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A BÍBLIA SOB ATAQUES (VIII)

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agosto 8, 2012 by Bortolato

SOBRE A RESSURREIÇÃO DE CRISTO

 

 

 

É oportuno que se esclareça com que tipo de corpo Jesus ressuscitou.   Certamente que não foi com o mesmo corpo em que viveu seus 33 anos nesta Terra.

É também de bom alvitre entendermos que Cristo foi e é “as primícias dos que dormem”, isto é, foi pioneiro da ressurreição dos mortos.   Ora, se existem primícias, existem os demais frutos de uma colheita.    Se Jesus foi pioneiro, outros O seguirão no tempo devido, como restante da safra da ressurreição.

I Coríntios, capítulo 15 nos traz luz a este assunto, senão vejamos:

 

“Semeia-se corpo material (animal), é ressuscitado corpo espiritual” (I Cor. 15:44).

“E quando semeais, não semeais o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como de trigo,ou de qualquer outra semente “ (I Cor. 15:37).

“Mas de fato Cristo ressurgiu dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem” (I Cor. 15:20).

 

Sem dúvida, em sua ressurreição, Jesus reapareceu de uma forma diferente das dos seres humanos que ainda vivem.

Quando de sua encarnação, assumiu a forma de um homem, com toda a aparência de uma pessoa humana.

Quando de sua morte, derramou o seu sangue em abundância, e foi sepultado.

Ao terceiro dia ressurgiu de forma maravilhosa, segundo nos contam os quatro evangelhos.

Não era mais um homem mortal.   Continuou a possuir o Seu corpo, mas este já demonstrou ser diferente dos corpos humanos mortais. (I Cor. 15:50)

Ressuscitou em corpo espiritual.   Como seria esse corpo?   Seria como se fosse material, podendo até comer carne de peixe e mel com seus discípulos, conforme narram João (21:15) e Lucas (24:42-43).

Por outro lado, o corpo espiritual também se assemelha em muito com a forma de um espírito, pois atravessou paredes com a maior facilidade, e surgiu diante dos apóstolos que estavam reunidos a portas fechadas (João 21:19).

No final de contas, não seria corpo físico, e nem puramente espírito.   Se alguém disser que sabe qual é a composição do corpo espiritual em termos físicos, químicos e biológicos, apenas irá se aventurar em uma tentativa sem suporte suficientemente firme, e patinará em termos e palavras inapropriadas, despojadas de sentido, derrapando para fora da realidade, e não satisfazendo ao nosso entendimento.   Apenas poderíamos dizer, nas palavras de Jesus, que “na ressurreição nem se casam, nem são dados em casamento, mas serão como os anjos de Deus no céu” (Mateus 22:30, Marcos 12:25).

Somente Ele, o Onisciente Deus é que sabe de que ou como é constituído um corpo espiritual.

 

 

 

 

SOBRE A REENCARNAÇÃO

 

 

 

Este é um tema em que muitos defensores da reencarnação lançam mão de argumentos os mais esdrúxulos, alguns sem consistência alguma, e anseiam por convencer a humanidade de que as pessoas têm que se reencarnar para obter o fim almejado por Deus para sua existência.    Interessante é notar-se a falta de critérios (equivocada ou dolosa?) para se analisar questões polêmicas, tais como esta.

Alguns tomam, por exemplo, Mateus 16:13 a 19, para lê-lo na íntegra, a fim de tentar sustentar sua posição reencarnacionista.

Para iniciarmos uma avaliação ponderada e justa, primeiramente temos que apontar que esse mesmo texto revela que Jesus falava de Si mesmo como o Filho do Homem:

