XXVII – CREPÚSCULO DE UMA NAÇÃO
Comentarios desactivados en XXVII – CREPÚSCULO DE UMA NAÇÃOoctubre 11, 2018 by Bortolato
Muitas nações tombaram no decorrer da História Universal. Algumas até duraram bastante, e outras, nem tanto. Puderam até mesmo chegar a um certo apogeu, e causar uma certa impressão pela importância que deixaram, devido à imponência que alcançaram em algum ponto do decurso de sua existência. Fizeram um nome para si, o qual ficou marcado na História, mas o que mais além disso? Quando não deixaram apenas o nome e um montão de ruínas que fazem os arqueólogos ficar muito pensativos a seu respeito, com uma porção de indagações circulando em suas mentes, na melhor das hipóteses tornaram-se em reinos conquistados, cujas fronteiras foram muito encolhidas, cedendo espaços para outros povos as alterarem e deixarem os tempos áureos no esquecimento.
Os estudiosos da História perguntam-se com frequência, ao se depararem com fósseis: – “Como foi isto acontecer? Qual foi a causa da sua queda e destruição?”
Aventam hipóteses. Questionam sobre os restos que sobraram daquela civilização. Certos vestígios são perturbadores, pois fornecem pistas de que tivessem havido genocídios, ou, dependendo de cada caso, alguns foram vítimas de cataclismos.
As pirâmides do Egito, tanto quanto a cidadela dos incas deserta de Machu-Picchu, bem como as dos maias no México revelam o fim de civilizações envolto em mistérios.
Daí vem a pergunta: – Será que o mesmo não estaria por acontecer sobre nós nos dias de hoje? Onde se encontrariam as causas primeiras e últimas do desaparecimento desta ou daquela nação?
Onde acharíamos o ponto crítico que deu o start para cada respectiva desdita? Quando e como começou o declínio que culminou com o estado de ruína final?
Vamos aos fatos que temos em mãos hoje:
1 – Sabe-se que Pompeia e Herculano foram exterminadas pela erupção de um vulcão, o Vesúvio. Escavadas as cinzas, hoje se percebe que ali existiu uma civilização que se entregou a uma degeneração moral de tal monta, que as pinturas encontradas ali, que foram gravadas pelas paredes, demonstram o quanto os seus antigos moradores se davam a práticas sexuais tão aberrantes, surreais, insinuantes e diferentes dos padrões morais aceitáveis pela média das pessoas, que se recomenda que, entre os turistas visitantes do local, as mulheres não entrem nessas dependências, a fim de não se sentirem extremamente constrangidas. Isto, no entanto, é apenas um pequeno indício, a ponta do iceberg que revela que a queda daquele povo foi concomitante com a sua degradação moral. Orgias sexuais eram e são cúmplices de bebedeiras, palavras vãs, e violência, como hoje mesmo se vê pelos bares das esquinas.
2 – E o que dizer da Atlântida? Platão (428 – ? A.C.) falou desse povo, que era natural de uma belíssima terra, habitada por uma civilização de navegadores, com uma arquitetura monumental, engenharia avançada e uma capital esplendorosa… Arqueólogos procuraram-na com afinco, ao ponto de chegarem a duvidar de que os mesmos realmente tenham existido, mas vestígios submersos no mar próximos à costa da Grécia testificam o fim de um povoado, talvez de uma civilização. Se Cracatoa foi uma ilha que também desapareceu após a erupção de um vulcão, nada fica descartado quanto à Atlântida.
3 – Por falar em indícios de civilizações desaparecidas, alguém sabe dizer aonde foram parar as ruínas de Sodoma e Gomorra? Para local incerto e não sabido. Tão catastrófico foi o seu fim, que não deixou vestígios claros sobre o mesmo. O que se sabe de sua história é o que temos a respeito nas Escrituras Sagradas. Choveu fogo e enxofre sobre aquelas cidades, o que nos sugere algo semelhante a alguma atividade vulcânica. Presume-se que essas cidades foram engolidas pela terra. Ficavam próximas ao mar Morto, mas as causas dessa catástrofe estão apontadas pelos escritos em Gênesis 18:20:
“Disse mais o Senhor: – Com efeito o clamor de Sodoma e Gomorra tem-se multiplicado, e o seu pecado tem-se agravado muito”.
