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SALMOS – LXXXVIII – ORAÇÃO SOBRE ENFERMIDADE

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agosto 25, 2022 by Bortolato

Salmo 88

Enfermidades. Causa de muitos sofrimentos, mas estas podem ser combatidas através de remédios, os quais por sua vez podem ou não trazer o alívio, a cura, ou amenizar dores e outros sintomas.

Se somos socorridos de forma a recebermos os benefícios desses remédios, ficamos satisfeitos com a medida. Só lembramos que elementos químicos, naturais ou fitoterápicos podem ser usados com sucesso, se aprovados por Deus. Foi o caso do rei Ezequias, que recebeu cura das mãos do Senhor, usando uma pasta de figos no local da chaga, e assim ele saiu vivo do corredor da morte. (Isaías 36 a 39)

O que acontece, porém, é que precisamos decodificar a mensagem embutida em cada enfermidade. Estas podem ocorrer, mas com o consentimento de Deus, como foi o caso de Jó. Por conseguinte, assim como vêm, as doenças também têm um período de duração, e poderão ir-se embora a seu tempo, de acordo com a vontade e atuação do Senhor.

Na Bíblia lemos no Salmo 88 um lamento profundo de alguém que estaria sentindo que não teria mais cura.

Este homem chama-se Hemã, o ezraíta, e por suas palavras denota-se que ele não tinha tido mais esperanças quanto ao seu caso. Assim ele escreve este salmo, como uma peça de lamentação profunda.

Realmente algumas enfermidades fazem sumir os sorrisos do rosto, trazem espanto e são uma sentença extremamente dramática e difícil de alguém assimilá-la conformado.

Então Hemã escreveu sua oração em forma de poesia sacra, intitulada pelas palavras hebraicas mahalath (=enfermidade) lennoth (=para cantar, ou: para humilhar).

É interessante notar-se que este Salmo tinha sido escrito para ser cantado e simultaneamente dançado.

Pensamos, pois: dançar? Como? Isto soa como um sorriso que se abre diante de um fato triste. Tragédias não são músicas feitas para se dançar, mas o salmista se propõe a fazer assim, contrariando as expectativas. Parece-nos muito estranho, não?

Mas então por que dançarem em uma hora de consternação? Isto não parece fazer sentido.

As palavras de Hemã são de uma melancolia que não há igual em todo o restante do livro de Salmos. Por que cantar e dançar em uma circunstância dessas? Isto parece um non sense.

Hemã diz com todas as letras que ele estaria para morrer (versos 4 e 5), triste e solitário. Talvez uma moléstia incurável o tenha afastado de seus entes queridos mais próximos.

Seu lamento em forma de queixa, e questionamentos quanto ao tipo de vida que estava levando, mostram também que ele não tinha uma noção aperfeiçoada da vida após a morte, e isto o induziu a temer que dentro de um breve período ele teria o fim de sua jornada terrestre, e ir para um depósito de almas em um chamado de Sheol, mundo dos mortos, onde tudo termina, não há mais sentimentos, propósitos, recompensas, e até mesmo memórias, conforme Eclesiastes 9:4 a 6.

Continua, ademais, a pergunta: como dançar e cantar dentro dessa perspectiva de vida?

O Salmo termina com uma nota de pessimismo, sem uma palavra sequer que denotasse alguma reação positiva.

Muito embora o tom melancólico seja a tônica desta peça literária, um detalhe oculto no texto nos responde à nossa pergunta.

Em todos os Salmos há um espírito de dependência de Deus, que quase sempre conduz os escritores sacros a crerem que sempre existe, nesta fé, um raio de esperança transformadora, uma luz no fim do túnel, uma recompensa disponível, um escape, uma libertação, algo que reanime o estado da alma sofredora, por piores que sejam as circunstâncias.

Poderão surgir inimigos audazes em nossos caminhos, problemas econômicos e financeiros, enfermidades cruéis, amigos que se afastam de nós, calamidades, desastres, acidentes graves, tudo isso e mais alguma coisa – mas o Senhor Yaweh sempre é a grande esperança de solução para os que estão com Ele; Ele nunca deixa de ouvir as orações de corações aflitos.

O Senhor é também um alto refúgio para o oprimido, refúgio nas horas de tribulação”. (Salmo 9:9)

Assim, o cantar e o dançar levando a Deus uma condição de miséria em todos os sentidos, não deixa de ser um ato de fé.

Este ato exige algum arrojo? Sim. É fora da lógica? Pode ser; com certeza o é para muitos. Então ele canta e dança enquanto chora? Sim, mas entrementes o seu coração vai desprendendo os espinhos que se cravaram em sua alma, e isto significa que uma cura interior vai-se aproximando de seu ser. Muitos não verão assim, porque não sabem nada a respeito das coisas de Deus.

O salmista sabe que em Deus ele pode encontrar a solução. Ele chora, lamenta, sofre, sabendo que na pior situação de sua vida, oh, ele pode ORAR! E vai orando até que encontra a resposta e a paz que reside com Deus.