  1. Se alguns dizem que o “Filho do Homem (alguém que dizem), que está no céu”, citando João 3:13, e que, portanto, este não poderia ser Jesus, então a pergunta de Jesus, que inquire “quem dizem os homens ser o Filho do Homem”, presume que o povo já conhecia muito bem a pessoa desse que é chamado de “Filho do Homem” – logo, este não poderia estar no céu, pois o contexto nos mostra que falavam dele diversas coisas, demonstrando conhecê-lo.   Várias foram as opiniões dadas a seu respeito, porque o Filho do Homem era visto, manifesto entre todos, de modo que puderam tecer vários comentários sobre sua pessoa.   E, para decidir toda a questão, Jesus mesmo assume:  “ E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mat. 16:15).
  2. Logo, para que servem os textos bíblicos?   Se almejamos dar apoio a alguma crença, usando para isto do subterfúgio de validar somente as partes que reforçam tal fé, então não há julgamento justo.   Se a nossa prática se limitar a recortar um texto aqui para colá-lo ali, e eliminá-lo e ignorá-lo ou riscá-lo da Bíblia quando se achar isto conveniente, fazemo-nos de “juízes” da Palavra que Deus inspirou e moveu seus servos a escrevê-la.    Isto não é fazer uso da razão ou da lógica, ou de algum outro atributo do qual Deus nos dotou para tentarmos entender a Sua mensagem.    Isto seria colocar-se acima do próprio Deus.   Cremos que devemos procurar ter mais humildade, antes de nos lançarmos a tal tarefa, a fim de não cometermos um erro muito maior do que os de grafia, que os copistas das Escrituras cometeram.

 

 

Dentro deste mesmo texto, ainda, quando Jesus confere a Pedro as chaves do reino do céu, profetizando o que o apóstolo faria a partir do dia de Pentecoste, então cremos ser intuitivo que Ele pretendeu fundar uma nova “Ekklesia”, uma seleção de pessoas, as quais viriam a constituir a Sua nova comunidade, chamada e tirada para fora dos padrões deste mundo.

Não cremos que Cristo quisesse dizer que a fé encontrada em Pedro teria alcançado méritos incomparáveis.    Pedro foi recompensado com uma linda promessa, por uma atitude que agradou a Deus:  a de professar as palavras inspiradas pelo Espírito Santo.   E nem por isso devemos imitar ao notável apóstolo em tudo o que fez, pois o mesmo trecho sagrado que se segue nos aponta para um erro reprovável cometido pelo tal discípulo – ao que Jesus prontamente repreendeu, dizendo:

“Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo, porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.” (Mateus 16:23).

 

Reportando-nos ao texto de Mateus 16:13-19 e Lucas 9:18-21, vamos examiná-lo em análise, com bastante cuidado:

 

“Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?   Responderam-lhe: Uns dizem JOÃO BATISTA.”

 

Muito bem, o texto de Lucas 9:18-21 é continuação do de Lucas 9:7-8, que nos diz:

 

“O tetrarca Herodes ouviu tudo o que se passava.   E estava perplexo, porque diziam alguns que João ressurgira dentre os mortos, e outros que Elias tinha aparecido, e ainda outros, que um profeta antigo havia ressuscitado (ressurgido dos mortos).”

 

Obviamente, o espanto de Herodes era devido ao fato de que ele mesmo havia mandado decapitar a João no cárcere.    No verso 7:9, vemos o tetrarca refletindo sobre isso, e o seu interesse por ver a Jesus, em decorrência de comentários do gênero.

Como poderia João Batista ser Jesus, e Jesus ser reencarnação de João Batista, se este último era seu contemporâneo?   São duas pessoas distintas sem dúvida alguma.   Logo, quando a multidão falava dEle, dizendo ser Ele, Jesus, o mesmo que João Batista , estavam falando da ressurreição de João, o que nada tem a ver com reencarnação.

Quando, então, a multidão se referiu a Cristo como se fosse Elias ou Jeremias ou algum outro profeta do passado, estavam falando de ressurreição de algum deles, pois não fazia parte do pensamento hebreu, pelo menos até então, a reencarnação.

O conceito de reencarnação não era corrente entre os judeus, e portanto, não haveria que se  falar de reencarnação.

Jesus não precisava fazer uma apologia teológica a respeito disso, primeiramente porque Ele não era nenhum daqueles profetas que o povo imaginava que Ele “parecia ser”, ou ,simplesmente, que fosse – Jesus não era João, nem Elias, nem Jeremias, e nem Moisés.   Por se falar em Elias e Moisés, veja-se, no monte da Transfiguração, ambos estiveram ali com o Senhor Jesus.

Jesus é Jesus, e cada profeta tinha e tem a sua própria identidade.

Assim, Ele nem precisou refutar a reencarnação, pois não era este o conceito ou idéia que permeava entre o povo.

O equívoco mais comum, entretanto, é tomar-se o texto de Marcos 9:11-13, e dizer-se simploriamente que João Batista era reencarnação de Elias.

