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I REIS – VIII – UMA OBRA DE ARTE

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enero 10, 2017 by Bortolato

Gostaria de conhecer a obra prima do um artista que mais qualidade de formas, cores e sem retoques conseguiu realizar algo que ninguém no mundo pôde sequer igualar?

Este artista ainda é vivo hoje.   Mais do que isto, Ele vive eternamente.   Se formos analisar a rigor as demais obras de outros artistas deste mundo, veremos que todos os demais nem chegam perto de Sua criatividade.

Apesar disso, muitos ainda tentam.

Em I Reis, capítulo 6º, lemos que Salomão contratou muitos artífices em pedra, em ouro e em metais preciosos, para construir uma Casa para Yaweh, o Senhor dos Exércitos.   Foi uma longa e trabalhosa obra, grande demais para um homem executá-la.  Trinta mil israelitas e 150.000 cananeus tiveram de ser empenhados na construção.   Um outro rei, chamado Hirão, também colaborou.

Mais do que isso, além de ter sido uma obra que demandou muitos recursos humanos e da natureza, foi algo que deixou a muitos boquiabertos quanto às riquezas e detalhes empregados.

A Casa do Senhor construída naquela oportunidade apresentou aspectos de riqueza incalculáveis.   Por dentro, as paredes de pedras lavradas foram cobertas de madeira, e estas eram entalhadas com figuras de colocíntidas e flores abertas, desde o soalho até ao teto – tanto no espaço de entrada quanto nos fundos.

A dependência de entrada media aproximadamente dezoito metros (originalmente: quarenta côvados), e o Santo dos Santos, que ficava ao fundo, cerca de nove metros (ou: vinte côvados)  de cada lado.  Ambos aposentos tiveram suas paredes revestidas de ouro sobre a madeira, como também o chão recebeu o acabamento do metal nobre sobre o seu piso.   Esses aposentos ficaram dotados de um brilho fabuloso.   Nem as fábulas de La Fontaine ou As Mil e Uma Noites vislumbraram tal riqueza de detalhes.

Dentro do Lugar Santíssimo foram colocados dois querubins de madeira totalmente revestidos em ouro, e suas asas eram abertas, e, unidas as extremidades destas, cobriam totalmente os nove metros da extensão da parede dos fundos.   Salomão quis significar com isso que os anjos de Deus são muito poderosos, santos e ricos do resplendor da glória do Céu – e esses anjos, denominados de querubins, são enormes, e fazem uma perfeita guarda da Casa de Deus.   Este detalhe, que não seria visto pelo povo, mas somente pelo sacerdote que poderia adentrar àquele recinto uma vez por ano, obedecendo a um ritual preestabelecido, no momento escolhido pelo Senhor, para ousar pedir perdão para os pecados de toda a nação israelita, segundo a medida da Sua boa vontade.   Com isto, blindavam-se os olhos do povo, para que este não caísse no pecado da idolatria.

As vergas das portas da entrada do Santo dos Santos eram de madeira de oliveira, bem como as folhas das tábuas que ladeavam seus umbrais, com detalhes lavrados como adornos: querubins, palmeiras e flores abertas.   Tudo isso coberto de ouro, e esta porta tinha um formato pentagonal.

A entrada da porta do Lugar Santo, a dependência de entrada do Templo, já foi feita de madeira de cipreste, mas com vergas esculpidas de toras de oliveira lavrada, de formato quadrilateral.

Esses detalhes nos levam a um passeio pelo Novo Testamento, o que nos autoriza a estabelecermos algumas comparações alegóricas de profundo significado espiritual.

O que nos vem à memória de imediato é o episódio em que Jesus chamou a Simão de Pedro (Petros), querendo dizer “pedra”, mudando-lhe o nome, e dizendo que “sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mateus 16:18), e ainda acrescentando que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.

Mais tarde, no dia de Pentecostes, o mesmo apóstolo, dantes apenas um pescador, proferiu um discurso no qual quase três mil almas se converteram a Cristo, e ele pôde sentir o poder da palavra do Senhor, e reconheceu que ele era apenas uma das pedras que teve o privilégio de ser colocado sobre a Pedra Fundamental (esta é o próprio Senhor Jesus), conforme o próprio escreve em  I Pedro 2:4-6.

Pedras são materiais usados em construção, de consistência extremamente firme, de longa durabilidade, passíveis de serem trabalhadas de forma a poderem ajustar-se umas às outras, de modo a oferecerem uma edificação que, ao serem justapostas e sobrepostas, elevam paredes muito sólidas.   Assim é a Casa de Deus, que se levanta pedra a pedra, sim, mas toda feita de pedras vivas, lavradas pelas mãos do Grande escultor para serem juntadas, unidas uma à outra, com vistas a exclusivamente glorificarem ao Seu Nome.

