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SALMOS – VIII – FORÇA EM TEMPOS DE FRAQUEZA

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octubre 4, 2020 by Bortolato

Salmos capítulo 6

Porque quando estou fraco, então é que sou forte”… (Apóstolo Paulo, em II Coríntios 12:10)

  • Sinto que estou perdido! Estou em um deserto imenso, sem forças para caminhar, acabou-se a água do meu cantil, o Sol escaldante aquece a minha cabeça, minha garganta se seca, estou com sede, mal consigo caminhar e não vejo um oásis nem de longe…

Parece até que Deus Se voltou contra mim, porque meus pecados me acusam, e não tenho como me defender…

Vc já se sentiu assim alguma vez na vida? Pois este é um quadro muito comum, dentro da alma de pecadores. Vamos mudar um pouco a pergunta: – Vc nunca se viu assim diante de Deus?

Se a sua resposta é… nunca! Então isso quer dizer que Vc nunca se deparou frente a frente com a perfeita Justiça, e isto é pior do que o que vemos no salmista, que escreveu o Salmo 6.

Por quê? Porque a justiça de Deus é absoluta, e isso está bem à mostra na Sua Lei. Tomemos como rápido exemplo, pois, os dez mandamentos. Vc nunca transgrediu a nenhum desses mandamentos? Duvidoso… Então leia os livros da Lei: Levítico, Números, e Deuteronômio.

Agora nos voltemos para Davi, o autor deste Salmo. Era ele considerado, pelo próprio Deus, o homem segundo o coração de Deus (Atos 13:22, 36). Era um homem justo, como poucos o foram. Ele teve que suportar a responsabilidade de suceder a Saul, o seu rei, a quem Deus rejeitou. Supõe-se que Davi era melhor que seu antecessor no trono, e a Bíblia deixa isso bem claro.

Davi era perfeito ao ponto de não necessitar de arrepender-se de pecados diante de Deus? Se Vc conhece a história bíblica, saberá que NÃO. Claro que não! Por melhor que o homem fosse, não poderia ter sido perfeito.

A oração do salmista neste Salmo expõe-nos como ele se sentiu na ocasião em que esta obra sacra foi produzida. Ele reconhecia que a sua natureza carnal era essencialmente má, constantemente inclinando-se para o que Deus não aprova.

Contudo, mesmo sentindo-se fraco, vulnerável e condenável, sem argumentos para defender-se, e, portanto, aflito, e sem condições morais de subsistir a um justo julgamento perante a Suprema Corte do Reino de Deus, Davi encontrou o remédio, o bálsamo que lhe trouxe a cura de que necessitava.

O que ocorre em um julgamento desses, onde a justiça é absoluta e inflexível, e, deste modo, não aceita a ninguém como totalmente inocente? Esta situação nos leva a pensar que tudo parece estar perdido, mas… foguem! Respirem aliviados! Existe uma saída de escape… uma única saída… vamos a ela.

Davi começa a sua oração pedindo ao Senhor Yaweh que não use de indignação quando repreendê-lo. Ele não se recusa a ser repreendido, mas pede que a repreensão divina não seja agravada com ira, pois em caso contrário ele se afogaria em um mar de desespero, e seria reduzido a cinzas, mais um na lista dos condenados ao inferno.

Deus possui duas características surpreendentemente paradoxais, isto é, quase que contraditórias entre si, mas possíveis. Ele é implacavelmente justo, e isto é o que O faz terrível como um verdugo que tem o machado na Suas mãos, afiado como nunca para desferir um golpe fatal.

Davi, porém, sabia da segunda característica divina e apelou para Sua misericórdia, e assim ele pôde saltar das mãos do Carrasco para a outra parte da natureza do Justo Juiz, quando pediu, com o seu coração gritando:

  • Tem compaixão de mim, Yaweh! Pois estou fraco; cura-me, pois meus ossos agonizam…” (verso 2)

Apesar de pecados, Davi tinha muitas virtudes, mas é importante notar que ele não pede para que Deus considere suas excelentes qualidades, mas sim, a sua pequenez. Por vezes ele se sentia mal consigo mesmo por haver cometido o maior erro de sua vida, traindo a Urias, e providenciando a sua morte por causa de Bate-Seba.

