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INTRODUÇÃO – AS CRÔNICAS DOS REIS

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noviembre 13, 2018 by Bortolato

O que vem a ser isto? Os dicionários diriam que são registros de dados históricos narrados cronologicamente, os quais contam como foi a história.

Narrações de sequência de fatos ocorridos. Ou, ainda, uma coluna de jornal dedicada a comentários diversos diariamente.

Qual a importância disso? Depende da importância dos acontecimentos descritos. Se os jornais têm essa coluna, é porque procuram nos comunicar coisas atuais que julgam ser importantes chegarem ao nosso conhecimento.

E se essas crônicas nos reportam como foi o relacionamento do homem com Deus, que Se lhes revelou através do desenvolvimento de um reino nesta Terra?

Pois então….

Temos na Bíblia Sagrada, dois livros intitulados de “Crônicas”, nas versões portuguesas, “Cronicas” nas espanholas, ou “Chronicles”, nas versões inglesas, todas tendo o mesmo significado, colocando esses livros entre os livros de II Reis e Esdras.

Este nome foi dado por Jerônimo, que o traduziu do título hebraico dibhree hayamin, isto é, “os anais”, ou “os acontecimentos dos dias”, ou seja, coisas que ocorreram, em uma cobertura que vai desde a morte do rei Saul (1.010 A.C.) até cerca de 537 A.C., quando o rei Ciro da Pérsia decretou a reedificação do Templo de Jerusalém.

Na verdade e a rigor esses dois livros se iniciam fazendo uma digressão histórica, mencionando uma genealogia que cobre desde o período adâmico até a queda de Judá, e final do exílio com a expedição do decreto de Ciro, o qual propiciou a restauração do Templo e abriu a perspectiva para a reconstrução dos muros da cidade e a reconstituição do reino.

Esse período de monarquia em Israel também é descrito nos livros de Samuel e Reis. Daí vem a pergunta: para que foram escrever Crônicas, se os fatos que constam em seu conteúdo também já foram narrados por outros livros canônicos?

Acontece que o propósito e a visão de Crônicas é bem diferente. Seu enfoque o denuncia.

Muito embora I e II Samuel e I e II Reis tenham tratado de muitos tópicos de I e II Crônicas, aqueles foram escritos para os que estavam no exílio, e sua maior ênfase recai sobre o pecado e suas consequências funestas, que culminaram com a destruição de duas nações, Israel Norte e Judá.

Nas entrelinhas percebe-se a mensagem das misericórdias do Senhor, e as manifestações de Seu braço forte em favor daqueles que O temem e andam de conformidade com a Sua santa vontade – e isto está presente tanto em Reis como em Crônicas.

Os livros de Crônicas, porém, como foram escritos aos judeus pós-exílicos, já traz uma visão bem mais recheada de esperança para os que restaram da diáspora, e quiseram reviver a glória de poderem novamente conviver com o Senhor Yaweh e adorá-Lo em Seu novo Templo. É restaurado o elo de herdeiros espirituais de Davi e das bênçãos de perdão que o sacerdócio levítico sempre intermediou, trazendo ao povo a paz com Deus.

Tanto os livros de Reis como os de Crônicas dão ênfase ao cuidado que o povo de Deus precisa ter a fim de que a tragédia do exílio não tornasse jamais a acontecer novamente.

Em I e II Reis o exílio babilônico era um fato presente para o seu escritor, aquele que lhes deu a redação final, mas nunca deixando de observar bem que os fieis sempre hão de alcançar misericórdia, bem como os que se arrependem e se voltam para o Senhor Deus (Isaías 1:27-28).

Antes do cativeiro babilônico sobre os judeus (606-536 A.C.) houve também o cativeiro assírio (722 A.C.) para Israel do Norte, com um detalhe – o de que a grande maioria dos israelitas não voltou para a sua terra. Mesmo entre os judeus, muitos foram os que resolveram ficar em Babilônia, após o decreto do rei Ciro.

Sabe-se, contudo, que alguns dos filhos de Judá, de Benjamin, de Efraim e de Manassés vieram para habitar em Jerusalém (I Crôn. 9:3), pois estavam muito saudosos dos tempos em que podiam adorar ao Senhor Yaweh, em Seu santo Templo. Estes eram o remanescente fiel.

Apesar de algumas diferenças notáveis, as misericórdias do Senhor ainda se manifestaram mesmo durante os anos do cativeiro em Babilônia. Na ira, Deus ainda manteve Seu braço estendido cheio de graça e favor para com os Seus. As histórias de Daniel e de Ester nos deixam bem claro esta trilha de luz.

O caso do rei Joaquim, filho de Jeoaquim, foi uma réstia dessa luz, a revelar que nem tudo estava perdido.

Joaquim, também chamadode Jeconias, ou simplesmente Conias, reinou apenas três meses e dez dias em Jerusalém. Tinha dezoito anos quando Nabucodonozor o colocou no trono de Judá, e prosseguiu fazendo aquilo que era mau aos olhos do Senhor, como fizeram seu pai e outros. O rei babilônio logo arrependeu-se de haver dado poderes reais ao filho do homem a quem ordenou a morte, e resolveu tirá-lo de lá, levando-o cativo à Babilônia, onde o manteve como preso por 37 anos ( II Reis 25:27).