Qual era o pecado dessas cidades? Eram cidades-reinos, governadas cada qual por um rei (Gên.14:1-2), onde se permitia toda sorte de iniquidade. Quando chegou o dia do juízo delas…
Anjos visitaram Sodoma a fim de retirarem dali o sobrinho de Abraão, Ló, antes que tudo fosse destruído, e eis que estes seres celestiais tiveram que ferir àqueles concidadãos dali com cegueira, a fim de que Ló e suas filhas não fossem tornadas em vítimas de suas perversidades (Gên. 19:4-10). Anjos tiveram que constatar e interagir nesses fatos, não porque Deus não soubesse do que se estaria passando ali, mas isto se deu assim a fim de que alguém pudesse tê-lo testemunhado, e narrado o que pôde ver e que o mundo o soubesse – e Abraão, através de Ló, pudesse descrevê-lo e escrever narrando o que aconteceu. A família de Ló foi a escolhida para ser essa testemunha, e por isso é que hoje podemos saber acerca do ocorrido. Os sobreviventes é que souberam como tudo se deu, e assim temos o relado das Escrituras Sagradas.
4 – Quando então lemos os capítulos 23 a 25 de II Livro dos Reis, vemos que o reino de Judá, a exemplo do que aconteceu com sua nação-irmã, Israel Norte em 722 A.C., sofreu o exílio, expulsa de sua própria terra, o que resultou na desqualificação do mesmo como nação.
Isto aconteceu no ano de 606 A.C.
Voltemos para 609 A.C.. Vamos descrever melhor o espírito desse momento dramático. Depois de uma heroica tentativa de reforma no reinado de Josias, em Judá, o povo continuou a fazer o que era mau aos olhos do Senhor. Josias, porém, morreu repentinamente naquele ano e o povo continuou fazendo coisas detestáveis e nojentas. O castigo como que a galope veio de forma coletiva, punindo a todo o povo.
O rei Josias, morto em uma batalha contra o Faraó Neco, havia deixado um legado de exemplo admirável de um sincero arrependimento, que desejava muito que todo o seu povo também o absorvesse, e passasse a ser fiel a Deus. Seu esforço valeu parcialmente, enquanto ele viveu, mas depois… parece que foi tudo em vão, pois a corte palaciana revelou não temer ao Senhor e acintosamente entregaram-se às práticas abominávels, as quais se despontaram como a causa primária da queda de Judá.
Jeoacaz, seu filho, reinou apenas por três meses em Jerusalém, insistindo na tecla de fazer o que era mau pernate o Senhor. O mesmo Faraó Neco ordenou a sua prisão e o depôs em Jerusalém, levando-o cativo ao Egito, onde Jeoacaz morreu.
Outro filho de Josias, cujo nome era Eliaquim, foi colocado no lugar de seu irmão, e foi coroado sob o nome de Jeoaquim, imposto por Neco, que ainda exigiu um penoso tributo de cerca de 3.500 quilos de prata e 35 quilos em ouro, como que implantando uma extensão do império Egípcio dentro de Judá.
Após três anos de reinado em Jerusalém, em 606 AC., Jeoaquim, que também não aprendera nada sobre amar e temer ao Senhor, fazendo as mesmas coisas perversas que seu irmão fazia, recebeu o cerco de Nabucodonozor, rei de Babilônia, e teve que humilhar-se e servir àquele império, que, por exclusão, substituiu o jugo que até então era do Egito. Por essa ocasião, foi levada para a Babilônia a primeira leva de cativos, dentre os quais estavam Daniel e seus amigos.
Acontece, porém, que Jeoaquim, um rei materialista e egocêntrico, continuava seu reinado assassino. Perseguiu a Jeremias. Não suportou aquela situação de servidão estrangeira por muito tempo. A guerra entre o Egito e a Babilônia estava ainda em vias de explodir novamente, e ele pensou que o Egito iria vencer os caldeus. Adotanto essa enganosa perspectiva, deixou de pagar os tributos que devia ao rei Nabucodonozor. Malograda esperança que falhou. Os babilônios venceram aos egipcios.
Foi a conta. Vieram os caldeus, sírios, moabitas e amonitas contra Judá para a destruir. Os profetas haviam previsto isso, e o resultado não demorou para vir à luz. Em 597 AC, voltou Nabucodonozor a Jerusalém a fim de ajustar contas com o seu vassalo rebelde.
