SALMOS – XXXII – VIDA, EM VEZ DE MORTE
Comentarios desactivados en SALMOS – XXXII – VIDA, EM VEZ DE MORTEfebrero 15, 2021 by Bortolato
Salmo 30
Só quem algum dia teve de enfrentar a morte é que pode dar o devido valor para a Providência Divina, que presto lhe trouxe a chance de voltar à vida como esta era antes. Isto, porém, serve de experiência e acréscimo para o curriculum vitae de quem pôde dar essa virada no curso de sua existência, e de recurso didático para quem queira aprender com exemplos que outros lhe deixaram.
Quem sabe um dia, quem não teve essa experiência, ainda a poderá aproveitar para si mesmo ou para outrem?
Precisando alguém de sair de alguma situação cruciante, quem lhe dará a mão para obter o escape?
Quando isso acontece, envolve uma situação de muito perigo. É o caso de uma peste, uma doença altamente fatal, que surge de repente do nada, e vai contagiando e ceifando vidas e vidas. As cifras são assustadoras. O povo fica temeroso, como na época em que apareceu a chamada de “gripe espanhola”, a qual assolou o mundo nos anos 1918 a 1920 D.C.
Pessoas fugiam da Europa para virem à América, mas até durante o percurso da viagem de imigração, corpos eram despejados dos navios para o fundo do mar, pois a praga os havia alcançado, e os matou de maneira fulminante – e dentro de navios, mesmo nos maiores transatlânticos, não há cemitérios.
Cem anos depois, a SARS Covid 19 ataca de modo muito rápido, alcançando o mundo inteiro, causando preocupações em muitos e pânico em outros.
É uma ameaça que vai matando e aterrorizando o mundo, de tal modo que não pôde ser debelada com facilidade. Vacinas estão sendo fabricadas às pressas, mas enquanto estas são feitas, o vírus já apresenta mutações genéticas, de forma que a certeza da vitória não está garantida, e essa guerra promete alongar-se por um tempo indesejável.
Uma pergunta vem às mentes: – “Será que eu escaparei?” Dúvida cruel, que dá a sensação de insegurança.
Aqueles que não atinam para este fato, fazem de conta que não se preocupam, e por isso vão às festas e encontros, procurando ignorar o perigo, e é aí que mora o sinistro. Enquanto festejam a vida, folgando e fazendo estardalhaço, o espectro da morte vai trabalhando em silêncio, e espalhando-se até onde mais não possa chegar.
No Salmo 30 vemos um quadro que carrega circunstâncias semelhantes. Este Salmo foi produzido em um momento da vida de Davi em que ele se sentiu muito fraco, e com a ameaça de morte pairando no ar, podendo a qualquer momento chegar à sua vida.
Não bastassem todos os inimigos que o salmista tinha, pelo simples fato de ser um judeu que morava na terra de Canaã, ainda teve de enfrentar uma peste que estava matando a milhares e milhares de vidas em todo o Israel. Naquela ocasião, Davi já havia sido coroado rei de seu povo.
Em um simples bobear, em um lapso de falta de discernimento, o salmista, como rei que era, ordenou o levantamento de um censo que irritou ao Senhor. Aliás, Deus já andava um bocado contrariado com o povo israelita, e aproveitou aquela brecha da falta de fé que Davi demonstrou, para executar juízo no meio de Seu povo.
Foram setenta mil mortos que se contaram, em termos arredondados, pelo balanço final da história dessa peste.
Enquanto a praga ia se desenvolvendo com uma rapidez inimaginável, ceifando vidas e vidas, sem parar, Davi chegou a orar a Deus, pedindo-Lhe que ele mesmo, juntamente com a casa de seu pai fossem atingidos em troca de todo o restante do povo ( I Crônicas 21:17). Era a sua consciência de homem pecador que o agrilhoava, pedindo para que o rei, que havia ordenado o censo, fosse penalizado com a morte.