Tome-se agora o exemplo de Jeremias.   Por que o povo dizia que Jesus era Jeremias ressuscitado?   Porque assim como o antigo profeta, escritor de dois livros proféticos do Antigo Testamento, Jesus teve sérias discussões com os religiosos de sua época – e ainda profetizou a destruição de Jerusalém, e chorou sobre aquela cidade.   Coincidência?   Não, pois o Espírito de Deus inspirou a ambos, para assumir aquela postura.   Tal era a identificação entre ambos, que Jesus, em dado momento, até poderia dizer ser “um outro Jeremias”, mas para não dar ensejo a comparações (pois nenhum outro profeta foi comparável ao nível de Jesus), nada disse sobre isso, bem como sobre o que Moisés profetizou em Deuteronômio 18:15, 18.   Jesus é Jesus, e mais ninguém, assim como Jeremias é Jeremias, sem fusão e nem confusão de pessoas, de identidades, e de individualidades.

Quando, então, Jesus disse que “Elias já veio”, certamente quis se referir a João Batista – mas sem quebrar o princípio da identidade.   Tal como Elias veio com duras palavras para tentar converter o povo aos caminhos do Senhor, vivendo como um eremita, vestido de peles de animais, e ainda apontando o pecado do próprio rei, o líder da nação, e receber em troca uma terrível perseguição, assim veio também João Batista, neste mesmo espírito de profecia corretiva.

Quando, pois, Jesus disse  que “Elias já veio”, estava confirmando que João Batista era aquele profeta esperado para “preparar o caminho do Senhor”, ou seja, o caminho de Jesus.    O ministério de Jesus começou pouco tempo depois do início do de João.

Quando interpelado: – “És tu Elias?”  – João foi claro:  – “Ele disse: Não sou”. (João 1:21).     O que mais poderia ter dito João?   Não seria preciso acrescentar-se o óbvio.  Nada mais evidente: Elias é Elias, e João é João.   Ambos puderam partilhar do mesmo tipo e o mesmo espírito profético – mas suas identidades permaneceram distintas.   Ao se identificar, João disse apenas ser a “Voz do que clama no deserto: – endireitai o caminho do Senhor” (João 1:23).

Se alguma dúvida ainda pairava sobre o que Jesus falou, ou deixou de falar, de repreender, João foi decisivamente taxativo.

Reencarnação provém de idéias hindus e gregas, de origem pagã.   Na história da filosofia antiga, um certo Orfeu a professou, cerca de 500 anos antes de Cristo.   Nem na época e nem hoje, nunca esta crença foi acatada por Deus, e nem por Ele aprovada.  Por isso é que o Seu povo jamais deveria abraçá-la – por ser mais uma mentira de Satanás.

De outro lado, o Senhor fez o Seu povo crer, sim, na ressurreição, e tal e qual a ressurreição de Cristo, seremos ressuscitados.   Queira o Senhor que estejamos, com todos os que em Jesus creem, como Ele o prometeu, dentre aqueles contemplados com a primeira ressurreição (que é o portal da Vida Eterna).

A rainha de Sabá, bem como os homens de Nínive e os de Sodoma e Gomorra, também serão ressurretos, pois que todos os homens, indistintamente, ressuscitarão uns naquele dia, dia da volta de Jesus, e outros, infelizmente, somente no dia do Juízo Final.    Jesus não deu ensejo a pensar-se que os tais irão reencarnar-se até lá.   Se reencarnação lhes fosse permitida, e, com esta, funcionasse bem o aperfeiçoamento dos que pecaram, então não haveria necessidade do dia do Juízo Final, pois que até lá, os pecadores (e os mencionados pelo Mestre, por exemplos já tão antigos), já teriam tido tempo de oportunidades para pagar os seus pecados.    E se o Juízo Final viria somente para alguns impenitentes, onde estaria a justiça que dá oportunidades para alguns, e o lago de fogo e enxofre para outros?   Não nos diz a lei dos homens que “todos são iguais perante a lei”?

Certamente que Jesus terá ainda muitas coisas para nos falar, mas conforme João 16:12-14, Ele enviou o Espírito da Verdade, o qual já tem falado aos Seus apóstolos e discípulos, para guiá-los nas coisas que lhes restassem ainda um pouco ou muito obscuras.    Este Espírito Santo já tem falado aos santos apóstolos, e nenhum dos reencarnacionistas o acreditam, pois torcem as palavras dos discípulos do Senhor, e ainda dizem que “os evangelistas confundiram” certas coisas.

