Salmo 94

Em um mundo conturbado como este, precisamos, antes de tudo, de ter paz.

Se olharmos para os lados, veremos muitas coisas perturbadoras ressaltando-se. A perversidade se expõe livre e publicamente. A mídia se dispõe a mostrar isso com muita rapidez. Quer ouvir notícias ruins? É só ligar a TV ou a rádio.

Se atentarmos somente a esses veículos de comunicação de noticiários, ficaremos horrorizados e deprimidos.

A iniquidade é tanta, que nossos corações que apreciam a paz, aquela paz que nos dá conforto nas horas mais difíceis, e força para enfrentarmos as nossas lutas do dia a dia, desejam o escape. Pensamos como poderemos sair ilesos e livres de sermos atingidos. Livres das obras da injustiça deste mundo, livres dos inimigos, dos mentirosos, e dos que ainda se gabam de serem assim ostensivamente.

Realmente, enquanto roubam, matam, exploram o povo, oprimem ao pobre e necessitado, esses ímpios pensam que Deus não os vê, e que nem Se importa com isso. (verso 7)

“Porventura quem repreende as nações não há de punir? Aquele que aos homens dá conhecimento não tem sabedoria?” (verso 10)

O mal tem-se expandido muito, isto é uma realidade, a tal ponto que ficamos pensando se de fato haveria uma solução, um ponto final para essa obra malfazeja…

Como solucionar isso, quando vemos que o mal já se tem avolumado tanto? Que podemos fazer?

Não nos esqueçamos de que Deus tudo vê, e tem um caminho de resgate para não deixar que tudo venha a sucumbir.

Ele ainda está estendendo a sua mão para aqueles que mesmo havendo sido seduzidos pelo mal, possam encontrar uma rota de retorno à Casa do Pai.

No verso 12 do Salmo 94 lemos:

“Bem-aventurado o homem a quem disciplinas, a quem ensinas a Tua Lei para lhe dares descanso nos dias maus, até que se abra a cova para o ímpio”.

Quanta agitação vemos por toda a parte, não? Quanta correria, às vezes em desespero – e nesse frenesi, muita precipitação, que acaba passando por cima e esmagando o direito e a paz.

O homem necessita aprender a confiar em Deus, e para isto tem que parar um pouco para ouvir. Ouvir o que Deus tem a dizer.

Isto não requer um quietismo alienado dos problemas da vida. Trata-se de respeitar a natureza limitada que temos. Todos precisam de um pouco de descanso para poderem continuar a lutar. Até mesmo lutas de boxe ou de artes marciais não se planejam em um único assalto.

Precisamos ouvir o soar dos gongos que encerram uma etapa da luta, como que a nos dizer que temos que parar um pouco. Não somente dar um tempo para refazimento das forças. Temos que deixar aquilo que perece, e nos voltarmos para Aquele que nos fez à Sua imagem e semelhança.

Sim, até porque muitas vezes necessitamos parar e voltar atrás, lá onde cometemos algum erro, e procurarmos corrigir. Pode ser que não possamos mais corrigir o que foi feito de errado, mas é certo que poderemos corrigir a rota equivocada que tomamos, e passarmos a assumir a senda de Deus. Voltar atrás é muito bom, neste sentido. É excelente.

Enquanto homens pensam em levar a vida e conduzir as coisas sem o auxílio e a direção de Deus, eles vão-se perdendo.

“Se não fora o auxílio do Senhor, já a minha alma estaria na região do silêncio” – isto é, no mundo dos mortos. (Salmo 94:17)

Como é bom podermos ouvir as palavras de Deus, que nos revelam a Sua benignidade.

Quando estamos aflitos e preocupados, é Ele que nos consola, nos dá abrigo nas tempestades da vida (Sl.94:13).

Na Sua presença há muitas alegrias; quem quiser ignorá-Lo, estará perdendo a paz que somente Ele tem para nos acrescentar.

Deus não tem nada a ver com os poderosos que usam de desonestidade e distorcem as leis para forjar o mal. O dia final está marcado para determinar que a justiça prevaleça e as balanças da Lei pesem devidamente as causas, e toda iniquidade e injustiça sejam exterminadas da face da Terra.