Flávio Josefo, em sua obra “História dos Hebreus”, livro 10º, capítulo 8º, narra que Jeoaquim, vendo-se em perigosa condição de inferioridade, quis mostrar arrependimento por haver-se rebelado, e então propôs um acordo de “política de boa vizinhança”, ao que Nabucodonozor inicialmente concordou, mas assim que foram abertas as portas de Jerusalém, tudo mudou.
Os caldeus foram adentrando à cidade que ficou entregue às suas mãos, e, uma vez diante de Jeoaquim, Nabucodonozor o traiu e ordenou a sua execução, juntamente com a fina flor da juventude de judeus que estavam ali.
Não bastasse aquele genocídio da realeza, o rei babilônio ordenou que lançassem os corpos daqueles mortos fora de Jerusalém, em uma vala comum, e enterrados ali juntamente com o cadáver de seu rei, como se fossem animais.
Para fazer valer a relação de subserviência aos caldeus, Nabucodonozor então constituiu o filho de Jeoaquim, Joaquim, no lugar de seu pai, no trono de Judá.
Filho de peixe, peixinho é, e Joaquim acaso se emendou à vista de tudo quanto sucedeu a seu pai e à família real? Não! Ele pôde reinar apenas por três meses em Jerusalém, quando os judeus receberam outra visita do rei de Babilônia. Nabucodonozor pensou bem, e achou que o filho de Jeoaquim por certo guardaria mágoas por causa da morte precoce de seu pai, e também, querendo resguardar-se de uma outra rebelião, resolveu remover mais um outro tanto de pessoas da capital judaica para a Babilônia – e dessa vez foi para valer! Levou cerca de dez mil cativos para serem seus escravos, além sentenciar a prisão para Joaquim.
Nota: Flávio Josefo apontou como 10.832 o número desta leva de exilados.
Um rei novo foi posto por Nabucodonozor no trono de Judá: Matanias, um outro filho de Josias, que contava então apenas com 21 anos de idade. Para ainda marcar a soberania do rei babilônio, até o nome do novel rei foi mudado para Zedequias, o qual teve que prestar juramento de fidelidade, e de que não faria nenhum entendimento com os egípcios.
Após oito anos de reinado, o Zedequias quebrou a aliança com o rei de Babilônia para fazer exatamente aquilo que ele mesmo havia jurado que não faria: outra vez uma quebra de palavra para aliar-se ao Egito.
Sabedor disso, Nabucodonozor veio com grande exército e invadiu a Judeia, tomando as maiores fortalezas locais, e então sitiou a Jerusalém.
Passo seguinte, o Faraó Neco veio com muita força contra os babilônios, o que fez com que estes se retirassem estrategicamente, mas em uma grande batalha os egípcios foram vencidos.
Nabucodonozor então, vendo-se livre para recomeçar tudo desde onde havia deixado de lado anteriormente, voltou a cercar Jerusalém no nono ano do reinado de Zedequias.
Aí foi uma terrível provação para os judeus, cercados dentro de uma cidade que mais parecia uma panela de pressão esquentando cada vez mais.
O povo resistia bravamente, como podia, incentivado pelas palavras do seu rei, mas além dos exércitos caldeus, somaram-se a fome e a peste a torturá-los.
O cerco se apertou muito. Nabucodonozor mandou construir altas torres de guerra, as quais sobrepassavam as muralhas da cidade, além de grande quantidade de plataformas de ataque tão altas quanto os muros, de onde eram disparadas muitas flechas para dentro da área interna, alcançando até algumas casas.
Zedequias resistiu, mas ao fim desses dezoito meses tiveram que amargar com o fatal: a muralha foi derrubada em uma noite, destruída, e o exército caldeu invadiu Jerusalém, com uma fúria tal que transformou o ambiente em um circo de horrores. Muito sangue derramado, muitas mulheres estupradas, e até crianças não escaparam do massacre.
Apavorado, Zedequias optou por escapar por um pequeno buraco feito no lado oriental da muralha, juntamente com parte de sua guarda e nobres.
Os generais de Nabucodonozor: Nergelear, Aremante, Emegar, Nabazar e Ercarampsar que estavam em Ribla então vieram todos, e marcharam diretamente ao Templo, onde o ouro os atraiu por seu brilho.
Enquanto isso, Zedequias fugia por lugares desconhecidos e não sabidos, pelo deserto da Judeia e lugares afins.