Considere-se que os egípcios antigos mantinham a crença de que um espírito poderia ser reencarnado num mesmo ou noutro corpo, de humano ou de animal, podendo vir a ser um porco, numa posterior “reencarnação”.

Esta idéia não foi assimilada pelos hebreus, como povo, por vários motivos:

  1. Os hebreus rejeitavam toda e quaisquer filosofia ou religião daqueles que lhes impunham severo castigo de uma longa e penosa escravidão.   Quando o chicote do feitor falava mais alto, todos os demais argumentos egípcios ficavam bloqueados nas mentes dos escravizados.
  2. Os hebreus habitavam em separado dos egípcios, na terra de Gosen, onde desenvolviam atividades pastoris, o que era considerado abominação, aos olhos dos egípcios, e portanto, os contatos entre ambos os povos ficavam restritos, truculentos e prejudicados.   Assim, embora vivessem ambos na terra do Egito por 400 anos, eram duas culturas diferentes.  Essas culturas mantinham-se isoladas e segregadas uma da outra, vivendo em áreas diferentes da terra do Egito.
  3. Vindo a Lei de Moisés, a mesma nada menciona sobre essa crença filosófica, a reencarnação, e nem os profetas de Deus, mas estes últimos receberam a revelação de que existe a ressurreição, conforme Isaías 26:19, Oséias 6:2 e ainda Daniel 12:2.   Nada de reencarnação!
  4. Pelo contrário, nada deviam assimilar das culturas dos povos gentílicos  ( Juízes 2:2;  Josué 22:16-19; Daniel 3:17-18; Levítico 18:26-30).
  5. O conceito reencarnacionista não foi bem aceito no Oriente Médio, por centenas de anos.  Havia muitas heresias, mas poucas seitas abraçaram essa doutrina, bem como pouquíssimos filósofos gregos o fizeram.
  6. A reencarnação é, afinal, anti-humanidade.   Não traz em seu escopo a devida compaixão social.    Pois quem se dá ao trabalho de ajudar a milhares de pobres, cegos, aleijados, sem-teto, os que sofrem fome pelas ruas das cidades, estará trabalhando contra a chamada lei do carma.   Na Índia, por excelência, as coisas são assim.   Se é que as pessoas precisam sofrer para pagar suas dívidas perante essa lei, então quem socorre ou ajuda aos sofredores estaria trabalhando contra a elevação do nível espiritual dessas pessoas que sofrem e, quem sabe, até adquirindo culpas para o seu próprio carma.   Se assim fosse, que diríamos nós?  Salve o nazismo?  Viva Hitler e Mengele?  Salve a seita xiita?   Salve o terrorismo?   Vamos espalhar por aí os piores vírus que já existiram?  Pois fazendo assim, estaríamos espalhando sofrimentos e aliviando os carmas de milhões, segundo essa lei do carma.   Vale dizer que a compaixão social que se vê operando na Índia não é gerada na cultura hindu, mas sim, em grande parte pelos cristãos abnegados que se dispuseram a trabalhar neste sentido.   A Lei mosaica, por outro lado, promove muito a ajuda ao próximo, sendo este judeu ou estrangeiro, rico ou pobre, escravo ou livre.   A lei de Cristo, então, nem se fale!   Tão distante é o cristianismo do hinduísmo, que já existe preconceito e perseguição acirrada contra os seguidores de Cristo na Índia, pois não há possibilidade de conciliação entre ambas as correntes.
  7. Cientificamente, é comprovado que a vida começa na concepção, no encontro do espermatozóide com um óvulo.   Não antes.   Afirmar que a alma existia antes da conceição é algo que muitas religiões não aceitam.    Além disso, não há base científica da existência de uma vida que se ligue com a existência de algum morto no passado.   Em que pese que a ciência não se ter desenvolvido muito bem, antes da renascença, os homens sempre tiveram senso crítico.   Os judeus ainda mais, pois que estes receberam as Escrituras Sagradas do Velho Testamento para guardarem a Lei do Senhor, e não tinham motivos para descrer naquilo que Deus diz, para crer em filosofias outras que só poderiam lhes trazer a desdita de se afastarem dos caminhos de Javé.