Momentos difícieis e cruciantes foram aqueles. Se a morte já estava com o seu passaporte autorizado para entrar na casa de quem quer que fosse, imagine se alguém ainda faz uma oração, pedindo para ser colhido por essa desditosa senhora… Aí é que a coisa pega, mesmo! Todos já temiam em ser a bola da vez, o próximo a ser visitado… muito mais Davi, que orara daquela maneira…
Não foi isso, no entanto, o que veio a acontecer, de acordo com a vontade de Deus.
Se realmente Davi e sua família fossem colhidos desta vida naquela ocasião, os inimigos de Israel bateriam palmas, regozijando-se, porque se sentiriam vingados, e com esperanças renovadas para cobrarem ânimo, e tornarem a guerrear, afrontar e oprimir, depois de terem vencido a Israel. Este era um desejo mui ardente e constante de vários povos que os odiavam e ansiavam por verem o dia da ruína dos judeus. Uma notícia lhes chegando, reportando a morte de Davi, de Joabe, de Abisai e de uma porção dos valentes de Israel, era o que aqueles malfadados estrangeiros mais queriam ouvir. Oh, e como o queriam!
Aquela, porém, não era a hora e a ocasião tão esperada pelos inimigos de Israel. Deus ouvira a oração dramática de Davi, que se dispunha a pagar o preço da ira divina sobre a sua própria cabeça, mas não aceitou aquela sua proposta.
A imaginação do homem pode fazer muitos projetos, mas a resposta certa vem da boca de Deus. (Provérbios 16:1)
Em vez de a peste cair sobre o palácio real de Jerusalém, o Senhor – aliás, quando a desgraça estava prestes a ferir o rei,seus palacianos, seus generais, e seus principais valentes – antes que isso viesse a acontecer, Deus enviou o Seu profeta Gade para dizer a Davi, para que este oferecesse sacrifícios pacíficos de animais em um altar a ser erguido sobre a eira de Ornã, o jebuseu.
O anjo da morte estava ali, com a espada fatal reluzindo e flamejando em suas mãos (I Crôn. 21:14), pronta para ser acionada contra a cidade de Jerusalém, e, quem sabe, provavelmente, até sobre Davi e os seus.
Davi apressou-se para comprar aquela propriedade e levantou ali um altar. Apresentou as suas ofertas pacíficas, e o Senhor lhe respondeu com fogo do Céu sobre aquele holocausto. Foi quando o anjo ceifeiro recebeu de Deus a ordem de cessar, e este meteu a sua espada na bainha ( I Crônicas 21:25-27)
A vida do salmista, rei de Israel, foi salva, bem como a sua família e o restante do povo que sobreviveu, graças à misericórdia do Senhor.
Provavelmente depois que isto aconteceu, Davi resolveu fazer uma nova Tenda para abrigar a Arca do Concerto do Senhor, enquanto que naquela eira que era de Ornã, o altar ali ereto passou a ser usado por ele, onde seria construído o futuro Templo de Yaweh. Isto justificaria o subtítulo deste salmo, como o da dedicação da casa, bem como o teor das palavras nele contidas.
Assim é este Salmo denominado de “Cântico da dedicação da Casa.” Foi uma ocasião toda especial, uma celebração de um salvamento da morte, dando abertura para uma nova vida.
Ciente do perigo por que passou, Davi exalta ao Senhor pelo livramento. Davi clamou ao Senhor pedindo pelo socorro, e a peste cessou.
Sentindo-se culpado pelo acontecido, o salmista também se sentida digno de morte, a qual já estava aproximando-se de sua casa, e assim ele escreveu:
“Senhor (Yaweh), da cova me fizeste subir a minha alma, preservaste -me a vida para que não descesse à sepultura”.
Este é um verdadeiro motivo de alegria, pois a ira de Deus se tem manifestado na Terra, mas por apenas alguns momentos passageiros. Se continuamente perdurassem terremotos e pragas de modo progressivo e incessante, por longos espaços de tempo, não restaria um cidadão sequer para contar a história.
