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SALMOS – XXXIII – QUANDO OS PÉS PERDEM O CHÃO

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febrero 27, 2021 by Bortolato

Salmo 31

Na vida isso acontece também quando a nossa segurança perde o pé de apoio; as pernas, isto é, nossos pilares, ficam bambas e com isso poderemos sofrer uma queda a qualquer momento.

Nessas surpresas importunas tudo quanto estávamos fazendo deixa de ter importância, pois a nossa terra tremeu. Podem desmoronar casas e pedras pularem. Nosso primeiro pensamento é: – “puxa, que coisa difícil de se viver; tomara que isso passe logo sem deixar graves perdas e nem grandes prejuízos”.

Queríamos que ninguém sofresse ferimentos. Que as nossas casas e nossas famílias sobrevivessem ilesas. Que as nossas vizinhanças sobrevivessem sem traumas. Que os nossos amados e queridos tenham sido abrigados e estejam muito bem seguros, fora da área dessa trepidação.

Podemos outrossim passar por um problema que, em termos psicológicos, tragam as mesmas reações, não por causa de um tremor físico da terra, mas ser causador dos mesmos abalos dentro das almas.

O salmista Davi passou por duas vezes por essa experiência de perder o chão que o abrigava, que até então gentilmente lhe propiciava a paz.

Da primeira vez ele estava dentro da cidade de Queila, a qual libertou das mãos dos filisteus, os quais estavam invadindo suas plantações e saqueando as eiras. Ele não sabia se deveria fazer alguma coisa e consultou ao Senhor, que lhe falou para ir e pelejar contra os invasores. Davi obedeceu, guerreou contra aqueles tais, salvou todo o gado da cidade, e fez grande morticínio contra seus inimigos.

Depois de fazer esse benefício aos cidadãos daquela cidade, nada mais que uma gratidão seria oportuno para o caso, se ele e seus homens pudessem se acolhidos ali, mas os maus rumores diziam que Saul já se preparava para atacá-lo, mesmo para sitiar a fortaleza, com vistas a capturar ao salmista.

Consultou Davi ao Senhor, que lhe revelou que de fato, Saul estava prestes a descer até Queila, com más intenções quanto à vida do servo de Deus.

Daí, uma pergunta de consulta a Deus, que é sempre Verdadeiro:

  • Entregar-me-ão os homens de Queila nas mãos dele?” – Ao que o Senhor lhe respondeu que sim.

Davi então não titubeou, pois o momento não era para dúvidas ou brincadeiras. Era a sua vida que estava em jogo. Ele saiu de Queila com seus seiscentos homens, sem rumo certo na vida, em uma retirada estratégica, a fim de buscar um lugar seguro.

Este Salmo 31 bem poderia ter sido escrito naquela vez, mas houve outra ocasião em que Davi também teve que abandonar a cidade e a terra em que pisava, porque estava sofrendo um duro golpe: seu filho Absalão reuniu grande parte dos exércitos de Israel para marchar contra Jerusalém, e apossar-se do trono do próprio pai, com o firme propósito de eliminá-lo de seu caminho.

O tom de lamentação e uma confissão de pecado que encontramos na peça literária, porém, nos levam a eleger a histórica traição de Absalão como o contexto que mais nos dá mostras de ser o momento em que este Salmo foi escrito.

Senão vejamos: Davi inicia a sua oração pedindo a Deus que Ele lhe seja o seu refúgio. Ele perdeu o chão do seu palácio e por isso mesmo pediu:

  • Inclina os ouvidos, livra-me depressa; sê o meu castelo forte, cidadela fortíssima que me salve.”(v.2)

Somente quem perde o aconchego de seu lar, sua casa tão confortável, por ser alvo de uma perseguição assassina é quem pode sentir aquilo que o salmista sentiu naquela ocasião.

Este Salmo porém nos mostra que a segurança de alguém não está dentro de palácios, ou fortalezas, mas em compensação quem tem o Senhor como o seu Deus, tem a chance de encontrar o verdadeiro refúgio, onde o inimigo não pode lograr cumprir suas ameaças.