Os babilônios, porém, tendo capturado alguns judeus que tinham sido deixados para trás, os, inquiriu, e com isto souberam da fuga da família real. Ao despontar do dia, porém, puseram-se a persegui-los, e lograram alcançá-los perto de Jericó.
Quase todos os que acompanhavam o rei de Judá o abandonaram, e Zedequias foi preso com sua mulher, filhos e alguns poucos que ainda permaneceram ao seu lado.
Nabucodonozor estava furioso contra Zedequias, principalmente por este ter sido preferido no lugar de Joaquim, seu sobrinho, a quem substituiu no trono de Judá, e ter sido traído descaradamente, forçando o rei de Babilônia a sair de sua terra para operar aquela tão custosa e desgastante invasão, sem contar com a dura guerra que teve que suportar contra o rei do Egito.
O profeta Jeremias havia profetizado que Zedequias seria feito prisioneiro por Nabucodonozor, ao qual veria face a face.
Já o profeta Ezequiel dissera que ele seria levado para Babilônia, mas não a poderia ver.
Pareciam duas profecias contraditórias, o que fez até com que os da corte de Jerusalém duvidassem da veracidade da inspiração divina das mesmas, mas vejam só o que de fato aconteceu.
Nas proximidades de Jericó, Zedequias foi preso e levado à presença de Nabucodonozor, e este imperador babilônio fez com que este rei de Judá tivesse que assistir passivamente à execução de seus filhos e amigos. Em seguida, foi ordenado que Zedequias tivesse seus olhos vazados, levando em sua lembrança as últimas imagens da morte de seus entes mais queridos para o restante de sua vida. Em seguida, Zedequias foi acorrentado e levado como escravo para a Babilônia.
Depois de retirar do Templo tudo quanto fosse encontrado como objeto de valor, Nabucodonozor ordenou que aquele edifício fosse incendiado até ficar reduzido a cinzas.
Foi uma verdadeira tragédia, e os sonhos dos judeus foram destruídos como se fossem castelos de areia que se desmoronam em contato com a água das ondas do mar. Os fieis que presenciaram esse desmonte de sua nação, foram-se dali com seus corações partidos, chorando pelo caminho até Babilônia. Eles iam perguntando a si mesmos: – “Por quê? Mas por que tudo isso nos acontteceu? E desta forma? Não pode ser! Isso deve ser um pesadelo. Aonde foi que erramos?” E os seus pensamentos ficavam girando em torno dos fatos que pudessem ser a causa de sua amargura: isto ou aquilo que os profetas Jeremias e outros profetizaram, e a desatenção que lhe deram…
Mas… quais foram então as causas dessa tragédia? Isto é muito importante. É uma lição da História. Não devemos repetir as mesmas escolhas erradas do passado, isto não seria nada sábio.
Alguns judeus, mais ligados com os fatos políticos que antecederam a queda de Jerusalém, diriam que Zedequias não soube fazer as alianças certas, que ele errou nas suas escolhas, pois que não deveria ter-se aliado com o Egito.
Na verdade, o profeta Jeremias advertiu ao rei Zedequias quanto a isto, mas este não lhe deu a atenção devida, ignorando-o como se suas profecias nada mais fossem senão fruto dos sonhos de um fanático – em suma, de um falso profeta!
De fato, Zedequias falhou estupidamente. Cercou-se de conselheiros que eram homens ímpios, sem fé e nem fidelidade ao Senhor Yaweh, jovens tanto quanto ele mesmo, cheios de impetuosidade e por que não dizer, impregnados de uma inconsequente falta de sabedoria, para aplicá-la naquela conjuntura; faltou-lhes esse dom de Deus, e sua irresponsabilidade espiritual lhes serviu de laço fatal.
“Diga-me com quem andas, e te direi quem és!” – diz o velho adágio.
Esta, porém, classificaremos de uma causa imediata. Existem outras que foram chegando primeiro e abrindo espaços para outras mais visíveis. Quais são? Chamá-las-emos de causas primeiras. Vejamos.
Em que oportunidades se achegaram as causas primeiras?
Quando Zedequias iniciou o seu reinado, ele desprezou a virtude e a justiça, e o povo o imitava, fazendo seguirem-se toda sorte de desordens públicas. Isto já foi um afastamento da Lei do Senhor, o que não poderia permanecer nesse status quo.