Com a morte de Nabucodonozor, entretanto, seu filho Evil-Merodaque começou a reinar e então mudou a sorte de Joaquim. Vários presos políticos foram libertos e passaram a receber um tratamento difereinciado na própria corte de Babilônia, e entre estes Joaquim foi o mais privilegiado, até o fim de seus dias.

Rabinos antigos apontam para um fato no mínimo muito interessante: um dia, quando ainda durante o seu reinado, Nabucodonozor mandou prender ao seu filho Evil Merodaque, e creem que este tenha ido parar na mesma cela onde Joaquim estava. Daí talvez tenha nascido uma certa identificação e amizade, com certa afinidade entre ambos,o que gerou também uma compaixão que levou o babilônio a libertá-lo e tratá-lo como um amigo, assim que tomou posse da coroa do império que seu pai lhe deixou.

Fosse como fosse, o fato é que Deus já estava mostrando Sua misericórdia mesmo em meio a tantas desventuras do povo de Judá, como um prenúncio de que um dia o Seu povo ainda voltaria a morar nas cidades da Sua Terra Prometida, e gozar das mais altas bênçãos decorrentes da comunhão com o Espírito Santo, que novamente os acolheria, àqueles que restaram da destruição de Jerusalém e de Judá, e também àqueles de Israel que se arrependessem de seus pecados.

Somando-se este fato com o decreto de Ciro, da Pérsia, expedido em 538 A.C., e ainda com a visão teológica que nos dá o Novo Testamento, chegamos às seguintes conclusões:

1 – O pecado realmente traz desconforto, tribulação e morte aos pecadores, e isto é terrível. (Ezequiel 18:20)

2 – Deus ama incondicionalmente aos que pecaram, mas os pecadores impenitentes correm o risco de sofrerem muito, devido às consequências do processo da paga exigida pela lei da semeadura e colheita. Quando, porém, estes chegam a um sincero arrependimento, alcançam misericórdia. (Provérbios 28:13)

3 – Lucas 19:10: Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido. Quando alguém se arrepende de seus pecados e busca a Deus, saiba que Deus o buscou primeiro, antes mesmo que o tal houvesse nascido neste mundo.

4 – Romanos 6:23:

Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.

O amor de Deus é inconteste, e brilha mais quando se aproxima dos pecadores que sofrem as consequências do pecado.

Jesus amou a todos quantos a Ele se achegaram, objetivando a alcançar as misericórdias do Senhor. Ele amou e libertou Maria Madalena, de quem expulsou sete demônios, muher que por certo era um canal de maldições, de quem o diabo tinha feito sua escrava, para fazer aquilo que é mau. Jesus viu o seu estado deplorável, e contemplou o seu coração que anelava por libertação. Ela viu suas correntes espirituais caírem ao chão, e sua vida mudou, nunca mais foi a mesma, para a glória de Deus.

Ele aceitou como discípulos: pescadores, publicanos, e até um Simão zelote, que pertencia a uma seita de potenciais terroristas, que matavam para fazer valer sua religião radical. Ele via os corações das pessoas, reconhecia o potencial de cada um, corrigia as tendências errôneas e formava verdadeiros pescadores de almas para o Reino de Deus, daqueles que ouviam as Suas palavras e nelas criam.

Ele reconheceu que no coração do ladrão da cruz havia uma alma que, apesar de todos os seus erros de uma vida longe dos caminhos de Deus, alguém que tinha humildade de arrepender-se, de receber mesmo a morte como paga por seus pecados, e também ter um desejo muito grande de quiçá poder ser o homem de sorte grande, de poder ser lembrado pelo Messias, que poderia levá-lo a adentrar no Reino de Deus. Este homem tornou-se o modelo fiel da imensidão da graça do Senhor. Entrou no Paraíso onde Jesus foi encontrá-lo, para sua ventura eterna.

Ele perdoou aos discípulos que O abandonaram quando foi preso, torturado e condenado à morte de cruz. Depois de ressurreto, foi visitá-los com Seu novo corpo glorificado, para reanimá-los, mostrando-lhes que a morte foi vencida, e aqueles homens falhos poderiam ser seus arautos que anunciariam esta verdade, revestidos de poder para testemunharem ousadamente que o Reino de Deus estava próximo.

Jesus chama todos ao arrependimento (Mateus 3:17), oferecendo-lhes gratuitamente, com as portas do Céu abertas, a grande oportunidade que todos necessitam para serem os bem-aventurados filhos adotivos de Deus. Isto significa que os que O atenderem receberão perdão e as honras eternas de serem chamados filhos do Deus Vivo, (João 1:12) com o direito de poderem entrar pelas portas da Jerusalém Celestial e ali viverem por toda a eternidade.

Ele fez tudo por nós. Quanto a nós, eis o caminho aberto que basta ser trilhado ao lado do Rei que morreu na cruz para que pudéssemos ter vida, com a honra de estar caminhando ao Seu lado.

E o que nos resta fazer? Uma tomada de decisão que não mede esforços para buscá-Lo, conversar com Ele, ouvir a Sua voz, e cumprir o que Ele diz para que desfrutemos da realização de Suas promessas.

Louvemos a Deus por tamanha bênção que Jesus é para nós. Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor.

Louvado seja Deus!


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