Enquanto isso não acontece, não sobrecarreguemos demais os nossos corações. As coisas de hoje não ficarão da mesma forma como estão, e chegará o dia em que os justos serão recompensados, e o Todo-Poderoso terá dado um ponto final aos procedimentos dos ímpios e os destruirá (Salmo 94:23).

“Então os justos resplandecerão como o Sol no Reino de seu Pai” (Mateus 13:43).

Temos que atinar para o fato de que Deus é Deus de justiça, e nEle não há mal que subsista.

O amor de Deus não mente, e não se omite, por isso somos conclamados a buscá-Lo e comparecer perante Ele. Quem não quiser buscá-Lo nesta vida estará rejeitando o amor de Deus, rejeitando os Seus princípios, e a Sua vontade – e na Sua bendita vontade reside todo o bem que um ser humano possa conhecer. Por isso Jesus nos ensinou a orar:

“Pai nosso, que estás no Céu, santificado seja o Teu nome; venha o Teu reino; seja feita a Tua vontade assim na Terra como no Céu… “ (Mateus 6:9-10)

Quem não quiser buscar a Deus nesta vida, terá que encará-Lo como o Supremo Juiz, ao passar desta para o além. Nosso poder de decisão é como uma faca de dois gumes, que tem um lado espiritual muitíssimo doce, mas se este não for usado em vida, o outro lado será usado, e tem um gosto muito, mas muito amargo. Esta é a condição espiritual que temos de encarar e assumir; por isso é importantíssimo que procuremos encontrá-Lo o quanto antes possível.

Consequentemente não temos que aceitar essas múltiplas injustiças que se mostram a público continuamente, e nem nos conformar com isso. Que o nojo dessas coisas nos leve a fugir desse esquema corrupto e decadente com todas as nossas forças.

Temos que, em vez de nos conformarmos com este mundo, nos apegarmos ao bem que nos faz sermos pertencentes ao grupo dos que reconhecem que, consciente ou inconscientemente, mas também lamentavelmente fizemos parte do processo perverso desta vida, nos arrependemos disso e nos esforçamos para estarmos inseridos dentre os que alcançaram misericórdia divina.

Desde a época de João Batista, Deus nos tem lançado Sua proposta de aderirmos ao Seu Reino. Nas palavras de Cristo:

“Desde os dias de João Batista até agora o Reino dos Céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele” (Mateus 11:12)

Este é um caminho por ora livre, franqueado a qualquer que o queira.

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito para que todo aquele que nEle crer não pereça, mas tenha vida eterna.” (João 3:16)

Atenção! Crer e aceitar são frutos de nossas decisões, sabia.

Isto é de suma relevância. Crer não é uma atitude que dependa apenas do estado de espírito de alguém, de afetos ou de emoções. Qualquer que seja a filosofia adotada por quem quer que seja, crer no Filho de Deus é uma questão de reconhecer que temos tomado caminhos equivocados, e que estamos diante de uma encruzilhada que nos força a tomarmos uma decisão: crermos em detrimento de nossas decisões erradas do passado, e assumirmos o caminho de Jesus como a atitude mais saneadora de toda a nossa vida, ou não. A nossa resposta tem que ser “sim”, ou “não”, simplesmente. Desses dois caminhos depende todo o nosso futuro.

Em resumo: Até agora, já passamos por várias encruzilhadas, e temos assumido um destes dois caminhos. Aonde chegamos?

Resta-nos então a seguinte pergunta, que tende a nos esclarecer quais as nossas reais condições:

– De que lado estamos? – E de que lado queremos realmente estar?

A proposta de Jesus é redentora. Quem aceitá-la, terá os pecados perdoados, lavados e lançados no fundo do mar. Seria uma loucura ignorá-la, mas os esquemas tortuosos deste mundo têm colocado uma venda nos olhos da maioria das pessoas, de modo a fazer como que estas não queiram aceitá-lo.

Em que pesem todas as dificuldades e obstáculos a esta fé, o caminho de Cristo continua o mesmo, aberto até o presente momento, nos põe em cheque nesta encruzilhada, põe-nos a par da situação, e nos convida para virmos, para descortinarmos esta sua bendita senda.

O que nos impede de segui-la?

Vamos colocar em uma balança todos os pesos deste mundo de um lado, e a proposta de Cristo do outro. O que lhe está pesando mais?

Ele diz: – “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas, porque o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve.”(Mateus11:28-30)

Venha!