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SALMOS – LXXXI – VAMOS FAZER UMA FESTA

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julio 8, 2022 by Bortolato

Salmo 81

Para comemorarmos.

Quando um casal de noivos se prepara para seu enlace matrimonial, o costume ocidental é que parentes e amigos sejam convidados no maior número de presenças, conforme as posses das famílias, a fim de abrilhantar o quanto lhes seja possível.

Esta é uma forma de expressão da alegria nessas ocasiões, quais se propiciam reações que chegam ao conhecimento do público.

É comum em países cristãos que a festa seja precedida de uma cerimônia religiosa, onde se pretenda pedir as bênçãos de Deus para o casal que se encontrou um ao outro e resolveram unir os seus destinos.

Não é raro haver um investimento extraordinário que venha, pela monta, a causar admiração do público que chegar a tomar conhecimento do fato.

Em termos econômicos poderá até mesmo parecer um exagero, um nível de gastos absurdo e julgados desnecessários para alguns; mas os noivos, com suas respectivas famílias, terão um imenso prazer em fazê-lo, porque há coisas na vida que têm muito valor, bem maior do que o dinheiro dispendido, aliás bem maior do que o tempo, o esforço e o tamanho do investimento.

Não se trata de simples tradições ou costumes impostos pela sociedade. Trata-se apenas de deixar extravasar a alegria das pessoas que houverem encontrado a felicidade juntamente com outras que se deixam contagiar pela emoção promissora que o momento pode lhes causar.

Quando nasce um filho daquele casal, cada aniversário da criança é mais uma oportunidade para se fazer outra festa.

Percebe-se então que vêm aniversários de casamento, dos filhos, de cada membro da família; ou quando algum deles têm uma vitória em suas carreiras, formaturas, conquistas, assim vão surgindo festas continuamente, pois isto dá muito prazer e preenche a vida de coloridos especiais.

Como seria sem sabor uma existência sem motivos para comemoração, não é mesmo?

Na Bíblia encontramos vários exemplos de celebração. No Evangelho de S. Lucas, capítulo 15, versos de 11 a 32 lemos que, na parábola do filho pródigo, Jesus menciona que, ao haver o reencontro do pai com o seu filho que se havia perdido, houve uma comemoração com cânticos e festa, só porque o pródigo “estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado”, aos olhos do pai que ainda o amava profundamente, apesar dos pesares.

Isto é o que dá gosto na vida. A alegria é espontânea e nesses casos não deve ser reprimida.

Pois bem, quando o Senhor Yaweh adotou o povo hebreu como se este fora Seu filho pródigo, a fim de que algumas datas importantes não caíssem no esquecimento, Ele mesmo, o próprio Deus providenciou para que na livro da Sua Lei, a Torah, ficassem marcadas as ocasiões de aniversário da saída do Egito através das festas anuais da Páscoa, entre outras ocasiões propícias para comemorarem juntos, Yaweh e o Seu povo liberto da escravidão.

E nem só de Páscoa viveram os israelitas. Outras festas comemorativas lhes deram oportunidades para darem graças com alegria pelas colheitas do campo que a Terra Prometida, aquela terra onde manava leite e mel, lhes proporcionava.

Daí então foram instituídas outras datas comemorativas: Tabernáculos, para lembrarem os tempos da peregrinação no deserto, onde não lhes faltou água, pois até uma rocha se abriu e lhes deu uma fonte que se tornou em um rio; o maná milagroso que os sustentou onde a terra era estéril; curas milagrosas de vítimas picadas de serpentes; uma coluna de nuvem lhes fornecia sombra durante os dias e uma de fogo os iluminava pelas noites, além de os guiar e proteger naquela jornada tão longa.

Os sábados, os anos sabáticos, os anos de jubileu e até as festas de luas novas eram marcadas para que o povo não perdesse este foco importante e pudesse usufruir da bênção que foi poderem ser amados e adotados por Deus, pelo Deus Vivo. Isto é privilégio dos privilégios, o que tem que ser comemorado todos os dias, com orações, cânticos e ações de graça.

Foi por este motivo que no Salmo 81 o autor do mesmo nos incita a celebrar ao Deus de Jacó, com música, instrumentos de som, tocando trombetas a cada festa de lua nova, na lua cheia, e isto fica implícito que é sempre muito bom e alvissareiro que sempre tenhamos corações jubilosos, porque o nosso Deus é Aquele que nos salva dos perigos, das mãos dos nossos inimigos, dá-nos vida, saúde e alegria de viver, porque o Seu cuidado paterno nos surpreende com boas novas, enchendo os nossos corações de esperança de que nossos futuros dias serão dias de cada vez maiores bem-aventurança – isto se permanecermos com Ele sem voltarmos atrás.

Não se trata de exigência para que se festeje, mas sim, quando sentimos que fomos e somos continuamente abençoados por este Deus maravilhoso, somos os mais felizes moradores da face da Terra. Daí o comemorarmos é simples decorrência desse convívio de amor recíproco.