Daí vem a questão que nos toca: em que depositamos nós a nossa confiança? Empregos, riquezas, bens, luxos, fartura e vida tranquila? Ou em uma família bem estruturada? Tudo isso é muito bom, mas o fato é que um dia poderá acabar, mesmo nesta vida – e, além disso, quando esta existência terminar o seu tempo de duração, tudo mudará.

Mas espere! Não desanime, não! Quem tem o Senhor como o seu Guarda e a sua segurança, verá que nem mesmo a morte será motivo de temor ou espanto.

O salmista então faz sua oração, confiante de que o laço de morte que lhe armaram às ocultas lhe será tirado, e ele será salvo. Ele sabia disso, porque já havia vivido o bastante e recebido doces palavras de promessas do amor de Deus – deste Deus que nunca lhe havia falhado nos momentos mais críticos da vida.

Vc. já sentiu alguma vez que a morte o perseguiu como um caçador persegue a sua caça? Nessas horas surgem dúvidas de que conseguiremos escapar e voltar a respirar o ar puro e saudável de uma vida vitoriosa.

Davi sentiu-se dentro desta situação, mas logo pensou: se eu vier a morrer, o Senhor cuidará de minha alma… e por isso, orou assim:

  • Nas tuas mãos entrego o meu espírito… “ (Verso 5)

Esta confiança também vemos em Jesus, o Cristo, que pronunciou estas mesmas palavras antes de exalar o seu último suspiro, ainda pregado na cruz.

Parece que as situações se repetem nesta terra, e outros também repetiram esta mesma frase, o que retrata a sua última esperança e sua fé: John Huss, Policarpo, Bernardo, Jerônimo de Praga, Lutero, Melancton e outros bem-aventurados cristãos que confiaram e lograram obter a vida eterna após respirarem pela última vez. Deus os acolheu, e passaram a receber as recompensas prometidas na Sua Palavra.

Estes homens não foram pessoas perfeitas em todos os seu atos, assim como Davi também não o foi. O salmista sentiu-se enfraquecido diante do gigantesco desafio por que passava, e isso o induziu a lembrar-se dos seu pecados (verso 10). Isso lhe causava muita tristeza, mas apesar de tudo, não deixava que sua fé esmorecesse…

Lembrava-se do mal que havia causado a Urias, um seu fiel correligionário, a quem traiu e entregou nas mãos dos inimigos, com vistas a tentar ocultar seus prazeres proibidos. Ele, Davi, sentia também que as circunstâncias adversas que tinha à sua frente faziam parte de um caminho que, em suma, era o recurso didático que o Senhor lhe traçou para passar, como consequência do maior erro cometido em sua vida – e por isso suplicava misericórdia (verso 9). Ah, se não fossem as misericórdias do Senhor, o que seria de nós?…

Quando se retirava de Jerusalém, Davi ia descalço, com a cabeça coberta e com o coração ferido por ter-se transformado na “bola da vez”, ou no “boi de piranha” aos olhos de seu próprio filho Absalão, a quem, apesar de tudo, ainda amava. Que circunstância paradoxal, hein?

Davi ficou mal visto; não encontrava apoio para si perante a maior parte do povo por quem lutou bravamente por anos e anos a fio, até abater povos inimigos que o cercavam. Sentia-se como se fora um fora-da-lei, um estorvo inaceitável para os seu inimigos.

Este salmo 31 é também chamado de “o Salmo dos oprimidos e rejeitados”, pessoas que, devido a problemas por que passaram, caíram ao nível dos mal vistos pela sociedade; mal compreendidos, hostilizados por grande parte das gentes, julgados como a escória da humanidade. Dezenas de pessoas, quando não mais, os amaldiçoam, afastam-se deles e desejam que saiam de circulação, do meio de sua convivência. Ficou fora de cogitações estender-lhes a mão para ajudá-los…

Esta era a situação do rei Davi. Quem o via ostentando sua coroa, balançavam as cabeças e presumiam que logo, logo aquele perderá a empáfia e o seu orgulho, ao cortarem-lhe o pescoço e destinarem o seu trono para o seu sucessor.

Naquela ocasião Davi veio a sofrer a síndrome do coração partido. Deu um lado, chorava pela dor da traição desferida por alguém muito querido, nada menos que carne de sua carne, alguém a quem sempre amou, mesmo nas piores circunstâncias.