Davi chorou ao ver e sentir aquele pesar, contemplando aquela desdita, enquanto ia acontecendo no meio de seu povo. Sua consciência o acusava sem cessar. Não sabia o que fazer. Era a foice de Deus que estava ceifando vidas, e a culpa lhe percorria uma verdadeira excursão por dentro de seu espírito, arrasando-o por completo.
O Senhor, porém, foi fiel e não deixou aquele terrível incidente exterminar toda a população do reino, levando de roldão até a casa do rei e de seus ministros.
Aquela experiência o fez reconhecer que o Senhor é misericordioso, e por isso escreveu:
“Senhor, meu Deus, clamei por socorro, e Tu me saraste… preservaste-me da cova, para que não descesse à sepultura”. (21:2-3)
Assim a montanha onde se assentou o arraial de Davi continuou firme e forte, depois de cessada a praga. A paz voltou a reinar em Jerusalém.
É dentro deste contexto que vemos como Deus ouve as orações de um justo, malgrado este fosse o principal culpado, digno de ser morto por suas loucuras que cometeu. As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos…
“Ouve, Senhor, e tem compaixão de mim; sê tu, Senhor o meu auxílio. Converteste o meu pranto em folguedos; tiraste o meu pano de saco e me cingiste de alegria, para que o meu espírito Te cante louvores e não se cale.” (verso 11)
Merece atenção um fato ocorrido em meio a este drama na vida do povo de Deus. O altar e o sacrifício que Davi ofereceu ao Senhor, símbolo do único sacrifício agradável realmente a Deus: o sacrifício de Cristo! Chegamos ao ponto principal, ao ápice do que diz respeito ao sucesso na tentativa de aproximação a Deus.
Eis aí o grande remédio contra uma peste, até mesmo uma pandemia, sem se menosprezar os esforços que a medicina desenvolve para nos fazer imunes: – o sangue de Jesus!
Este é o sacrifício que Deus aceita em nosso lugar. Os sacrifícios de bodes, carneiros e novilhos apenas fizeram uma representação lastreada na Lei de Moisés, para apontar à chegada do verdadeiro Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Temos, pois, que saber como fazermos para nos valer o sangue de Jesus. Todas as alianças que Deus fez com o homem, depois do Éden, foram seladas com sangue, sempre apontando para o sacrifício da cruz do Calvário, que veio cerca de 1.500 anos depois da outorga da Lei.
O sacrifício de Cristo não pode ser eficaz para nós sem que haja uma atitude de arrependimento profundo e genuíno dentro dos corações dos que desagradaram a Deus com seus pecados, seja por pequenos ou por grandes pecados; suaves ou pesados; seja por motivos graves ou fúteis; seja por coisas resultantes de costumes, ou não; explicáveis ou não; seja com fortíssima ou menos forte convicção de havermos errado; seja acompanhado de obras meritórias, ou não. Em todo o caso, o arrependimento é imprescindível para ligar-se ao sangue de Jesus, e este surtir os efeitos que lhe são próprios.
Sem derramamento de sangue, não há remissão de pecados (Hebreus 9:22).
O sacrifício de Cristo foi a provisão que Deus preparou para podemos estabelecer Aliança com Ele.
Na prática, como pois entraremos em Aliança com Deus através do sangue de Cristo? Como podemos e devemos proceder?
Um primeiro passo é através de orações que fazemos, assentando um compromisso. Temos que primeiramente orar, pedindo-Lhe que possamos ser incluídos nesta Sua bendita Aliança.
Ao assim procedermos, busquemos também com Ele mesmo o poder que nos liberta da presença do pecado em nossos espíritos.
Um tipo de oração inicial poderá ser assim:
“Senhor Jesus, eis-me aqui. Venho pedir-Te que perdoes os meus pecados. Sê Tu o meu Salvador e Senhor da minha vida. Dá-me poder para vencer o mal e fica sempre comigo nesta vida; e quando esta me faltar, dá-me um lar em Teu Reino de Glória. Amém.”
Category BÍBLIA, LIVROS POÉTICOS, SALMOS | Tags: ameaça, cura, gripe espanhola, Morte, pandemia, praga, Salvação, Sangue de Jesus, SARS Covid19
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