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SALMOS – XVIII – REFÚGIO PROTETOR

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noviembre 29, 2020 by Bortolato

Salmo 16

Quantas vezes teremos que passar por caminhos difíceis? Não faltam pedras e espinhos para tornar nossa jornada tormentosa. Não obstante isso, a vida continua e estamos sempre cobrando o ânimo, e sempre prosseguindo a caminhar, buscando alcançar o alvo das nossas esperanças.

Às vezes me pergunto: como foi que sobrevivi até aqui e agora? Não presumimos ser diferentes de todas as pessoas, mas o fato é que, quer queira, quer não, todos fazemos parte de uma história que deixou para trás uma porção de pessoas que morreram nesta caminhada.

Meu caso e o seu podem ser julgados apenas como um ou dois, entre os muitos que o mundo fica conhecendo. Aí então ficamos a pensar: por que eu fui poupado? Outros que conheci não o foram. Por quê? Só Deus é quem tem a resposta certa para nos dar, e muitas vezes Ele não a expressa de maneira clara; é preciso somar as experiências, as tomadas de decisão, e os resultados, para chegarmos a alguma conclusão, e mesmo assim, nossas análises, cálculos e elaborações poderão estar eivados de erros, ou ainda nos deixarão respostas não necessariamente conclusivas.

Vivências marcantes jamais nos serão esquecidas, e nossas mentes continuarão procurando aqui e ali algum meio de interpretá-las de modo profundo e satisfatório.

O que vem a ser esse vocábulo que causa arrepios nos cabelos de muitos: a morte? Esta pode parecer terrível para uns, mas é até almejada por outros, dependendo das circunstâncias. O instinto de preservação da vida, porém, sempre faz a regra geral, com muita força e persistência.

Por várias ocasiões a morte cercou-me em meus caminhos. Em algumas dessas vezes, foi de maneira sutil, parecendo que nada mais foi do que um susto, mas em outra, houve uma tragédia com vítima fatal.

Em um dado momento do ano de 1965, estava me afogando dentro das águas marinhas. De uma outra feita, onze anos antes disso, lá com meus sete anos de idade, fui atropelado por um veículo que passava defronte da casa onde morava. Foi quando sofri o impacto do para-choques daquele carro, fui jogado ao chão, e só não fiquei debaixo do chassis. Não sofri nenhum arranhão, levantei-me e assustado, corri para dentro de casa, fazendo de conta que não havia acontecido nada. Vinte e dois anos depois, estando como passageiro dentro de uma Kombi que fazia o percurso de uma estrada de terra, o motorista se viu em apuros depois de ser cegado pelo farol alto que incidiu contra nós, saiu da pista e avançou para o cerrado que beirava a estrada. Capotamos por várias vezes. Uma jovem morreu neste acidente e nós, os que sobraram, pudemos sair pela porta traseira do veículo, para dar graças a Deus por estarmos vivos.

Estive também envolvido em outros incidentes ocorridos com automóveis, mas escapei, e posso dizer isso porque hoje estou vivo.

Às vezes me admirava com tudo isso, pensando o porquê de tantas vezes a morte me flertou, e tantas quantas foram as vezes em que escapei com vida.

Hoje, meditando sobre tudo isso, vendo que tantos estão jazendo seus corpos no fundo de covas funerárias, então meus olhos se despertam para um fato que não posso negar: foi Deus que me salvou, em todas essas ocasiões! Com toda certeza, foi Ele! Ele teve misericórdia de mim! Não há outra explicação.

Depois de escapar daquele afogamento nas águas do mar em 1965, algo me impulsionou para a direção de Deus, desejoso de descobrir o real significado desses acontecimentos e de quanto vale a vida, e de encontrar-me com Ele, se o pudesse.

Hoje percebo que, se eu pudesse ter abertos os meus olhos espirituais, poderia ter visto que um ou mais anjos de Deus estiveram ao meu lado, para guardar a minha vida, não somente naqueles momentos cruciantes, mas também em outros que nem notei que Ele mesmo estava ao meu lado.