Isto realmente não agradou a Deus. O resultado foi que, muito embora Jeremias tivesse tido uma longa paciência com o rei Zedequias, este não dava importância às palavras do profeta de Yaweh, porque deixava-se envolver, embromado pela influência de seus cortesãos espiritualmente míopes.
Jeremias o advertiu que o rompimento com Babilônia não era nada sábio, e nem aprovado por Deus. Aliás, o Senhor já havia advertido ao Seu povo para que nunca mais, em tempo algum, voltassem ao Egito. Não deram atenção a isto e uma aliança com esse reino só trouxe graves problemas a Israel e a Judá.
Os embaixadores foram até Zoã (cidade de Tanis dos gregos, hoje a moderna San el-Hagar, a nordeste do delta do Nilo), no Egito, conforme Isaías 19:11-13; 30:4 , para estabelecer alianças e isto desagradou a Deus. Havia um pacto de paz e submissão feito debaixo de juramento, perante Nabucodonozor, que Zedequias aceitou, realizou-o e depois o desprezou. Pactos sob juramento eram acordos muito sérios, não se permitia seu rompimento, e em caso de quebra de acordo, a vida de quem os rompeu podia ser também ser rompida. Isto é um ponto, dentre tantos outros erros cometidos pelo então rei de Judá.
O que mais teria consistido em erro cometido por essa nação, tão carinhosamente cuidada pelo Deus de Israel?
Tanto Israel como Judá eram reinos que o Senhor Yaweh havia liberto daquela escravidão do Egito, para serem privilegiadas e brindadas com a posse da terra Prometida.
Naquela terra havia outros povos, os quais Deus disse que haveriam de ser desapossados através da força dos exércitos israelitas, que lhes tomariam aquelas terras, por causa das práticas abomináveis a que estes se davam.
Israel, que na época encampava o reino de Judá, entrou em aliança com Yaweh. Era um outro pacto, feito com sangue, e este envolveu uma relação de cumplicidade com Deus.
O Senhor advertiu ao Seu povo clara e severamente para que não aprendessem e nem abservessem daqueles atos detestáveis, causa da queda daquelas sete nações, mesmo antes de entrarem naquela terra (Deuteronômio 28).
O tempo, porém, o grande e paciente aliado do mal e da falta de memória, foi passando e o povo escolhido de Deus deixou-se enredar e cedeu lamentavelmente àquilo de que foi severamente advertido para não fazer.
A – O primeiro ponto que enfatizamos aqui é o mais importante de todos: deixaram ao Senhor Yaweh, que os havia tirado do Egito, e adotaram a outros deuses dos povos vizinhos. Este foi o mais grave golpe na base da nação outrora eleita por Deus. Bem-aventurado é o povo cujo Deus é o Senhor Yaweh, e a recíproca também é verdadeira: maldita a nação que abandona o Senhor que a escolhera. Transgrediram o primeiro mandamento de Sua Lei, e os demais preceitos e promessas de Deus foram caindo como em um efeito dominó.
B – O que os povos de Canaã faziam era o extremo oposto aos mandamentos de Deus: adoravam a deuses estranhos, causando uma crise no relacionamento com Quem os amou e os livrou dos inimigos, o que também ocasionou um rompimento da Aliança do Velho Testamento. Israel e Judá os imitou para sua própria desonra e desgraça.
C – Para demonstrar claramente o que havia tomado conta dos corações dos israelitas, os cultos, as festas(veja-se Levítico 23), e as práticas da Lei dada a Moisés foram sendo esquecidas. Até a Páscoa não era mais lembrada como deveria. A última celebrada com verdadeiro gosto em Jerusalém havia deixado apenas uma vaga memória dos dias de Josias, para tristeza e saudades dos fieis que daquela participaram.
D – O dia do Senhor já não era mais observado com zelo e ardor na fé, porque os deuses outros tomaram esse espaço dos corações e da agenda do povo de Israel.
E – O nome do Senhor Yaweh já não era mais reverenciado e o temor do Senhor chegou ao cúmulo de tornar-se alvo de zombaria, e raro nos termos de Israel.
F – Outros nomes tais como: Baal, Bezerro de Ouro, Aserá, Astarote, Moloque e outros foram sendo adotados como sua religião, de tal forma que tomaram o lugar do Senhor Yaweh, em traidora e vergonhosa concorrência.
