indulto àqueles que se arrependem e buscam ser seguidores de Quem os comprou com Seu sangue. A cruz que Cristo carregou, os açoites, a coroa de espinhos, a humilhação, os cravos, e tudo que se deu após ter recebido aquela condenação à sentença capital deu-Lhe o poder de interceder pelos que O buscam.

É Ele, Jesus, quem tem nas mãos as fendas dos cravos, que Lhe dão o poder de nos representar perante o Seu Pai, o Supremo Juiz dos Céus, liberar-nos de uma condenação eterna, e adotar-nos como filhos do Deus único, o grande Criador que abriu os portões celestes como maravilhoso planejador desta Salvação que se concretiza através de Seu Filho, nosso Intercessor.

É preciso, ademais, nos identificarmos com Ele, para que quando se manifestar o Fim, e Ele levantar-Se como o Grande Juiz neste mundo, Ele seja o nosso Sumo Advogado em nossa defesa, para nos salvar da ira de Deus, ira esta que está prestes a ser derramada sobre os Seus inimigos e o nosso acusador.

Não vamos mencionar nomes, acusando meros seres humanos que estão debaixo das mesmas condições reprováveis e consequentes maldições, as quais todos homens carregam pelas marcas que o pecado lhes imprimem. Há outros inimigos nossos bem mais perigosos.

Surpresa? Quer saber quem são?

Em primeiro lugar, apontamos Satanás, o arqui-inimigo de Deus, que ambiciona destruir aos homens e a todas as criaturas que glorificam o Altíssimo. Sim, este adversário busca alcançar as nossas almas, objetivando afastar-nos da presença e das bênçãos de Deus. Ele é um anjo caído, rebelde e revoltou-se contra o Senhor seu Criador, e ambiciona ser como o Deus Supremo, lutando para galgar melhores condições nos poderes deste mundo, pisando, oprimindo e matando a todos quantos possa, com o propósito de ferir o coração de Deus. Esse ser decaído da graça divina tem os seus dias contados, e o lago de fogo e enxofre será o seu destino final, no tempo preparado para isto.

Outro inimigo nosso é o pecado, causa maior de maldições que passamos a herdar desde o primeiro homem criado no Jardim do Eden. Esse pecado está sempre buscando fazer valer os desejos corrompidos de nossa carne, e assim nos afastar dos planos de Deus para nossas vidas. É uma praga, que se arraigou dentro das nossas almas, um princípio que tem produzido frutos malditos, inoculando a inclinação para as coisas que não agradam a Deus. Como o pecado tem contaminado toda a carne nesta Terra, passou a se infiltrar no ego das pessoas, de modo que assim fez do homem o inimigo do próprio homem.

Um terceiro inimigo nosso é a morte, que significa o fim de todos os projetos e intenções das pessoas que querem alcançar a felicidade neste mundo, e o fim de todas as oportunidades que temos para nos arrependermos do pecado e nos voltarmos para Deus. A morte tem diversas facetas, e uma delas é a morte física, mas há outras, como a morte espiritual, estado em que deixa-se de poder fruir da presença de Deus, e tal e qual um vírus inoculado e ativo, conduz o seu hospedeiro para a outra morte que é a eterna.

Este mundo também está composto de maneira a oferecer uma cultura maldita que montou infraestruturas capazes de enganar a muitos com suas ilusões, de tal modo que o homem pode escapar de algum lado, mas é apanhado em outro, tal e qual teias de aranhas espalhadas por toda a face da Terra. O engano pode às vezes ser tão sutil, que até as boas intenções se tornam em estradas pavimentadas para o Inferno.

Podemos ainda mencionar as enfermidades, que vêm para nos limitar e nos fazer sofrer dores físicas, psicológicas e espirituais. Além destas, existem também neste mundo a miséria, pobreza extrema que traz a seu tiracolo a fome, outros fatores consequências do pecado.

Pois bem, Jesus, o Filho de Deus, veio a este mundo para desfazer as obras do diabo (Atos 10:38). Ele levou os nossos pecados sobre Si quando foi levado à cruz, e morreu a morte que era destinada a cada um de nós, e ainda ressuscitou depois de três dias .

Quando Ele foi preso, julgado como culpado, condenado, açoitado, humilhado, esmurrado, zombado e cuspido em seu rosto, Ele levou assim também as nossas dores e enfermidades.

Todos querem ser felizes, e Ele abriu desta forma o caminho para sermos adotados por Deus como filhos que herdarão a vida eterna e a Nova Jerusalém, para a nossa bênção maior, incessante, imperecível, e sem fim.

Jesus é a porta da graça, da esperança, do amor, e a chave da vitória contra todo o mal, que nos possibilita a alcançarmos o bem supremo. Sim, a chave para a porta que nos conduz a essa vida mais abundante chama-se Jesus, o Cristo. Olhemos, dirijamos nosso olhar para Ele. Perguntamos pois a propósito: Você O quer?

Se sim, abra o coração para Ele entrar. Confesse seus pecados, suas fraquezas, seus fracassos, suas dúvidas, tudo quanto lhe desgosta – e não há desgosto que Ele não possa transformar em alegria em Sua presença.

Permita que Jesus tome nas Suas benditas mãos a chave do seu coração para que Ele possa lidar com todas as arestas que lhe ferem a alma. Você não se arrependerá se assim o fizer.

Sua vida pode estar-lhe parecendo não muito promissora neste momento, mas creia em Jesus, e Ele alegrará o seu coração, tanto nesta como na vida eterna.

Avance, sem medo! Ele é o nosso defensor!

Coragem, cristão! E quanto às lutas? E aos inimigos? E aos problemas? Como serão?

Estes virão a todas as pessoas, e ninguém está isento nesta questão, mas há uma diferença alvissareira e diametral pra quem tem o Santo dos Santos para amparar, limpar lágrimas, socorrer, dar livramentos e acima de tudo colocar em nossos espíritos aquela forte certeza de que estamos no Caminho que alcançará as maiores benesses jamais conhecidas deste mundo e que em beve se manifestarão, recompensando aos que foram fiéis até a morte.

“Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Apocalipse 2:10)

Estas são palavras do Senhor Jesus, o Cristo, após Sua ressurreição, quando apareceu ao apóstolo S. João na ilha de Patmos.

Vamos a Jesus, o Cristo ressurreto, Aquele que vive eternamente, que tem nas Suas mãos as chaves da morte e do inferno, de onde Ele arranca a quem quer dessas maldições.

Sejamos um dos Seus bem-aventurados próximos cidadãos dessa vindoura Nova Jerusalém.