Asafe, o autor deste Salmo 81, até escreve uma palavra que Deus falou, que nos revela o santo cuidado e zelo que Ele tem por Seu povo:

Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito. Abre bem a boca e ta encherei.” (verso 10)

Olhemos para os pássaros, quando cuidam de seus filhotes. Seus pais vão e vêm trazendo em seus bicos o alimento para sustentar um por um deles.

Os filhotes, que não conseguem ainda ver, pois nasceram com os olhos vendados pelas suas pálpebras, não veem quando seus pais chegam para alimentá-los – mas pressentem-nos, e é o que basta para abrirem bem os seus bicos e receberem um petisco.

Nós também não vemos a Deus com os nossos olhos da carne, mas Ele, direta ou indiretamente, estende a mão para nos suprir e nos alimentar. Como O pressentimos?

Podemos crer que Ele está perto, e não cansa de prover a nossa subsistência com chuvas, fontes de água, o crescimento e amadurecimento dos frutos e das safras dos campos, com o pão sobre as nossas mesas…

Sejamos como esses filhotes dos pássaros, que abrem bem os seu bicos para sermos alimentados.

Quando o Senhor nos ordena para abrirmos bem nossas bocas, Ele está também nos dizendo que é para pedirmos.

Pedi, e dar-se vos há, buscai e achareis, batei e abrir-se vos há; porque qualquer que pede recebe; e quem busca, acha; e a quem bate, abrir-se vos há…” (Lucas 11:9 e seguintes)

Está a nosso encargo abrirmos as nossas bocas, pois assim poderemos falar com Deus. Ele Se compraz em nos socorrer e atender às nossas súplicas.

O que nos está faltando? Ou incomodando?

Deus é fiel e tem prazer em nos atender. Devemos orar e ouvir aquilo que Ele tem a nos dizer. Uma omissão neste sentido estabelece uma barreira entre Ele e nós.

Ele já sabe do que estamos precisando, mas deixa a porta da oração aberta a quem quiser abri-la, e assim poderem também conhecer melhor ao Deus de amor que tanto fez e faz por Seu povo.

Quando, porém, Lhe pedimos por algo, convém que tenhamos sabedoria ao formular o pedido. Deus sabe que necessitamos das melhores coisas, mas o nosso coração é enganoso, e pode elaborar petições de bênçãos que não são duradouras, ou que trazem consigo algum efeito colateral.

Uma criança pode pedir uma caixa de bombons, porque lhe delicia o seu paladar, mas esta encomenda é de mui pouca duração.

Já um adolescente pode pedir um veículo conversível, com motor potentíssimo, mas considerando que ele não tem muito senso crítico, e não tem muita experiência no volante, essa “bênção” pode lhe acarretar um desastre em sua vida.

Se o nosso desejo é ter apenas um bom emprego, uma casa confortável, um automóvel, e uma família feliz, tudo isto é muito bom, mas ainda não são a melhor das opções para obter-se das mãos de Deus.

Quais seriam as melhores opções?

Em Mateus 16:26 o Senhor Jesus nos chama a atenção para um perigo quanto às “bênçãos” deste mundo:

Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?

Lucas 12:31 também nos deixa uma advertência de Jesus quanto ao que devemos buscar na vida:

Buscai antes o reino de Deus e todas estas coisas vos serão acrescentadas”.

E também Lucas 11:11-13:

E qual o pai dentre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? Ou, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai Celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?”

O Espírito Santo é aquele Parácleto, o Consolador, que o Senhor Jesus prometeu àqueles que nEle crerem, para guardarem as promessas de Deus em seus corações, de modo a não serem enganados pelo mundo, guiando-os em toda a verdade. Este Espírito dirige a vida dos cristãos que buscam, antes de tudo, as melhores coisas, as mais elevadas bênçãos do Senhor.

Disse Jesus ainda que este Espírito de Deus nos guiará, e, tendo recebido aquilo que que vem do Filho de Deus, nos anunciará.

Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar”. (João 16:13-15)

Se vós estiverdes em Mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.” (João 15:7)

Em suma, as melhores opções que temos estão nas mãos de Jesus, o Cristo, e o Espírito Santo é, de longe, a maior bênção que podemos receber agora ao nosso alcance, porque Ele está agindo neste mundo, e nos conduz ao Filho de Deus, o Salvador do mundo, O qual pode nos salvar e nos enriquecer com as mais ricas bênçãos espirituais; e depois de terminada a nossa jornada, teremos uma linda morada nos Céus (João 14:2).

Peçamos, pois, a Deus, que possamos adentrar os portões dourados do Céu, com o nosso nome inscrito no Livro da Vida, e que o Consolador Real de Deus, o Espírito Santo, nos venha a estar conosco e ao nosso lado em todos os momentos, vivendo dentro de nós, uma vida agradável aos olhos do Senhor.

Uma eternidade sem fim nos está à espera, com um ensejoso convite de Jesus:

Vinde a Mim… vinde a Mim… vinde a Mim…”

Vamos a Ele!  Vamos participar da festa que vai haver no Céu!


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