Comecei a buscá-Lo onde mais provavelmente poderia encontrá-Lo: nas igrejas. Buscando encontrar um padrão ideal de algum profeta de Deus, não via ninguém capaz de igualar-se com Jesus, o Cristo, e assim fui visitando igrejas onde Ele era pregado e reverenciado.

Quando me lembro de cada um daqueles incidentes, o meu coração se abre e louvo ao Senhor por tão grande zelo para comigo, mas fico intrigado até hoje. Não há como ser diferente.

A Deus seja a glória por isso tudo e por muitas outras coisas que Ele providenciou para poupar a minha alma.

No Salmo 16:1 o salmista pede a Deus para ser guardado no Seu refúgio. Em um lugar seguro, onde o mal não me pode alcançar. Este refúgio, por incrível que pareça, não tem um lugar fixo. Parece ser móvel, e se acerca de quem Deus se agrada para com este lugar presenteá-lo, onde quer que seja. Pode ser em qualquer lugar deste globo, ou mesmo em uma estação ou nave espacial. Deus tem como localizar aos Seus escolhidos, prestar-lhes a Sua escolta, e dar a segurança.

Davi, o escritor deste Salmo, reconhece que ele não deve sua integridade física e moral senão somente a Yaweh, o Deus que ele conheceu como único, o Soberano, acima de todos quantos queiram competir com Ele. Nas suas horas críticas, não tinha ele nenhum outro benfeitor, mas somente o Senhor.

Podemos, sim, ser guardados por anjos, mas quem de fato nos livra é Ele, o Senhor. A Ele seja a glória! Não há outro Deus, nem igual, nem semelhante.

Há quem queira atribuir o poder espiritual a outros deuses, na sua precipitação, mas isso não é bom. As histórias que nos chegam ao conhecimento, acerca daqueles que aderem a crenças pagãs o atestam. Não negamos que existam entes espirituais que se propõem como deuses ou semideuses, mas o salmista já havia visto isso e constatou que o fim dos que os adoram é quase sempre desastroso, e ao findar a vida terrena; é totalmente certo que sofrerão duras penas. (Salmo 16:4)

Em 16:5 Davi olha para a porção de terra que ele recebera como herança, e reconhece que a mesma é linda, e o que mais a embeleza é saber que esta lhe foi dada por Deus, prometida anteriormente a Abraão quase mil anos atrás de sua época, depois apresentada a Moisés, e entregue pelas campanhas de Josué ao seus ancestrais, parte das terras de Belém da Judeia.

Ao contemplá-la, o salmista se alegrou, encheu-se de gratidão e amou aquilo que Deus fez , colocando ao alcance de seus olhos e de seus pés.

Charles Spurgeon enfatizou muito bem essa atitude em um de seu sermões, descrevendo-a como em uma visitação que recebera do Espírito Divino: –

Recuse-se a ver qualquer coisa sem ver Deus nela. Considere as criaturas como o reflexo do grande Criador… Não considere conhecer alguma coisa antes de conhecer o que há de Deus nela, pois isso é a essência que ela contém.

Acorde pela manhã e reconheça Deus em seu quarto, porque a Sua bondade recolheu a cortina da noite e tirou de suas pálpebras o selo do sono.

Vista-se e perceba o cuidado divino que lhe proporcionou vestimentas feitas com plantas do campo e ovelhas do rebanho.

Vá até a sala do desjejum e bendiga a Deus… saia para trabalhar… volte para a sua família e veja o Senhor em cada um dos seus amados.

Reconheça a Sua bondade em preservar a vida e a saúde.

Procure Sua presença transformando a casa em um palácio onde moram os filhos do Rei.

Finalmente, adormeça à noite como que abraçado pelo seus Deus… Isto é viver feliz!”

O salmista também louva a Deus porque crê que, mesmo depois de colhido pela morte, o seu corpo repousará seguro. Quando ele menciona esta fé tão firme e inabalável, ele sente o seu espírito voar, mas voar longe, para bem distante no tempo, cerca de mil anos à sua frente – ele parecia ter entrado em uma máquina do tempo – para descrever profeticamente aquilo que ele viu: o Santo de Deus, o Messias, Jesus, que, tendo sofrido sem merecer morte atroz, mas que ao ter seu corpo guardado em uma sepultura, não sofreu corrupção. Os céticos podem não crer, mas Jesus jamais teve um corpo deteriorado, nem depois de sua morte.