Que então dizer de Jesus?   Ora, Ele é a pedra principal, a chamada pedra de esquina, aquela que serve de alicerce para Casa de Deus.    Mas o Filho de Deus se fez uma “pedra”?  Sim, quando Ele Se fez carne, e fez tudo o que fez para levantar a Sua ekklesia.   Ele não veio em um palácio, e nem o Seu ministério terreno foi muito reconhecido, senão pela multidão de enfermos a quem Ele curou, e das almas sequiosas de Deus que ouviram os Seu sermões como uma terra sedenta que recebe chuvas do céu – e assim a Pedra Principal, enquanto tal, não foi coberta de ouro pelos homens, mas a Casa do Senhor nesta Terra há de ser, na revelação da Sua glória, coberta pelas tábuas mais nobres, revestidas do ouro da santidade eterna do Senhor, quando os materiais menos brilhantes receberão o fulgor resplandecente do Céu.   Haja coração para resistir à expectativa desse despertar de glória.

Pedro, pois, foi uma dessas pedras sobrepostas na Pedra de Esquina.   Tiago, João, Mateus e outros também foram colocados sobre o Santo Alicerce da Igreja.   Depois, sobre estes, os muros foram se erguendo com a sobreposição e justaposição pedra com pedra, até chegar até nós nos dias de hoje.

Os móveis, utensílios e acessórios da Casa já eram os mesmos que foram utiliizados dentro do Tabernáculo, acerca dos quais já temos comentado quando passamos pelos capítulos 25 a 27, 30 e 37 do livro de Êxodo, para onde remetemos o leitor.

Quando, porém, os discípulos mostraram-se admirados com as pedras do Templo que foi construído, na época, pelo rei Herodes, Jesus disse que daquele edifício não ficaria pedra sobre pedra, significando que aquilo que eles viam não era exatamente a obra que agradava a Deus.   Infelizmente é de se lembrar que Ele teve que expulsar os cambistas e comerciantes de dentro daquela Casa (João 2:13-21), o que denota que o povo estava longe do espírito de reverência que é necessário ter-se quando se pretende entrar no Seu Templo, para glorificar e santificar ao Seu nome (Eclesiastes 5:1-2).

Os judeus contestaram-nO, pedindo um sinal, um milagre, para entenderem que Ele tinha autoridade para proceder daquela forma tida por radical.   Expulsar pessoas do Templo de Deus realmente não foi do agrado de alguns administradores daquela casa. Jesus lhes responde:

– “Destruí este santuário e Eu o levantarei em três dias!”

Ele não estava se referindo ao Templo de Herodes, mas ao Seu próprio corpo,   Os discípulos entenderam isso, quando Ele ressuscitou ao terceiro dia após ter sido morto.   A verdadeira Casa de Deus é o corpo de Cristo.

Hoje a Igreja é o Corpo de Cristo nesta terra, e cada um dos discípulos do Mestre é uma pedra do edifício de Deus, e ao mesmo tempo, um pequeno templo que foi feito com a finalidade de glorificar ao Senhor que o criou.   Além disso, nossos corpos são templos onde o Espírito Santo quer habitar.

Essas figuras de linguagem nos falam de diversas formas, referindo-se ao trabalho que Deus faz nesta Terra.   Somos a lavoura de Deus, pedras do Seu Templo, templos do Espírito Santo, vasos de honra, o rebanho de Deus, o Corpo vivo de Cristo, a Noiva de Cristo, tudo isso porque representamos um povo de especial valor para Ele.

Tratam-se de enfoques diferentes pelos quais somos vistos por Deus, e que Ele quer que saibamos que assim somos, a fim de melhor sermos informados, e que as características dos cidadãos do Reino do Céu nos encham os olhos de esperança; e haja em nós uma expectativa mui especial de, ao sermos chamados para Sua glória, que tenhamos realizado com amor e fervor a nossa maior vocação para a qual o Senhor nos entalhou, e assim possamos desde já antegozarmos da alegria que nos é dada quando olhamos para o presente, onde vemos que parece nada termos; mas também olharmos para o futuro, onde descobrimos e reconhecemos o destino glorioso que nos espera, se já entramos neste barco e nele permanecermos até o fim.

Reconheçamos, contudo, que não há méritos em nós, porque o pecado nos dominou por um tempo, e isto nos tornou condenados e incapazes de agradar a Deus, mas…

Onde abundou o pecado, superabundou a Graça (Romanos 5:8-9).   A Graça de Deus!  Que poderes tão admiráveis tem essa Graça?

A graça de Deus nos toma em um dado momento e nos torna arrependidos de todo o mal, muda a nossa índole, sacode-nos a não mais podermos suportar, levando embora toda a poeira do pecado, faz-nos rolar no ar e no chão e, como uma grande onda do mar nos faz surfar sobre ela, às vezes nos colocando de pernas para o ar; fazendo um reboliço dentro de nossas almas e moldando-nos como o oleiro faz com o barro, transformando-nos em uma obra de arte digna do seu Grande Autor.   Não é assim que um artífice de pedras faz com suas obras de arte?  Fazendo de tudo, do início ao fim, para levar todo o seu trabalho a um bom termo?

Que o Senhor nos dê o acabamento conforme a Sua vontade, e deixe em nós aquela marca indelével que claramente atesta que somos a arte final de Sua obra: a Sua assinatura de autoria, a do Grande Artista Celeste.   Que assim seja!


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