Ele se lembrava muito bem de Absalão, aquela criança recém-nascida, que muita alegria prometia aos seus pais. Aquele menino gracioso, de linda aparência, muito esperto, mas que precisava ser corrigido para que não crescesse com defeitos no seu caráter. Parece que aquele menino não foi bem corrigido nos momentos necessários, e agora… e agora?

A traição de grande parte de seu povo também era algo que enlouquecia o coração de Davi. Como entender, como puderam fazer aquilo? Esqueceram-se de todo o bem que receberam através dos longos anos de sua regência? Infelizmente sim, e passaram para o lado de um pretenso herdeiro do trono, que queria usurpá-lo a todo custo. Multidão sem discernimento e sem gratidão…

O instinto de sobrevivência, porém, é algo muito forte, faz parte da natureza de todo ser humano, e isto movia o salmista a recorrer a Quem tinha e tem o poder de salvar: o Deus de sua vida!

Ao chegar em um lugar mais seguro, Davi pôde descansar um pouco da viagem, e buscou ao Senhor, pedindo por socorro, misericórdia e por um livramento.

Então ele pôde escolher um canto onde pudesse ajoelhar-se e entrar na presença de Deus. Ali ele encontrou a paz. Encontrou-se com o grande Refúgio que é ofertado a todos os oprimidos.

Eis aí a diferença! Não dentro de um palácio, mas em um lugar mais humilde, improvisado por um fiel súdito da terra de Gileade, chamado Barzilai, juntamente com pessoas de outras terras, como um acampamento de campanha; ali foi o lugar onde o homem perseguido encontrou o conforto, no aconchego do Espírito de Deus. Este Deus é o refúgio eficaz em tempos de terremotos.

E que conforto! Que poder transformador Davi achou! Ao sentir-se próximo do seu grande libertador, tudo mudou! A batalha física ainda nem havia começado, mas a batalha espiritual já se lhe anunciava como ganha toda a peleja, porque ele conhecia Quem era Aquele que lhe estava dando a paz. A paz do Senhor! E quantos hoje necessitam, buscam essa paz, e não sabem onde encontrá-la…

Aquele homem que se sentia destruído, impotente e prestes a perecer, recebe uma visitação que alcançou a sua alma, lançando fora todos os seus temores, como que lavando-o de todo pensamento negativista, e envolve-o de imensa força interior, oriunda do poder do alto, e de uma certeza inabalável de vitória; por isso pôde exclamar:

Bendito seja o Senhor que engrandeceu a Sua misericórdia para comigo numa cidade sitiada! Eu disse na minha pressa: estou excluído da Tua presença. Não obstante, ouviste a minha súplice voz, quando clamei por socorro.” (versos 21-22)

Que Deus mais amado! O salmista então tem o desejo de chamar para si, para o seu lado, todas as pessoas que sofrem, para lhes estender a graça que ele havia recebido. Cremos que Davi assim diria àqueles:

  • Venham cá, esqueçam-se de seus ídolos, abandonem a estes e excluam-nos dos vossos corações, e verão com clareza e certeza a quem devem louvar alegremente. Coragem! Coloquem as suas esperanças em Deus, o Senhor (Yaweh), e receberão forças novas para vencerem.”

Um dia um descendente de Davi, prometido por Deus que o mesmo seria o Messias que haveria de reinar sobre todo o seu povo, veio a este mundo para nos procurar, conquistar os corações e dar-nos a alegria da salvação. Jesus, o Cristo, o Filho de Deus, assim o fez, mas isto Lhe custou a própria vida, que depôs em um monte Calvário, a fim de que não fôssemos nós quem tivéssemos que morrer daquela forma tão terrível. Ele assim substituiu aos que nEle cressem.

Quem nEle crer, e O seguir, também será chamado de filho de Deus, e o melhor dessa história é que todos os que decidirem crer, e O seguirem, receberão a recompensa de uma vida eterna no ambiente mais feliz que homem algum jamais pôde conhecer ou sequer imaginar.

Creia, siga-O, e seja eternamente feliz, em uma felicidade que Vc nunca pôde dimensionar.

Faça isto agora. Aproveite enquanto é tempo. Não deixe o tempo passar, iludindo-o. Hoje é o seu dia de bênçãos de salvação. Jesus está à sua espera. Venha!


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