O apóstolo S. Pedro leu esta passagem de Salmos nas Escrituras Sagradas, e percebeu que o rei Davi, na realidade, morreu e foi sepultado ( A sua sepultura guarda os seus ossos até o dia de hoje), de forma que esta maravilhosa incorrupção do corpo ficou claramente referida, não a ele próprio, mas à ressurreição do seu descendente, o Senhor Jesus! (Atos 2:27-30)

Em uma cultura judaica do Antigo Testamento, na qual pouco se falava em vida após a morte, foi quando então se desprendeu do Céu esta profecia através de Davi, como uma sagrada pérola preciosa que desceu das alturas e foi colocada em seus lábios, descrevendo o que viria a acontecer com um de seus descendentes, quase mil anos antes deste milagre acontecer.

Esta ressurreição do Cristo concedeu um mui grande benefício aos que nEle creem: vida eterna, alegre, na presença de Deus. Vida após esta vida, que é enriquecida e feliz para todo o sempre, tudo porque a morte e a ressurreição de Jesus nos proporciona a mais benfazeja concessão de perdão para os nossos pecados.

Sim, Jesus, quando morreu naquela cruz, há cerca de dois mil anos atrás, levou em seu corpo a paga pelos nossos pecados que mereceríamos, com o propósito de fazer com que o seu sacrifício vicário nos livrasse da mesma.

Quando Pedro discursou aos israelitas naquele seu sermão proferido em um dia de Pentecostes, revelando sobre esta ressurreição, o povo, ao tomar conhecimento deste fato dramático, perguntou-lhe:

  • Que faremos, varões irmãos?”

A resposta de Pedro foi:

  • Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados, e receberei o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos diz respeito a vós, vossos filhos e a tantos quantos Deus Nosso Senhor chamar”. (Atos 2:37-39)

Considere-se o leitor ser abrangido pela extensão desta promessa. Fato é que Jesus foi o precursor, a primícia da ressurreição dos mortos. Quem nEle crer, também receberá esta mesma bênção, isto é uma promessa de Deus. Para outros detalhes e esclarecimentos, leia-se o capítulo 15 da primeira carta de Paulo aos Coríntios, e também as duas que foram escritas aos Tessalonicenses.

Não há nenhum ser humano vivo capaz de compreender a totalidade das bênçãos que receberá das mãos de Deus por toda esta vida e ainda mais no Céu.

Ainda que estejamos mal entendendo como estas coisas podem ser, podemos abraçá-las pela fé na Palavra de Deus. Tudo quanto Jesus profetizou, cumpriu-se, e as coisas que ainda não se cumpriram serão vistas nesta Terra no tempo oportuno.

Ele nos promete vida eterna, se viermos para o Seu refúgio secreto.

É uma questão de fé, de bom senso e de coragem, passarmos para o aprisco de Jesus. Isto muda completamente nossas vidas, mas para muito melhor.

Um detalhe muito importante, porém: esta vida eterna com Jesus só acontecerá para quem tomar a decisão de fazer uma entrega total de sua existência nas mãos dEle. Na verdade, terá sido uma troca: trocamos nossos pecados, nossas fraquezas, nossas desilusões, nossos desgostos, tristezas e desencantos da vida, pela maravilhosa Vida de Cristo dentro de nós.

Vale muito a pena: sermos como Jesus é, ou senão seremos apenas nós mesmos, a carregarmos o peso dos nosso pecados, tanto nesta vida, como na eternidade.

Ele carregou na cruz os nossos pecados, de modo que quem nEle crer e segui-Lo, sentirá como é mais suave a vida com Ele, e muito mais alegre será, quanto mais passarmos o tempo com Ele.

Venhamos a Jesus. Maior bênção do que esta, jamais encontraremos em lugar algum. Ele nos espera no Seu refúgio gracioso. Feliz de quem O encontrar.


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