Um pecador arrependido reconhece que o pecado estragou completamente seu orgulho pessoal e esmagou a sua vaidade. Não seja preciso que cometamos graves pecados para chegarmos a concluir que carecemos da misericórdia divina.

Quer ter argumentos a apresentá-los diante de Deus? A fim de receber a Sua aquiescência? Pois então lembremos que os pobres de espírito são os que herdarão o Reino de Deus. Não os ricos, os nobres, os fortes ou poderosos de espírito, mas os humildes.

Não nos esqueçamos que Deus é perfeito em justiça, e nós, imperfeitos. Se quisermos apresentar a Ele as nossas virtudes, isto seria considerar os nossos pecados como se estes aparecessem apenas como uma bela ponta de um iceberg, que esconde uma multidão destes que se avolumaram sob a água.

O argumento mais forte que poderemos apresentar diante de Deus é a nossa pobreza de espírito, nosso estado de necessitados, nossas vísceras abertas, nossa incapacidade de obedecer à Lei e fraqueza extrema para podermos nos apossar das Suas ricas promessas.

Isto lhe parece exagerado?

Pois o salmista sentia que até o seus ossos estavam abalados. Ele certamente estava tremendo, ao ver-se como que despido diante de Deus. Sua alma estava verdadeiramente perturbada, e não reunia condições de santidade que o pudessem colocar à altura do Deus santíssimo. Este desnível espiritual é incomensurável…

Davi pedia ao Senhor que considerasse que o seu estado pedia urgência de um tratamento que lhe trouxesse alívio esperado – “até quando?”

Então o seu pedido é feito, recorrendo à valiosa e prestimosa graça de Deus – o Seu amor que O faz simpatizar-Se com as causas dos necessitados e oprimidos.

Davi gemia, soluçava e chorava como se fosse uma criança. E isto fica até contrastante para um homem que matou um leão, um urso e um gigante muito forte e experimentado em guerras. O que aconteceu com o salmisa? Por que mudou de perfil de repente, tão radicalmente?

O que ocorre é que pelo poder de Deus, Davi foi e ainda então era um campeão, corajoso e até temido por muitos, mas quando se tratava de prestar contas com Deus, contra quem havia pecado, ele se via como um nada, um ser abjeto, prestes a perecer. Este Salmo tem todas as probabilidades de ter sido produzido na mesma ocasião em que o foi o Salmo 51, mas a condição de homem pecador perante Deus sempre foi e sempre será aviltante e perturbadora, quer tenha pecado muito ou pouco, grave ou levemente.

Detentor de uma coroa invicta, vencedor em todas as batalhas em que lutou, ele despojou exércitos muito fortemente organizados e armados, os quais lhe caíram aos seus pés, Davi acabou tornando-se um homem invejado e odiado por inimigos. Seu reino estava firme, invencível, extremamente rico, o que açulava olhos cobiçosos, que não deixavam de arquitetar planos para surpreendê-lo, se assim o pudessem fazer. Filisteus, amonitas, moabitas, sírios, Aitofel, Absalão, Seba e outros bem o tentaram, mas sem sucesso.