 

 

 

 

A VIDA E A MORTE:

 

 

 

Muito se fala a respeito de pessoas que nascem para desenvolverem seu aperfeiçoamento pessoal, o que nos parece algo lógico, nobre e dentro dos bons propósitos de Deus para nossas vidas.    Até aqui, diríamos que concordamos com a afirmativa.   Quem não precisa de ser lapidado, refinado, amoldado segundo os padrões divinos?

O fato é que todo o ser humano é imperfeito, e precisa ser aperfeiçoado.  Mas para isso, temos toda uma vida de existência.   Quem precisa de mais de uma vida para ser aperfeiçoado está lançando a responsabilidade de viver segundo a vontade de Deus nesta única vida que tem, para uma outra, e se de fato uma outra vida fosse possível, possivelmente jogaria as responsabilidades desta última para uma terceira, e assim por diante…   Esta mais parece ser uma idéia que incentiva os calotes às dívidas, em vez de abrir oportunidades para que estas sejam pagas.

Quanto à preexistência dos espíritos antes da concepção no ventre materno, isto mais parece um romance usado com muita inventiva e imaginação, pois não há lastro nenhum na Bíblia que ofereça respaldo a tal teoria.   O único que existiu antes de sua encarnação foi Jesus, que sempre existiu, pois, como está escrito, “no princípio era o Verbo, o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus.  Todas as coisas foram feitas por Ele, e nada do que foi feito, sem Ele se fez.”(João 1:1,2).   Note-se que Jesus não teve uma reencarnação, mas sim, sua única encarnação, e que vida singular e especial!  Ninguém há que O iguale.

                  Na Sua soberania, Deus assim quis encarnar-Se na pessoa do Seu Filho, mesmo sendo preexistente, apenas para cumprir o Seu plano de resgate das almas humanas.  E ninguém mais.  Nenhum homem mais, pois não houve outro plano divino para este fim.

O plano de Deus é que a justiça inerente a Jesus, o Cristo, nos seja transferida e passe a habitar plenamenteem nós.    Coma Sua justiça, angariada através de seus sofrimentos e morte de cruz, Jesus conquistou-nos o direito de acesso ao céu de Deus.

Que há o Terceiro céu, já o temos visto, existe sim, e se há o terceiro, é porque haverá também o primeiro e o segundo.

Como temos visto, Satanás já habitou no céu, e conhece muitas coisas dali – e sabe muito bem como imitá-las, e disfarçar-se nessas imitações, e assim procura esconder o verdadeiro Caminho que conduz à vida eterna (que é Jesus, cf. João 14:6).

Lucifer é o principal interessado em que ninguém tenha acesso ao Terceiro Céu, e assim, vive inventando “caminhos alternativos” que não nos levam a nada mais que o sofrimento eterno.

Um desses caminhos de desvio, criados pelo tal anjo caído, é a falsa moralidade, que incentiva a todos para serem “bons”, mas fazendo-os cegos quanto ao fato de que TODOS os humanos são pecadores, não há nenhum justo, completamente justo, senão Aquele que viveu sem pecado e morreu em uma cruz há cerca de 2000 anos atrás.

Nisto se esconde um tremenda verdade:  o melhor de nossos contemporâneos ou mesmo antigos não chegam sequer aos pés de Jesus, o Cristo.   Até João Batista o reconheceu, quando disse:  “… não sou digno de desatar as suas sandálias” (Mateus 3:11; Marcos 1:7-8; Lucas 3:15-17, e João 1:19-28).    Mas afinal, João não era um bom homem, um bom servo de Deus, e um bom profeta?   Sim, era tudo isso, e mais um pouco.   Jesus mesmo dá testemunho dele, dizendo:  “… entre os nascidos de mulher, não apareceu alguém maior do que João Batista” (Mateus 11:3-14).

Novamente frisamos que João, o Batista, era “o Elias que havia de vir” (Mateus 11:14), notando bem que Jesus não disse: “João Batista é Elias”, mas sim, que este (João) “é o Elias que havia de vir”.   Com este artigo bem definido, Jesus colocou uma classe de homens que denominou de “Elias”.     A esta classe pertencem mais de uma pessoa, e a esta classe pertence João Batista.  Este é o verdadeiro e legítimo sentido do comentário que Jesus teceu a repeito de seu primo profeta.

Pois nem mesmo João Batista se viu no direito de tomar as sandálias de Jesus nas mãos, porque se conhecia como um reles pecador – e todo e qualquer pecador não tem direito algum a adentrar ao Terceiro céu.