G – Além de terem colocado em suas vidas outros deuses, o que nunca deveriam ter feito,nos lares, nas vilas, nas cidades, nos montes e vales, acrescentaram imoralidades tais como sacrifícios de crianças, além de roubos, assassinatos, subornos para obterem vantagens indevidas, perversidades sexuais, e muita violência, com muito sangue derramado.
Como dissemos anteriormente, tudo isso não veio à tona de repente. Aos poucos, com muita astúcia, muita dissimulação, ocultanto-se os verdadeiros alvos a princípio, e, sempre que possível, um passo mais era dado no sentido de desvalorizar a fé verdadeira, e pervertê-la o quanto pudesse ser pervertida, distorcendo-se a Palavra de Deus, até que esta já não tivesse mais nenhum significado; e às feitiçarias e obras afins fossem atribuídos valores mais excelentes…
Assim, eram usados todos os argumentos quantos pudessem ser lançados a fim de tentarem suplantar a fé no Senhor Yaweh, em favor de um outro deus. O povo, como crianças, era tentado a olhar para o que os seus líderes faziam, e os imitavam. O resultado foi catastrófico.
Isso acontece também nos dias de hoje, em diversos pontos do globo.
O que fazer para não cairmos nesse laço? A palavra-chave é discernimento. Discernimento de espíritos. Precisamos orar para que sejamos presenteados com este excelente dom do Espírito Santo. Através desse dom, poderemos filtrar as mensagens que recebemos, diagnosticando qual a fonte que as inspirou. Se temos o devido discernimento, quando vemos sinais e prodígios, percebermos quem é o ente que os executou. Uma vez discernido, que tenhamos também autoridade para rechaçar esses engodos que nos querem envolver, tais e quais serpentes vorazes, cujo propósito é apenas nos desencaminhar da vereda do Senhor, por mais inócua que esta pareça.
Precisamos sempre visualizar esta verdade básica: Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por Ele (João 14:6). Não há outro salvador para nós. Somente Ele é quem fo imolado na cruz, e derramou o sangue que Deus aceitou para remissão dos nossos pecados. Jesus, com Seu sangue santo, selou o Novo Pacto com Deus. Qualquer outro que queira assumir o seu lugar, no lugar de nosso Sumo Intercessor, é fraudulento.
O Espírito Santo que Ele nos prometeu já foi derramado no dia de Pentecostes, e o Seu trabalho é testificar de Jesus perante os homens. O Espírito Santo falará do que tem ouvido no Céu, a respeito de Jesus, e sua função principal nesta Terra é conduzir-nos a Cristo.
Precisamos ser constantemente examinados, para que não haja em nós algum erro oculto, e que o Senhor encontre guarida eterna em nossos corações.
“Sonda, ó Deus, o meu coração e vê se em mim há algum mau caminho… prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se em mim há algum mau caminho” … e mostra o caminho, e guia nossos passos, o nosso Redentor.”(Salmo 139:13-14)
Vivemos neste mundo que é cheio de imundícias espirituais e materiais. Quanto mais temos de conviver com pessoas aqui, mais estaremos sujeitos a sermos induzidos ao erro. Deus, porém, já anteviu isto, e também já providenciou para que não ficássemos atados e amordaçados.
Todos erraram. Todos erram, e cometem os erros mais absurdos, mas não têm que permanecer no erro. Deus nos deixou a porta de saída mais atrativa de todos os tempos. Há esperança para os pecadores: Jesus, o Cristo.
“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevi, para que não pequeis, mas se alguém pecar, temos um Advogado perante o Pai, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente os nossos, mas também os do mundo todo” ( I João 2:1,2).
Não sejamos obtusos de pensamento, como foi Zedequias. Temos em Jesus um advogado perante o Pai, um sacerdote ao mesmo tempo humano e divino, e além de tudo isso, temos nEle o Cordeiro de Deus que selou com Seu sangue o Pacto da restauração da comunhão com o Senhor.
É preciso descermos da nossa suposta realeza, nossa poluída e equivocada compreensão, e passarmos a reconhecê-Lo como único Senhor e Salvador nosso – e passarmos a servi-Lo, pois que Ele é o Rei dos Reis, e eterno Senhor dos Senhores. Não há outro.
Seja o Senhor Jesus o nosso Senhor absoluto, acima de tudo e de todos, e participemos das bênçãos advindas do Seu Reino Eterno de amor.
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