Davi, porém, embora se visse espiritualmente despido diante de Deus, ele sabia que, contando com a Sua graça, a sua fraqueza seria revestida da maior força do Universo: a força do Senhor Yaweh!…

A maioria das pessoas tem muita facilidade para se esquecer de suas fraquezas, e procura aparentar ter o perfil de alguém perfeito, digno e irrepreensível, mas isto não é mais do que uma ilusão. Escondem de si mesmos suas falhas e ainda atiram pedras na vidraça dos seus vizinhos, esquecendo-se que também sua casa tem teto de vidro. Ficam inconformados e incomodados com os pecados alheios, e não deixam de dar sua contribuição para desconstruir a imagem e o nome de alguém que procura, como os mesmos que os acusam, encontrar uma doce palavra do perdão de Deus. Deveriam olhar com mais cuidado para dentro de suas almas…

Devemos nos lembrar que Jesus nunca depredou aos pecadores que Lhe eram trazidos à Sua presença, objetivando alcançar misericórdia, mas por outro lado Ele combateu com muito vigor aos que se julgavam melhores do que os demais, conforme poderemos ver em João 9:38-41; Isaías 42:3; Lucas 5:32 e 18:9-14.

Por este motivo, deixemos as sentenças decorrentes de julgamento nas mãos do Supremo Juiz.

Deus, em Sua grande soberania, a quem quer, exalta, e a quem quer, abate, usando de uma justiça que transcende ao parco entendimento humano.

Quem quiser ser colocado no topo de uma escada, não se esqueça que esta pode cair, e levar ao chão os que estiverem sobre os seus degraus. Quanto mais alto o degrau, maior é a queda.

Acheguemos a Deus com os nossos corações inteiramente abertos, e Ele nos ouvirá. Falará de paz ao Seu povo, perdoará os pecados, mas é sempre bom ressaltar que, quem quiser servir a Deus, deve abandonar os esquemas pervertidos deste mundo; abandonar a toda sorte de pecado e resolver afastar-se destes.

Está fraco e abatido? Sente-se humilhado? Não seja isto em vão. Antes assuma a sua humilhação como tema de suas orações diante de Deus, nada escondendo dentro do coração. O Salmo 9:18 promete que os necessitados não serão olvidados e nem as suas esperanças diante de Deus.

Este mundo está sempre a distorcer os valores do Reino de Deus. Em geral não valorizam os humildes, mas muito pelo contrário, depreciam-nos e buscam uma autoexaltação, orgulhosos de seus feitos, e até usam de costumes truculentos. O ensino de Jesus, porém, nos deixou palavras que enaltecem os humildes.

O próprio Jesus foi que disse em certa ocasião:

Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas.” (Mateus 11:29)

Isto ele demonstrou até à morte. Não negou humildade ao apresentar-Se para ser preso, seviciado, zombado, julgado injustamente, e sentenciado à cruz. Ele poderia ter pedido ao Pai que enviasse uma legião de anjos para livrá-Lo, mas não fez isto. Sendo Ele o Senhor de tudo, o Criador deste mundo, e Rei dos Reis, não recusou-Se a ser também o nosso Salvador, assumindo as nossas culpas, e pagando o preço de sangue para que fôssemos livres do terror da morte eterna – e assim, derramou a sua alma no Calvário, a fim de que não sofrêssemos o castigo que os nossos pecados exigiam merecidamente.

Quem tem Jesus como o seu Salvador, Rei e Senhor pode responder com alívio e segurança a todos os seus acusadores, quando estes vêm para nos tentar abalar. Tais e quais verdadeiro demônios, estes vêm mostrando todos os nuances de sujeira que nossos pecados carregam, mas por mais asquerosos que estes sejam, podemos dizer o mesmo que Matinho Lutero disse a Satanás:

  • O sangue de Jesus me purifica de todo pecado”.

Façamos o mesmo que Lutero.

E está batido o martelo do Sumo Juiz. Os nossos pecados já foram pagos na cruz. Estamos livres da condenação. Estamos nas mãos de Jesus, que nos tem preparado um futuro completamente diferente daquilo que comumente é destinado aos pecadores.

O Pai nos espera, da mesma forma que um pai recebe a um filho pródigo. Louvado seja Deus!

Vamos para a casa do Pai! Com Jesus, o nosso Irmão maior!


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