Sim, senhores e doutores! A oração que dirigimos a Deus é um ato tremendo, pois que nos coloca diante do mais poderoso Ser, inigualável, Juiz dos órfãos e viúvas, o amantíssimo Deus!

Orar pois não é soltar palavras ao vento. É falar com Deus. Ele é mais importante do que o homem mais poderoso da face desta Terra – e está sempre atento às orações dos contritos e aflitos.

Não podemos vê-Lo por perto, mas isto não importa. Ele está presente, e ouve as nossas orações.

Ninguém pense que suas orações são frases desprovidas de poder. O que vemos acontecer com frequência é que essas audiências junto ao trono do Todo-Poderoso precisam melhorar constantemente em suas formulações. Se orar é um ato de fé, é pois conclusivo que devemos orar sem cessar, sem nunca desanimar – e o efeito desta perseverança será como carregar nossas baterias espirituais na tomada do poder de Deus, cada vez mais.

Sejamos corajosos e despertemos para falar a Ele como estamos, abrindo os nossos corações quanto aos problemas que nos causam angústia, preocupações ou qualquer tipo de medo.

Escreve-nos o autor de Hebreus 11:6:

… é necessário que aqueles que se aproximam de Deus creiam que Ele existe e é recompensador dos que O buscam.”

Leia os Evangelhos do Novo Testamento. Veja bem um fato muito maravilhoso. Ninguém que pediu algo a Jesus saiu de mãos vazias. Examine caso a caso. Constate você mesmo.

Coloquemos isto em prática.

Deus ouve a todos, tanto pequenos como grandes. A todos, sem exceção. A parábola do juiz iníquo foi lançada por Jesus só para incentivar-nos a sermos insistentes e constantes na fé que nos leva a orarmos a Ele.

A propósito, Jesus é o grande exemplo clássico de alguém que sofreu extremamente, e foi levado até a morte…

Acontece que com Hemã, sua visão futurística não era aperfeiçoada como hoje podemos ter, nesta era da Nova Aliança do Novo Testamento; a vida não se extingue a partir do túmulo. As palavras de Jesus abriram os nossos olhos para vermos que há uma vida além da morte.

A ressurreição de Cristo foi algo de revolucionário no tocante à vida eterna, tempos difíceis, e Juízo Final, na cultura cristã. Suas palavras trouxeram um grande esclarecimento quanto à vida e a vida eterna, dando-nos uma visão diferente daquela que Hemã possuía.

Valendo-nos, pois, de uma revelação do Cristo de Deus, vejamos o exemplo que Ele nos deu.

Jesus, o Cristo, o Filho de Deus, foi enviado a este mundo para sempre fazer o bem, curando enfermos, ressuscitanto mortos, espancando a tristeza de inúmeras pessoas, libertando-as do cativeiro do pecado e, por fim, levado foi à cruz, sofreu tremendamente sem haver feito absolutamente nada para merecer tal final tão injusto e trágico.

Sim, Ele morreu por causa de nós, por causa de nossos pecados – mas ressurgiu da morte após três dias. Nas palavras do apóstolo S. Pedro:

Porque também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito.” ( I Pedro 3:18)

E:

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que segundo a Sua muita misericórdia nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros, que sois guardados pelo poder de Deus mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo.” ( I Pedro 1: 3 a 5)

Sabemos que a morte física não é o fim de tudo. Jesus morreu, ressuscitou, e abriu o caminho para que nós pudéssemos, acobertados pelo revestimento do Seu sangue puro, desfrutar das gloriosas bênçãos de Deus por toda a eternidade.

Esta vida material é muito breve, e mostra-nos valores, coisas próprias deste mundo que são muito ilusórias. Quem vive apenas para este mundo está perdendo tempo e até perdendo também a vida eterna com Deus.

Olhemos para Jesus. Ele sara todo tipo de enfermidade, dá-nos alegria em nossos espíritos, imerge-nos no Seu Santo Espírito, e nos faz novas criaturas, selando-nos com o Seu selo que nos marca para sermos herdeiros da vida eterna com Deus.

Cientes disto, resta-nos suportar com galhardia os sofrimentos deste tempo presente, pois aos crentes fieis há um tesouro embutido em cada momento de provação que passamos e somos aprovados.

Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações para que o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo, a quem não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação das vossas almas.” ( I Pedro 1: 6 a 9)

É muito lindo isto!

Sabemos pois que os sofrimentos do tempo presente não serão eternos, à medida que Jesus torna-Se o nosso Salvador e Senhor.

Deixemos que Jesus faça toda a diferença para melhor em nossas vidas. Ele nos faz diferentes também, assim como Ele é: santo, puro, cheio do amor pelas criaturas que Ele mesmo fez. Ele é maravilhoso, e nos quer fazer assim também.

Abramos os nossos corações. Ele quer entrar, e bate à porta. Ele quer lhe dar salvação, e nos levar consigo para o Seu eterno lar.

Ele diz: – “Vinde a Mim”!

Vamos a Ele!


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