Como então Paulo disse conhecer “um homem” que… foi arrebatado ao Terceiro Céu” (II Coríntios 12:2-4)?   Paulo mesmo dá a receita:  devido ao seu forte temperamento e facilidade para se exaltar, e orgulhar-se das revelações que Deus lhe dera, um “espinho na carne” lhe acompanhou em sua trajetória da vida – um mensageiro de Satanás o esbofeteava constantemente.  Orou a Deus por três vezes para que tal mensageiro do mal se afastasse, mas não foi atendido.  Qual foi a resposta de Deus?   –  “A minha graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”(IICor.12:9).

Todos querem ser merecedores dos mais altos e cobiçados troféus desta vida, ser louvados e recompensados por suas façanhas.   Por maiores e melhores, excelentes mesmo que sejam tais obras, se alguém quiser nelas se apoiar para chegar às alturas onde Deus está, fica fadado a dar um salto no escuro, para cair no fundo de um abismo.

É isto que os ostentadores de “boas obras” ou de “feitos maravilhosos e extraordinários” dificilmente entendem.   Sem que se apóiem na Graça de Cristo, jamais alcançarão a presença de Deus e Sua aprovação diante do Tribunal de Cristo.  Ninguém se salva a si mesmo.    Ninguém poderá ser comparado a Cristo, e por isso mesmo, ninguém nesta Terra terá jamais o direito ou merecimento para subir ao nível do Terceiro céu, nem nesta vida e nem no porvir.   Todos carregam suas culpas gravadas no “disquete da memória da sua alma”.

Paulo, porém, é exemplo da infinita Graça de Cristo.  Antes, perseguidor da igreja e coparticipante do pelotão de apedrejamento que matou a Estevão, diácono da igreja primitiva; apesar disso, através da misericórdia e da atuação do Senhor Jesus em sua vida, teve sua alma lavada, salva e remida pelo poder do sangue que Ele, o Senhor mesmo,verteu para substituí-lo na “via crucis” e no monte Calvário.

Méritos, todos temos.   Até mesmo a máfia faz o bem aos seus da “família”.  O que nosso orgulho sutil nos intenta esconder é que também temos falhas passíveis de julgamento no dia final.   Em tese, todos queremos fazer o bem, de uma forma ou de outra, mas isto não ilide nossas culpas e nem nossa condenação diante de Deus.

Todos nós temos a tendência de sermos indulgentes conosco mesmos, exceto em alguns casos de insanidade mental.   E por que os insanos se torturam nos manicômios?  Porque as suas culpas podem até ser assumidas, mas não são suportadas, devido ao seu enorme peso.

Só Jesus tem os méritos do “nível do Terceiro Céu”, como homem que viveu nesta Terra.

Como poderíamos, pois, ser libertos desse peso das culpas que nos aflige, e aperfeiçoados sem nos enganarmos?    É só pelo perdão e o amor de Deus, que Se manifestou em Cristo, que com Seu sangue nossas culpas lavou.

Nem todos recebem isto de bom grado, e é por isto mesmo que nem todos herdarão o Reino de Deus.   Quem crer, já tem a promessa de ser pela graça de Jesus alcançado – e isto, absolutamente sem nenhuma reencarnação, independente de méritos pessoais.   A promessa de Jesus alcaçou até ao ladrão da cruz ao Seu lado: «ainda hoje estarás comigo no Paraíso» (sem nenhuma reencarnação!).

A morte passa, então, a ser um grande portal, a ser encontrado pelos viajantes deste mundo.   O grande detalhe é que, uma vez ali, do outro lado, poderemos nos achar transportados através dos portões dourados do céu naquela ocasião, ou então para outro lugar onde ninguém gostaria de estar, dependendo das decisões que tomarmos nesta vida.

A parábola do rico e do lázaro nos mostra muito bem que ninguém, tendo passado desta vida para um dos dois lados do além túmulo, conseguirá reunir condições de encontrar o caminho ou atalho que seja, para migrar de um para o outro lado.    A cada um de nós, que vivemos, ainda resta analisar por qual desses caminhos estamos trilhando, para podermos nos arrepender em tempo de aceitarmos e recebermos de vez a Graça de Jesus, o caminho que conduz à vida eterna.

 

 


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